REFLETINDO SOBRE A COLABORAÇÃO DOS PARTÍCIPES

Na condição de professora, iniciamos a sessão com algumas explicações e orientações destinadas aos partícipes sobre a sessão reflexiva, conforme o extrait abaixo.

Ge Ma: Eu pensei que estava gravando. Boa tarde a todos. Alunos: Boa tarde.

Ge Ma: Nós vamos iniciar nossa sessão reflexiva hoje com o aluno Adri Ra, que vai vai descrever, né? Descrever como foram as aulas que nós estudamos sobre o tema colaboração. Pode começar. E aí... viu, gente? Que nós vamos fazer? Nós vamos colaborar escutando o colega, não conversando, né? Nós vamos colaborar depois, no final, dizendo o que é que a gente mais gostou do que o colega disse e nós vamos dizer como foi que nós colaboramos com esse colega, tá bom? Alguma pergunta? [...]

(Extrait da sessão reflexiva sobre Colaboração, realizada no dia 13 dezembro de 2012).

Objetivamos, nessa análise, identificar as interações desenvolvidas na sala de aula conforme as categorias elencadas sobre colaboração. Começamos atuando com a colaboração crítico-reflexiva ao criarmos condições para que todos interagissem e se engajassem no diálogo ouvindo e sendo ouvidos, pesquisando, opinando, fazendo tarefas e se envolvendo nas ações.

Ao passarmos para a ação de descrever, verificamos que os alunos fizeram suas narrativas obedecendo às questões elaboradas pela professora que constam de nossos

apêndices. Salientamos que os alunos tiveram algum tempo, nas aulas anteriores, para construir seus textos, praticando o desenvolvimento de suas habilidades escritoras.

Apresentamos, a seguir, apenas um recorte de algumas das narrativas feitas pelos alunos sobre o processo de colaboração e reflexão de suas ações em sala de aula, com a intervenção da professora.

Ação de descrever de Adri Ra: Nós fizemos na sala de aula, nos comunicamos, discutimos, a aula foi feita na sala de vídeo. O tema da aula foi cooperar e colaborar. O tema quem escolheu foi a professora Ge Ma. A apresentação desse conteúdo foi bem legal. Para desenvolver o tema a professora deu imagens para nós descobrirmos. Com as atividades foram desenvolvidas: a professora mandou muitas atividades. O trabalho foi em grupo, nós lemos uns textos e a leitura foi muito tranquila. As questões foram do um ao seis. Os participantes do meu grupo bagunçaram durante a tarefa, a galera... mas eles participaram.

Colaborar é trabalhar, produzir, desenvolver atividades, tendo em vista determinados fins.

(Extrait da sessão reflexiva sobre Colaboração, realizada no dia 13 dezembro de 2012).

As ações de descrever de Adri Ra, demonstram ter havido interação, entre os colegas (com exceção de um) como relata no extrait acima, pois chegaram a realizar a leitura de forma tranquila e que, mesmo não havendo um comportamento exemplar de ambos, ocorreu interação durante a aula com contributos da professora partícipe. No entanto, a ausência de negociação e compartilhamento de sentidos e significados do colega citado no extrait, indicam uma colaboração acrítica. O aluno estava lá, fez as tarefas, mas não colaborou nas atitudes.

Em relação a Adri Ra, sua descrição evidencia que sua participação foi de forma crítico-reflexiva, pois teve coragem de falar do comportamento do colega. Ele conduz a uma reflexão sobre esse agir e sobre o processo de ensinar de sua professora e de aprender de seus colegas.

Ação de descrever de Hig Ra:

Hig Ra: Oi, meu nome é Hig Ra. Sou aluno do sexto A. Eu fiz um texto e agora vou ler. Ge Ma: Bem alto.

Rig Ra: Uhum. A gente fez aulas para aprender o que é colaborar e foi realizado na sala de aula de aula de vídeo e na sala de biblioteca. O tema da aula foi colaboração, quem escolheu foi a nossa professora... foi a nossa professora. Foi trabalhado primeiramente pela professora. Explicou detalhadamente uma figura para dizer o que ela significava. A gente disse várias sugestões, mas nenhuma delas foi suficiente para o que ela queria. O que ela queria era uma palavra chamada colaboração. Eu recebi esse tema achando muito legal, competindo pra ver quem dizia a palavra que a professora tinha na mente que era a palavra colaboração. As atividades foram desenvol...

desenvolvidas pelo texto e pela dedicação dos alunos. Foi muito tranquila, só que o meu amigo (Al Gu) me interrompeu... eu não quero...

Ge Ma: Alguns? Hig Ra: Falar o nome.

Ge Ma: Tá certo. Não precisa não. ( Lendo para o aluno) A questão feita foi qual a diferença entre cooperar e colaborar. (12:12?) eles atuaram bem são... bem sabidos.

Hig Ra: Colaborar e trabalham em grupo com meus amigos e interajo muito bem. Aí acabei.

(Extrait da sessão reflexiva sobre Colaboração, realizada no dia 13 dezembro de 2012).

Na ação de descrever, Hig Ra nos diz que colaborar é trabalhar em grupo com seus colegas e que interage bem com eles. Complementa na ação de informar que houve muitas interações durante a aula. Na exposição do partícipe que, em alguns momentos, tem predominância do senso comum, afirma que seu amigo o atrapalhou um pouco, mas para não criar conflito, prefere não dizer o nome do colega. Nesse momento, Hig Ra demonstra uma postura acrítica, mas, nos outros momentos, compartilha e negocia significados e sentidos, tem conduta emancipatória porque participa, interage, dá opinião, se envolve e sente prazer pelo que faz. Dessa forma, percebemos que a sua colaboração é crítíco-reflexiva na maior parte do tempo.

Ação de descrever de Ma Clem: Na sala de aula nós discutimos o assunto de colaboração. Nós

demos nossa opinião, pesquisamos sobre o conceito e identificamos onde há colaboração. Na biblioteca nós fizemos uma atividade em grupo sobre colaboração e cooperação e hoje, na sala de vídeo, discutimos a diferença entre colaboração e cooperação e outra atividades. O tema da aula foi a colaboração e a cooperação. Esse tema foi trabalhado primeiro através das imagens que a professora deu... deu, através de textos e exercícios que a professora distribuiu. A apresentação foi feita quando a professora distribuiu imagens para nós e disse para nós descobrirmos o que elas representavam, assim no final, ela disse que a palavra era colaboração. As atividades foram feitas da seguinte forma. Primeiro as imagens, depois um texto sobre colaboração. Logo após, fomos à biblioteca onde fizemos uma atividade a respeito de cooperação e colaboração e hoje essa atividade. Uns trabalhos foram individuais, outros em duplas e outros em grupo. Nós lemos muitos textos sobre colaboração e cooperação. A leitura foi muito tranquila porque os alunos gostaram do assunto colaboração e assim quiseram se envolver nele. As questões escolhidas foram o que é colaboração, o que é cooperação e qual a diferença entre as duas coisas. Nós discutimos o assunto dos textos muito bem, respondemos às questões e os participantes do meu grupo participaram da tarefa. Enfim, cheguei à conclusão que colaborar é ajudar o outro em um trabalho de equipe, dividir seus conhecimentos e passar informações para todos, é uma forma legal de participar e se comunicar.

Na narrativa de Ma Clem, identificamos, de forma detalhada, que foi praticada uma colaboração critico-reflexivo entre os partícipes. Isto porque os alunos discutiram, opinaram, estudaram, pesquisaram, realizaram tarefas individuais e grupais sobre o que colaboração. E muito mais, puderam compartilhar e negociar sentidos e significados, implementaram condutas emancipatórias, tornando os alunos partícipes problematizadores de suas ações. Detalha o envolvimento da turma e, pela sua narração indica que houve condições para que todos interagissem. Dessa forma, evidenciamos a presença da colaboração crítico-reflexiva tanto na turma como na postura de Ma Clem.

A seguir, apresentamos a ação de informar de Adri Ra, Hig Ra e Ma Clem. Aqui, elencaremos, de modo geral, as ações dos alunos.

Adri Ra:[...]. O estudo foi realizado mais ou menos umas quatro ou cinco aulas o tempo foi

suficiente, foram dois dias, é claro, que deu atividades que foram realizadas durante a aula eu não me lembro. A postura da professora foi muito boa. Os professores da biblioteca não participaram. A postura dos alunos não foram boas. Um. Eu não lembro se a professora trouxe o texto para nós. Eu não sei, eu acho que houve interação durante a aula. Quem não interagiu foi... o nome que eu não falei aqui...

