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GLOSSÁRIO

Package 2 – Representam as peças jornalísticas que são exibidas após o momento de apresentação

4. METODOLOGIA GERAL DA INVESTIGAÇÃO

4.2. HIPÓTESES

O objetivo das hipóteses é orientar a investigação, facilitando a seleção dos dados e a organização da análise a ser realizada (Fraenkel et al., 2012). As hipóteses que se seguem, e que orientam a presente investigação, encontram-se relacionadas com os elementos identificados no modelo de análise (Tabela 1). As hipóteses construídas e apresentadas em seguida são resultado de pesquisas anteriores e do conhecimento obtido através da revisão de literatura realizada (Parte I deste documento). Ainda, algumas delas assumem também um papel exploratório, de forma a perceber a sua pertinência para futuras investigações.

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IPÓTESE

1

“No lead in, dependendo da versão do noticiário televisivo que o telespectador visualiza, os grafismos que compõem o layout informativo apresentam diferenças ao nível dos pontos de fixação e

do tempo despendido, sendo o pivô e o rodapé os elementos mais visualizados.”

A hipótese 1 surge no seguimento da revisão da literatura e que se foca no estudo da pertinência de alguns dos grafismos presentes nos noticiários televisivos no momento do lead in (Josephson & Holmes, 2006; Matsukawa et al., 2009; Rodrigues, 2010), como também na divisão do objeto de estudo em várias versões (Bergen, Grimes, & Potter, 2005; Fox et al., 2004; Josephson & Holmes, 2006). Nesta hipótese está também implicito o uso do eye tracking como técnica de avaliação (Duchowski, 2007), de modo a quantificar o comportamento visual dos telespectadores, e perceber assim se existem diferenças na visualização dos grafismos que estão presentes nas diferentes versões do noticiário televisivo no lead in. Para tal utilizam-se como métricas os pontos de fixação e o tempo despendido (Capítulo VI, secção 6.1.3). Partindo também do levantamento teórico realizado ao nível dos grafismos nos noticiários televisivos (Capítulo II, secção 2.2 e 2.3), dos movimentos oculares (Capítulo III, secção 3.1.2), e da atenção seletiva (Capítulo III, secção 3.3), esta hipótese é igualmente um contributo importante para a definição da proposta de um layout informativo optimizado para o lead in.

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IPÓTESE

2

“No package, dependendo da versão do noticiário televisivo que o telespectador visualiza, os grafismos que compõem o layout informativo apresentam diferenças ao nível dos pontos de fixação e

do tempo despendido, sendo o rodapé o grafismo mais visualizado.”

A hipótese 2 parte dos mesmos fundamentos da hipótese 1, variando só no espaço noticioso que é avaliado, o package. No levantamento bibliográfico realizado verifica-se que os estudos existentes se debruçam sobretudo no lead in. Assim, esta hipótese tem o propósito de analisar também o layout informativo do package, com o intuito de propor um layout informativo optimizado para o mesmo.

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IPÓTESE

3

“Os telespectadores apresentam uma maior memorização de conteúdos no package do que no lead in, sendo essa memorização maior quando existe complementaridade total.”

A construção da hipótese 3 tem como principal propósito perceber a eficácia com que os telespectadores memorizam os conteúdos informativos quando existe complementaridade total ou complementaridade parcial, e nas diferentes versões do noticiário televisivo. Para tal, partiu-se de alguns estudos que se debruçaram na memorização de conteúdos com vários níveis de redundância de informação (Drew & Grimes, 1987; Fox, 2004; Frings, Mader, & Hull, 2010; Graber, 1990; Grimes, 1991; Miller & Leshner, 2007), com o intuito de construir as diferentes versões dos noticiários televisivos apresentados aos telespectadores. Este levantamento bibliográfico foi também importante para a construção de alguns dos instrumentos de recolha de dados (Capítulo VI, secção 6.1.2), de modo a avaliar a eficácia com que os telespectadores memorizam os conteúdos informativos presentes nas diferentes versões do noticiário televisivo. Para a delineação da hipótese 3 foi também relevante o levantamento efetuado ao nível da memória (Capítulo III, secção 3.4). Esta hipótese tem ainda um carácter exploratório, uma vez que no levantamento efetuado não se encontrou nenhum estudo relativo às diferenças que possam existir entre o lead in e o package. Desse ponto de vista, esta análise pode ser importante para permitir adaptar o layout informativo a estes dois espaços noticiosos para que os telespectadores apreendam os conteúdos com maior eficácia.

