• Nenhum resultado encontrado

A IMPORTÂNCIA DO IPTU NA COMPOSIÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA

3.2.1 Participação do IPTU na Composição da Receita Tributária Municipal

O IPTU ocupa, em média, o segundo lugar como tributo de maior importância no âmbito dos Municípios brasileiros (BREMAEKER, 2002). Contudo no Estado de Santa Catarina, este imposto ocupa, em média, a terceira posição em relação aos demais tributos da competência municipal.

Neste tópico são apresentados dados comparativos da participação relativa do IPTU e demais tributos na composição da receita tributária municipal, com destaque para a posição do imposto em relação aos demais tributos.

O detalhamento da receita tributária, considerando a participação relativa do IPTU e demais tributos está demonstrado na tabela 12.

Tabela 12

Participação relativa do IPTU e demais tributos na composição da receita tributária municipal, por grupos de habitantes

% Grupos de habitantes (por mil) Receita Tributária (em R$ mil)

IPTU ISS ITBI Taxas e

outras Total 635.296 28,56 30,62 7,82 33,00 Até 3 11.265 19,63 20,61 17,08 42,69 3 œ— 5 15.111 18,51 24,65 15,52 41,32 5 œ— 10 65.405 27,07 21,88 7,42 43,63 10 œ— 20 42.220 39,90 20,14 9,39 30,57 20 œ— 50 76.493 33,58 26,68 7,02 32,72 50 œ— 100 52.178 30,94 29,10 5,53 34,43 100 œ— 200 122.120 24,39 34,97 5,65 34,99 200 e mais 250.504 26,02 37,01 7,49 29,48

De acordo com os dados da tabela 12, o IPTU participa, em média, com 28,56% da receita tributária municipal. Os dados revelam que nos Municípios com população até 10 mil habitantes e nos Municípios com população acima de 100 mil habitantes, a arrecadação do imposto fica abaixo da média estadual. Nos Municípios com população acima de 10 e até 100 mil habitantes, a receita do imposto é bem mais representativa ficando acima da média do Estado

Os dados da tabela 12 são transformados em ordem de importância de cada tributo para permitir uma melhor análise da situação apresentada. Esses dados estão destacados no quadro I, de acordo com os grupos de habitantes.

Quadro I

Ordem de importância do IPTU em relação aos demais tributos na composição da receita tributária municipal, por grupo de habitante, em 2002

Grupos de habitante

(por mil) 1° lugar 2° lugar 3° lugar 4° lugar

Total Taxas ISS IPTU ITBI

Até 3 Taxas ISS IPTU ITBI

ÿ— 5 Taxas ISS IPTU ITBI

ÿ— 10 Taxas IPTU ISS ITBI

10 ÿ— 20 IPTU Taxas ISS ITBI

ÿ— 50 IPTU Taxas ISS ITBI

ÿ— 100 Taxas IPTU ISS ITBI

ÿ— 200 Taxas ISS IPTU ITBI

200 e mais ISS Taxas IPTU ITBI

Fonte: IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002

Os dados do quadro I evidenciam que o IPTU é o tributo mais importante apenas para os Municípios catarinenses com população acima de 10 mil e até 50 mil habitantes, nos quais ocupa o primeiro lugar.

Nos Municípios com população até 5 mil habitantes e acima de 100 mil habitantes, o IPTU ocupa o terceiro lugar em relação aos demais tributos; e nos Municípios com população entre 5 mil e 10 mil e com população acima de 50 mil e

até 100 mil habitantes, o IPTU ocupa o segundo lugar dentre os tributos mais importantes dos Municípios .

3.2.2 O Potencial Tributário do IPTU

A capacidade dos Municípios gerarem recursos para o custeio de seus encargos está limitada à sua competência tributária definida pela Constituição Federal. Contudo, dentro desse limite, as Prefeituras podem obter um maior ou menor desempenho se suas receitas municipais, dependendo do potencial tributário do Município e da forma como administram as suas receitas.

Há um consenso generalizado entre os pesquisadores das finanças municipais, no sentido de que os Municípios possuem uma capacidade tributária inexplorada, que pode se constituir em incremento das suas receitas próprias.

O potencial tributário inexplorado dos Municípios é mencionado no estudo de José Rodrigues Afonso e outros:

Reconhecendo o potencial de geração de receita própria inexplorada pelos Municípios, o BNDES lançou, em setembro do ano passado, o Programa para Modernização das Administrações Tributárias Municipais (PMAT) e, ao mesmo tempo, firmou um convênio de cooperação e difusão técnica com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Associação Brasileira de Secretarias de Fazendas dos Municípios das Capitais (ABRASF), que levou à criação de um site na internet, (...) para divulgar, com acesso universal, informações, estudos e experiências das finanças públicas do país, dando-lhes maior transparência e procurando estimular a melhoria da gestão fiscal (AFONSO et al. 1988, p.2).

As investigações para conhecer o potencial tributário dos Municípios foram feitas em relação ao IPTU, em face de ser este tributo o objeto deste estudo.

