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Execução Orçamental da Administração Central

No documento Conta Geral do Estado 2018 (páginas 69-79)

III. S ITUAÇÃO F INANCEIRA DAS A DMINISTRAÇÕES P ÚBLICAS _______________________________________________ 40

III.2. Execução Orçamental das Administrações Públicas (Contabilidade Pública)

III.2.1. Execução Orçamental da Administração Central

Situação Financeira das Administrações Públicas

Conta Geral do Estado de 2018

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Em 2018, o défice da Administração Central e da Segurança Social foi inferior ao previsto no OE 2018 em 1752 milhões de euros. Para este resultado contribuiu essencialmente a melhor execução face ao previsto no subsetor Estado (1866 milhões de euros) e na Segurança Social (1048,6 milhões de euros). Os Serviços e Fundos Autónomos registaram um saldo inferior ao orçamentado em 1162,6 milhões de euros.

Quadro 25 — Conta consolidada da Administração Central e Segurança Social em 2018 (comparação com a estimativa subjacente ao Orçamento do Estado para 2018)

(milhões de euros)

Fonte: Administração Central: Direcção-Geral do Orçamento (SIGO-SCC e SIGO-SFA); Segurança Social: Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I.P.; Direção-Geral das Autarquias Locais; Região Autónoma dos Açores — Direção Regional do Orçamento e Tesouro, Região Autónoma da Madeira — Direção Regional do Orçamento e Tesouro; Instituto Nacional de Estatística

III.2.1.Execução Orçamental da Administração Central

Evolução financeira da Administração Central

A execução orçamental da Administração Central30 registou, em 2018, um défice orçamental de 4641,8 milhões de euros, na ótica da contabilidade pública, o que se traduziu numa melhoria de 291,6 milhões de euros face a 2017. A evolução registada resultou de um aumento da receita efetiva, em

30 A Administração Central integra os subsetores dos serviços integrados e dos serviços e fundos autónomos (SFA). No que diz respeito ao subsetor dos SFA, as seguintes entidades não procederam ao devido reporte de informação relativa à conta de gerência de 2018 no Sistema de Informação de Gestão Orçamental, tendo sido, para as mesmas, utilizado o último reporte realizado: Banif, S.A.; Caixanet — Telemática e Comunicações, S.A.; Centro Hospitalar de Leiria, E.P.E.; ES Tech Ventures, SGPS, S.A.; Fundação Carlos Lloyd Braga; Fundação Escola Portuguesa de Macau; GNB Concessões, SGPS, S.A.; Instituto Português do Sangue e da Transplantação, I.P.; Praça do Marquês — Serviços Auxiliares, S.A.; Quinta dos Cónegos — Sociedade Imobiliária, S.A.; Righthour, S.A.

Das entidades identificadas, as seguintes não realizaram igualmente qualquer reporte de execução orçamental no decurso do ano de 2018:

ES Tech Ventures, SGPS, S.A., Fundação Carlos Lloyd Braga, Fundação Escola Portuguesa de Macau, GNB Concessões, SGPS, S.A., Praça do Marquês — Serviços Auxiliares, S.A., Quinta dos Cónegos — Sociedade Imobiliária, S.A.; Righthour, S.A.

Acrescem ainda as entidades Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa e Fundação das Universidades Portuguesas, que foram extintas, e a entidade Laboratório da Paisagem de Guimarães — Associação para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável, que passou a integrar o subsetor das instituições sem fins lucrativos da Administração Local, as quais integraram o orçamento do Estado para 2018, não tendo efetuado qualquer reporte de execução orçamental no decurso do mesmo ano.

Estado Serviços e

Receita efetiva 46 919,7 32 521,7 60 983,1 28 095,7 78 534,6

Despesa efetiva 52 451,9 32 334,6 66 328,2 27 166,9 82 951,0

Saldo global -5 532,2 187,1 -5 345,2 928,7 -4 416,4

(em percentagem do PIB) -2,8% 0,1% -2,7% 0,5% -2,2%

(2) CGE 2018

Receita efetiva 47 907,1 31 496,7 60 848,5 27 275,5 78 017,9

Despesa efetiva 51 573,3 32 472,2 65 490,3 25 298,1 80 682,3

Saldo global -3 666,2 -975,5 -4 641,8 1 977,4 -2 664,4

(em percentagem do PIB) -1,8% -0,5% -2,3% 1,0% -1,3%

(3) = (2) - (1)

Receita efetiva 987,4 -1 025,0 -134,6 -820,2 -516,7

Despesa efetiva -878,6 137,6 -838,0 -1 868,8 -2 268,7

Saldo global 1 866,0 -1 162,6 703,4 1 048,6 1 752,0

(em percentagem do PIB) 1,0% -0,6% 0,4% 0,5% 0,9%

Situação Financeira das Administrações Públicas

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Conta Geral do Estado de 2018

2787,7 milhões de euros, superior ao crescimento da despesa efetiva — que se cifrou em 2496,1 milhões de euros.

O saldo primário foi excedentário em 3479,1 milhões de euros, 422,3 milhões de euros acima do verificado em 2017.

Quadro 26 — Evolução da situação financeira da Administração Central31

(milhões de euros)

Fonte: Direção-Geral do Orçamento Notas:

Valores consolidados no âmbito da Administração Central. A partir de 2017, para além dos fluxos correspondentes a transferências correntes e de capital, a operações respeitantes à venda de bens e serviços correntes e à aquisição de bens e serviços no âmbito do Programa Saúde e dos fluxos relacionados com operações relativas a rendimentos da propriedade e a juros suportados, passaram também a ser considerados para efeitos de consolidação os fluxos relativos a subsídios, ativos e passivos financeiros. Para efeitos de análise, os montantes da execução final de 2016 respeitantes a subsídios, ativos e passivos financeiros foram revistos em conformidade com os novos critérios (revisão condicionada pela existência de informação), diferindo, por esse motivo, dos valores publicados na Conta Geral do Estado de 2016.

As diferenças resultantes do exercício de consolidação, exceto as que respeitam à consolidação de fluxos relativos a ativos e passivos financeiros, estão imputadas à receita e despesa efetivas. No caso dos ativos e passivos financeiros, essas diferenças não são expurgadas dos agregados que as originam.

O detalhe relativo aos efeitos extraordinários pode ser consultado no Quadro 27 — «Impacto dos efeitos extraordinários no saldo global da Administração Central».

Não inclui o Fundo de Regularização da Dívida Pública (FRDP) na parte referente às operações da dívida pública no ano de 2016:

31 Os montantes de receita e despesa do Quadro 26 — «Evolução da situação financeira da Administração Central» encontram-se consolidados dos fluxos discriminados no anexo A43 — «Fluxos de operações no âmbito dos subsetores da Administração Central».

Variação

Homóloga (%) Contributo (em p.p.)

2016 2017 2018 2017 2018

Receita corrente 55 076,9 56 572,5 59 370,5 4,9 4,8 487,7 777,0

Receita de capital 1 278,7 1 488,3 1 478,0 -0,7 0,0 39,7 2,2

Despesa corrente 59 089,9 59 548,5 61 708,9 3,6 3,4 706,4 1 860,2

Despesa de capital 3 644,9 3 445,7 3 781,3 9,7 0,5 10,7 55,3

Receita Efetiva 56 355,6 58 060,8 60 848,5 4,8 527,4 779,2

Despesa Efetiva 62 734,8 62 994,2 65 490,3 4,0 717,1 1 915,5

Saldo global -6 379,2 -4 933,4 -4 641,8 -189,7 -1 136,3

Saldo primário 1 594,5 3 056,8 3 479,1

Por memória:

Despesa primária 54 761,1 55 004,0 57 369,4 4,3 3,8

Saldo corrente -4 013,0 -2 976,1 -2 338,5

Saldo de capital -2 366,2 -1 957,3 -2 303,3 Endividamento líquido 7 047,2 9 451,6 5 855,4 Ativos financeiros líquidos 109,3 3 721,9 603,9

Situação Financeira das Administrações Públicas

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Gráfico 14 — Contributo para a evolução do saldo da Administração Central entre 2017 e 2018 (pontos percentuais)

Fonte: Direção-Geral do Orçamento

Durante 2017 e 2018 ocorreram operações extraordinárias com impacto na execução orçamental da receita e da despesa. Corrigido destes efeitos, o défice orçamental ascenderia a 3505,4 milhões de euros em 2018, o que representa uma melhoria de 1238,2 milhões de euros face a 2017.

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Receita corrente Receita de capital Despesa corrente Despesa de capital

contributo (em p.p.)

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Quadro 27 — Impacto dos efeitos extraordinários no saldo global da Administração Central (milhões de euros)

Fonte: Direção Geral do Orçamento

2017 2018

Receita corrente 487,7 777,0

Impostos diretos 40,2 232,6

IRC consignado ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social

(FEFSS) - 67,2

Contribuição extraordinária sobre o setor energético 40,2 165,4

Impostos indiretos 13,8 13,8

Contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica 13,8 13,8

Contribuições para Segurança Social, CGA e ADSE 0,5 0,0

Receita da contribuição extraordinária de solidariedade 0,5

-Rendimentos da propriedade 348,5 414,9

Juros CoCo bonds (capital contingente) 7,6 0,0

Dividendos Banco de Portugal 278,5 414,9

Contabilização pela PARPÚBLICA - Participações Públicas (SGPS), S.A. de

dividendos da Sociedade Portuguesa de Empreendimentos 62,5

-Outras receitas correntes 84,7 115,7

Restituições da contribuição financeira da União Europeia 84,7 115,7

Receita de capital 39,7 2,2

Venda de bens de investimento 23,7 0,0

Alienação de aeronaves F16 à República da Roménia 23,7

-Outras receitas capital 16,0 2,2

Concessão do Oceanário de Lisboa 2,0 2,2

Leilão licenças no âmbito da 4.ª Geração de comunicações móveis 14,0

-Receita Efetiva 527,4 779,2

Despesa corrente 706,4 1 860,2

Despesas com o pessoal 0,0 6,7

Despesa associada às indemnizações, apoios, prevenção e combate aos

incêndios florestais - 6,7

Aquisição de bens e serviços correntes 0,0 984,8

Regularização de dívidas vencidas a fornecedores por parte de entidades do Serviço Nacional de Saúde, com contrapartida em aumentos dos respetivos

capitais estatutários pelo Estado - 974,3

Despesa associada às indemnizações, apoios, prevenção e combate aos

incêndios florestais - 10,5

Juros e outros encargos 136,5 305,8

Pagamento extraordinário pela Metro do Porto, S.A. - acordo Estado / Banco

Santander Totta, S.A. sobre contratos swaps 136,5 36,3

Pagamento extraordinário pela Metropolitano de Lisboa, E.P.E. - acordo

Estado / Banco Santander Totta, S.A. sobre contratos swaps - 269,5

Transferências correntes 429,6 75,6

Transferência extraordinária do OE para Segurança Social 429,6 0,0

Despesa associada às indemnizações, apoios, prevenção e combate aos

incêndios florestais 75,6

Outras despesas correntes 140,3 487,2

Assunção de passivos e de responsabilidades - CARRIS 66,2 4,7

Assunção de passivos da Parpública, SGPS, S.A., pela Direção-Geral do Tesouro

e Finanças - 482,5

Distribuição de dividendos pela Sociedade Portuguesa de Empreendimentos 74,1

-Despesa de capital 10,7 55,3

Aquisição de bens de capital 0,0 49,6

Despesa associada às indemnizações, apoios, prevenção e combate aos

incêndios florestais - 49,6

Transferências de capital 10,7 5,8

Acordo União Europeia / Turquia - mecanismo de apoio aos refugiados 10,7 5,4 Despesa associada às indemnizações, apoios, prevenção e combate aos

incêndios florestais - 0,4

Despesa Efetiva 717,1 1 915,5

Impacto no Saldo Global -189,7 -1 136,3

Classificação económica

Efeitos extraordinários

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Execução orçamental da Administração Central face ao objetivo

As previsões de receita e despesa implícitas ao Orçamento do Estado para 2018 (aprovado pela Lei nº 114/2017, de 29 de dezembro) refletiam uma previsão para o saldo global da Administração Central para 2018 de -5345,2 milhões de euros, na ótica da Contabilidade Pública. O resultado da execução orçamental nesse ano consubstanciou um saldo final superior em 703,4 milhões de euros, em resultado da evolução da despesa (-838 milhões de euros, o equivalente a 1,3% da despesa efetiva, tendo aumentado 4% face a 2017), que mais do que compensou a quebra registada na receita face à previsão inicial (-134,6 milhões de euros, que representa cerca de 0,2% da receita efetiva).

Quadro 28 — Evolução da conta consolidada da Administração Central em 2018 (milhões de euros)

Fonte: Direção-Geral do Orçamento Notas:

i) O quadro evidencia valores de previsão de execução implícitos ao OE e a execução verificada.

ii) As dotações orçamentais de despesa evidenciadas excluem apenas a parte dos cativos (590 milhões de euros) incidentes sobre a despesa, nos termos da Lei, que foi considerada poupança de despesa para fixação dos objetivos para o saldo global. Assim, os respetivos montantes diferem dos mapas contabilísticos.

O desvio observado face à previsão definida no Orçamento do Estado para 2018, no que respeita à receita efetiva, é de 0,2% destacando-se as variações dos seguintes factos:

• Receita fiscal:

 Nos impostos diretos, em sede de IRS (+761,5 milhões de euros), salientou-se o contributo positivo do acréscimo registado pelas retenções na fonte da Categoria A (Rendimentos de Trabalho Dependente) e pelas notas de cobrança, ao passo que, no IRC (+695 milhões de euros), contribuíram de forma muito significativa o aumento dos pagamentos por conta e os pagamentos adicionais por conta;

 Nos impostos indiretos, a relevância vai essencialmente para o ISP (-267,8 milhões de euros), fruto, por um lado, do impacto causado pelo despacho do Governo de 27 de dezembro de 2018, que permitiu que pagamentos cujo prazo terminava em 31 de dezembro de 2018 se realizassem em 2 de janeiro de 2019, sem quaisquer encargos, e, por outro lado, pelo comportamento das introduções no consumo dos principais produtos (gasóleo e gasolina) que ficaram abaixo do previsto;

(1) (2) (2)-(1)

Receita efetiva 60 983,1 60 848,5 -134,6

Receita Corrente 58 543,9 59 370,5 826,5

Receita Fiscal 43 794,7 44 932,0 1 137,3

Contribuições para Segurança Social, CGA e ADSE 3 949,2 4 084,1 134,8

Receita não fiscal 10 800,0 10 354,4 -445,6

Receita Capital 2 439,1 1 478,0 -961,1

Despesa efetiva 66 328,2 65 490,3 -838,0

Despesa Corrente 61 583,6 61 708,9 125,3

Despesa de Capital 4 744,6 3 781,3 -963,3

Saldo Global -5 345,2 -4 641,8 703,4

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• O desvio positivo verificado nas contribuições para a Segurança Social, CGA e ADSE foi devido fundamentalmente à variação registada na CGA (+127,9 milhões de euros), quer porque a diminuição do número de subscritores, nomeadamente pela saída do pessoal do ativo para aposentação/reforma, foi inferior à prevista, o que, consequentemente, se traduziu numa maior receita com quotizações, quer pelo efeito da entrega de quotizações do próprio mês que se verificou no final do ano por parte das entidades, sendo de referir que existe a opção das entidades entregarem as quotizações até ao dia 15 do mês seguinte a que respeitam;

• No desvio negativo verificado na receita corrente não fiscal tiveram principal influência as seguintes ocorrências:

 IEFP (-173,8 milhões de euros, em transferências correntes nas AP e em outras receitas correntes), sendo que, no primeiro caso, justificou-se com o facto de, nos termos da legislação aplicável à execução do OSS, a arrecadação da receita própria ser efetuada por valores líquidos de cativação, e, no segundo caso, se verificou um decréscimo considerável nos subsídios arrecadados com origem no Programa Operacional Capital Humano (POCH) e no Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE);

 Capítulo 60 — Despesas Excecionais (-91,7 milhões de euros, em rendimentos da propriedade), essencialmente devido a apenas se ter contabilizado em 2019 a receção dos juros relativos ao empréstimo concedido ao Fundo de Resolução;

 Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (-90,1 milhões de euros, em venda de bens e serviços correntes), fundamentalmente pela não concretização da cobrança de alguns dos grandes clientes, cuja dívida foi orçamentada para o exercício de 2018;

 ESTAMO (-72,3 milhões de euros, em venda de bens e serviços correntes), especialmente pela não cobrança das quantias devidas por algumas entidades a título de rendas e compensações, bem como pelo facto de não se ter procedido ao início dos trabalhos de recenseamento, inventariação e regularização do património imobiliário público e à sua correspondente faturação à DGTF;

