• Nenhum resultado encontrado

5 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DOS JORNAIS E DA LEGISLATURA

7.1 Discussão geral dos resultados e comparação entre as coberturas da Folha de S Paulo e

A primeira parte deste capítulo será dedicada a considerações gerais sobre os resultados apresentados no capítulo anterior, comparando os resultados encontrados na cobertura de Folha de S. Paulo e de O Estado de S. Paulo. Inicia-se com a discussão sobre o agendamento dos temas.

Em ambos os periódicos, predominam os textos sobre Política, seguidos por Questões Sociais e por Economia. A proporção dos editoriais pertencentes a cada tema geral é semelhante, indicando que as coberturas seguem padrões parecidos para a definição dos assuntos quando as peças envolvem o Congresso Nacional. A maior diferença no agendamento dos temas gerais se dá em relação à proporção de editoriais categorizados em Questões Sociais.

A Folha de S. Paulo tem 35% deles neste grupo, contra 26,6% de O Estado de S. Paulo. Isto pode ser explicado pelas peculiaridades dos dois jornais. Enquanto o primeiro procura apresentar-se ao lado do leitor, defendendo ser portador de um mandato conferido por ele (ALBUQUERQUE; HOLZBACH, 2008), o segundo atribui-se uma importância que estaria mais próxima do esclarecimento deles, com papel de influenciá-los e de guiar suas decisões (NUNES, 2003; CAPELATO; PRADO, 1980)118. Abrir espaço a assuntos próximos à sociedade civil pode ser, portanto, uma forma de a Folha de S. Paulo tentar ficar mais perto dos leitores, tratando de assuntos que podem lhes interessar mais diretamente.

Se comparados com resultados obtidos em pesquisa anterior, sobre a cobertura acerca de Dilma Rousseff nos editoriais de O Estado de S. Paulo, nota-se que os temas principais variam. Enquanto, na pesquisa de Mont’Alverne e Marques (2013), a maioria dos textos pertencem à categoria Economia, predomina o tema principal Política nas peças analisadas nesta dissertação.

A diferença pode acontecer também por causa das particularidades das instituições examinadas em cada caso. A Presidência, ao chefiar o Executivo, tem poder de decidir e de pôr em prática diversas medidas. O Parlamento, por sua vez, é a esfera do debate – ainda que, em muitos casos, o Executivo dependa do Legislativo para executar suas ações. Assim, é natural que temas políticos sejam mais frequentes em editoriais tratando do Congresso Nacional.

Ademais, a chance de a pressão para adoção de determinada agenda econômica gerar resultados concretos – e mais rapidamente – é maior ao dirigir-se à Presidência. No caso de

118 Apesar de parte da literatura argumentarem neste sentido, é necessária a realização de um estudo empírico a fim

Câmara e Senado, a produção de leis e as disputas existentes favorecem uma cobertura priorizando a Política e, em segundo plano, Questões Sociais. Isto demonstra, em último caso, as atribuições conferidas pelos periódicos a cada instituição, bem como as cobranças endereçadas a cada uma delas. O fato de a pesquisa anterior ter analisado apenas editoriais de O Estado de S. Paulo também pode ser parte da explicação, pois é um jornal com grande preocupação com a política econômica do país. Caso os resultados abrangessem outros periódicos, poderiam ser diferentes.

O tema específico mais recorrente nos dois jornais também coincide, que é “Relações entre o governo e a base aliada”. O resultado é semelhante ao encontrado por Azevedo (2005), ao analisar o Senado nos editoriais da Folha de S. Paulo, com parte significativa dos textos dedicada a tratar do relacionamento entre Executivo e Senado.

Existem variações na frequência dos outros temas específicos. Enquanto o segundo mais abordado por O Estado de S. Paulo é “Gastos públicos”, a Folha de S. Paulo tem quatro temas com a mesma frequência empatados em segundo lugar. São eles: “Custo dos parlamentares”; “Mudanças de partido e legislação eleitoral”; “Código Florestal” e “Incentivos fiscais”.

