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Relatório Anual 2003

Ibero-Américamostrou em 2003 uma melhora em seu meio econômico, depois de um quadriênio de muito baixo cresci- mento e alta volatilidade nos mercados financeiros. As estimati- vas de crescimento se situam, como média da área, ao redor de 1% para o ano, enquanto o risco-país foi reduzido de muito sig- nificativa. A depreciação das taxas cambiais médias das divisas ibero-americanas frente ao dólar se demorou de forma sensível ao longo do ano, finalizando 2003 com uma depreciação con- junta dos taxas cambiais médias de 13% em relação ao dólar, à que há que adicionar uma depreciação do dólar frente ao euro de 17%. Quanto às taxas de juro nominais, tenderam a reduzir- se no conjunto da região especialmente na segunda metade do ano, fundamentalmente no Brasil, México, Porto Rico e Vene- zuela. A gradual melhora da percepção de risco por parte dos in- vestidores internacionais, a maior estabilidade cambial e as bai- xas expectativas inflacionárias permitiram a boa parte dos ban- cos centrais empreender um substancial relaxamento de sua po- lítica monetária. As taxas de juro nominais foram reduzidas de forma significativa (Brasil, México, Porto Rico, Venezuela ...), o que unido à queda da inflação, traduziu-se no surgimento de ta- xas de juro reais negativos em vários países da região.

Commercial Banking América obteve um lucro líquido atribuí- do de 1.064,5 milhões de euros em 2003, que significa uma diminuição de 3,1% sobre o ano anterior. Eliminando o efeito do câmbio, a variação foi de +32,7%. O lucro líquido, não afe- tado pelas mudanças na participação dos acionistas minoritá- rios, oferece uma variação interanual de +2,1%, que se con- verte num +36,8% uma vez deduzido o efeito do câmbio. So- mando ao lucro líquido atribuído do Commercial Banking América o procedente do resto dos negócios que o Grupo des- envolve na região, o lucro líquido atribuído ao Grupo se situou em 1.318,5 milhões de euros, com variação de -4,6% sobre o obtido no ano anterior, ou de +28,5% ao utilizar taxas cam- biais constantes.

O Grupo Santander ocupa uma posição muito relevante em Ibe- ro-América, que se põe de manifesto por sua liderança em re- sultados, sua solidez financeira, seu alto grau de diversificação (por países por negócios, por produtos) e pela extensão e pro- fundidade de sua franquia comercial, com uma rede de 4.052 agências e 11.762 caixas automáticos.

O tamanho e profundidade da presença do Grupo Santander se põem de manifesto também através de suas cotas de negó- cio. Estas são particularmente destacadas nas áreas e países es- trategicamente mais importantes. Deste modo, a cota do Gru- po na região sul-sudeste brasileira, que constitui a área estrate-

gicamente mais atraente para o Grupo nesse país, situa-se per- to de 10%, 13,1% em México, 18,5% em Chile, 12,0% em Porto Rico e 11,7% em Venezuela.

O enfoque da gestão em 2003 se situou no crescimento orgâ- nico dos rendimentos de natureza mais recorrente, com um mo- delo de negócio claramente orientado ao cliente, altamente segmentado, apoiado na tecnologia, com uma adequada ges- tão dos custos e com um perfil de risco médio-baixo, derivado tanto da exigência de elevados níveis de qualidade de crédito como de um seguimento muito próximo dos riscos financeiros. Durante o ano foi mantida uma política de pagamento de divi- dendos que supôs um desembolso de 1.116 milhões de dólares. Outros aspectos a levar em conta na análise da informação fi- nanceira são:

• Argentina: Atendendo às excepcionais circunstâncias que coin- cidem neste país desde finais de 2001, Grupo Santander pro- visionou toda o investimento de capital na Argentina (incluído o fundo de comércio), bem como todo o risco transfronteiriço intragrupo e as necessidades regulatórias por dotação de ris- co-país com terceiros. Esta provisão permitiu, como em 2002, que no exercício de 2003 os resultados de Argentina tenham tido uma contribuição nula a nível de lucro. A gestão local adaptou sua estratégia à situação do país, enfocando-se prio- ritariamente no restabelecimento dos níveis de liquidez ante- riores à crise, o desenvolvimento dos negócios transacionais e geradores de comissões, a recuperação de carteiras deteriora- das, o saneamento progressivo de seus ativos e o ajuste de suas estruturas.

