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KAHN DO BRASIL E PROJETO PARA CONSTRUÇÃO DA CLÍNICA BAUM, DE SANTA C ATARINA

7.3 V ERSÃO I NICIAL DO M ODELO

Propõe‐se aqui um modelo genérico de processo de projeto para viabilizar o co‐design  com  usuários  em  projetos  de  edifícios  de  assistência  à  saúde,  que  funciona  como  um  ‘passo  a  passo’ para orientar os arquitetos no envolvimento da equipe interna destes edifícios durante  as  fases  iniciais  do  processo  de  projeto  (figura  71).  Baseado  no  Gráfico  8  e  nos  focos  já  definidos,  o  modelo  aqui  proposto  se  restringe,  portanto,  às  fases  onde  o  co‐design  foi  indicado como nível adequado:   Análise de Tendências e Demandas;   Programa Operacional (Projeto dos Serviços);   Programa Físico;   Estudo de Viabilidade (EV)   Plano Diretor Físico;   Estudo Preliminar.    Figura 71. Modelo conceitual de processo de projeto com co‐design. Fonte: Elaborado pela  autora. 

O  modelo  conta  também  com  a  descrição  do  processo  de  seleção  dos  representantes  dos  usuários  que  participarão  das  oficinas  de  co‐design,  indicando  as  questões  que  devem  ser  consideradas  pela  coordenação.  Descreve  como  os  usuários  deverão  ser  preparados  para  o  processo,  apresentando  os  pontos  que  devem  ser  esclarecidos  antes  de  seu  início,  para  aumentar a efetividade do mesmo. Apresenta ainda uma estrutura para orientar as oficinas e  as  revisões  de  fases,  indicando  quais  devem  ser  as  entradas,  os  métodos  e  instrumentos  utilizados,  e  as  saídas  esperadas,  no  caso  das  oficinas,  e  os  subprodutos  para  análise,  os  critérios de passagem e o conteúdo dos relatórios de revisão, no caso das revisões de fase.   7.3.1 Seleção de Representantes dos Usuários  FUNDAMENTAÇÃO  Revisão bibliográfica  Seção 4.2.3  Pesquisa Empírica  Seções 5.1.3, 6.1.4 e 6.1.5   

Nesta  fase,  deverão  ser  selecionados  representantes  dos  usuários  para  participarem  das  oficinas  de  co‐design.  Deve‐se  considerar  que  as  diversas  categorias  de  usuários  da  organização prestadora de serviços deverão ser representadas, no entanto, deve‐se também  balizar  que  um  grande  número  de  representantes  dificulta  a  realização  das  oficinas  por  aumentar  a  necessidade  de  coordenação  do  projeto.  Apurou‐se,  no  EC‐1,  que  o  número  de  representantes geralmente selecionados por aquela empresa é, no máximo, cinco. 

Dada  a  diversidade  de  foco  das  oficinas  de  cada  fase,  é  recomendado  que  os  representantes  dos  usuários  sejam  escolhidos  considerando  suas  habilidades  específicas  em  relação a estes diferentes focos. Isto significa que, para cada fase, diferentes representantes  podem ser escolhidos. 

Os representantes dos usuários serão encarregados tanto por levantar informações  junto aos usuários que representam, para discuti‐las nas oficinas, como por tomar decisões em  nome  deles.  Após  as  oficinas,  são  encarregados  de  transmitir  as  decisões  para  os  representados. 

É importante ressaltar o papel destes representantes como co‐projetistas durante as  oficinas, por meio de ferramentas fornecidas pela coordenação do processo de projeto. Caso  contrário, esta participação pode ter pouca influência, como apontado por Cotton et al.(1988),  que  classifica  a  participação  por  representantes  como  formal,  mas  com  média  ou  baixa  influência nos resultados, pois o poder dos representantes tende a variar desde um voto na  diretoria a até mesmo apenas dar conselhos. 

7.3.2 Preparação dos Usuários 

FUNDAMENTAÇÃO 

Revisão bibliográfica  Seção 4.2.2 

Pesquisa Empírica  Seções 6.1.4 e 6.1.5 

 

A  preparação  dos  usuários  é  importante  para  o  sucesso  no  envolvimento,  pois,  juntamente  com  o  uso  de  ferramentas  que  viabilizem  a  comunicação  entre  usuários  e  profissionais  de  projeto, faz com que estes usuários entendam o processo e possam participar efetivamente do  mesmo.  Caso  contrário,  a  abordagem  pode  não  gerar  benefícios  ou,  segundo  Malard  et  al.,(2002), servir apenas como meio para dar legitimidade às decisões dos arquitetos.  Propõe‐se neste modelo genérico que esta fase seja composta por reuniões com os  usuários e material de apoio para que os mesmos possam obter o entendimento necessário  sobre o processo de projeto que ocorrerá e o papel que cada um deverá desempenhar durante  o mesmo. Segundo Tzortzopouloset al. (2006), é necessário prover os usuários dos seguintes  conhecimentos:   Fases do projeto e da construção;   Atividades que irão desempenhar;   Tipos de decisões a serem tomadas em cada fase;   Consequências das alterações de projeto para o processo;   Nível de detalhes das informações que devem fornecer. 

Segundo  os  autores  mencionados,  o  bom  esclarecimento  dos  usuários  nestes  tópicos  pode  leva‐los  ao  alocamento  de  recursos  apropriados,  ao  fornecimento  de  apoio  e  informações  quando necessários e aos esforços demandados para o projeto. 

Além  disto,  muitas  vezes  os  usuários  se  acostumam  a  executar  o  serviço  numa  configuração não apropriada, e no novo projeto tendem a reproduzir esta configuração. Neste  sentido,  durante  a  preparação  dos  usuários,  é  necessário  estimulá‐los  a  pensar  em  como  o  novo  ambiente  facilitaria  seu  trabalho.  Os  profissionais  de  projeto  também  precisam  ter  as  normas  e  regulamentações  técnicas  em  vigor  como  orientadoras  das  configurações  dos  ambientes, e orientar os usuários sobre suas restrições. 

7.3.3 Oficinas de Co‐design  FUNDAMENTAÇÃO  Revisão bibliográfica  Seção 4.2.4  Pesquisa Empírica  Seções 6.1.4, 6.1.5 e 6.2.1  As oficinas precisam ser planejadas levando em consideração horários e locais que facilitem o  comparecimento dos usuários. O trabalho de Carayon e Smith (2000) destaca a necessidade de  mais  pesquisas  neste  campo  para  estudar  os  impactos  negativos  –  como,  por  exemplo,  aumento de pressão e jornada de trabalho – que podem ser gerados pelo envolvimento dos  usuários.  Neste  sentido,  no  projeto  relatado  em  Garde  e  van  der  Voort  (2012),  os  usuários  participaram durante seus expedientes para não aumentar suas cargas horárias. 

No modelo aqui desenvolvido, são previstas Oficinas nas seis fases onde o co‐design  foi proposto como nível  de envolvimento adequado. O quadro 35 apresenta  estas fases e a  descrição das entradas, instrumentos e subprodutos de cada oficina. 

Quadro 35. Descrição das Oficinas de Co‐design – Versão inicial. Fonte: Elaborado pela  autora. 

OFICINA  ENTRADAS  MÉTODOS/INSTRUMENT