Hig Ra: Eu informo aqui... o foco foi estudar e colaborar, o ponto principal foi mostrar o que é

colaborar e o que é cooperar. Este estudo foi realizado em quatro vezes nas aulas. O tempo foi muito eficiente porque deu para a gente aprender e responder muitas coisas. Foram realizadas as atividades de declarar as figuras, de ler os textos, falar as perguntas e de... e fazer tarefa. A postura da professora foi ideal para nosso aprendizado. A postura do professor da biblioteca... se eu fosse professor... da bibli... os professores da biblioteca foi muito boa, mas ele nem se envolveu na nossa tarefa. (As posturas dos alunos) foram muito boa, eles se destacaram muito nas tarefas, enfim, ótimo. Eu não li nenhum texto, depois que a professora me ensinou foi o que é colaborar e cooperar, só que eu não lembro... o autor, mas eu falei o autor, do texto. Foi a professora que trouxe o texto para nós. Ele foi trabalhado pela informação e a explicação. Houve muitas interações durante essa aula, foi as aulas... os professores... só uns três alunos que não se interagiu. Só três alunos que não... não interagiu.

Ma Clem: Já foi. Agora é a ação de informar. O foco, o ponto principal do trabalho foi a turma

aprender sobre colaboração. Foi a turma colaborar melhor, para que quando fossem ajudar alguém saber se estavam colaborando ou cooperando. Esse estudo foi realizado em quatro aulas. Na minha opinião o tempo foi suficiente porque deu pra discutir direitinho tudo. Deu para fazermos as atividades e para chegarmos à conclusão que ainda não foi totalmente elaborada porque infelizmente alguns alunos se comportaram mal. Mas com certeza nós vamos conseguir sim completar a elaboração deste trabalho. A postura da professora foi bem firme durante essas aulas, graças a essa postura, os alunos já estão conseguindo fazer esse trabalho direito. Achei muito bom o comportamento da professora. Na sala de aula... eu já disse? Não... na aula da biblioteca os professores responsáveis por ela tentaram não se envolver... tentaram se envolver muito pouco. Mas eu acho que foi para não atrapalhar nossos estudos sobre colaboração. Os alunos muitas vezes não colaboraram, mas acho que não estavam menosprezando o trabalho porque muitas vezes também

eles colaboraram, então foi um estudo bem equilibrado. Nós lemos textos sobre o assunto muito interessantes como o de autoria de Ivana Ibiapina, isto foi muito legal porque a leitura ajuda muito a compreender esse assunto. Quem trouxe os textos para a gente foi a professora Ge Ma, além dela ter trazido aqueles textos ela também trouxe algumas atividades sobre o assunto. Houve muitas interações nessas aulas, alunos, como Jo Gu, não interagiram, mas alunos como Adri Ma interagiram muito bem na aula dando opiniões e prestando atenção.

(Extrait da sessão reflexiva sobre Colaboração, realizada no dia 13 dezembro de 2012).

Os alunos, ao informarem os passos das atividades realizadas, reafirmam a postura colaborativa da maioria dos colegas e a presença do papel mediador da professora. Nessas falas, identificamos que foram dadas condições para que sentidos fossem negociados e significados compartilhados, dando oportunidade ao direito de expressão, de concordância ou discordância de ideias na sala de aula.

Ma Clem destaca a postura firme da professora para que as tarefas se efetivem; o aluno não a vê com discurso autoritário, mas ao contrário, como possibilidade de que todos conseguiram implementar atitudes emancipatórias e, assim, progredir no processo de aprendizagem. Todos os alunos destacam, de modo crítico, a postura dos responsáveis pela biblioteca.

Por fim, percebemos, na ação de informar dos referidos alunos, que a colaboração de seus colegas, da professora e deles próprios se desenvolvem de modo crítico-reflexivo e suas reflexões transitam na categoria da reflexão prática e reflexão crítica, pois relatam os fatos ocorridos na sala de aula, baseadas em suas experiências, mas também identificamos processos de transformação tanto no comportamento como na aprendizagem de conhecimentos do processo colaborativo na sala de aula.

Ação de confrontar de Adri Ra: Ge Ma: Ao confrontar esse estudo... esse estudo... só pouca coisa,

você não precisa dizer tudo não, tá? Ao confrontar esse estudo, né? Eu gostaria de saber agora o que... o que você vai... você entendeu dessas ações. Pra que elas servem e se esse estudo é válido ou não. Fala alguma coisa sobre ... sobre isso.

