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Capítulo 11/16 01:41:03/02:00:53 Idem ao primeiro.

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Diário online, dia 30.

Não o culpo por este suposto pacto. Mesmo após 33 anos existe o peso de um acordo. Minha estratégia é bem simples. Início nossa conversa com a câmera ligada e registro o depoimento dele. Tenho certeza que vai dizer que não se recorda de nada.

Kiko Goifman

Idem ao primeiro.

est ranham ent o, pois est am os assist indo t oda a saga da busca acont ecer em t em po r eal, ou m elhor, no t em po pr esent e do docum ent ár io. E agora assist im os sua report agem de busca, que ainda acont ece, e que nos r evela os pr óx im os acont ecim ent os. Com o por exem plo, a ent r ev ist a com o Dr. René ao Fant ást ico.

Dr. René saiu do papel de espect ador - leit or a per sonagem de ligação, e m ais r ecent em ent e a público e ent revist ado de um t em po paralelo a 33.

Est am os diant e de um a narrat iva t ransm idiát ica55, Kiko Goifm an foi o pioneir o no Brasil em desenvolver em 33, um a hist ór ia que se inícia em um diár io online, prom ovendo o encont ro do espect ador com o aut or, e que ao m esm o t em po per m it iu a inversão de papéis. Onde o espect ador - leit or se t or nou coaut or do film e e m uit as vezes per sonagem .

Em out r os m om ent os os personagens t iveram , um a pit ada de exager o em suas descr ições com o, no caso da par t eira de m ãos grandes e for t es. Kiko r elat ou que ela t inha oit o filhos adot ivos e que um deles “ era j aponês”, declaração que não cor r esponde ao depoim ent o da part eira no film e, esses det alhes foram

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33

Diário online, dia 33.

Tentei apenas não

fazer barulho enquanto as lágrimas

escorriam. Aproveitei a luz baixa para esconder minha boca

retorcida. Quem conheceu o detetive

durão que tentei ser aqui pode se assustar.

Kiko Goifman

Idem ao primeiro.

int r oduzidos à t ram a para dar m ais dram at icidade a nar rat iva.

Um a hist ór ia t ransm ídia desenrola- se at ravés de m últ iplas plat afor m as de m ídia, com cada novo t ext o cont ribuindo de m aneira dist int a e valiosa para o t odo. Na for m a ideal da nar rat iva t ransm ídia, cada m eio faz o que faz de m elhor – a fim de que um a hist ór ia possa ser int r oduzida num film e, ser expandida pela t elev isão, rom ances e quadrinhos. ( JENKI NS, 2009; 138)

Cur iosam ent e ao iniciar a análise do film e 33 pelo diário, o qual foi o pr im eir o cont at o de Kiko com o espect ador, per cebem os que a hist ór ia do diário, por m ais que sej a a m esm a do docum ent ár io é m ais com plexa, vibrant e, e cont ra o t em po. Caract er íst icas do gênero policial, m uit a t ensão, dram a, suspense em um clim a som br io t ant o por par t e da fot ografia, quant o do som — t r ilha sonora que per segue a nar rat iva do com eço ao fim .

Ao passar m os para o docum ent ár io per cebem os um a fragm ent ação na nar rat iva, o que não acont ecia no t ext o online. O enredo do film e est ava em um a or dem t ot alm ent e difer ent e. A cronologia dos fat os foi se alt er nando e pr om ovendo um a nova leit ura da hist ória, o uso do pr et o e branco cr iou um a linear idade visual, m as que se r om pia com a

33

Diário online, dia 33.

Sempre temi um final piegas para esse projeto. Ele não surgiu. Não cheguei perto do constrangedor

abraço entre mãe e filho que não se conhecem. Não descobri o rosto de onde chupei

meus traços físicos. Mas não

fui um fiasco. Volto sabendo o dia e a hora em

que nasci descobri que fui

parido na Santa Casa. Ouvi de Eva que minha mãe trabalhava em casa de família. Cheguei ao nome da senhora espirita que participou de minha adoção. Conheci René, que brincou comigo por três dias. Acho que está tudo certo. Desde o princípio eu soube que o tempo era curto. Ainda

bem. Não aguentaria mais

um dia.

