• Nenhum resultado encontrado

Riscos das Responsabilidades Contingentes

No documento Conta Geral do Estado 2018 (páginas 54-58)

II. C ONSOLIDAÇÃO O RÇAMENTAL __________________________________________________________________ 10

II.5. Impacto dos Riscos Orçamentais

II.5.2. Riscos das Responsabilidades Contingentes

Consolidação Orçamental

34

Conta Geral do Estado de 2018

Quadro 15 — Endividamento: Entidades Públicas Reclassificadas

(milhões de euros)

Fonte: Direção-Geral do Tesouro e Finanças Notas:

Dados de 2018 são provisórios.

(1) Empresa participada da PARPÚBLICA.

Salienta-se, que a maioria do endividamento das entidades públicas reclassificadas diz respeito a financiamento do Estado, pelo que já está incluído na dívida pública.

Quadro 16 — Endividamento: Entidades Públicas Não Reclassificadas

(milhões de euros)

Em 31 de dezembro de 2018, o stock da dívida garantida pelo Estado a Instituições de Crédito (IC) ascendia a 2800 milhões de euros.

2017 2018 Var. ∆%

IP - Infraestruturas de Portugal, SA 8 040,4 5 745,1 -2 295,3 -28,5%

Metropolitano de Lisboa , EPE 3 440,7 3 779,7 339,0 9,9%

Metro do Porto, SA 3 612,4 3 771,3 158,9 4,4%

CP-Comboios de Portugal , EPE 2 620,8 2 592,8 -28,1 -1,1%

Parpública-Participações Públicas, SGPS, SA1 2 759,5 2 267,0 -492,6 -17,8%

Parque Escolar, EPE 1 023,5 883,6 -140,0 -13,7%

ENSE - Entidade Nacional para o Setor Energético, EPE 360,0 360,0 0,0 0,0%

EDIA-Empresa Desenv.Infraest Alqueva, SA 637,5 324,2 -313,3 -49,1%

RTP - Rádio e Televisão de Portugal, SA 105,3 106,1 0,8 0,7%

TRANSTEJO-Transportes do Tejo, SA 81,3 92,6 11,3 14,0%

Sagesecur -Socied. de Estudos Desenvol. e Participação em Proj., S 58,9 58,9 0,0 0,0%

Outros 33,6 33,3 -0,3 -0,8%

Total 22 774,0 20 014,6 -2 759,4 -12,1%

2017 2018 Var. ∆%

ADP - Águas de Portugal SGPS , SA1 2 027,7 1 924,2 -103,5 -5,1%

Sociedade Transportes Colectivos do Porto , SA 330,9 324,6 -6,3 -1,9%

APL - Administração do Porto de Lisboa , SA 72,6 59,4 -13,2 -18,2%

SIMAB - Soc. Inst. Mercados Abastecedores , SA 54,9 50,9 -4,0 -7,3%

APDL – Adm. dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, SA 17,7 16,7 -1,0 -5,5%

APA - Administração do Porto de Aveiro , SA 14,4 13,2 -1,2 -8,3%

CE - Circuito Estoril, SA1 1,0 1,0 0,0 0,0%

Navegação Aérea de Portugal - NAV Portugal, EPE 1,1 0,0 -1,1 -100,0%

Total 2 520,4 2 390,1 -130,3 -5,2%

Consolidação Orçamental

Conta Geral do Estado de 2018

35

Quadro 17 — Garantias concedidas ao setor bancário

(milhões de euros)

Fonte: Direção-Geral do Tesouro e Finanças

A Garantia de Carteira, instrumento através do qual a República Portuguesa assegura, até ao limite de 2800 milhões de euros, o cumprimento das obrigações assumidas pelas instituições financeiras nacionais (em 31 de dezembro de 2018 — NOVO BANCO e BCP), enquanto garantes ou mutuárias de financiamentos concedidos pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), tem um prazo de sete anos, com maturidade em 2020, e, uma vez que a maioria das operações beneficia de garantias bancárias, reduz-se assim o risco assumido pelo Estado.

