• Nenhum resultado encontrado

INDÚSTRIA TÊXTIL FIBRAS E FILAMENTOS

2- Médias por empresa nos segmentos

2.5.3 Etapa Produtiva de Malharia

Assim como na tecelagem, durante a etapa de produção da malharia, os fios são processados em equipamentos específicos de tear para produção dos tecidos de malha por processos técnicos de laçadas de um só fio ou de um agrupamento de fios que se movem em uma única direção.

A matéria-prima empregada na produção de malhas, o fio, é praticamente a mesma utilizada na etapa de tecelagem plana, diferenciando-se apenas por exigir um grau menor de

torção. No entanto, a produção de malhas é relativamente mais simples e rápida quando comparada à produção de tecidos planos, uma vez que não exige as etapas anteriores de preparação dos fios de urdimento e engomagem. Estas envolvem a utilização de equipamentos voltados à produção de grandes lotes de fabricação. Em função da maior simplificação do processo produtivo das malharias, as taxas de produção obtidas são bem superiores às obtidas na tecelagem plana. Por exemplo, na produção de malhas, ao se usar um tear circular moderno, pode-se ter uma produção diária entre 400 e 500 kg de malhas, ao passo que, em uma tecelagem plana, com um fio de mesma titulagem e emprego de equipamento também moderno a jato de ar, no mesmo período de tempo, podem-se obter 100 kg de tecido plano.

De uma maneira geral, tanto para as empresas integradas como para as especializadas, o fornecimento da matéria-prima para malharias não constitui-se em um problema maior. No caso das empresas integradas, pelo simples fato de produzirem o próprio fio que consomem. Entretanto, as empresas voltadas à especialização são abastecidas pelo mercado interno e externo de forma satisfatória e com insumos de qualidade. Mesmo assim, há uma grande preocupação por parte das empresas em reduzir os efeitos nocivos que uma má compra de matéria-prima pode gerar na sua linha de produção, comprovados por significativos investimentos efetuados pelas empresas, na produção de fios de qualidade ou no desenvolvimento de canais de fornecimento confiáveis, como foi a caso do grupo Vicunha que, após investimentos representativos, detém hoje uma das mais modernas unidades produtoras de fios de nylon do mundo (IEL, CNT e SEBRAE, 2000).

A técnica de produção de malhas confere aos produtos acabados e às malhas maior flexibilidade, elasticidade e melhor toque quando comparados aos tecidos planos, tal fato acaba por garantir grande aplicabilidade desses produtos para confecção de uma gama de produtos. No entanto, devido a sua maior tendência, a deformação e desgaste superficial, o tecido de malha não se presta a todas as aplicações de vestuário.

De acordo com Cherem (2004), o principal elemento no processo de tecelagem da malha são as agulhas e tudo gira em torno destes componentes, os próprios teares foram concebidos com intuito de acondicionar a agulha e de promover os movimentos mecânicos necessários para que ela busque o fio e possa entrelaçá-lo em uma laçada formada anteriormente, de forma rápida e precisa possível. Há muitos tipos diferentes de agulhas para utilização em teares de malha.

Dentre as diversas formas de classificação aplicáveis aos tecidos de malha uma das mais abrangentes refere-se ao sistema de formação da malha, no qual se podem ter as malharias por Urdume e as malharias por Trama. Para cada tipo de malharia, há os equipamentos específicos de produção. No caso da malharia por trama, os teares podem ser classificados em dois grandes grupos, quais sejam:

• Teares circulares; • Teares retilíneos;

Os teares circulares são caracterizados por apresentarem grande número de alimentadores, nos quais os cones de fios são acomodados, normalmente posicionados de forma circular em torno da máquina a fim de produzir um tecido tubular contínuo. São máquinas que apresentam elevado rendimento produtivo, com grande versatilidade para produção de diferentes tipos de malhas, tal fato pode explicar a grande utilização deste tipo de equipamento nas malharias. Por sua vez, o grupo de teares circulares pode ser dividido em as máquinas de grande diâmetro, que incluem as monocilíndricas (teares monofrontura) voltados para produção de jersey ou meia-malhas e as circulares de duplo-cilindro (teares duplafrontura), próprias para produção de malhas duplas. Além destas máquinas, há os teares de pequeno diâmetro, próprios para produção de meias.

Os teares retilíneos são muito utilizados na produção de golas e punhos para camisas do tipo ‘pólo’. Tal utilização também ocorre na produção de malhas pesadas com fios de lã e acrílico. Os equipamentos mais modernos permitem alto grau de automação da produção, assim como grande versatilidade para diferenciação dos produtos. Por exemplo, as máquinas com Jacquard podem obter desenhos, listras e relevos nas malhas produzidas.

Já na malharia por urdume, encontram-se dois tipos básicos de teares, quais sejam: • Teares Kettensthul;

• Teares Raschel

Os teares do tipo Kettensthul são voltados para produção de tecidos lisos, tecidos elásticos, forros, veludos para estofamento, etc, com ampla aplicação. Mais recentemente, este tipo de equipamento é usado para produção dos chamados “tecidos inteligentes”, que devido à sua estrutura de composição da malha, o produto apresenta outras funções secundárias. As máquinas mais modernas operam com velocidades da casa de 3000 a 4000 rpm.

Os teares do tipo Raschel são voltados para produção de tecidos lisos, rendados e elásticos, usados na produção de artigos de lingerie, toalhas de mesa rendadas, etc. Existe uma grande variedade de tipos de equipamentos encontrados, desde os modelos mais básicos até os mais sofisticados com elevado valor final.

Independente do tipo de equipamento utilizado para a produção dos tecidos de malha, cabe destacar a relativa agilidade de produção do setor como uma característica marcante do das malharias, que associadas à grande versatilidade produtiva dos equipamentos viabilizam o atendimento da demandas variadas de forma eficiente e com lotes pequenos de produção.