Era de se esperar, sabendo que Política é o tema geral mais recorrente nos editoriais, que o tema específico mais frequente também versasse sobre o assunto. O fato de os textos repetirem a abordagem das relações entre governo e base aliada mostra qual a agenda mais frequente quando se trata de Congresso – e como os periódicos retratam o cotidiano de Câmara e de Senado. Como foi observado ao analisar os frames, as negociações, barganhas e disputas entre governo e base dispõem de espaço considerável na cobertura editorial.

Deve-se notar, porém, que as disputas entre governo e aliados no Congresso desperta mais atenção da cobertura que as discordâncias entre o primeiro e a oposição. Junto das poucas menções à oposição nos editoriais – se comparados aos aliados –, estes dados indicam a importância da atuação da base para os projetos do governo, bem como a fragilidade da oposição durante a legislatura analisada. Ao tratar de Congresso, os periódicos mencionam mais frequentemente partidos e personagens da base aliada, até mesmo quando se tratam dos conflitos com o governo. Mais que a oposição, quem complicaria os interesses do Executivo, na maior parte dos casos, são os próprios governistas. Pelos editoriais dos dois jornais, a base aliada parece se movimentar mais no Congresso que a oposição, que aparece consideravelmente menos na cobertura e dificilmente cria problemas significativos para o governo.

A frequência de editoriais dedicados ao tema “Gastos públicos” em O Estado de S. Paulo corrobora a ideia de um periódico preocupado com as questões econômicas. Abreu (2003, p. 287) lembra que o jornal é “Favorável ao liberalismo econômico clássico”, fazendo a defesa do

livre mercado e da propriedade privada, assim como se opõe ao “intervencionismo estatal no domínio econômico”. Deste modo, a preocupação com os gastos públicos é, praticamente, uma consequência das ideias econômicas assumidas pela empresa. A cobrança por austeridade das contas públicas é algo que se repete em vários editoriais de O Estado de S. Paulo, em oposição a uma irresponsabilidade fiscal que viria desde governos do PT anteriores a Dilma e para a qual o Congresso também contribuiria, ao pressionar os gastos quando exigem verbas para emendas parlamentares ou ao evitarem aprovar medidas de ajuste em retaliação ao governo.

No caso da Folha de S. Paulo, os temas específicos mais recorrentes após “Relações entre governo e base aliada” dividem-se entre os temas centrais de Política, Questões Sociais e Economia, apesar de predominarem assuntos próximos do primeiro. Grande parte dos temas específicos abordados pela Folha de S. Paulo está presente em apenas um editorial, indicando a diversidade temática dos textos desta seção no jornal.

Assim como acontece na Folha de S. Paulo, há grande variedade temática entre os temas específicos abordados nos editoriais de O Estado de S. Paulo. Embora, nos dois casos, os assuntos não extrapolem – a maioria, pelo menos – os temas gerais estabelecidos, percebe-se uma tentativa de abordar diversos acontecimentos. A amplitude temática dos editoriais – no caso, espanhóis – é algo observado por Espinosa (2002).

Os dados sobre as personagens e instituições mais citadas tendem a corroborar a ideia de que o cargo ocupado pelo agente político interfere na cota de visibilidade da qual dispõe (GOMES, 2008). Como seria de se esperar, até por ser uma das palavras-chave para a coleta dos editoriais, a instituição mais mencionada pelos dois jornais é o Congresso Nacional. Na Folha de S. Paulo, os resultados se apresentam como esperado, com Câmara dos Deputados sendo a segunda mais mencionada, seguida por Senado Federal.

No caso dos editoriais de O Estado de S. Paulo, porém, a segunda personagem mencionada mais frequentemente é Dilma Rousseff, seguida por Senado e, depois, pela Câmara dos Deputados. Dentro do corpus analisado, portanto, a Presidente recebe mais visibilidade que as Casas Legislativas separadamente.

O PT e o PMDB são os partidos mais mencionados nas peças de O Estado de S. Paulo – o primeiro tem a mesma quantidade de menções do termo Governo, de forma genérica, enquanto o segundo iguala a quantidade de menções do Supremo Tribunal Federal. Na Folha de S. Paulo, o PMDB é o partido mais presente nos editoriais, sendo tão mencionado quanto o termo “Deputados”.

