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Relatório Anual 2003

• Os volumes de negócio se viram afetados também pelas depre- ciações O crédito sobre clientes diminuiu 13,1% em euros ( - 1,9%, sem efeito do câmbio). Deduzido o custo das notas IPAB de México, que anotam um vencimento de 2.702 milhões de eu- ros no ano, o crédito se incrementou 5,4% (sem o efeito do câm- bio).

Os recursos de clientes (débitos em balanço, fundos de investi- mento e fundos de pensões) incrementaram-se 1,7% em euros em 2003 (+14,9% sem efeito câmbio), com um maior cresci- mento nos fundos de investimento (+29,5% em moeda local) do que nos débitos (+8,2% em moeda local), favorecido pela dimi- nuição das taxas de juro em quase todos os países da região Os fundos de pensões, por sua vez, teve um incremento de 21,8% em moeda local. Em geral, os ritmos de crescimento de negócio se aceleraram na segunda metade do ano, especialmente no cré- dito sobre clientes.

A continuação se comenta a evolução dos países mais significati- vos:

Brasil

Santander Banespa é um dos 4 maiores bancos privados do Bra- sil com mais de 1.800 agências e mais de 7.000 caixas automáti- cos. Através do Santander Banespa, o Grupo conta com uma par- ticipação no mercado brasileiro entre 4% e 5%, concentrando- se sua franquia comercial no sul-sudeste, a área mais rica e des- envolvida do país que, com aproximadamente 100 milhões de habitantes, concentra quase 75% do PIB nacional. A presença do Grupo no Brasil é especialmente acentuada nos estados de São Paulo (onde o Grupo conta com mais de 1.500 agências) e Rio Grande do Sul.

Desde o ponto de vista macroeconômico, o ano 2003 se carac- terizou por: 1) um crescimento ainda muito modesto do PIB

(muito próximo do crescimento zero), 2) uma forte diminuição das taxas de juro nominais, especialmente no segundo semes- tre, com uma queda ao longo do ano que foi de 25,0% a 16,5%, e 3) a apreciação da taxa cambial do real frente ao eu- ro, em 1%, de 3,71 a 3,66 reais por euro, entre 31.12.02 e 31.12.03, embora as taxas cambiais médias ainda se deprecia- ram 24% entre 2002 e 2003. A maior estabilidade política do país e suas melhores perspectivas econômicas, além de incidir sobre a comentada apreciação da taxa cambial, propiciaram uma forte redução do risco-país, que se situou em níveis de 463 pon- tos básicos ao finalizar 2003 , frente aos 1.387 pontos que ini- ciou o ano.

A convergência para um cenário de menores taxas de juro terá um efeito favorável na consolidação da recuperação econômica prevista para o país em 2004 e na dinamização, a maiores rit- mos, do crescimento dos negócios com clientes, especialmente nos relacionados com o investimento creditício. No curto prazo, a redução das taxas de juro pode pôr alguma pressão sobre a margem financeira. Neste sentido, o impacto sobre as margens da redução das taxas de juro pode ver-se aliviado pela diminui- ção dos ajustes, como a levada a cabo no mês de agosto em re- lação aos depósitos à vista (o encaixe não remunerado diminuiu de 60% para 45%).

A estratégia do Grupo em 2003 foi enfocada no desenvolvi- mento comercial, através de um aproveitamento mais intensivo de sua base de clientes, uma vez que previamente se levou a ca- bo a segmentação e carterização da clientela.

O enfoque do Grupo no desenvolvimento comercial permitiu um incremento da captação (depósitos + fundos de investimento) de 23,6%; e de 9,5% nos créditos, expressos ambos sem efeito câmbio (em euros, as variações teriam sido de +25,2% e +10,9%, respectivamente). É de destacar o forte crescimento do crédito para pessoas físicas (crédito para o consumo, financia- mento de veículos,…) de 26% em moeda local; enquanto, em relação aos recursos, a redução de taxas de juro favoreceu a maior expansão dos fundos de investimento (+52,6% sem efei- to câmbio). Em todo caso, nos últimos dois trimestres do ano se acentuaram os ritmos de crescimento de negócio, especialmen- te de crédito.

