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Lista de Abreviaturas AC – Avaliação Criterial

2. Enquadramento Pessoal

2.2. Expectativas em relação ao Estágio Profissional

Todos nós enquanto crianças e jovens idealizamos sonhos para o nosso futuro, acerca de tudo, profissão, dinheiro, família, bens entre outras coisas. Eu, desde sempre, sonhei ser professor de EF, desde que me lembro de criar planos para o futuro, sempre me imaginei como professor de EF. Por uma razão simples na altura, sempre estive ligado ao desporto, sendo um apaixonado pelo mesmo. É claro que, na altura, enquanto aluno no que diz respeito à disciplina de EF, achava que era a profissão perfeita, onde seríamos dos professores mais idolatrados pelos alunos, andávamos sempre de fato de treino e o trabalho não seria tanto como nas outras áreas e noutras profissões. Era a minha perspetiva, e será com toda a certeza a perspetiva de grande parte da população deste país que, inadequadamente, “marginalizam” uma profissão tão nobre quanto esta. Se me perguntassem porque é que pensava assim? Não sei, talvez fosse influência do meio onde estava inserido, dos meus colegas.

Mais tarde, durante o ensino secundário, altura onde temos de tomar algumas decisões, comecei a perguntar a familiares (professores de EF) e ao meu professor, o que realmente nos era exigido na profissão. Aí comecei a ter noção que não era tão fácil como pensava antes e, que era uma profissão repleta de desafios e com uma inconstante permanente, não falássemos nós de dezenas de alunos juntos a realizar uma aula de EF, controlados apenas

por uma pessoa. Além do mais apercebi-me também que era preciso um vasto número de conhecimentos acerca de muitas modalidades. É claro que ainda possuía uma pequena visão, muito superficial, mais direcionada para o contexto da prática, da lecionação de aulas, esquecendo tudo o resto que nós é pedido, enquanto professores de EF. Independentemente de tudo isto continuei, ainda fiquei mais fascinado e, segui o sonho.

Como qualquer EE, durante o 1º ano de Mestrado, pensei e procurei antecipar o que iria ocorrer ao longo do meu ano de EP. Em que escola ficaria colocado, quem iriam ser os meus colegas, quem poderia ser o meu PC e PO... No entanto, com a chegada da altura das decisões essas questões perderam alguma importância para mim e, seguindo o conselho de alguém mais experiente e as referências transmitidas pelos meus colegas, ponderei apenas duas hipóteses no que toca à escolha de escolas. No momento em que saíram as colocações constatei que não tinha ficado colocado na primeira opção, mas, para além de ter ficado na segunda opção, tendo em conta a distância casa- escola foi uma ótima escolha. Uma outra questão que também me despertou curiosidade neste momento, residiu no querer saber quem iriam ser os meus colegas, pois sabe-se que o ambiente do NE e da própria escola influenciam e muito o trabalho a desenvolver durante o ano letivo. De facto, só conhecia de vista as minhas colegas, sem nunca ter tido qualquer contacto com elas na faculdade.

Passei 16 anos da minha vida enquanto aluno, ao longo deste ano fui professor. Foi inevitável não sentir um misto de emoções pois, por um lado é o realizar de um sonho, por outro a indubitável questão que esteve presente no início e que foi desvanecendo ao longo do percurso: estarei à altura do desafio?

No dia em que tive a primeira reunião na Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas, fui recebido da melhor forma possível. Todos os professores (das diferentes áreas) me desejaram boa sorte nesta experiência tendo manifestado o seu contentamento por ter “caras novas” na escola. São situações como estas que nos motivam e dão alento para abraçar esta experiência com entusiasmo e confiança.

No que diz respeito à minha PC, a professora Andreia Canedo, tinha esperança que fosse possuidora de todo o conhecimento para me auxiliar e guiar no EP. Esperava que esta me ajudasse a ser um melhor profissional, estando presente em todos os momentos e tecendo críticas construtivas sobre o trabalho por mim desenvolvido. Desde o primeiro contacto fiquei confiante que assim sucederia. Tal expectativa foi confirmada com o passar do tempo. No que concerne à minha PO, a professora doutora Paula Queirós, penso que não poderia ter tido mais sorte. Já havia tido contacto com a PO no ano transato, na unidade curricular de Profissionalidade Pedagógica e desde aí que tenho um grande apreço e consideração pelo seu trabalho.

Se me questionassem qual a turma que eu esperava que me fosse atribuída, facilmente enumerava algumas características base que esta deveria possuir. Gostaria de ser presenteado com uma turma bem comportada, empenhada e, acima de tudo que fosse dotada de um excelente domínio motor. Depressa me apercebi que a turma se encontrava muito aquém do esperado. Estava perfeitamente consciente que iria encontrar um grupo heterogéneo, mas nunca de forma tão acentuada como o que encontrei. Ademais, facilmente denotei que a turma era constituída por alguns alunos cujo comportamento não era o mais adequado onde, na sua generalidade, reinava um total desinteresse pela disciplina de EF. Hoje, encontro-me bastante satisfeito com a turma que me foi atribuída. Considero que foi uma experiência muito difícil, fui posto à prova em todas as aulas que lecionei. Todavia, estou certo que foi também uma experiência extremamente enriquecedora que fez com que evoluísse de uma forma superior.

De um modo geral as expectativas relacionadas com o EP eram muitas. Acima de tudo esperava começar a construção do que mais tarde se tornará um excelente profissional; crescer enquanto indivíduo; poder aprender com erros que certamente cometi, através da reflexão com todos os elementos do NE; deixar a minha marca junto do grupo de EF e da EC. Em suma, esperava, de uma forma genérica, ensinar aprendendo.