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ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

7 Plano Internacional Desporto Notícia relacionada com futebol internacional 36s (s + 29s)

5.5. PRÉ-TESTES E TESTES

A realização dos testes constitui uma das etapas mais importantes neste trabalho, dado que é nesta fase que existe a concretização de todo o processo de investigação e planeamento feito até à data. Uma das principais características dos testes desta investigação é terem de ser realizados, obrigatoriamente, de forma presencial. Por esse motivo, os testes realizaram-se numa sala do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da Universidade de Aveiro. Esta sala foi organizada de forma a poder receber o estudo num ambiente controlado, eliminando ao máximo as variáveis externas.

Posto isto, antes da realização dos testes, foi necessário realizar-se os pré-testes com alguns participantes, de modo a aferir e a validar o objeto de estudo alvo de teste, bem como os inquéritos por questionário. Estes pré-testes decorreram na segunda quinzena de Outubro de 2012, tendo participado seis sujeitos, ou seja, um participante por cada versão do teste. Após a realização dos pré-testes, foi necessário ajustar e corrigir alguns problemas apontados pelos participantes. Os principais problemas apontados foram relativos a pequenas gralhas encontradas nos inquéritos por questionário. Estes participantes sugeriram também que existisse a possibilidade dos inquéritos estarem também disponíveis em versão impressa, já que estes só foram disponibilizados em formato digital. Todas estas sugestões foram aceites e corrigidas antes do início dos testes. Estes pré-testes serviram assim para a validação de todo o protocolo da realização da experiência.

Devido ao facto destes testes serem realizados presencialmente, e terem uma duração média aproximada de 15 minutos por participante, a sua execução levou um período de tempo bastante alargado. Os testes decorreram entre o início do mês de Novembro de 2012, até meados do mês de Março de 2013, existindo um interregno de cerca de 15 dias, que corresponderam às férias de Natal. A duração total dos testes foi de aproximadamente cinco meses.

Para além disso, de forma a garantir que esta fase decorresse da melhor forma possível, foi necessário desenvolver uma estratégia de divulgação dos testes, afim de angariar o maior número possível de participantes. Relacionado ainda com esta fase, está também um protocolo de estudo que foi preciso seguir e aplicar, de forma a que toda a fase de testes decorresse como planeado. Assim, nas duas secções que se seguem, serão abordadas com maior detalhe as diferentes formas de divulgação do estudo, bem como a explicação de todo o protocolo de realização dos testes.

5.5.1. ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO E COLABORAÇÕES SOLICITADAS

De forma a conseguir um número de participantes significativo para o estudo, foi necessário divulgar o estudo recorrendo-se a diferentes estratégias. Nesse sentido, um dos meios utilizados para a angariação de participantes, foi solicitar aos docentes de algumas unidades curriculares a deslocação às salas de aula, afim de explicar os objetivos do estudo e fazer um convite aos alunos e próprios docentes, para a participação no estudo. Após esse esclarecimento, agendou-se com os interessados, a hora e o dia para se deslocarem à sala onde decorreria a experiência. Esta abordagem tornou-se a mais eficaz, tendo sido a estratégia de divulgação do estudo que mais participantes facultou à investigação.

Outra das estratégias adoptadas para a divulgação do estudo foi solicitar ao vice-reitor da universidade de Aveiro uma autorização que permitisse aos funcionários dessa instituição participar no estudo. No entanto, não foi conseguido o apoio institucional atempadamente, e por isso o convite foi feito de forma direta aos funcionários, transmitindo nesse momento os propósitos da investigação. Além disso, os funcionários para participarem no estudo apenas podiam-se deslocar à sala onde decorria o estudo fora do seu horário de trabalho. Por esses motivos, infelizmente, o número de participantes conseguidos ficou aquém do esperado.

Por fim, e uma vez que não se conseguiu obter um número considerável de participantes com idade superior a 55 anos na universidade de Aveiro, foi necessário obter esses participantes noutras instituições. A solução encontrada foi através da colaboração com o projeto SEDUCE, projeto este que tem como um dos públicos alvo da sua investigação, os cidadãos sénior de diferentes IPSS da cidade de Aveiro, como referido anteriormente. Assim, através da colaboração com o SEDUCE, foi possível entrar em contacto com algumas das IPSS e realizar o estudo nas instalações das mesmas. No entanto, e como já foi referido no Capítulo V, secção 5.3. Descrição e Caracterização do Público-Alvo, o número de participantes conseguidos também ficou aquém do esperado, uma vez que poucos foram aqueles que quiserem participar na investigação. Além disso, muitos dos seniores presentes nestas instituições também não podiam participar na investigação, dado que não reuniam os requisitos mínimos para participarem no estudo, devido a apresentarem inícios de demência mental e/ou não saberem ler e/ou escrever.