Garantias concedidas a outras entidades

O stock da dívida garantida pelo Estado (responsabilidades efetivas), a 31 de dezembro de 2018, ascendia a cerca de 17 039,2 milhões de euros, concentrando-se nas operações contratadas pelas entidades reclassificadas no perímetro da AP, conforme consta do quadro seguinte.

Quadro 18 — Garantias concedidas a outras entidades

(milhões de euros)

Fonte: Direção-Geral do Tesouro e Finanças Notas:

* Montante garantido à data de 31 de dezembro de 2018.

** Disperso por cerca de 30 entidades públicas, na sua maioria não reclassificadas, privadas e países objeto da cooperação portuguesa.

*** Amortizações a ocorrer entre 01 de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2023.

Salienta-se que, no caso das empresas reclassificadas no perímetro das AP, o montante da dívida e encargos anuais está registado na conta das AP, e o Orçamento do Estado para 2019 prevê a concessão

Garantia de Carteira 2 800

Entidades reclassificadas 9 504,60 66,7% 1 617,97 4 564,51 -48,0%

INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL 2 604,36 18,3% 581,06 1 088,43 -41,8%

METROPOLITANO DE LISBOA 2 302,15 16,2% 488,73 1 099,78 -47,8%

PARVALOREM 1 243,66 8,7% 288,54 1 243,66 -100,0%

PARQUE ESCOLAR 883,56 6,2% 50,03 255,64 -28,9%

CP 614,71 3,6% 20,69 107,11 -21,8%

METRO DO PORTO 602,78 4,2% 47,77 451,48 -74,9%

FUNDO DE CONTRAGARANTIA MÚTUA 556,70 3,3% 14,96 73,13 -11,1%

FUNDO DE RESOLUÇÃO 385,04 2,7% 37,00 37,00 -9,6%

EDIA 198,27 1,4% 38,36 94,92 -47,9%

PARUPS 113,36 0,8% 50,82 113,36 -100,0%

Entidades não reclassificadas 1 323,92 9,3% 55,35 421,47 -31,8%

AdP 1 223,92 8,6% 55,35 321,47 -26,3%

STCP 100,00 0,7% 0,00 100,00 -100,0%

Outras** 1 618,54 11,4% 57,14 318,25 -19,7%

Regiões Autónomas 1 792,13 12,6% 115,81 799,74 -44,6%

Região Autónoma da Madeira 1 766,84 12,4% 113,46 787,98 -44,6%

APRAM 25,29 0,2% 2,35 11,76 -46,5%

TOTAL 14 239,19 1 846,27 6 103,97 -42,9%

Beneficiário da Garantia Montante Garantido* % relativa Amortizações até

31-12-2019 Amortização 2019/2023 ***

Variação % do montante garantido

(2019-2023)

Consolidação Orçamental

36

Conta Geral do Estado de 2018

de financiamentos ou aumentos de capital, através da DGTF, que permitirão a essas empresas assegurar o serviço da dívida, mitigando assim o risco de incumprimento.

Em relação aos restantes beneficiários, o peso não é significativo, nem se prevê risco de incumprimento quer face ao historial das execuções de garantia do Estado quer à natureza e situação financeira das entidades em causa.

II.5.2.2.Parcerias Público-Privadas

Nas PPP existem riscos orçamentais ou responsabilidades contingentes decorrentes nomeadamente da execução dos contratos em vigor e da respetiva modificação dos mesmos.

Setor rodoviário

No que concerne às PPP rodoviárias, à data de elaboração do Relatório do OE2018 existia um conjunto de litígios pendentes, então estimados num total de cerca de 874,6 milhões de euros, que respeitavam designadamente a pedidos de reposição do equilíbrio financeiro dos contratos, bem como a outros pedidos de indemnização apresentados pelas concessionárias e subconcessionárias — alguns já em processo arbitral, outros em fase pré-contenciosa. De entre os fundamentos apresentados destacavam-se questões relacionadas com a construção, com as variações de tributação direta sobre os lucros e com a introdução da Taxa de Regulação de Infraestruturas Rodoviárias e das tarifas do Sistema de Identificação Eletrónica de Veículos, S.A.