 CGA (-50,5 milhões de euros, em rendimentos da propriedade), por via da obtenção dum menor volume de mais valias, na sequência da venda de títulos da dívida pública, as quais variam consoante as condições de mercado (cotações e taxas de juro) verificadas em cada momento;

• Na variação negativa apurada na receita de capital sobressaem as seguintes justificações:

 ADC (-318,6 milhões de euros, em outras transferências de capital), devido a ter ficado manifestamente aquém do planeado a aprovação/execução de candidaturas aos fundos comunitários, embora não havendo nesta dimensão qualquer intervenção da ADC;

 IFAP (-121 milhões de euros, em outras transferências de capital), essencialmente pelo facto de os beneficiários no âmbito do PDR2020 terem optado por apresentar

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despesas de natureza corrente, em detrimento de despesas de capital, tendo também presente que o reembolso destas despesas é financiado com receitas de transferências provenientes da UE;

 Infraestruturas de Portugal (-102,6 milhões de euros, em outras transferências de capital), dada a baixa execução de despesa de investimento elegível para efeitos de apresentação de despesa no âmbito das candidaturas submetidas a fundos europeus;

 FCT (-65,2 milhões de euros, em outras transferências de capital), principalmente pelo facto de não se ter verificado a existência de cofinanciamento com verbas do FEDER em 2018, no âmbito do Emprego Científico (missões).

 OITANTE (-64,7 milhões de euros, em venda de bens de investimento), sendo de destacar que não foi atingido o montante do objetivo estabelecido referente a desinvestimento de ativos imobiliários (na sequência de contrato de prestação de serviços com uma entidade — Altamira — para as áreas da gestão de ativos imobiliários e de recuperação de crédito em incumprimento);

 SCML (-63,1 milhões de euros, em venda de bens de investimento), devido a não se ter procedido à alienação de património, conforme estava previsto no plano de investimentos para o ano de 2018.

Por sua vez, a despesa realizada aumentou 4% face a 2017, situando-se muito próximo do orçamentado, com uma diferença de apenas 1,3%:

• Despesas correntes (+ 125,3 milhões de euros), em resultado de comportamentos de sentido inverso, destacando-se:

 Desvios positivos

 Despesa das entidades integradas no Serviço Nacional de Saúde, sobretudo em aquisição de bens e serviços (+971,4 milhões de euros). Uma parte significativa deste efeito foi compensada pelo facto de, neste agrupamento de classificação económica de despesa, terem sido inscritas duas dotações centralizadas destinadas, designadamente, à regularização de passivos e aplicação de ativos (utilização de 79,2 milhões de euros de um total de 300 milhões de euros inscritos neste agrupamento) e à sustentabilidade do setor da Saúde (60,4 dos 84,9 milhões de euros inscritos no OE2018 utilizados neste agrupamento);

 Despesa dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário com pessoal (+402,8 milhões de euros), o aumento da retribuição mínima mensal garantida (de 557 euros para 580 euros) e do subsídio de refeição (de 4,27 euros para 4,77 euros), bem como os encargos com as progressões do pessoal docente e não docente (descongelamento das

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carreiras), com especial enfoque no reposicionamento dos docentes que ingressaram entre 2011 e 2017;

 Realocação de ativos financeiros para transferências do produto da receita da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético à rubrica do sobrecusto com a produção em regime especial renovável, a repercutir na tarifa de uso global do sistema em 2019, aplicável aos clientes finais e comercializadores, bem como a aplicação de receita adicional daquela Contribuição com a mesma finalidade, concretizada através de uma transferência para a REN — Redes Energéticas Nacionais, SGPS, S.A. pelo Fundo de Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético (+154 milhões de euros);

 Mitigação da dívida tarifária do Sistema Elétrico Nacional, bem como assegurar a compensação do sobrecusto da produção em regime especial a partir de fontes de energia renovável, com contrapartida em receitas adicionais geradas pelos leilões das licenças de emissão de gases com efeito de estufa na atmosfera pelo Fundo Ambiental (+76,8 milhões de euros).