O Grupo Santander obteve no Brasil um lucro líquido atribuído de 701,0 milhões de euros, com variação de -12,6% (+11,2% sem efeito do câmbio). Deste custo, 88% (615,4 milhões de eu- ros) correspondem ao commercial banking.

A margem ordinária líquida, isto é, a totalidade dos rendimen- tos (líquidos do prêmio de risco do crédito) oferece um incre- mento, sem efeito do câmbio, de 12,4% (-11,4% em euros). A taxa de eficiência foi de 43,0%, o ROE atinge 45,3% e a taxa de inadimplência se situou em 2,68% ao finalizar 2003, en- quanto a taxa de cobertura atingiu 190%.

Fundos de inversión

Var. s/ 2002 (%) Cuota

Millones de euros 2003 Total Sin TC 2003

Brasil 6.275,3 54,57 52,58 4,5% México 3.362,4 (14,38) 10,38 13,2% Chile 1.488,3 (0,54) (1,46) 21,1% Puerto Rico 817,3 33,29 60,53 21,7% Venezuela 3,7 (16,06) 15,65 7,7% Resto 311,2 65,73 77,77 10,4% Total 12.258,3 19,14 29,53 7,8% Planos de pensões Var. s/ 2002 (%) Quota

Milhões de euros 2003 Total Sem TC 2003

México 2.427,5 (6,19) 20,94 8,8% Chile 4.432,5 19,28 18,18 11,3% Resto 5.112,4 12,25 25,30 18,5%

Total 11.972,5 10,26 21,83 12,7%

Relatório por áreas de negócio

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Grupo SantanderRelatório Anual 2003

México

Grupo Santander Serfin é uma das instituições líderes do siste- ma financeiro mexicano. É a terceira instituição financeira do pa- ís por volume de negócio, mas a primeira por rentabilidade, sol- vência e solidez patrimonial. Suas cotas de negócio se situaram em 14,1% em créditos e em 13,9% em depósitos mais fundos de investimento. Adicionalmente, o Grupo conta com uma ad- ministradora de fundos de pensões cuja cota se situou em 8,8%. Uma vez conseguida a integração comercial e operacional de Santander Mexicano e Serfin no último trimestre de 2002, o Grupo operou em 2003 sob uma única marca, Santander Serfin, através de uma rede de um milhar de agências e mais de 1.800 caixas automáticos, estendidas em 225 núcleos de população. A economia mexicana recuperou ligeiramente seu crescimento em 2003, embora com uma taxa ainda modesta (1,2%). A con- sistência na política monetária manteve a inflação à baixa. Este fato, junto aos níveis de mínimo histórico no risco-país, favore- ceu uma notável diminuição das taxas de juro, que finalizaram (TIIE – 28 dias) em 6,3%, frente a 8,5% de 2002. O tipo de câm- bio médio, no entanto, depreciou-se 26% frente ao euro. As perspectivas para 2004 são favoráveis, esperando-se um mode- rado crescimento do PIB, com os níveis de taxas de juro e infla- ção em ligeira baixa.

Durante 2003, o Grupo desenvolveu sua atividade em México com um eficiente modelo de negócio, bem segmentado, muito enfocado ao cliente e com uma aspiração clara para o aumento de cota (incremento da cota em investimento creditício em 1,3 pontos), particularmente nos segmentos e produtos de maior rentabilidade. Em concreto, o crédito para pessoas físicas se in- crementou em16% entre 31 de dezembro de 2002 e a mesma data de 2003, destacando em particular o crescimento do ins- trumentado através de cartões de crédito, enquanto o crédito a empresas pequenas e médias se incrementou a uma taxa inter- anual de 22%.

A estratégia expansiva do Grupo em México se sustentou sobre suas confirmadas capacidades de inovação comercial em pro- dutos. Assim, durante o ano 2003 se levou a cabo o lançamen- to de produtos como Super Conta Milionária, Super Investi- mento Garantido, Super Negócio, Crédito Hipotecário … Estes produtos se somam a outros de contrastado sucesso (Serfin Light, Cartão Uni-k, ...).

