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Esclarecimento e adesão volitiva à pesquisa: um diálogo com os alunos e com os

2.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA A

2.4.1 Esclarecimento e adesão volitiva à pesquisa: um diálogo com os alunos e com os

Nessa investigação, a opção pelos alunos do ¨6º ano “A” deveu-se ao interesse e aceitação manifestados. Para isso, procedemos da seguinte maneira: conversamos com todas as turmas, apresentamos a proposta de elaborar uma pesquisa para verificar como os alunos desenvolvem a aprendizagem da escrita na sala de aula. Deixamos claro que a professora seria a pesquisadora e os alunos, os colaboradores dessa pesquisa. Conversamos, em particular, com a turma “A” e eles foram quase unânimes em aceitar. Explicamos que a pesquisa se realizaria na própria sala de aula, portanto eles não precisariam se deslocar, ter gastos ou realizar ações sem estar no espaço-tempo sala de aula ou da escola. Acrescentamos, ainda, que teríamos na biblioteca da escola, um encontro para formalizar essa participação.

Por essa razão, no dia 12 de julho de 2012, procedemos ao primeiro encontro, com os alunos sobre a pesquisa. Esse encontro tinha como objetivo provocar a sensibilização para efetivação da adesão dos alunos, além de prestar esclarecimentos sobre o trabalho de pesquisa que seria realizado junto a eles.

Procedemos à descrição do projeto, salientando que ele estava inserido na linha de pesquisa “Práticas Pedagógicas e Currículos”, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRN. Adiantamos que queríamos investigar se, por meio da colaboração, poderíamos aprender melhor a escrever e a criar textos do gênero poema, já que estávamos estudando esse assunto. Explicitamos que todos seriam beneficiados com novos aprendizados e que através da colaboração e do diálogo, tentaríamos resolver algumas implicações que, possivelmente, surgiriam no percurso.

Passamos, pois, a informar que os procedimentos que seriam adotados, junto a eles, para levar a efeito a pesquisa.

a) Uma entrevista semiestruturada para a coleta de dados sobre os alunos.

b) Encontros com os alunos e com os pais para consentimento e assinatura do termo de adesão voluntária à Pesquisa Colaborativa e autorização (dos pais) para o uso na pesquisa dos dados obtidos nas entrevistas, estudos e oficinas, acesso às fotografias e gravação de vozes dos participantes, sem, contudo, violar a confidencialidade necessária.

c) Sondagem dos conhecimentos prévios dos participantes em relação aos estudos de linguagem, texto, gênero textual, poema, poesia.

d) Aplicação de uma metodologia da elaboração conceitual nos estudos.

e) Efetivação do estágio exploratório: a definição do campo e dos partícipes; construção coletiva da pesquisa por meio da colaboração e reflexão de situações de aprendizagem do gênero poético, mediado por uma prática pedagógica que viabilizasse a construção da habilidade escrita na sala de aula.

f) Sessões reflexivas: momentos de reflexão envolvendo as ações de descrever, informar, confrontar, reconstruir o aprendizado.

Quanto às proposições realizadas no início da pesquisa, esclarecemos que, em relação à entrevista, preferimos denominá-la de “meu perfil” e “sondagem dos aspectos socioafetivos e culturais”.

O estágio exploratório efetivou-se nas aulas de Língua Portuguesa com as oficinas pedagógicas, denominadas de “Oficinas de Poemas”. Nas sessões reflexivas, destacamos, para essa pesquisa, apenas duas: a primeira sobre o fazer poético e a segunda sobre colaboração. Salientamos que o saber ouvir, o saber esperar e a vez de falar fazem parte dos procedimentos atitudinais dos partícipes.

Prestadas todas as informações e esclarecimentos, voltamos a questionar se eles estariam dispostos, de fato, dispostos a colaborar. Eles, novamente, disseram que sim. Explicamos que teríamos que pedir consentimento aos pais, já que eles eram crianças e que a participação deles estaria vinculada a esse pedido. Não bastava só eles quererem, os pais teriam que aceitar também. Pedi que conversassem em casa e que no dia da reunião estivessem pais e filhos presentes. Depois, abrimos espaço para se tirar dúvidas. Uma das dúvidas era que se alguém não quisesse participar da pesquisa, como ficaria? Explicamos que apenas os nomes deles não seriam citados na pesquisa nem o que eles realizariam em particular. Contudo, no dia-a-dia da sala de aula, eles estariam envolvidos e desenvolvendo as ações, pois essas ações já fazem parte do programa de estudo do 6º ano e que todos os alunos estavam incluídos. Nesse sentido, manifestamos, como professora/pesquisadora, o desejo de que todos os pais permitissem a participação deles.

Em seguida, passamos a discutir como seriam os demais encontros para a pesquisa. Comentamos o que aconteceria na sala de aula no horário da aula de Língua Portuguesa. Dissemos ainda que algumas aulas seriam gravadas para a pesquisa. Combinamos em fazer uso de duas aulas de 50 minutos, cada. Caso houvesse necessidade usaríamos uma terceira aula. As demais, serviriam para outras ações do plano curricular. Informamos ainda que

iríamos realizar a reunião com os pais, a ser agendada pela equipe gestora da escola para a assinatura do termo de compromisso. Assim, finalizamos esse encontro, visto que o toque sinalizava o término da aula.

No dia 8 de agosto de 2012, realizamos o encontro com os pais dos alunos que teve dois objetivos: o primeiro para discutir junto aos pais o processo de aprendizagem dos alunos relativos ao primeiro semestre letivo; o segundo, para a professora/pesquisadora provocar a sensibilização para a adesão dos pais à pesquisa, permitindo que os filhos (alunos do 6º ano “A”) participassem da investigação. Do total de pais dos alunos, somente quatro deixaram de participar.

Nesse encontro, apresentamos o objetivo da pesquisa, explicamos que a colaboração seria muito importante nesse trabalho, esclarecemos a importância do trabalho para a escola, para os alunos, explicamos sobre a participação voluntária e de como iríamos proceder nas aulas, dizendo que a pesquisa iria ser a partir das situações de aprendizagem desenvolvidas em sala de aula, no horário da disciplina de Língua Portuguesa, pois o que seria pesquisado faz parte do currículo do aluno.

Falamos acerca dos procedimentos da pesquisa e garantimos o sigilo dos dados fornecidos, a não ser que fossem requeridos por lei ou pela autorização dos pais. Dissemos, ainda, que almejávamos que os resultados da pesquisa trouxessem benefícios para os alunos, para a escola pública e para as práticas dos professores e que pudessem ajudar na investigação científica, contribuindo, assim, para uma educação de qualidade.

Afirmamos que essa pesquisa não trará nenhum risco aos alunos participantes, ao contrário, apenas benefícios. Esclarecemos, ainda, que não haveria nenhum ônus para os pais e para os alunos. Em seguida, lemos os documentos e pedimos que, quem quisesse assinar, naquele momento, poderia, mas se quisesse levar para casa, devolveria, por meio do aluno, no outro dia. Explicamos ainda que, se os responsáveis, em determinado momento, não quisessem mais que seus filhos participassem da pesquisa não haveria qualquer tipo de constrangimento. Não obstante, afirmamos que, certamente, os alunos iriam se envolver tanto com o projeto a ponto de não desistir.

Como resultado, todos os pais demonstraram apoio ao nosso trabalho e consentiram a participação dos alunos, o uso na pesquisa dos dados obtidos nas entrevistas, estudos e oficinas, acesso às fotografias e gravação de vozes. Em seguida, alguns assinaram os termos, outros preferiram levar para casa, ler e devolver no outro dia quando seus filhos viessem para a aula.