 Desvios negativos

 Não realização da transferência de Portugal para a Grécia (-144 milhões de euros), pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças, na qualidade de entidade gestora da divisão 01 do capítulo 60 — «Despesas excecionais», considerando que o calendário das transferências a efetuar a favor da Grécia por Portugal apenas estabilizou em janeiro de 2019, pelo que não ocorreram quaisquer pagamentos em 2018;

 Menor despesa realizada pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional, I.P. (-89,1 milhões de euros), refletindo o impacto da diminuição sustentada do desemprego registado e a alteração das regras de financiamento aplicáveis às medidas de emprego (que passaram a ser mais seletivas, reguladas e a apresentar um período de execução superior); relativa aos apoios a entidades externas, no âmbito da execução das medidas de política pública de apoio ao emprego.

• Despesas de capital (-963,3 milhões de euros), com desvios dispersos por um conjunto vasto de entidades, destacando-se:

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 O menor nível de fundos europeus (-542 milhões de euros), com impacto no replaneamento dos investimentos previstos com particular impacto nos projetos da Infraestruturas de Portugal, bem como na Fundação para a Ciência e tecnologia:

 Reflexo do ponto anterior, o facto de a dotação centralizada destinada a assegurar o reforço da contrapartida pública nacional de projetos cofinanciados, orçamentada no valor de 100 milhões de euros, ter sido utilizada em 9,6 milhões de euros.

Destacam-se os desvios significativos no orçamento de outras despesas correntes e de capital (-494,4 milhões de euros), tendo em consideração que o mesmo tende, em grande parte, a ser executado em outras classificações económicas da despesa, com destaque para:

 O desvio decorrente do facto de, no OE inicial, esta rubrica contemplar a dotação provisional, de 495 milhões de euros, e parte (125 milhões de euros) da dotação centralizada inscrita no orçamento do Ministério das Finanças para o financiamento de despesas com indemnizações, apoios, prevenção e combate aos incêndios, as quais, no decurso da execução orçamental, deram contrapartida a reforços em diversas rubricas de despesa de diversos ministérios;32

 As dotações setoriais de natureza comum inscritas nos Programas Orçamentais

«Saúde» e «Defesa Nacional», as quais são objeto de afetação definitiva no decurso da execução orçamental;

 Em particular, ao nível do Programa Orçamental «Saúde», foi inscrita no orçamento da Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. uma dotação comum (no montante de 134,6 milhões de euros), que o ministro da tutela pode reafetar durante o ano em face das necessidades, caso se justifique. Durante a execução orçamental, esta dotação veio a ser aplicada nas rubricas de despesa evidenciadas no quadro seguinte.

32 Conforme apresentado no ponto «III.2.1.4.1. Alterações Orçamentais da Competência do Governo».

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Quadro 29 — Afetação da dotação comum do Ministério da Saúde: Verbas a distribuir (milhões de euros)

Fonte: Administração Central do Sistema de Saúde, I.P

Nota: Os valores constantes deste quadro não se encontram expurgados de fluxos intrassetoriais.

 Relevou ainda, no âmbito do Programa Orçamental «Defesa Nacional», o montante de 52,5 milhões de euros respeitante à dotação comum inscrita no orçamento da Secretaria-Geral do Ministério da Defesa Nacional relativa à parte da despesa enquadrada nas Forças Nacionais Destacadas financiada por receitas gerais, que, no decurso da execução orçamental, foi transferida, por alterações orçamentais, para o Estado-Maior General das Forças Armadas e para os Ramos, com expressão orçamental nas rubricas de despesa final identificadas no quadro seguinte.

Quadro 30 — Afetação da dotação comum relativa às Forças Nacionais Destacadas: Receitas gerais (milhões de euros)

Fonte: Administração Central do Sistema de Saúde, I.P

 Excluindo os efeitos atrás indicados, as outras despesas correntes teriam aumentado 284,5 milhões de euros. Para esta variação relevou a despesa realizada no âmbito do capítulo 60 — «Despesas excecionais» do orçamento do Ministério das Finanças (com uma execução superior ao valor orçamentado em 297,6 milhões de euros), em particular a que esteve associada à regularização de passivos da PARPÚBLICA —

Despesas com pessoal 7,7

Aquisição de bens e serviços correntes 75,2

Juros e outros encargos

Aquisição de bens e serviços correntes 33,3

Juros e outros encargos

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Participações Públicas (SGPS), S.A., em contrapartida da extinção de créditos que esta empresa pública detinha sobre o Estado.33

III.2.1.1.Receitas da Administração Central

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