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Unidade de Tesouraria do Estado

No documento Conta Geral do Estado 2018 (páginas 146-149)

III. 2.1.4.2. Cativos

III.4. Ativos e Passivos das Administrações Públicas

III.4.2. Tesouraria do Estado

III.4.2.1. Unidade de Tesouraria do Estado

Situação Financeira das Administrações Públicas

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do ano seguinte foi de -2,4 mil milhões de euros, cumprindo-se assim o limite excluído desta componente, que, como atrás referido, ascendia a 1,4 mil milhões de euros.

Juros e outros encargos da dívida direta do Estado

Em 2018, a despesa incluída no Programa Orçamental 05 relacionada com juros e outros encargos da dívida pública ascendeu a 7,1 mil milhões de euros, o que compara com uma previsão inicial, inscrita no OE2018, de 7,3 mil milhões de euros.

Quadro 75 — Juros e outros encargos da dívida direta do Estado por instrumento (milhões de euros)

Fonte: Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública — IGCP, E.P.E.

O desvio favorável face ao OE2018 é explicado maioritariamente pela rubrica referente aos empréstimos obtidos no âmbito do PAEF, em concreto pelas componentes com taxa de juro variável (FMI e FEEF [Fundo Europeu de Estabilização Financeira]).

Em sentido oposto, a rubrica «Outros Juros» registou um aumento, associado essencialmente aos fluxos de swaps de taxas de juro.

III.4.2.Tesouraria do Estado

III.4.2.1.Unidade de Tesouraria do Estado

A atividade da Tesouraria do Estado é um importante instrumento de suporte à gestão dos fundos públicos e à otimização da gestão da liquidez. O progressivo aumento da eficiência nesta atividade permitirá uma redução de custos por parte do Estado, tendo em conta o diferente perfil de execução das despesas e receitas orçamentais. A Unidade de Tesouraria do Estado assume, desta forma, um papel muito relevante na otimização da gestão dos recursos financeiros disponíveis.

OE2018 Exec.

Juros da dívida pública 7 129 7 063 -66

Bilhetes do Tesouro -36 -35 1

Obrigações do Tesouro 4 833 4 842 9

Empréstimos PAEF 1 270 1 178 -92

Certificados de Aforro e do Tesouro 761 731 -30

CEDIC / CEDIM 5 8 2

Outros 296 339 43

Comissões 100 82 -18

Empréstimos PAEF 26 28 2

Outros 74 54 -20

Juros e outros encargos pagos 7 229 7 145 -84

Juros recebidos de aplicações 39 1 -38

Juros e outros encargos líquidos 7 268 7 146 -122

Total 2018 Desvio face ao OE2018

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Os objetivos centrais da Unidade de Tesouraria do Estado são os seguintes:

• Minimização do prazo de imobilização dos recebimentos;

• Maior eficiência e eficácia na execução dos pagamentos, nomeadamente na redução de custos financeiros associados à realização dos mesmos;

• Maior articulação entre recebimentos e pagamentos, com a finalidade de obtenção de ganhos financeiros e/ou redução de custos de financiamento.

Com vista ao adequado cumprimento da Unidade de Tesouraria por parte dos organismos públicos, o IGCP emitiu no decurso de 2018 cerca de 121 pareceres, nos termos do nº 5 do artigo 104º do Decreto-Lei nº 33/2018, de 15 de maio.

Recebimentos

A melhoria contínua da Rede de Cobranças do Estado (RCE) tem permitido minimizar o tempo de centralização de fundos na Tesouraria do Estado, bem como os custos operacionais de cobrança, acompanhamento e controlo da mesma.

Neste sentido, tem-se vindo a privilegiar o alargamento da RCE, tendo, em 2018, os seguintes organismos públicos arrecadado receitas através do documento único de cobrança (DUC): Agência para o Desenvolvimento e Coesão, IP (ADC), Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), Caixa Geral de Aposentações (CGA), Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas (ADSE), Direção-Geral do Orçamento (DGO), Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, IP (IGFEJ), Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Tribunal Constitucional (TCONST).

