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DIAGNÓSTICO ETAPA

5.3.1.3 Etapa 3: Interpretação

O objetivo desta etapa final do método proposto é apresentar os resultados dos índices finais, para cada uma das etapas produtivas presentes na empresa, obtidos pela consolidação dos valores parciais, de forma gráfica, o que facilita a compreensão do atual estado de desenvolvimento do sistema produtivo e subsidia a discussão em relação à adoção dos conceitos e às ferramentas da ME.

Para tanto, são usados três tipos básicos de gráficos, o de práticas versus performance, o gráfico tipo Radar e o de barras, detalhados a seguir.

O gráfico práticas versus performance, mostrado na Figura 5.9, posiciona a empresa em estudo, de acordo com os índices finais, obtidos durante a consolidação dos resultados parciais.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Índice de Prática Índice de Performance

Figura 5.9 Gráfico de Práticas versus Performance. Fonte: Adaptado de Seibel (2004).

O eixo das abscissas representa o índice final de práticas instaladas na empresa e o eixo das ordenadas representa o índice final de performance obtido. A escala varia de 0 a 100% em ambos os eixos. A posição de uma empresa é definida pelos índices finais de práticas e performance calculados a partir da consolidação dos valores parciais, por sua vez obtidos pelas respostas às questões dos indicadores propostos para cada uma das variáveis de pesquisa. O exemplo do ponto marcado no gráfico da Figura 5.4 ilustra o resultado de uma empresa que teve um índice final de práticas de 64 % e um índice final de performance de 35%.

A área do gráfico foi dividida em quatro quadrantes principais, usando-se o valor de 60 % tanto no eixo das abscissas como no eixo das ordenadas para delimitar os quadrantes apresentados como:

• I – altas práticas e alta performance; • II – altas práticas e baixa performance; • III - baixas práticas e baixa performance; • IV – baixas práticas e alta performance.

I

III II

Etapas produtivas posicionadas no quadrante I, ou seja, com alto índice de práticas e alto índice de performance, apresentam as melhores condições para que os conceitos da manufatura enxuta sejam implementados com sucesso. Provavelmente, esta faz parte de empresas expostas a fortes elementos de concorrências com empresas ditas classe mundial, ou seja, que segundo Voss (1997 apud SEIBEL, 2004), apresentam índices de práticas e

performance superiores a 80%. Nessas empresas há um movimento de melhoria contínua que visa à ampliação dos níveis de eficiência do sistema produtivo e este fato é possível somente por intermédio de investimentos sistemáticos em modernização da infra-estrutura e formas de gestão da organização.

Etapas produtivas posicionadas no quadrante II, ou seja, com alto índice de práticas e baixo índice de performance, são empresas que apresentam boas condições para a implementação da ME, já têm práticas em andamento. No entanto, as performances ainda não correspondem ao nível de práticas implementado. Isto pode significar o fato de as práticas ainda estarem em processo de amadurecimento interno ou, até mesmo, que estejam sendo executadas de forma errada, não trazendo os resultados esperados. Nesse sentido, faz-se necessário levantar quais causas primárias estão agindo sob o nível de performance desta etapa produtiva.

Etapas produtivas posicionadas no quadrante III, ou seja, que apresentam baixos índices tanto de práticas como de performance, apresentam situação desfavorável para implementação da ME. Provavelmente ainda não têm uma estrutura organizacional e física suficiente que suporte um processo de mudança no sentido de buscar um sistema produtivo mais enxuto e eficiente. Os riscos de mortalidade dessas empresas são elevados, uma vez que a dinâmica de mercado não permite tamanha ineficiência produtiva.

As demais etapas produtivas posicionadas no quadrante IV, ou seja, que apresentam baixos índices de práticas e altos índices de performance, apresentam uma situação na qual há um bom desempenho no que se refere aos processos decorrentes de extremo esforço interno. Apesar de não ter aplicado práticas já consagradas, mesmo assim, ainda tem-se um bom desempenho. Neste caso, há possibilidade de existirem duas situações mais prováveis. A primeira delas diz respeito a um ambiente onde há elevados custos de operação oriundos da ineficiência do processo produtivo, desta forma, o desempenho é alcançado, porém a um elevado custo interno. A outra situação possível é a que caracteriza um ambiente sustentado pela dedicação acima do normal de pessoas engajadas com os objetivos da empresa, porém que são solicitadas além do necessário para sustentar o desempenho elevado. Nesta situação,

tal empresa apresenta um ambiente onde, caso não seja feito uso de novas práticas que suportem o crescimento do desempenho, as pessoas estarão sempre sobrecarregadas e esta prática torna-se insustentável em longo prazo. Por outro lado, se essas pessoas já proporcionam altos índices de performance sem as devidas práticas, significa que com a aplicação das práticas adequadas o desempenho continuará crescente, porém sem exigir além do necessário dos recursos humanos da empresa.

O gráfico radar posiciona a etapa produtiva em relação aos padrões de excelência propostos pela ME, em termos de práticas e performances. O gráfico mostrado na Figura 5.10 possui oito eixos que representam os índices de práticas e performance em cada uma das quatro variáveis de pesquisa estudas. Cada eixo tem uma escala de 0 a 100 % e a posição da etapa produtiva é definida nesta escala por um ponto, ou seja, um total de oito pontos dispostos em círculo que serão unidos por linhas (linha azul), formando um polígono fechado. O padrão de excelência proposto neste estudo é representado pelo círculo externo do gráfico, ou seja, 100% em todos os indicadores de práticas e performance estudados.Tem-se o valor de 60% (linha vermelha) como um marco de desempenho mínimo necessário que viabilize a utilização de ferramentas e conceitos da ME no ambiente empresarial.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Prática Demanda

Performance Demanda

Prática Produto

Performance Produto

Prática PCP

Performance PCP

Prática Chão de Fabrica

Performance Chão de