Neste sentido, optou-se por analisar dados reveladores da capacidade contributiva da população em relação ao IPTU e também o quanto este imposto representa em termos de valor despedido por habitante da zona urbana dos Municípios.

Em relação à administração tributária e a capacidade contributiva da população, são apresentados os dados relacionados com o desempenho da receita do IPTU e do IPVA dos Municípios catarinenses. Esses dados são apresentados na tabela 13.

Pelos dados registrados na tabela 13, constata-se que no Município de Urubici, para cada R$ 1,00 de IPTU o Município arrecada R$ 1,27 de IPVA.

No Município de Sombrio, para cada R$ 1 real de IPTU, são arrecadados R$ 6,00 de IPVA. Em Tijucas, para cada R$ 1,00 de IPTU, arrecada-se R$ 4,7 de IPVA. Em Rio Negrinho, para cada R$ 1,00 de IPTU, o Município arrecada R$ 1,38 de IPVA.

Tabela 13

Comparativo da arrecadação do IPTU e do IPVA de alguns Municípios catarinenses

Município População Urbana

(mil hab.) IPVA (Em R$1,00)IPTU IPVA:IPTU

Urubici 10.252 130.647,92 103.023,00 1,27 Sombrio 22.962 665.384,20 110.636,63 6,01 Tijucas 23.499 780.587,68 165.842,94 4,71 Rio Negrinho 37.707 909.803,74 658.724,94 1,38 Mafra 49.940 1.252.707,96 1.144.385,37 1,10 Araranguá 54.706 1.837.526,82 803.457,17 2,29 Palhoça 97.914 1.765.783,14 1.244.951,82 1,42 Lages 157.682 4.463.279,78 2.479.071,81 1,80 São José 175.559 5.094.012,92 5.378.545,59 0,94 Florianópolis 342.315 24.134.969,52 21.463.430,62 1,12

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2001

Em Mafra, para cada R$ 1,00 de IPTU são arrecadados R$ 1,10 de IPVA. Em Araranguá, para cada R$ 1,00 de IPTU, registra-se R$ 2,29 de IPVA. Em palhoça, para cada R$ 1,00 de IPTU o Município arrecada R$ 1,42 de IPVA. Em Lages, para cada R$ 1,00 de IPTU arrecada-se R$ 1,80 de IPVA. Em Florianópolis, para cada R$ 1,00 de IPTU arrecada-se 1,12 de IPVA. Em São José, para cada R$ 1,00 de IPTU arrecada-se R$ 0,99 de IPVA.

Em relação ao potencial tributário, é importante analisar a participação da população no recolhimento do IPTU, demonstrando o quanto, em espécie, representa o imposto cobrado em relação a cada contribuinte. Para esse fim foi calculada a receita per capita do IPTU, por grupos de habitante, cujos dados estão demonstrados na tabela 14.

Conforme os dados da tabela 14, os Municípios catarinenses cobram, em média, R$ 43,15 de IPTU por ano e por habitante, que equivale a R$ 3,59 por mês.

Tabela 14

Demonstrativo da receita per capita do IPTU por grupo de habitantes

Arrecadação do IPTU Grupo de habitantes (por mil) População Urbana Total

(em R$ mil) Per Capita

Total 3.770.815 162.701 43,15 Até 3 157.984 5.567 35,24 3 œ—5 108.619 2.106 19,39 5 œ—10 270.311 12.449 46,05 10 œ— 20 372.272 11.702 31,43 20 œ— 50 718.885 27.687 38,51 50 œ— 100 399.241 14.452 36,20 100 œ— 200 583.173 16.110 27,62 200 e mais 1.160.330 72.628 62,59

Fonte: IBGE. IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2001

Os Municípios com população urbana de até três mil habitantes cobram, anualmente, o equivalente a R$ 35,24 de IPTU por habitante, que representa a R$ 2,95 ao mês.

Os Municípios com população entre 3 e 5 mil habitantes da zona urbana cobram, anualmente, R$ 19,39 de IPTU por habitante, que equivale a R$ 1,62 ao mês.

Os Municípios com população urbana entre 5 e 10 mil habitantes cobram, anualmente, R$ 46,05 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a R$ 3,80 mensal.

Os Municípios com população entre 10 e 20 mil habitantes arrecadam R$ 31,41 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a R$ 2,62 mensais.

Os Municípios com população urbana entre 20 e 50 mil habitantes arrecadam, anualmente, R$ 38,51 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a R$ 3,20 ao mês.

Os Municípios com população urbana entre 50 e 100 mil habitantes arrecadam, anualmente, R$ 36,20 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a cerca de R$ 3,00 ao mês.

Os Municípios com população urbana entre 100 e 200 mil habitantes arrecadam, anualmente, R$ 27,62 de IPTU por habitante da zona urbana, que corresponde a cerca de R$ 2,31 ao mês.

Os Municípios com população urbana acima de 200 mil habitantes arrecadam, anualmente, R$ 62,59 de IPTU por habitante da zona urbana, equivalente a R$ 5,21 ao mês.

3.3 INSTRUMENTOS DE DESEMPENHO DO LANÇAMENTO E ARRECADAÇÃO