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DIAGNÓSTICO ETAPA

5.3.1.2 Etapa 2: Investigação

Uma vez formado o GIM e treinados os seus integrantes nos conceitos da ME e na aplicação do método de diagnóstico, pode-se passar para a etapa de investigação. O objetivo desta etapa é proceder a medição dos itens relacionados às variáveis de pesquisa propostas, ou seja, ao estudo da demanda, do produto, do PCP e do chão-de-fábrica. De acordo com o formato adotado para o método, os indicadores a serem medidos dentro de cada uma destas variáveis estão divididos entre indicadores de práticas gerenciais e operacionais e indicadores de performances obtidas na indústria têxtil.

Esta etapa é importante para a credibilidade dos resultados alcançados, isto é, os resultados obtidos, assim como suas análises orientarão o planejamento de implantação da ME na empresa e são frutos desta etapa de investigação, nos quais os itens específicos da empresa serão analisados pelos integrantes do GIM.

O processo de investigação dar-se-á pela aplicação do instrumento de coleta de dados, o Questionário desenvolvido, disponível no Apêndice A, e abordará os pontos relevantes de cada uma das quatro variáveis de pesquisa propostas. Assim, como a ferramenta de

benchmarking MIE apresentada no capítulo 4, origem do formato adotado, o questionário usado como instrumento de pesquisa trabalha com um sistema de pontuação que varia de 1 a 5, como apresentado na Figura 5.7.

Figura 5.7 Modelo de escala do .instrumento de coleta de dados. Fonte: Adaptado de Seibel (2004).

Este sistema de pontuação descreve três situações, para cada item a ser medido, há aqueles correspondentes às práticas implantadas e performances obtidas, quais sejam:

• Nota 1 - equivale a um nível básico de práticas ou performance;

1 2 3 4 5 Pontuação

Indicador

Código

5

Descrição 1 Descrição 3 Descrição 5

Segundo avaliação do GIM, a descrição 5 é a mais apropriada.

• Nota 3 - equivale a um nível intermediário de práticas ou performance e • Nota 5 – equivale a excelência de práticas ou performance;

Baseados na descrição das três situações, os participantes do GIM devem optar por uma nota, entre 1 e 5, que melhor descreva a situação atual do item investigado na empresa. As notas 2 ou 4 são referentes às posições intermediárias de avaliação do item. Depois de escolhida uma nota para cada indicador, esses valores são reescritos em formato porcentual, ou seja, a escala de 1 a 5, em valores porcentuais representa uma escala de 20% a 100%. Não são usados valores fracionados, tipo 2.5 ou 3.7, devendo-se trabalhar sempre com valores inteiros a fim de facilitar a leitura dos resultados obtidos.

É importante que a pontuação seja definida em função da realidade atual presente nos setores da empresa e não considerar se a situação almejada quando planos ou projetos em andamento alcançarem os resultados esperados ou mesmo aplicações piloto.

As descrições das práticas e performances adotadas para os valores das pontuações 1, 3 e 5 são resultado da pesquisa bibliográfica relacionada à ME, realizada nos capítulos 2, 3 e 4. Assim como em trabalhos de pesquisa e consultoria em empresas industriais do setor realizados pelo Laboratório de Simulação em Sistemas de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, do qual o autor faz parte e que desenvolve uma linha de pesquisa na área.

A composição do GIM, como um grupo multifuncional, é especialmente importante durante o consenso de determinada nota para o item investigado. Desta forma diferentes pontos de vistas são colocados juntos até que, com as evidências levantadas e argumentos defendidos, atinja-se uma nota final para cada item.

Caso não haja consenso entre os participantes do GIM, devido a uma única nota para determinado item, o investigador externo, baseado nas evidências e argumentos levantados durante as discussões e a visita in loco na empresa, terá o importante papel de conduzir o processo factual, de forma imparcial, quanto à apuração referente à melhor nota a ser adotada.

Cada uma das quatro variáveis de pesquisa é investigada pela medição do grau de desenvolvimento dos itens relacionados a estas variáveis que tem impacto diretamente na gestão da manufatura da empresa. Sendo assim, para cada variável, foram propostos indicadores de práticas e indicadores de performance, já apresentados no item 5.2.

Durante a apresentação dos indicadores, além da separação entre indicadores de práticas e indicadores de performance, eles também são classificados como gerais ou

específicos como colocado no item 5.1. Os indicadores gerais são aqueles relacionados à organização como um todo, independente da etapa produtiva em avaliação, ou seja, no caso de empresas verticalizadas, o valor neste indicador será o mesmo para as diferentes etapas. Os indicadores específicos são aqueles que variarão de acordo com o grau de desenvolvimento para cada etapa produtiva especifica, resultando em valores distintos para cada etapa produtiva.

Uma vez apuradas as notas de desempenho para cada um dos indicadores das quatro variáveis de pesquisa propostas, pode-se passar para a consolidação dos resultados. Inicialmente, como mostrado na Figura 5.8, estes indicadores são resumidos em um índice parcial de práticas (PR) e em um índice parcial de performance (PF) para cada uma das variáveis de pesquisa. Por exemplo, na variável de pesquisa Demanda, o índice parcial de práticas é representado pelo código PR_DEM, assim como o índice parcial de performance é representado pelo código PF_DEM, conforme foram tratados nesta pesquisa. Este resumo, em valores parciais, é procedido por intermédio do uso da média simples, com base no porcentual individual dos indicadores propostos.

Figura 5.8 Consolidação dos resultados.

A partir do cálculo dos índices parciais de práticas e performance levantados para cada uma das quatro variáveis de pesquisa, tem-se a consolidação destes em dois índices

ESTUDO DA DEMANDA ESTUDO DO PCP ESTUDO DO CHÃO- DE- FÁBRICA % PR DEM % PF DEM % PR PCP % PF PCP % PR CDF % PF CDF ESTUDO DO PRODUTO % PR PRO % PF PRO

finais, um de práticas e outro de performance que virão a representar o estado atual de desenvolvimento do sistema produtivo diagnosticado em relação ao gerenciamento da ME, ilustrado também na Figura 5.8. A consolidação dos resultados parciais no resultado final dá- se também pela média simples, com base no porcentual dos valores parciais medidos.

Considerando-se o caso das empresas verticalizadas, com a aplicação da ferramenta de coleta de dados do método proposto, têm-se os resultados consolidados, em índices finais, para cada uma das etapas produtivas presentes na empresa, mas não há um resultado único para a empresa, sendo assim, a mesma terá como resultado final os resultados de cada uma das etapas produtivas separadamente e conforme posto, como uma das limitações deste trabalho, o método de diagnóstico proposto não contempla uma extensão da fase de consolidação dos índices finais das etapas produtivas em um resultado único de práticas e

performance que represente toda a empresa.

Já para as empresas focadas em apenas uma etapa produtiva, o resultado dos índices finais representa o resultado agrupado de toda a empresa.

De posse do resultado consolidado dos índices finais de práticas e performance para cada uma das etapas produtivas da empresa, parte-se para a etapa de interpretação dos valores alcançados.