Diante da importância assumida pelo PMDB durante a legislatura anterior – mantendo a Presidência de Câmara e de Senado durante a segunda metade dela e desempenhando papel de

relevante partido aliado ao governo –, faz sentido que seja um personagem recorrente em editoriais. No entanto, o PT também é um partido de grande projeção, contando com bancada significativa no Congresso e sendo o partido da Presidente da República, mas não conta com a mesma visibilidade nos dois periódicos.

Ao examinar os resultados apresentados no capítulo anterior, nota-se que diversas instituições predominam entre os mais citados pelos dois periódicos, em detrimento de agentes políticos específicos. Isto reforça a importância de deter capital político considerável para figurar nos textos, pois, além da Presidente da República, as personagens mais citadas são Presidentes da Câmara ou do Senado ou Ministro da Fazenda119. Na medida que as instituições dispõem de mais visibilidade que os agentes políticos individualmente, é necessário algum diferencial para figurar na cobertura.

Assumir cargos de destaque, como liderança de partido ou de governo no Congresso, aumenta a visibilidade dos agentes políticos. Embora não cheguem a ser mencionados em dez editoriais, percebe-se que este é o caso de Eduardo Braga e de Eduardo Cunha, ao analisar os dados por completo. Os dois nunca haviam aparecido em editoriais do corpus até assumirem cargos de liderança. O primeiro, de líder do governo no Senado. O segundo, do PMDB na Câmara.

Se querem contar com visibilidade, portanto, pode não ser suficiente que os agentes políticos saibam adequar-se à gramática do Jornalismo. Em um ambiente no qual convivem vários agentes políticos que, a princípio, tem importância semelhante, os parlamentares precisam ter algo mais para distinguir-se dos outros e ter acesso à visibilidade oferecida pela comunicação de massa. Partidos oposicionistas ao governo também recebem certa cota de visibilidade, mas ela é consideravelmente menor que a oferecida a PT e a PMDB. Alguns partidos oposicionistas recebem menos menções até mesmo que agentes políticos da base aliada.

É importante destacar, porém, que nem todos os agentes políticos precisam se esforçar tanto a fim de obterem visibilidade – apesar de isto também estar atrelado à importância conferida ao cargo –, como é o caso da Presidente da República. Todavia, compreender a forma de produção jornalística e adaptar-se às exigências de tal campo facilita a adoção da agenda e dos enquadramentos mais interessantes a estes agentes políticos.

Ainda sobre os resultados de O Estado de S. Paulo, a existência e a quantidade de menções à Comissão de Constituição e Justiça contraria, em parte, os achados de Jorge (2003),

119 Lula é o único agente político entre os mais mencionados pelos editoriais das duas publicações que não ocupava

cargo à época. Pela importância do ex-Presidente para a esfera política brasileira, na qual continuou a atuar mesmo após deixar o cargo, pode-se considerá-lo uma exceção – até porque só é mencionado de forma tão frequente em OESP.

de que o trabalho nas comissões é desconsiderado em relação ao Plenário. Acontecimentos e as atividades de outras comissões também são visibilizados, embora com menos frequência. Em artigo que analisa a cobertura sobre Senado nos editoriais dos mesmos jornais analisados aqui, Azevedo e Chaia (2008) também encontram menções ao trabalho nas comissões em editoriais de OESP.

Arnold (2004) argumenta que as comissões são o coração do processo legislativo, enquanto Anastasia e Nunes (2006) as veem como os ambientes apropriados para a promoção da interação institucionalizada e deliberativa entre representação e participação política. Se a ideia do periódico for influenciar no processo legislativo, abordar os assuntos de seu interesse quando ainda estão sendo discutidos em comissões é uma forma de pressionar os agentes políticos antes mesmo de as pautas serem levadas à votação no Plenário, o que tende a chamar mais atenção. É uma maneira, também, de influenciar nos rumos que serão adotados pela discussão, na medida em que a cobertura pode destacar certas perspectivas e alterar a forma pela qual os agentes políticos as encaram.