Kiko Goifman Idem ao primeiro

nar ração em voz off de Kiko Goifm an, que m uit as vezes nos levou e nos t rouxe no t em po chegando at é nos t ranspor t ar, para out ro t em po, o qual não era passado, nem present e, m as o fut uro, um fut uro que não se t inha indícios de seu sur gim ent o, t ant o no diár io com o no docum ent ár io.

Desde o com eço do pr oj et o, Kiko Goifm an não sabia com o iria conduzir o docum ent ário, pois não t inha um rot eir o pr é- est abelecido às film agens, a cadência da nar rat iva est ava à m er cê do andam ent o das invest igações sobr e a m ãe biológica. Mas com o o dir et or do film e é a per sonagem pr incipal e o assunt o em quest ão é um t em a pessoal.

A grande m udança em " 33" é que esse t rabalho passa a ser feit o não sobr e um per sonagem ext er ior ao cineast a, m as sobr e o próprio docum ent ar ist a, na m edida em que a pessoa/ a per sonagem se fundem . A r elação com o film e Noir em " 33" é um a m aneira de abordar de form a aguda não apenas um t em a a ser t rat ado, m as um a quest ão de vida: " Onde est ou nest a hist ór ia? Quem sou eu? E o que eu sou?" . Um a subj et iv idade const ruída por t odo esse envolv im ent o da indúst r ia cult ural e que, m ais um a vez, represent a o sent ido geral de busca do film e. ( BERNADET56, 2004)

56

Jean-Claude Bernadet . Disponível em Folha de São Paulo: ht t p:/ / w w w1.folha.uol.com.br/ folha/ ilust rada/ ult 90u42369.sht ml - acesso em 12/ 08/ 2012.

O docum ent ar ist a e a per sonagem pr incipal t iveram que se posicionarem diant e do film e, coisa que m uit as vezes durant e a descr ição no diár io online não acont eceu. Havia um a sim biose dest as duas ent idades e out ras m ais durant e t oda a busca. Por t ant o, est am os diant e de um docum ent ár io de ficção, pois Kiko Goifm an é a pessoa/ dir et or / per sonagem / obser vador de 33 e t odos se fundem , enriquecendo t ant o o gênero docum ent ár io com o a nar rat iva — Ficção ou

Br u x a de Bla ir - Th e Bla ir W it ch Pr oj e ct , 1 9 9 9

Em out ubr o de 1994 t r ês est udant es de cinem a decidir am inv est igar um a lenda urbana, e desaparecem na florest a

de Bur kit t sville em Mar yland dur ant e as gr avações de um docum ent ár io.

Assim , a narr at iva dest e film e se inicia, o que cham a a nossa at enção, é a falt a de r ot eir o, os at or es im pr ov isar am o t em po t odo, e para ficar ainda m ais despr et ensioso as per sonagens usar am seus nom es pr ópr ios par a dar m ais ver acidade ao enr edo.

Heat her Donahue, Joshua Leonar d e Michael William s esses er am os nom es dos at ores/ per sonagens, os diret ores Daniel Myr ick e Eduar do Sánchez, int er fer ir am na t r am a se port ando com o incit adores, enviando bilhet es aos at or es, aum ent ando, a t ensão ent r e eles e plant ando obj et os de m agia negra pelos lugares

por onde eles passar am com o t am bém , r epr oduzir am os sons at er r or izadores dur ant e a noit e.

Os est udant es iniciam o docum ent ár io ent r ev ist ando os m or ador es da cidade sobre Elly Kedw ar d - br uxa, os m or ador es confir m ar am a exist ência da br uxa, fat o que incor por ou m ais im aginação a lenda, e par a t ent ar am edr ont ar os for ast eir os. Os est udant es não se int im idar am , pelo cont r ár io, eles ficar am m ais em polgados em saber m ais sobr e a br uxa e

A

FG

* 21 de outubro de

1994

De manhã cedo,

Heather entrevista

dois pescadores que

contam ao grupo de

filmagem que o