A estimativa total de encargos desta natureza foi, entretanto, atualizada para cerca de 565 milhões de euros, em virtude do não prosseguimento ou conclusão de alguns dos processos/pedidos inicialmente considerados, nomeadamente do pedido formulado pela concessionária do Douro Litoral (AEDL — Autoestradas do Douro Litoral, S.A., uma participada do Grupo Brisa), relacionado com a rejeição liminar de traçado alternativo para a A32.

Atualmente, e a título ilustrativo, a situação que envolve montantes estimados mais expressivos refere-se ainda ao pedido de reposição do equilíbrio financeiro apresentado em 2013 pela AEDL, na sequência da anulação do concurso para a construção da Autoestrada Centro e consequente alegada perda de tráfego na Concessão Douro Litoral, tendo o acórdão arbitral condenado, no decorrer de 2017, o Estado Português ao pagamento de aproximadamente 219 milhões de euros, relativamente ao qual se encontra pendente um pedido de declaração de nulidade parcial (no valor aproximado de 213,6 milhões de euros).

Destacam-se ainda, pelo seu valor, (i) o litígio em curso relativamente à Subconcessão do Baixo Tejo, na sequência de alterações legislativas de caráter específico, sendo o montante peticionado por esta subconcessionária de cerca de 155 milhões de euros, (ii) o pedido apresentado pela concessionária Lusoponte, na sequência de alterações às taxas de IRC, sendo o montante peticionado de cerca de 100 milhões de euros, e (iii) pedido apresentado pela subconcessionária do Litoral Oeste, com origem em alterações legislativas de caráter específico, no valor de cerca de 85 milhões de euros

— todos estes pedidos formulados em 2012.

Consolidação Orçamental

Conta Geral do Estado de 2018

37

Estes quatro pedidos representam, em conjunto, cerca de 99% do montante total de contingências financeiras identificadas nas PPP rodoviárias.

No âmbito do setor rodoviário, menciona-se ainda o facto de: (i) quanto aos processos negociais relativos aos contratos de subconcessão da IP ainda em curso ou concluídos, e atendendo a que as previsões dos encargos incorporam o valor das poupanças previstas no âmbito dos respetivos processos negociais, subsistem alguns riscos associados à concretização integral do objetivo orçamental definido, uma vez que tais processos podem ainda estar dependentes de um conjunto de entidades e condições, designadamente das entidades financiadoras ou de decisão do Tribunal de Contas em sede de fiscalização prévia; e (ii) alguns dos encargos com PPP rodoviárias, designadamente os relativos a pagamentos por serviço e a custos com grandes reparações de pavimentos, sendo uma projeção, poderem variar em função de variáveis dinâmicas, como é o caso do perfil de tráfego efetivo que venha a verificar-se nos empreendimentos rodoviários em apreço.

Setor ferroviário

Relativamente às PPP ferroviárias, importa mencionar o pedido de indemnização apresentado pela ELOS — Ligações de Alta Velocidade, S.A. na sequência da recusa de visto por parte do Tribunal de Contas ao contrato de concessão do projeto, construção, financiamento, manutenção e disponibilização de infraestruturas ferroviárias no troço Poceirão-Caia e ainda do projeto, construção, financiamento, manutenção, disponibilização e exploração da Estação de Évora, e que se reporta aos custos incorridos por essa concessionária até a data da recusa de visto, quantificados pela empresa em cerca de 169 milhões de euros. Em julho de 2016 foi proferido acórdão arbitral condenando o Estado Português ao pagamento de uma indemnização no valor de aproximadamente 150 milhões de euros, acrescidos de juros. Em face desta decisão, o Estado Português (i) intentou, junto do Tribunal Central Administrativo Sul, ação de anulação de sentença e (ii) recorreu para o Tribunal Constitucional, tendo este decidido pela não admissibilidade do recurso interposto por não estarem reunidos os pressupostos processuais para o efeito. Em 2018, a ELOS propôs ação executiva para pagamento dos montantes devidos nos termos da condenação arbitral (cerca de 192 milhões de euros), tendo o Estado deduzido oposição à mesma.