Adri Ra: Já o assunto contribuiu para que eu possa praticar. A relação entre conhecimento foi muito boa e colaboração pode ajudar como aluno.Eu observei o mundo e percebi que não... houve muito atos de colaboração...

Ge Ma: Há pouca colaboração.

Adri Ra.: Depois do estudo, minha visão não mudou. A importância de estudar o assunto é praticar ele.

Ge Ma: É praticar ele. Então você acha que você tá... quando você confrontou esse aprendizado com o seu comportamento você acha que não mudou muito?

Ge Ma: Por quê?

Adri Ra.: Eu tô pouco comportado.

Ge Ma: Você continua bagunçando, né? Então, é bom pensar um pouquinho nisso, tá certo?

Ação de confrontar de Hig Ra: Ge Ma: Não interagiu. A ação agora de... de confrontar isso que...

essas aulas com alguns conhecimentos que você já tinha antes. O que é que você me diz? Hig Ra: Eu digo...

Ge Ma: Se ela vai contribuir ou não pra sua vida.

Rig Ra: Ela vai contribuir bastante para a gente, praticar a colaboração. Em relação a esses... Colaboraram. Existe colaboração na sala de aula, obedecendo ao professor, fazendo as tarefa de casa. A (colaboração) ela ajudou a desenvolver a identidade do aluno, como fazer a tarefa, não jogar lixo na escola, porque faz as pessoas se... interagir. Eu percebo sim que existe colaboração, porque eles trabalham juntos, não jogam lixo na rua... (A minha visão de ser pessoa) sim, foi muito melhorado foi entender o que é colaborar e cooperar, isso me fez perceber o que é trabalhar em equipe, me fez saber... ajudar um ao outro.

Ge Ma: Lu Vi!..

Hig Ra: (Em relação à sala de aula) Muito melhor. Porque um lugar que a gente tem que ter carinho e ajudar um ao outro.

Ge Ma: Aonde? Na escola? Rig Ra: Na escola. Aí...

Ação de Confrontar de Ma Clem: Agora é a ação de confrontar. Esse assunto vai contribuir muito

para a gente, pois nós saberemos como agir colaborando com os amigos, com os pais, com os alunos e principalmente com os professores. Existe sim colaboração na escola, porque muitas vezes os alunos se tocam e veem que colaborar ajuda muito as pessoas a se comunicarem melhor, porque prestando atenção você está se comunicando. Então existe sim, principalmente na sala de aula. A colaboração pode ajudar no desenvolvimento da identidade do aluno porque colaborando ele vai aprender muito mais e vai ter uma consciência bem melhor com as pessoas... convivência bem melhor com as pessoas. Sim, existe colaboração porque as pessoas a toda hora querem viver em um mundo melhor e colaborando eles terão esse mundo. Hum... Aqui. Sim, foi melhorada várias qualidades minhas porque entendi melhor a importância do ato de colaborar, a importância que os alunos colaborem mais do que estão colaborando.

(Extrait da sessão reflexiva sobre Colaboração, realizada no dia 13 dezembro de 2012).

Na ação de confrontar dos partícipes, na perspectiva de que ocorresse a interação entre os partícipes viabilizando a expressão de ideias, possibilitamos a esse aluno melhor compreender o que iria dizer nessa ação. Nesse sentido, Hig Ra nos falou que as aulas contribuíram para praticar a colaboração e que esta a ajudou a desenvolver a sua identidade de aluno como a fazer tarefa escolar e não jogar lixo na escola.

Acrescentou,ainda, que sua visão de ser pessoa foi melhorada, pois, ao entender o que é colaborar e cooperar, isso lhe fez perceber o que é trabalhar em equipe, ajudar um ao outro. Nessa ação de confrontar, iniciamos o diálogo na perspectiva da colaboração crítica, possibilitando ao aluno expressar e compartilhar suas ideias. Adri Ra disse-nos que o assunto

estudado contribuiu para que ele o praticasse e que observou o mundo e percebeu que não houve muitos atos de colaboração.