O Grupo em 2003 se enfocou também para a otimização da ba- se de depósitos e o desenvolvimento das comissões (especial- mente, formas de pagamento, cash-management, comércio ex- terior e fundos de investimento). O lucro líquido atribuído ao Grupo em México se situou em 406,4 milhões de euros (dos que 82% corresponde ao commercial banking), com uma variação de -40,4% (ou -15,0% a taxas cambias constantes). Esta dimi- nuição se viu afetada (em dez meses de 2003) pela venda de 24,9% do capital do Grupo Santander Serfin a Bank of Ameri- ca. O lucro líquido sem minoritários, não afetado pela citada ven- da, diminuiu 27,3% em euros (-1,9% a taxas cambiais constan- tes). A margem básica líquida se incrementou 5,5% em 2003 uma vez descontado o efeito do câmbio.

É de destacar o crescimento das comissões (+9,6%, sem efeito do câmbio), enquanto a margem de intermediação mostra uma variação de -1,3%, que põe de manifesto como o forte cresci- mento do negócio permitiu absorver o impacto da redução das taxas de juro sobre o diferencial de preços dos negócios. A eficiência se situou em 50,2%, com um coeficiente de reco- rrência de 63,4%, enquanto o ROE atingiu 31,6%. O Grupo se- gue mostrando sólidos níveis de qualidade de ativos, que se ma- nifestam tanto pelo menor índice de inadimplência (1,33% sob critérios espanhóis) quanto pela maior cobertura (284%) entre os grandes bancos mexicanos.

Chile

O Grupo Santander Chile é líder no sistema financeiro chileno, tanto por volumes de negócio quanto por resultados. O Grupo conta com cotas de 20,7% em depósitos e 22,6% em créditos Tem assim mesmo uma presença notável nos negócios de pen- sões e de fundos de investimento, com cotas de 11,3% e 21,1%, respectivamente.

O Grupo é o único que cobre toda a gama de produtos e servi- ços financeiros no país, com fortes vantagens competitivas por sua posição dominante na maior parte dos negócios financeiros, sua solidez financeira, sua ampla base de clientes e sua extensa rede de agências (370 agências, a maior do país), às que se unem mais de 1.100 caixas automáticos. Do ponto de vista ma- croeconômico, o ano 2003 se caracterizou pela aceleração do crescimento econômico (o incremento do PIB se situou em tor- no de 3,5%), as reduções de taxas de juro (média de 2003 ao re- dor de 3,4%, com uma diminuição de 0,60 pontos sobre a taxa média de 2002) e inflação (1,1%), e uma taxa cambial frente ao euro que, embora não oferecesse variação substancial entre 31.12.02 e 31.12.03 (apreciação de 1%), a taxa cambial média se depreciou 17%. O prêmio de risco-país se situou abaixo dos 100 pontos ao finalizar 2003. Para 2004, espera-se a confirma- ção da recuperação econômica de Chile.

Em abril de 2003, o Santander Chile finalizou seu processo de fusão operacional e tecnológica, iniciada em agosto de 2002. O novo banco (sob o nome comercial de Santander Santiago) en- focou-se em otimizar sua base de negócio e cota de mercado, melhorando a composição de seus ativos (com uma maior orien- tação para os segmentos varejistas, de maior rentabilidade) e os diferenciais de negócio. A fusão, além de potencializar as capa- cidades comerciais, propiciou importantes economias nos cus- tos. Durante 2003, especialmente nos primeiros meses do ano, foram levados a cabo saneamentos extraordinários de insolvên- cias, que se adicionaram aos que foram feitos no último trimes- tre de 2002. Em concreto durante 2003 se dotaram 98,5 milhõ- es a provisões para insolvências. Apesar destas provisões, terem atingindo um lucro líquido operacional de 243,5 milhões de eu- ros, com um crescimento de 6,4% sobre o ano anterior (ou +23,4% a taxas cambiais constantes). 82% do lucro (199,1 mil- hões de euros) corresponde à área de commercial banking. A margem básica líquida é reduzida em 4,0% (a taxas cambiais constantes) na comparação interanual, apesar do forte cresci- mento das comissões, de 17,8% (a taxas cambiais constantes). Os 058-135 OK BRA 9/6/04 18:19 Página 94

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