O país está melhorando e com ele a situação de Banco Rio. O Grupo Santander tem plena confiança na Argentina e em que, portanto, nossa filial Banco Rio começará a contribuir positiva- mente aos resultados do Grupo num futuro próximo. • Entre 2002 e 2003, tiveram lugar as seguintes mudanças no

perímetro contábil do Grupo em Ibero-América: aumento da participação no Banco Santiago 34,45% desde 17 de abril de 2002 (que afeta somente à linha de lucro operacional); a ven- da do negócio varejista em Peru (que aconteceu no último tri- mestre de 2002); e a venda de 24,9% do capital do Grupo Santander Serfin ao Bank of America, efetiva desde 28 de fe- vereiro de 2003. Esta última operação foi acompanhada de acordos entre as duas instituições para a promoção de negó- cios nas áreas de Banca de Clientes e Corporate Banking.

Total América

Variação 2003/2002

Milhões de euros 2003 2002 Absoluta (%)

Lucro antes de impostos 1.751,4 1.696,7 54,8 3,23

Lucro líquido consolidado 1.470,8 1.461,1 9,7 0,66

Lucro líquido atribuído ao Grupo "proforma" 1.318,5 1.382,7 (64,2) (4,65)

Commercial banking 1.064,5 1.098,5 (34,1) (3,10) Áreas globais 254,0 284,2 (30,2) (10,61)

Relatório por áreas de negócio

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Grupo SantanderRelatório Anual 2003

• Tal como foi comentado, a evolução dos resultados em euros de Ibero-América se viu negativamente afetada pela deprecia- ção das moedas da região. As depreciações mais notáveis das taxas cambiais médias corresponderam ao real brasileiro (de 2,64 a 3,46 reais por euro), ao peso mexicano (de 9,06 a 12,18 pesos por euro) e ao bolívar venezuelano (de 1.026 a 1.814 bo- lívares por euro). Neste país, estabeleceu-se um regime de con- trole de mudanças em fevereiro de 2003 fixando uma parida- de de 1.598 bolívares por dólar norte-americano, que foi man- tida durante todo o ano. Ao longo do ano 2003, as moedas ibero-americanas, em seu conjunto, têm desacelerado seus rit- mos de depreciação, mostrando, a taxa de câmbio final, uma depreciação ponderada entre 31.12.02 e 31.12.03 de um 11% frente ao euro, notavelmente inferiores às das taxas cambiais médias.

A continuação se comentam os aspectos mais relevantes na evo- lução da Commercial Banking em América em 2003:

• Durante todo o ano, o Grupo se centralizou no impulso da margem básica, líquido de provisões, que se viu favorecido pe- la melhora da estrutura de balanço, a substancial redução dos prêmios de risco do crédito (de 2,59% a 1,09%, entre os dois períodos comparados) e, sobretudo, o desenvolvimento dos negócios geradores de comissões, especialmente os conside- rados estratégicos (cartões de crédito, comércio exterior, cash management, fundos de investimento e seguros). A adequa-

da gestão dos preços de ativo e passivo foi particularmente re- levante na segunda metade do ano, devido aos processos de forte diminuição de taxas de juro no Brasil e México, países nos que o Grupo concentra o 66% da margem de interme- diação obtido em Ibero-América. Sem considerar o impacto das taxas cambiais, a margem básica líquida mostra um cres- cimento interanual de 2,9% sobre 2002.