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IPÓTESE

4

“A frequência com que os telespectadores vêm noticiários televisivos não interfere com a memorização dos conteúdos apresentados, independentemente da faixa etária.”

A hipótese 4 assume um carácter exploratório, tendo em conta a necessidade de aferir se existe alguma relação entre a frequência com que os telespectadores veem noticiários televisivos e a eficácia com que estes memorizam os conteúdos informativos que são apresentados. Para a construção desta hipótese incluiu-se também a variável da faixa etária, dado que com a caracterização do público-alvo (Capítulo V, secção 5.3), verifica-se que no “Jornal da Tarde” da RTP1 existem diferenças ao nível das audiências nas várias faixas etárias que visualizam este noticiário televisivo, e por conseguinte seria pertinente perceber se existe alguma relação entre estas variáveis. Para analisar esta hipótese foi importante a construção de um inquérito por questionário pré-sessão (Capítulo VI, secção 6.1.1), de modo a registar a frequência com que os participantes visualizam noticiários televisivos, para posteriormente se cruzarem estas respostas com outras obtidas no inquérito por questionário pós-sessão (Capítulo VI, secção 6.1.2), respostas estas que e pretendem avaliar a eficácia com que os telespectadores memorizam os conteúdos informativos alvo de análise.

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IPÓTESE

5

“Existe uma maior memorização de conteúdos nas temáticas de peças jornalísticas preferidas pelos telespectadores, independentemente da faixa etária.”

A hipótese 5 surge no seguimento da dissertação de mestrado que antecedeu esta investigação (Rodrigues, 2010), e onde não foi possível estabelecer qualquer evidência da relação entre o grau de interesse temático dos telespectadores e a memorização dos conteúdos relativos a essas categorias temáticas. A construção desta hipótese foi ainda colmatada com o levantamento bibliográfico dos principais estudos de categorias temáticas em Portugal (Brandão, 2006, 2009; Lopes, 1999; Silveira, Cardoso, & Neto, 2010), para que fosse possível incluir no objeto de estudo desta investigação as principais categorias temáticas presentes nos noticiários televisivos em Portugal (Capítulo II, secção 2.1.1 e 2.1.2). Para verificar a hipótese 5 é necessário questionar os participantes de forma a registar o grau de interesse temático demonstrado pelos participantes às temáticas incluídas nas versões do noticiário televisivo (inquérito por questionário pré-sessão). Como acontece na hipótese 4, estas respostas são posteriormente cruzadas com as respostas obtidas no inquérito por questionário pós- sessão (Capítulo VI, secção 6.1.2). Esta hipótese foi assim idealizada para tentar compreender a relação existente entre as preferências temáticas dos telespectadores e a respetiva memorização dos conteúdos, realizando-se essa análise para as faixas etárias alvo de análise.

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IPÓTESE

6

“A memorização de conteúdos, em qualquer versão do noticiário televisivo, varia de acordo com as faixas etárias definidas neste estudo, verificando-se tanto ao nível do lead in como do package.”

Finalmente, a sexta e última hipótese, tem o propósito de compreender a relação entre a memorização dos conteúdos informativos e as faixas etárias definidas neste estudo, tanto nas seis versões do noticiário televisivo, como ao nível do lead in e package. Do levantamento bibliográfico efetuado, apenas alguns estudos percorrem diferentes faixas etárias, sem contudo fazerem descriminação entre elas (Fox et al., 2004; Frings et al., 2010). Apesar desta hipótese apresentar fundamentos semelhantes aos descritos na hipótese 3 (estudos sobre memorização de conteúdos informativos), parte desta hipótese assume também um carácter exploratório, dado que não se encontraram na bibliografia registos de estudos que relacionem faixas etárias com a memorização de conteúdos no lead in e package dos noticiários televisivos.

5. MOTIVAÇÃO PESSOAL E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO