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Parcerias Público-Privadas

No documento Conta Geral do Estado 2018 (páginas 40-52)

II. C ONSOLIDAÇÃO O RÇAMENTAL __________________________________________________________________ 10

II.4. Parcerias Público-Privadas

Consolidação Orçamental

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Conta Geral do Estado de 2018

Quadro 11 — Variação do valor nominal da carteira de participações

(milhões de euros)

Fonte: Direção-Geral do Tesouro e Finanças

Nota: considerado o capital subscrito e utilizadas as taxas de câmbio a 31 de dezembro de 2018.

II.4.Parcerias Público-Privadas

No ano de 2018, os encargos do setor público com os contratos de Parceria Público-Privada (PPP) ascenderam a cerca de 1678,5 milhões de euros, situando-se cerca de 1% abaixo do montante estimado no Relatório do OE2018.

Este desvio em relação ao valor orçamentado ficou a dever-se fundamentalmente ao setor rodoviário, cujo nível de encargos líquidos efetivamente suportado foi inferior ao valor estimado no Relatório do OE2018, resultado do efeito combinado do menor valor de encargos brutos efetivamente incorridos com o conjunto das subconcessões da IP com o maior montante de receitas efetivamente recebidas, face aos valores apresentados no Relatório do OE2018.

Este efeito de redução foi, contudo, parcialmente mitigado pela inclusão da parceria do Metro do Porto no universo da execução orçamental, uma vez que, tendo este contrato sido assinado já no decurso de 2018, o mesmo não foi considerado na previsão dos encargos plurianuais com as PPP constante do Relatório do OE2018. Assim se justifica que o nível de execução verificado no setor ferroviário tenha sido substancialmente superior ao orçamentado.

Também a parceria do setor da segurança registou, em 2018, um nível de encargos superior ao apresentado no referido relatório, ainda que ligeiramente, devido sobretudo à diferente temporalidade do pagamento das faturas mensais por parte do Estado.

Comunicação Social 1 435 443 1 435 443 0

Cultura 9 311 9 311 0

Gestão de Infra-estruturas 5 815 683 6 982 051 1 166 368

Requalificação Urbana 9 000 9 000 0

Saúde 3 326 760 3 336 926 10 166

Transportes 6 643 435 6 974 421 330 986

Parpública 2 000 000 2 000 000 0

Outros Setores 222 011 222 635 624

Empresas Públicas Financeiras 3 955 678 3 963 356 7 678

Empresas Sediadas Estrangeiro 713 713 0

Organismos Internacionais 17 564 400 17 564 400 0

Subtotal 40 982 435 42 498 256 1 515 821

Carteira Acessória 2 780 557 204 894 -2 575 663

Empresas em liquidação 638 276 2 927 238 2 288 962

Fundos de Investimento e Capital de Ris 526 926 513 834 -13 092 Instituições Financeiras Internacionais 2 245 783 3 802 512 1 556 729

Outras Participações Minoritárias 207 486 224 079 16 593

Subtotal 6 399 028 7 672 557 1 273 529

Consolidação Orçamental

Conta Geral do Estado de 2018

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No que concerne às PPP do setor da saúde, o nível de execução registado encontrou-se praticamente em linha com o previsto no Relatório do OE2018.

Quadro 12 — Encargos com as PPP: execução versus orçamento para 2018 (milhões de euros)

Fonte: Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos Notas:

A partir de dados disponibilizados pelas entidades gestoras das Parcerias Público-Privadas (*) Valores com IVA incluído, quando aplicável;

(**) Inclui receitas líquidas de custos de cobrança de portagens do Túnel do Marão, da A21, dos referidos troços da A23 e da A26. Muito embora estas infraestruturas não sejam exploradas em regime de PPP, encontrando-se atualmente sob gestão direta da Infraestruturas de Portugal, optou-se por incluir nesta linha, e em termos equivalentes, o valor dos respetivos encargos líquidos, para efeitos de comparabilidade com orçamentos anteriores, em que os mesmos foram apresentados como encargos de PPP.

Quando comparado o ano de 2018 com o ano anterior, registou-se um aumento de cerca de 3%

dos encargos líquidos globais do setor público com as PPP, tendo esta variação decorrido do aumento transversal verificado nos setores de atividade em que as parcerias se inserem, com exceção do setor rodoviário, que registou um ligeiro decréscimo dos respetivos encargos.