• Os resultados por operações financeiras aumentam sensivel- mente em relação aos de 2002, ano no que estiveram espe- cialmente afetados por menos-valias geradas nos processos de venda de carteira de dívida, fundamentalmente no Brasil • A margem ordinária líquida (isto é, a totalidade dos rendi-

mentos ordinários, deduzidos no custo da prima de risco) atin- ge os 4.162,0 milhões de euros em 2003, cifra que significa um crescimento de 11,2% sobre a obtida em 2002, uma vez eliminado o efeito do câmbio. Em euros, a variação foi de - 15,2%.

• Os custos de pessoal e gerais diminuíram 1,1%, uma vez eli- minado o efeito do câmbio, apesar dos elevados níveis de in- flação, que afetaram principalmente o Brasil e a Venezuela. Es- ta variação se traduziria numa diminuição de 23,3% em eu- ros. Já nos últimos meses do ano se começaram a contabilizar despesas vinculadas a projetos específicos (alguns locais, ou- tros regionais) de impulso do negócio, aproveitando o melhor clima econômico e a posição estratégica do Grupo na região. • O forte esforço em saneamentos de insolvências levado a ca-

bo em 2002, acompanhado de uma perceptível melhora no meio econômico do conjunto da região, permitiu uma dimi- nuição das provisões para insolvências, de 46,6% a tipos cons- tantes (67,7% em euros). O índice de inadimplência se situou em 3,9% e a taxa de cobertura em 125%; ambas melhoram em relação às do fechamento de 2002.

• O ROE de Commercial Banking América se situou em 29,0% em 2003 frente ao 23,0% de 2002. A expansão das comissõ- es (+5,6% de crescimento interanual, deduzido efeito do câm- bio) propiciou que o coeficiente de recorrência passasse de 39,4% em 2002 para 41,9% em 2003; enquanto a taxa de eficiência se situou em 54,9%, frente ao 54,0% de 2002. Lucro líquido atribuído por países (Total América)

Var. s/ 2002 (%)

Milhões de euros 2003 2002 Total Sem TC

Brasil 701,0 801,9 (12,58) 11,19 México 406,4 681,4 (40,36) (14,97) Chile 243,5 228,9 6,37 23,43 Porto Rico 28,1 12,1 132,57 149,15 Venezuela 107,9 166,5 (35,18) 6,84 Resto* (168,4) (508,1) (66,85) (63,71) Total 1.318,5 1.382,7 (4,65) 28,53

(*).-Inclui resto países, despesas imputadas, homogeneização da atribuição de capital e saneamentos antecipados pelo Grupo

Créditos sobre clientes (bruto)

Var. s/ 2002 (%) Quota

Milhões de euros 2003 Total Sem TC 2003

Brasil 4.357,5 10,93 9,51 4,9% México 8.899,9 (28,39) (7,68) 14,1% Chile 8.804,9 (7,07) (7,93) 22,6% Porto Rico 4.066,0 0,08 20,53 10,2% Venezuela 924,1 (18,95) 11,67 14,9% Resto 2.658,0 (16,29) (8,45) 6,1% Total 29.710,4 (13,15) (1,85) 10,8%

(*).- Excluindo nota IPAB de Serfin, letras de câmbio FOBAPROA do Santander Mexicano e carteiras reestruturadas: +24%

Recursos de clientes en balance

Var. s/ 2002 (%) Quota

Milhões de euros 2003 Total Sem TC 2003

Brasil 5.586,4 (0,57) (1,34) 4,0% México 15.657,8 (15,00) 9,62 14,2% Chile 10.368,8 (11,47) (12,33) 20,7% Porto Rico 3.465,0 (20,48) 4,65 9,1% Venezuela 2.503,6 20,53 66,02 12,4% Resto 3.199,3 (9,42) 0,74 6,3% Total 40.781,0 (10,80) 4,05 9,2% * 058-135 OK BRA 9/6/04 18:19 Página 92

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