Acerca dos enquadramentos encontrados na cobertura, “Relações conflituosas entre governo e base e entre governo e Congresso de forma geral” é o mais recorrente nos dois periódicos, embora “Providências necessárias para a economia brasileira e medidas que devem ser tomadas” tenha a mesma quantidade de ocorrências em OESP.

O fato de tanto FSP como OESP terem mais editoriais abordando o Congresso Nacional a partir de suas relações com o Executivo indica o que entendem e, quase consequentemente, legitimam como política. O argumento recorrente no frame “Relações conflituosas entre governo e base e entre governo e Congresso de forma geral” é que a relação entre o governo e sua base aliada no Congresso é pautada por relações “fisiológicas”, na qual seria necessário que o Executivo concedesse as benesses exigidas pelos parlamentares para ver os projetos de seu interesse aprovados. Editoriais de janeiro de 2011, início da nova legislatura, já tratam de uma chamada crise entre a Presidência e o Congresso.

Ela se aprofundaria, pelos editoriais de OESP, à medida que a legislatura vai avançando e a articulação política de Dilma e do governo não se mostra eficaz. Um dos problemas seria que os congressistas da base aliada não teriam interesses ideológicos ou programáticos em comum com o governo e, como Dilma não negociaria com as mesmas habilidade e disposição com as quais Lula o fazia, os parlamentares aproveitam para tentar tirar o máximo de proveito, dificultando a tramitação dos projetos para obrigá-la a ceder. Em diversos momentos, as discordâncias entre governo e base e possíveis derrotas do primeiro são tratadas como chantagem

dos congressistas, com objetivo de aproveitar as necessidades do governo de ter as medidas aprovadas para garantir cargos e emendas.

No início da legislatura, é possível encontrar editoriais no qual OESP elogia a postura da Presidente de procurar não ceder ao “toma lá, dá cá”, nos quais o Congresso é caracterizado como uma instituição formada quase que por chantagistas. O crédito concedido à Dilma, todavia, vai se esvaindo ao longo do mandato. Com o passar do tempo, tanto o Congresso como a Presidente são caracterizados de forma crítica, participando de uma relação da qual poucos benefícios sairiam para a sociedade. FSP e OESP rechaçam as exigências dos parlamentares governistas, que sempre estariam procurando obter vantagens nas relações com o Congresso, avaliando que grande parte de suas demandas não são legítimas.

Algumas medidas defendidas pelos parlamentares e que até contam com simpatia por parte de OESP, a exemplo da instituição do orçamento impositivo, sofrem oposição devido aos interesses identificados pelo jornal na sua aprovação. Embora reconheça que, em tese, a ideia poderia conferir mais seriedade na utilização dos recursos públicos, o periódico opõe-se à aprovação da medida por causa dos parlamentares, que estariam apenas procurando garantir o pagamento de emendas, algo visto como mais prejudicial que o modelo vigente.

Vários editoriais tratam a aprovação de medidas de interesse do governo a partir de uma perspectiva de vitória ou derrota imposta pela base aliada, encarando a política como uma competição, com vencedores e perdedores, algo criticado pela literatura (FALLOWS, 1997; KOVACH; ROSENSTIEL, 2004). Para OESP, especialmente, no início do mandato, os parlamentares apoiam a pauta do governo em busca de terem as suas reivindicações atendidas. O apoio não é gratuito. Na verdade, os dois jornais tratam da importância de compensações para o suporte oferecido pela base ao governo, configurando a ideia de que o Congresso não trabalha sem ganhar benefícios em troca – e que o compromisso dos agentes políticos não é com a sociedade.

Os prejuízos causados pelas negociações entre base e governo não atingiriam somente o erário público. Medidas que OESP julga importantes, como o fim da política de incentivos fiscais e a reforma dos portos, poderiam não acontecer por causa da falta de acordo entre as duas partes. No caso da FSP, perigo significativo seria um desequilíbrio do Código Florestal. Ou seja, mesmo com uma larga base de apoio no Congresso, os projetos não andam satisfatoriamente e podem prejudicar o país, na visão dos periódicos. Tanto OESP quanto FSP questionam o tamanho real da base aliada ao governo, diante das dificuldades encontradas nas votações.