Com efeito, os encargos líquidos do setor público com as parcerias rodoviárias ascenderam, em 2018, a cerca de 1129,6 milhões de euros, o que representou um decréscimo de cerca de 1% face ao ano anterior. A referida evolução foi permitida pelo aumento verificado ao nível das receitas de portagem, que mais do que compensou o aumento registado ao nível dos encargos brutos incorridos, este último resultante do aumento dos pagamentos realizados ao conjunto das concessões do Estado, em larga medida atenuado pela redução dos pagamentos efetuados ao conjunto das subconcessões da IP, conforme detalhado na secção seguinte.

No que respeita ao setor ferroviário, o valor dos encargos incorridos pelo parceiro público, em 2018, foi de cerca de 37,6 milhões de euros, montante substancialmente superior ao registado no ano anterior, em virtude do início da realização dos pagamentos devidos à subconcessionária do Metro do Porto, na sequência do início da produção de efeitos do respetivo contrato de subconcessão, em abril de 2018.

Tal como verificado no setor ferroviário, também o setor da saúde apresentou, em 2018, um acréscimo, de aproximadamente 5%, dos encargos incorridos com as respetivas parcerias face ao período homólogo anterior, tendo os mesmos ascendido a cerca de 469,2 milhões de euros. O referido aumento resultou do efeito combinado do acréscimo registado ao nível dos encargos incorridos com

EXE. 2018 OE 2018 Valor %

Rodoviárias 1 129,6 1 170,8 - 41,2 -4

encargos brutos 1 487,8 1 497,7 - 9,8 -1

receitas 358,2 326,9 31,3 10

rodoviárias sob gestão direta da IP (**) 1 647,0 1 667,5 - 20,5 -1

Parcerias Execução VS Orçamento (*) Desvio

Consolidação Orçamental

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as entidades gestoras do estabelecimento8, em grande medida decorrente do aumento da atividade hospitalar, com a redução, contratualmente prevista, dos encargos com o conjunto das respetivas entidades gestoras do edifício.

Relativamente ao setor da segurança, os encargos do erário público ascenderam, em 2018, a cerca de 42 milhões de euros, representando também um aumento, de cerca de 3%, face ao período homólogo anterior. Este aumento é justificado pela diferente temporalidade do pagamento das faturas mensais por parte do Estado, tendo o mesmo sido parcialmente compensado pela diminuição da remuneração por disponibilidade paga à operadora, nos termos contratualmente previstos.

Quadro 13 — Encargos com as PPP: execução 2018 versus 2017

(milhões de euros)

Fonte: Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, a partir de dados disponibilizados pelas entidades gestoras das Parcerias Público-Privadas

Notas:

(*) Valores com IVA incluído, quando aplicável;

(**) Inclui receitas líquidas de custos de cobrança de portagens do Túnel do Marão, da A21, dos referidos troços da A23 e da A26. Muito embora estas infraestruturas não sejam exploradas em regime de PPP, encontrando-se atualmente sob gestão direta da Infraestruturas de Portugal, optou-se por incluir nesta linha, e em termos equivalentes, o valor dos respetivos encargos líquidos, para efeitos de comparabilidade com orçamentos anteriores, em que os mesmos foram apresentados como encargos de PPP.

O gráfico seguinte apresenta a evolução, em termos históricos, da execução ao nível dos encargos brutos e líquidos totais com as PPP no período compreendido entre 2010 e 2018. A diferença crescente entre ambas as séries resulta fundamentalmente da evolução positiva das receitas procedentes da introdução de portagens no setor rodoviário.

8 A quem, nos termos dos contratos de parceria, foi incumbida a responsabilidade pela gestão dos serviços clínicos.

2017 2018 Valor %

Rodoviárias 1 136,8 1 129,6 - 7,2 -1

encargos brutos 1 470,4 1 487,8 17,5 1

receitas 333,6 358,2 24,6 7

Ferroviárias 8,3 37,6 29,3 352

Saúde 446,5 469,2 22,7 5

Segurança 40,8 42,0 1,3 3

TOTAL 1 632,4 1 678,5 46,1 3

Subtotal incluindo as infraestruturas

rodoviárias sob gestão direta da IP (**) 1 604,6 1 647,0 42,4 3

Parcerias Execução (*) Variação homóloga

2018 vs 2017

Consolidação Orçamental

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Gráfico 12 — Encargos com as PPP: Evolução da execução

(milhões de euros)

Fonte: Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, a partir de dados disponibilizados pelas entidades gestoras das Parcerias Público-Privadas

No que diz respeito ao investimento realizado pelos parceiros privados no conjunto dos contratos de parceria (rodoviárias, ferroviário, saúde e segurança), assistiu-se, entre 2011 e 2014, a uma tendência de quebra acentuada, tendo a mesma sido contrariada em 2015, ano em que foi registado um aumento do investimento realizado com as PPP, na sequência da retoma das obras das subconcessões do Baixo Alentejo e do Algarve Litoral. Por sua vez, no período compreendido entre 2016 e 2018, o investimento realizado voltou a registar uma redução, devido fundamentalmente ao facto de os investimentos nas subconcessões do Baixo Alentejo e do Algarve Litoral, em fase final de construção, terem sido menores do que nos anos anteriores.