Nessa ocasião, em vez de concordarmos com o aluno, poderíamos ter lhe dirigido uma pergunta que lhe possibilitasse refletir mais acerca da sua ideia, como por exemplo: O que você observou que lhe fez chegar a essa conclusão, de que não houve colaboração? Como não atuamos assim, nesse momento a nossa colaboração foi acrítica.

Na continuidade, Adri Ra nos falou que sua visão não mudou, todavia revelou a importância de estudar o assunto no sentido de praticá-lo e que, ainda, estava pouco comportado. Tais expressões nos demonstram estar havendo uma aprendizagem e uma discreta mudança de comportamento desse partícipe.

No diálogo que se segue, ele retoma a expressão afirmando que mudou no que se refere ao comportamento. Nesse sentido, verificamos a contribuição da colaboração crítico- reflexiva favorecida pelos pares. Hig Ra e Ma Clem, também nos disseram que colaboraram no processo de reflexão, prestando atenção.

A ação de reconstruir é realizada no diálogo com a professora. Passemos a ação de reconstruir.

Ação de reconstruir de Adri Ra: Ge Ma:Se você tivesse que refazer alguma coisa desse estudo, o

que você mudaria? Adri Ra: Quase nada. Ge Ma: Por quê?

Adri Ra: Porque eu tenho preguiça.

Ge Ma: Então você acha que... que não valeu a pena?... Então a gente perdeu tempo porque não mudou nada em você. E na sala você acha que mudou?

Adri Ra: Mudou. Ge Ma: O quê?

Adri Ra: Comportamento.

Ge Ma: É... ao reconstruir essas ideias o que é que você diz. Se essas aulas... elas poderiam ser melhores, se vocês poderia participar melhor, se seus colegas podiam participar melhor, né? O quê que você me diz sobre... ao reconstruir essas ideias de que forma a gente pode melhorar isso?

Rig Ha: É... pra ser melhor... pra ser melhor, né? Professora. É só os alunos não bagunçarem e nem atrapalhar a aula. E se eu fosse o professor eu colocava os que davam mais trabalho na sala de aula para Eli. Eu apren...

Ge Ma: Eli é a coordenadora. Aluno: Não diga.

Hig Ra: É. Eu apresentaria a aula do jeito que a senhora apresenta, sorridente, divertida e rígida. A gente adotaria um comportamento de aprender, ter mais atenção, porque a gente tem que... se... comportar. Eu daria uma dica de... de... comportar... de se comportar: ficar atento às aulas e ler mais o que é colaboração.

Ação de reconstruir de Ma Clem: A ação de reconstruir. Se eu fosse a professora eu passava alguns

vídeos mostrando pessoas colaborando no seu dia a dia. Ge Ma: Boa ideia.

Ma Clem: Colaborando mais e prestando mais atenção, porque ficaria mais fácil para a professora que ia tratar... aqui... que dica vocês dariam para aquele aluno que não aproveitou bem esse estudo? Que ele tratasse de estudar esse assunto porque ele é muito importante.

(Extrait da sessão reflexiva sobre Colaboração, realizada no dia 13 dezembro de 2012).

Na ação de reconstruir, esses partícipes reconhecem como procedente a colaboração da professora/partícipe e se percebem em processo de aprendizagem ao sugerir a adoção de um comportamento de aprender no sentido de dar mais atenção às aulas e ler mais sobre o que é colaboração.

Adri Ra demonstra uma atitude de início desinteressada das situações de aprendizagem, mas depois reconhece que seu comportamento mudou. Esse reconhecimento sugere o desenvolvimento do ponto de vista sobre si próprio é de forma crítica reflexiva.

Hig Ra critica, severamente, o mau comportamento, sugere à professora que deixe a coordenadora da escola intervir quando os alunos não estiverem se comportando adequadamente. Mas acha que a aula de sua professora está adequada (sorridente, divertida e rígida) e os alunos adotariam comportamentos comprometidos com a aprendizagem. Ma Clem sugere à sua professora novas estratégias para dar aula, e propõe aos colegas que busquem a aprendizagem, já que é importante.

Na sessão reflexiva sobre colaboração inferimos que há possibilidade de trabalhar com a colaboração e a reflexão em sala de aula. Essa atividade pensada, planejada, discutida e compartilhada mostra pelos próprios textos trabalhados nas sessões reflexivas, e ainda, pela capacidade de comunicação, expressão e discussão dos partícipes, que é possível desenvolver a escrita dos alunos de forma prazerosa, colaborativa e critica.