Em 2018, aderiu à RCE o Tribunal Constitucional (TC). Continuam em curso os esforços no sentido de integrar na RCE a Agência para a Modernização Administrativa (AMA), o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e o Instituto dos Registos e Notariado (IRN). Durante o ano de 2018 foram ainda efetuadas diligências no sentido de integrar na RCE o Laboratório de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF), a Polícia de Segurança Pública (PSP), o Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA), os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) e a Direção-Geral de Política da Justiça (DGPJ).

O valor centralizado na tesouraria do Estado, através do DUC, rondou em 2018 os 68 mil milhões de euros, correspondentes a mais de 28 milhões de DUC pagos.

Dos serviços bancários prestados pelo IGCP, através do seu homebanking, realça-se a possibilidade de que os organismos públicos dispõem de arrecadação de receitas diretamente nas suas contas no IGCP, via Caixas Automáticas Multibanco da SIBS, mediante a utilização de uma referência de pagamento de serviços. Os valores arrecadados através desta funcionalidade em 2018 ascenderam a 754 milhões de euros.

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Ainda a nível dos serviços bancários, mencione-se a progressiva disponibilização de Terminais de Pagamento Automático (TPA), móveis, fixos e virtuais, iniciada em 2008, que tem permitido incrementar a centralização de fundos na tesouraria do Estado, ao possibilitar aos organismos públicos com serviços descentralizados receber as respetivas receitas em contas no IGCP.

Durante o ano de 2018 foram centralizados na tesouraria do Estado, através da utilização de 4703 TPA (mais 1330 equipamentos do que no ano transato), valores que rondaram 293 milhões de euros, verificando-se um aumento de mais 150% face a 2017.

Pagamentos

A vertente devedora do Sistema de Débitos Diretos (SDD) veio viabilizar a execução de movimentos automáticos a débito nas contas dos organismos públicos, para execução dos respetivos pagamentos, designadamente à ENDESA, EDP, PT, GALP e EPAL, simplificando e automatizando os procedimentos e reduzindo os custos inerentes aos meios de pagamento em uso. Em 2017, foram concretizados por débito direto pagamentos que rondaram 62 milhões de euros.

Ao nível dos meios de pagamento, procurou-se dinamizar o uso dos meios de pagamento eletrónicos (mais rápidos, seguros e convenientes), como as transferências bancárias, os débitos diretos e os pagamentos através de cartões (IGCP Charge Card), em detrimento da utilização dos que têm suporte físico (numerário e cheques), ajustando-se às melhores práticas do setor bancário a nível europeu, no quadro da criação da Área Única de Pagamentos Europeia.

No que respeita aos cartões IGCP Charge Card, em 2018, o total de cartões atribuídos cresceu 12%

face ao ano anterior (mais 190 do que em 2017), atingindo um total de 1387 cartões ativos. Este acréscimo resulta de um incremento de 11% no número de adesões aos cartões da versão base (mais 104 do que em 2017) e à criação de uma nova versão do IGCP Charge Card, a base viagens, com 65 emissões até ao final de 2018.

A versão base viagens do IGCP Charge Card foi criada para fazer face ao estabelecido na Portaria nº 194/2018, de 4 de julho, ou seja, aquisição de serviços de viagens e alojamento. Este cartão apresenta-se apresenta-sem a funcionalidade de levantamentos ativa, e o respetivo plafond mensal deverá apresenta-ser estabelecido pelos organismos públicos atento ao montante previsto para o Fundo de Viagens e Alojamento, nos termos do Decreto-Lei nº 30/2018, de 7 de maio.

Gestão de liquidez

As melhorias desencadeadas nos domínios dos pagamentos e recebimentos permitem, no seu todo, um acompanhamento mais fiável da execução orçamental, o qual tem reflexos imediatos numa maior fiabilidade das previsões de tesouraria e numa maior racionalidade das disponibilidades de gestão da tesouraria do Estado.

O modelo de gestão integrada dos ativos e passivos financeiros do Estado (Decreto-Lei nº 273/2007, de 30 de julho) permite a obtenção de ganhos de eficiência, uma vez que os saldos de tesouraria passaram a ser utilizados para compensar interanualmente os saldos da dívida, diminuindo a dívida em circulação e os consequentes encargos financeiros para o Estado.

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