Embora, de modo geral, ambos os periódicos rechacem a barganha entre a base e o governo, a FSP parece julgar o expediente justificável e necessário para a aprovação da MP dos

Portos. Julga-se que a reprovação da medida traria mais prejuízos que o atendimento dos pleitos dos congressistas. Este é o único momento no qual os jornais aceitam as trocas entre governo e base – e estariam justificadas por ter como objetivo evitar um mal maior.

Apesar dos desentendimentos da base aliada com o governo, o Congresso é retratado de maneira submissa em relação ao Executivo, uma vez que os pleitos dos parlamentares sejam atendidos pelo governo. Quando isto acontece, os questionamentos às ações do governo são minimizados, algo que ficaria claro ao observar a facilidade de aprovar medidas provisórias, por exemplo – inclusive, ignorando as exigências constitucionais para a tramitação delas.

Para OESP e FSP, as propostas de criação de CPI ou a recusa de indicados por Dilma para assumir cargos na administração pública não são sinais de compromisso do Congresso com apuração dos maus-feitos ou preocupação com a competência dos gestores. São formas de pressionar o Executivo a atender suas demandas. Por este motivo, não consideram significantes as “crises” entre governo e Legislativo, pois avaliam que são disputas de poder entre partidos, passíveis de resolução com a liberação de cargos e de emendas.

Além disso, a Folha de S. Paulo crê que governo e parlamento ajustariam as relações pelo fato de precisarem um do outro para alcançarem o que cobiçam. A FSP considera que as rebeliões da base governista são de pouco interesse para a população, tornando-se enfadonhas. O periódico expressa, nesta ideia, o afastamento do Parlamento das reais demandas da sociedade, considerando que a opinião pública se vê minimizada quando as negociações entre os agentes políticos se dão de maneira fisiológica.

A busca por benefícios é retratada também quando OESP critica a tentativa de oposicionistas aderirem ao governo, não sendo algo restrito aos partidos da base aliada. Os governos do Partido dos Trabalhadores, porém, teriam responsabilidade neste fato, ao montar uma extensa aliança.

Para OESP, nem mesmo medidas dedicadas a melhorar as contas públicas ou a economia do Brasil estariam a salvo das “irresponsabilidades” dos parlamentares. De acordo com a cobertura, portanto, os parlamentares usam até a votação de medidas de grande impacto para o país para negociar com o governo e tentar resguardar seus benefícios.

Outro frame recorrente nos editoriais dos dois jornais é “Providências necessárias para a economia brasileira e medidas que devem ser tomadas”. No caso de OESP, o enquadramento tem a mesma quantidade de ocorrências que o analisado acima, demonstrando a importância desse tipo de pauta para o periódico. Na FSP, é o segundo frame mais recorrente, o que também indica a prioridade conferida pelo jornal, embora com menos destaque que o oferecido pelo concorrente.

Em alguns destes editoriais, mencionam-se as dificuldades criadas pelo jogo político e pelo Congresso para a aprovação de medidas saneadoras dos gastos públicos. O apoio dos parlamentares às reduções de gastos seria condicionado ao fato de resguardarem seus interesses, como as emendas parlamentares. Caso isto não ocorresse, poderiam retirar tal suporte. Especialmente, em textos de OESP de 2011, o Congresso é retratado como ameaça aos esforços do governo para manter os gastos sob controle.

Os dois periódicos cobram o Congresso a aprovar o fim dos incentivos fiscais concedidos por alguns estados. Ambos acreditam que essa política cria distorções responsáveis por prejudicar a indústria brasileira, defendendo que seja encerrada. O governo federal também é cobrado para resolver o problema, mas a maior parte da responsabilidade seria do Legislativo.

Em dois momentos, OESP sugere também a adoção da pauta da Confederação Nacional da Indústria (CNI) como norteadora das ações de Congresso e do governo. Se o Executivo e o Legislativo estão sob constante suspeição por parte da cobertura, o setor empresarial dispõe de crédito suficiente para o periódico cobrar que sua agenda seja observada pelos agentes políticos. Assim como no caso dos “Gastos públicos”, os compromissos do periódico podem ser responsáveis pela importância conferida à pauta da CNI, que contempla a da própria publicação,

Outline

Documentos relacionados