Ainda neste setor, regista-se o pedido de reposição do equilíbrio financeiro, apresentado em 2012, pela concessionária do serviço de transporte suburbano de passageiros no Eixo Ferroviário Norte-Sul (Fertagus), na sequência do aumento da taxa das infraestruturas ferroviárias. O valor peticionado é de cerca de 1,5 milhões de euros/ano, a partir de 2012 (inclusive). A análise da fundamentação do pedido está a ser desenvolvida em sede da comissão de negociação entretanto constituída para a renegociação do respetivo contrato de concessão.

Setor da saúde

No que diz respeito às PPP do setor da saúde, salienta-se o pedido de reposição do equilíbrio financeiro apresentado pela entidade gestora do estabelecimento do Hospital de Braga no final de 2016, na sequência da comunicação, efetuada pelo Ministério da Saúde no ano de 2016, da decisão de não renovação dos protocolos adicionais ao contrato de gestão, relativos a financiamento de

Consolidação Orçamental

38

Conta Geral do Estado de 2018

prestações de saúde no âmbito do VIH-SIDA e da esclerose múltipla, em que esta peticionou o pagamento de cerca de 33 milhões de euros. O tribunal arbitral constituído para dirimir o litígio proferiu acórdão em janeiro de 2019, através do qual condenou o Estado Português ao pagamento de cerca de 4,5 milhões de euros relativos ao ano de 2016 e, quanto aos anos de 2017 a 2019, a quantia que as partes definirem de acordo com os critérios utilizados pelo tribunal para definir a compensação devida em 2016. Caso as partes não cheguem a acordo, o Estado terá de pagar cerca de 4,8 milhões de euros referentes a 2017, 5,3 milhões de euros correspondentes a 2018 e 3,7 milhões de euros relativos a 2019, estando estes valores sujeitos a acertos.

De referir também, relativamente ao Hospital de Vila Franca de Xira, que a respetiva entidade gestora do estabelecimento apresentou em 2018 um pedido de reposição do equilíbrio financeiro com fundamento na prestação de cuidados de saúde à população reclusa dos estabelecimentos prisionais da área de influência, nomeadamente no âmbito de doenças infeciosas crónicas, que alegadamente implicou um aumento de despesas de cerca de 465 milhares de euros.

Quanto ao Hospital de Loures, a entidade gestora do estabelecimento solicitou no final de 2018 a constituição de um tribunal arbitral para dirimir o litígio que a opõe ao Estado relativamente ao financiamento autónomo das prestações de saúde a doentes com VIH-SIDA. Ainda relativamente a esta unidade hospitalar, encontram-se em mediação os diferendos relativos ao apuramento do valor do pagamento de reconciliação devido pelo Estado a essa entidade gestora, aos termos da monitorização e avaliação do cumprimento de certos parâmetros de desempenho e às deduções pelo incumprimento das obrigações de elaboração de relatórios periódicos de monitorização referentes aos anos de 2012 a 2016, tendo-se alcançado acordo quanto a alguns dos temas por essa via.

No que diz respeito ao Hospital de Cascais, a respetiva entidade gestora do estabelecimento requereu a constituição de um tribunal arbitral para dirimir um litígio referente à formação dos médicos internos em dezembro de 2018.

Setor da segurança

Relativamente à PPP do setor da segurança, salienta-se a manutenção dos quatro pedidos de reposição do equilíbrio financeiro relacionados com alegados atrasos na montagem da rede SIRESP ou com encargos adicionais incorridos pela concessionária para que o prazo definido contratualmente não fosse incumprido. No presente momento não é possível quantificar o impacto orçamental que poderá advir destes processos.

No documento Conta Geral do Estado 2018 (páginas 54-58)