Com efeito, de acordo com os dados fornecidos pelos parceiros privados, o valor global do investimento realizado sob a modalidade de PPP registou, em 2018, uma redução de aproximadamente 11% face ao ano anterior, sendo que 80% do investimento realizado neste último ano respeitou ao setor rodoviário, 12% ao setor da segurança, 6% ao setor da saúde e os restantes 2%

ao setor ferroviário.

No gráfico seguinte, apresenta-se, em termos históricos, a evolução do investimento realizado pelos parceiros privados das referidas PPP, no período compreendido entre 2010 e 2018.

0 500 1000 1500 2000 2500

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Enc. Liquidos Enc. Brutos

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Gráfico 13 — Evolução do investimento por ano nas parcerias público-privadas (milhões de euros)

Fonte: Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, a partir de dados disponibilizados pelas entidades gestoras das Parcerias Público-Privadas

Nota: Investimento realizado, por ano, a custo histórico.

Setor rodoviário

No que respeita ao setor rodoviário, tendo sido já concluídos na maioria dos casos, encontram-se ainda em curso processos de renegociação de contratos de subconcessão rodoviária, tendentes à redução dos encargos do erário público, com vista a contribuir para a sustentabilidade das contas públicas a médio e longo prazo.

Neste mesmo âmbito, em 2018 a IP foi notificada, por parte do Tribunal de Contas, da decisão de recusa de visto ao contrato de alteração ao contrato de subconcessão do Algarve Litoral, tendo a mesma sido objeto de recurso por parte da IP, recurso este que se encontra pendente.

Por outro lado, importa referir a constituição, em março de 20189, de uma comissão de negociação para promover o processo de renegociação do contrato de concessão relativo à construção, conservação e exploração de autoestradas outorgado pelo Estado Português à Brisa — Autoestradas de Portugal, S.A., no qual é atualmente parceiro privado a Brisa Concessão Rodoviária, S.A.

Relativamente ao valor dos encargos líquidos incorridos pelo setor público com as PPP rodoviárias, os mesmos ascenderam, em 2018, a cerca de 1129,6 milhões de euros, tendo representado um decréscimo (de aproximadamente 1%) face ao montante registado em 2017.

Tal como referido anteriormente, esta evolução resulta do facto de o ligeiro aumento do valor dos encargos brutos (de cerca de 1%) ter sido mais do que compensado pelo acréscimo verificado ao nível das receitas de portagem (de cerca de 7%), tendo o nível de cobertura dos encargos pelas receitas obtidas apresentado um ligeiro aumento face ao verificado em 2017 (de 1 pp).

No que diz respeito aos encargos brutos, o aumento verificado é justificado, em grande medida, pelos seguintes fatores ocorridos no período em análise:

9 Através do Despacho nº 3065/2018, de 15 de março, da Coordenadora da UTAP, publicado no Diário da República, 2ª série, nº 60, de 26 de março de 2018.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Segurança Saúde Ferroviário Rodoviário

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• Pagamento, sem paralelo no período homólogo anterior, de uma compensação à concessionária do Douro Litoral, na sequência da execução de decisão condenatória proferida pelo tribunal arbitral;

• Aplicação, nas concessões da Grande Lisboa, da Beira Interior, do Norte, do Norte Litoral, do Grande Porto e da Beira Litoral/Beira Alta, de tarifas por disponibilidade de montante superior ao fixado para 2017, de acordo com o previsto nos respetivos contratos;

• Aumento dos pagamentos de reconciliação efetuados às concessionárias do Interior Norte e do Norte e à subconcessionária do Litoral Oeste, com referência ao ano de 2017, face aos que foram efetuados no período homólogo anterior, relativamente ao ano de 2016, devido ao facto de as tarifas contratuais (anuais) de 2017 terem sido superiores às de 2016;

• Aumento dos pagamentos por disponibilidade realizados no primeiro semestre de 2018 à subconcessionária da Autoestrada Transmontana, comparativamente com o período homólogo anterior, na sequência da aplicação de tarifas de montante superior ao fixado para 2017, de acordo com o contratualmente previsto;

• Realização, em 2018, sem paralelo em 2017, de um pagamento de acerto à subconcessionária da Autoestrada Transmontana, na sequência da entrada em vigor do Contrato de Subconcessão Alterado;

• Aumento dos pagamentos por serviço efetuados em 2018 à subconcessionária do Pinhal Interior, comparativamente com o período homólogo anterior, na sequência da aplicação de tarifas de valor superior, nos termos contratualmente definidos, ainda que o efeito deste acréscimo tenha sido parcialmente atenuado pelo facto de, no segundo semestre de 2018, os pagamentos devidos a esta subconcessionária apenas terem sido parcialmente realizados;

• Aumento dos encargos relativos a grandes reparações de pavimento, na sequência dos pagamentos realizados às concessionárias do Algarve, da Beira Litoral/Beira Alta, do Interior Norte e do Norte, os quais comparam com os pagamentos realizados em 2017 apenas às concessionárias da Beira Litoral/Beira Alta e da Costa de Prata; e

• Redução do montante de deduções efetuadas em 2018 à remuneração das concessionárias do Algarve e do Norte Litoral, comparativamente com o período homólogo anterior, na sequência da aplicação da cláusula de neutralidade fiscal prevista contratualmente.

Por outro lado, e em sentido contrário, destacam-se os seguintes fatores mitigadores do referido acréscimo dos encargos brutos:

• Não verificação dos pagamentos de acerto realizados em 2017 às subconcessionárias do Pinhal Interior e da Autoestrada Transmontana, ao abrigo do contrato de subconcessão em vigor, relativos à remuneração de períodos anteriores por serviço e por disponibilidade, respetivamente;

• Diminuição, comparativamente com 2017, dos pagamentos por disponibilidade realizados às concessionárias do Interior Norte e da Costa de Prata e às subconcessionárias do Douro

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Interior, do Litoral Oeste e do Baixo Tejo, em virtude da aplicação das tarifas contratualmente previstas, de valor inferior às definidas para 2017;

• Diminuição dos pagamentos realizados à subconcessionária do Baixo Alentejo, devido: (i) à não verificação do pagamento efetuado pontualmente em 2017, por conta de valores de remuneração por serviço e disponibilidade vincendos; (ii) à diminuição dos pagamentos por disponibilidade realizados no primeiro semestre de 2018, comparativamente com o período homólogo anterior, na sequência da diminuição da respetiva tarifa; (iii) à redução, face ao período homólogo anterior, dos pagamentos por disponibilidade efetuados no segundo semestre de 2018, devido ao facto de os pagamentos devidos neste período apenas terem sido parcialmente efetuados, ao contrário do verificado no segundo semestre de 2017, em que os pagamentos devidos foram realizados na sua totalidade. Estes efeitos foram parcialmente compensados pelo pagamento de reconciliação realizado relativamente ao ano anterior, não tendo o mesmo tido paralelo em 2017;

• Redução dos pagamentos por disponibilidade efetuados no segundo semestre de 2018 às subconcessionárias do Pinhal Interior e da Autoestrada Transmontana, devido ao facto de os pagamentos devidos neste período apenas terem sido parcialmente efetuados, ao contrário do verificado no segundo semestre de 2017, em que os pagamentos devidos foram realizados na sua totalidade;

• Redução dos pagamentos de reconciliação efetuados às concessionárias da Beira Litoral/

Beira Alta, da Grande Lisboa, da Costa de Prata, do Norte Litoral e do Grande Porto, relativamente ao ano anterior, face aos realizados em 2017, relativamente ao ano de 2016, devido ao facto de a tarifa contratual (anual) de 2017 ter sido inferior à de 2016;

• Não realização, em 2018, de qualquer pagamento à subconcessionária do Algarve Litoral, o que se traduz numa redução dos encargos face ao valor que havia sido pago pontualmente em 2017, por conta da remuneração vincenda da subconcessionária; e

• Decréscimo dos pagamentos de reconciliação efetuados às subconcessionárias da Autoestrada Transmontana, do Baixo Tejo, do Pinhal Interior e do Douro Interior, em 2018, relativos ao ano de 2017, comparativamente com os pagamentos efetuados no período homólogo anterior, referentes ao ano de 2016.

No que respeita às receitas, o acréscimo registado é essencialmente justificado pela evolução positiva do volume de tráfego registada na quase generalidade das concessões e subconcessões, pela maior eficiência do sistema de cobrança de taxas de portagem, extensível à cobrança de taxas de portagem a veículos de matrícula estrangeira, e pela estabilização do processo de cobrança coerciva, com a operacionalização do processo na Autoridade Tributária. Adicionalmente, em dezembro de 2018 verificou-se uma antecipação de um dos fluxos de receita Via Verde relativamente às concessionárias do Norte, da Grande Lisboa, da Costa de Prata, do Grande Porto, da Beira Litoral/Beira Alta e do Interior Norte, cujo crédito relativo ao período homólogo anterior apenas se efetivou no mês de janeiro de 2018.

Em termos de execução orçamental, como referido anteriormente, os encargos incorridos com as PPP rodoviárias foram inferiores (em cerca de 1%) ao previsto no Relatório do OE2018, em virtude do

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efeito combinado dos menores encargos brutos efetivamente incorridos, face ao valor inicialmente previsto — devido, sobretudo, (i) à realização, apenas parcial, dos pagamentos devidos no segundo semestre de 2018 às subconcessionárias do Pinhal Interior e da Autoestrada Transmontana, os quais se estimava serem integralmente realizados, (ii) à não realização de quaisquer pagamentos à subconcessionária do Algarve Litoral, ao contrário do previsto no referido Relatório, (iii) ao menor montante de encargos efetivamente suportados com a realização de grandes reparações de pavimento, face ao valor previsto no referido Relatório, e (iv) à verificação de uma evolução do Índice de Preços no Consumidor inferior àquela que havia sido considerada para efeitos da determinação dos valores apresentados no referido Relatório, tendo estes efeitos sido, em grande medida, atenuados pelo pagamento da compensação anteriormente referida à concessionária do Douro Litoral, a qual não se encontrava orçamentada — com o maior montante de receitas efetivamente recebidas face ao valor estimado no Relatório do OE2018.

Setor ferroviário

No que concerne ao setor ferroviário, importa destacar o início, em abril de 2018, da produção de efeitos do contrato de subconcessão para a operação e manutenção do sistema de metro ligeiro da área metropolitana do Porto (Metro do Porto), celebrado em janeiro de 2018, entre a Metro do Porto, S. A. e a Viaporto, Operação e Manutenção de Transportes, Unipessoal, Lda., cuja remuneração é essencialmente constituída por uma componente fixa (que integra duas parcelas, com os respetivos montantes definidos contratualmente) e por uma componente variável (que integra igualmente duas parcelas, variáveis em função do número de quilómetros realizados em serviço comercial e do número de quilómetros percorridos na realização de atividades de ensaio).

Ao registar um total de encargos de 29,2 milhões de euros entre abril e dezembro de 2018, a subconcessão do Metro do Porto justifica o aumento significativo do valor dos encargos do setor público incorridos com o setor ferroviário em 2018, face ao período homólogo anterior, tendo os mesmos ascendido a cerca de 37,6 milhões de euros.

Do mesmo modo, a parceria do Metro do Porto justifica o desvio expressivo observado ao nível da execução orçamental registada em 2018 pelo setor ferroviário, devido ao facto de os respetivos encargos não terem sido considerados no Relatório do OE2018.

Os restantes encargos deste setor respeitam à concessão do Metropolitano Ligeiro da Margem Sul do Tejo (MST), correspondendo estes ao pagamento de compensações, em virtude dos desvios verificados entre o nível do tráfego real e o limite mínimo da banda de tráfego de referência garantida contratualmente. Em 2018, os encargos com o MST ascenderam a 8,4 milhões de euros, valor praticamente em linha com o registado em 2017 e com o previsto no Relatório do OE2018.

De referir ainda, no âmbito do setor ferroviário, a constituição, em março de 201810, de uma comissão de negociação para a renegociação do contrato de concessão para a exploração do serviço

10 Através do Despacho nº 3064/2018, de 15 de março, da Coordenadora da UTAP, publicado no Diário da República, 2ª série, nº 60, de 26 de março de 2018.

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de transporte suburbano de passageiros no eixo ferroviário norte-sul celebrado entre o Estado Português, na qualidade de concedente, e a Fertagus — Travessia do Tejo, Transportes, S.A., enquanto concessionária.11 Esse processo de renegociação teve a sua génese no pedido de REF apresentado em 2012 pela concessionária, na sequência do aumento da tarifa de utilização da infraestrutura ferroviária.

Setor da saúde

Relativamente ao setor da saúde, importa destacar a ocorrência dos seguintes factos relevantes:

Relativamente ao setor da saúde, importa destacar a ocorrência dos seguintes factos relevantes:

No documento Conta Geral do Estado 2018 (páginas 40-52)