Apesar de algumas das ações de divulgação terem ficado aquém do esperado, no final conseguiu-se obter um número de participantes bastante satisfatório, que se enquadra nos propósitos e nos objetivos da investigação.

5.5.2. PROTOCOLO DE ESTUDO

Como já foi referido anteriormente, a experiência teve de estar alocada a uma sala durante um determinado período de tempo. Por isso, foi necessário efetuar um protocolo de realização da experiência, desde o começo da realização do teste até este terminar. O espaço utilizado para a experiência foi adaptado e organizado de forma a que os testes decorressem de forma coordenada e sem qualquer tipo de interferência. A planta da sala e a forma como as diferentes zonas foram organizadas estão presentes na figura seguinte (Figura 25).

Figura 25 – Planta da sala utilizada para a experiência

O protocolo de realização da experiência foi dividido essencialmente em 3 fases: i) resposta ao inquérito por questionário pré-sessão; ii) visualização de uma das versões do noticiário televisivo; iii) resposta ao inquérito por questionário pós-sessão. A realização da experiência começou com a resposta dos participantes a um pequeno inquérito por questionário (pré-sessão). Este questionário era respondido num computador portátil (ou em papel) que se encontrava Zona 2 da sala. Após responder ao inquérito, o participante era encaminhado para a zona onde estava o equipamento de eye-tracker (Zona 1). Nesse momento, foi perguntado ao participante se se encontrava confortavelmente sentado na cadeira, explicando-se de seguida no que consistia o teste, atribuindo- se posteriormente uma das 6 versões do noticiário televisivo, que era definida aleatoriamente antes do começo do teste. Relativamente às versões do teste, cada excerto tinha uma nomenclatura diferente, de forma a facilitar a recolha e análise de dados (ver Tabela 13).

Tabela 13 – Nomenclatura das versões dos noticiários televisivos VERSÃO NOMENCLATURA Versão 1 P (Nº Participante)_V1_F/M Versão 2 P (Nº Participante)_V2_F/M Versão 3 P (Nº Participante)_V3_F/M Versão 4 P (Nº Participante)_V4_F/M Versão 5 P (Nº Participante)_V5_F/M Versão 6 P (Nº Participante)_V6_F/M

Finda a visualização da versão do vídeo atribuída, era solicitado ao participante que respondesse a um inquérito por questionário pós-sessão no computador portátil referido anteriormente (Zona 2). Esse inquérito era diferente consoante a versão que o participante tinha visualizado, e estava também disponível em papel, caso os participantes preferissem responder neste formato em alternativa ao formato electrónico.

O tempo de cada sessão era de aproximadamente 15 minutos e com agendamento prévio, sendo este tempo dividido pelos dois inquéritos por questionário (pré-sessão e pós-sessão) e pelo tempo total de visualização do excerto do noticiário televisivo apresentado no equipamento de eye tracker. O espaço estava assim concebido de forma a vários participantes poderem encontrar-se na sala ao mesmo tempo. No entanto, o teste era realizado individualmente. Assim, enquanto um participante respondia ao inquérito e realizava a experiência com o eye tracker, podiam encontrar-se outras pessoas no espaço, nomeadamente na zona de lazer (Zona 3 da Figura 25).

Relativamente aos problemas potencialmente causados pelos outros participantes que já se encontrassem na sala, esta situação não influenciava a concentração do participante em teste, uma vez que este realizava o teste com auscultadores. No entanto, era inicialmente informado aos participantes para fazerem o menor ruído possível. Por fim, havia também uma separação física entre a zona de experiência do eye tracker e as restantes zonas. Esta separação física tinha como intuito preservar a privacidade do participante que realizava o teste, como também assegurar que a atenção deste estava focada somente no vídeo. Todas estas opções de estruturação espacial da sala tinham como principal objetivo criar e conceber um espaço familiar em que o participante se sentisse confortável, ajudando assim a que o teste decorresse da forma mais descontraída e natural possível.

Em casos pontuais foi necessário montar a experiência noutros espaços, mais concretamente nas IPSS, dado que não era possível os seniores dessas instituições deslocarem-se à universidade, onde estava montada a experiência. Assim, nestes casos tentou-se cumprir ao máximo o mesmo protocolo de estudo utilizado na universidade.