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interpreta e é inteligente! Mas o ser inteligente é uma construção que ainda faria, uma vez que não entendia o significado disto Contudo, o reconhecimento

No documento MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL (páginas 178-192)

Porque o improviso É o frescor da vida!

J. interpreta e é inteligente! Mas o ser inteligente é uma construção que ainda faria, uma vez que não entendia o significado disto Contudo, o reconhecimento

recebido fez com que J. desse saltos cada vez maiores, assumindo rapidamente para si o sentido do ser inteligente somado à interpretação. J. recita o poema para o dia das mães e o reconhecimento obtido, agora não mais pela professora, diretora e mãe, mas também da plateia, fica marcado. J. se consolida como pequena-notável-inteligente- boa-intérprete

“(...) eu me lembro desse reconhecimento, dos aplausos né, tal e isso foi pra mim a motivação da vida inteira, de continuar fazendo é todas as horas cívicas na escola, era dia das mães, dia dos pais, dia da bandeira, dia da pátria, eram todas (ênfase)

todas as horas cívicas eu preparava alguma coisa, teatrinho, ou lia né, eu sempre, essa coisa teatral acabou nascendo ali, nessa coisa né e aí assim, de novo, do ponto de vista psicológico acho que é bem mais fácil identificar acho que é, era uma maneira de ser aceita né, eu era muito tímida, me sentia, era muito pequenininha em relação ao resto da turma, era uma criança muito pequena, muito mirrada, minguadinha, não me achava bonita, era assim uma menininha da roça e aí o fato de, né, desse dom de fazer as coisas bem, nesse sentido, dava uma certa destacada né, na turma tal. Então acho que essa coisa da aceitação vem muito daí, acho, minha vontade de teatro, de palco.”

179 J. nos fala do reconhecimento que a menininha-da-roça obteve por ler o português e interpretar e deste como muito importante, algo que lhe incentivou a buscar ainda maior reconhecimento, repondo o personagem que criara para si.

No entanto, há uma passagem anterior em sua vida, que poderia ter mudado o rumo da história quanto ao reconhecimento positivo e à forma como J. passaria a ser vista pela família, pela colônia e principalmente por si mesma. Deixemos que J. nos conte:

“(...) eu tive uma perda muito séria na minha infância, eu perdi uma irmã, menor do que eu mais nova é... De uma maneira muito trágica, assim... Ela caiu dentro do poço (pausa) eu tinha (pausa) 5 anos, mais ou menos, 5 pra 6 e ela devia ter 2 e eu encontrei ela, então assim, é uma coisa muito, muito forte, nem quero falar muito disso porque é uma coisa que ainda mexe muito comigo até hoje (pausa) é esse fato, esse acontecimento muito marcante de minha infância é, eu usava luto com 6 anos, me vestia de preto com 5 anos, é eu me senti muito responsável pela vida inteira, por isso a terapia, as coisas todas que foram acontecendo depois na minha vida assim foram importantes pra me reconectar um pouco, mas eu fiquei muito marcada por isso né, uma tragédia muito grande pra uma criança viver e, e aí assim, ela era a mais nova e eu passei a ser a mais nova. Então é como se eu não merecesse ocupar aquele lugar sabe?89

J. carrega consigo a lembrança de tal episódio, faz terapia, busca alternativas para lidar com o fato e segue adiante.

“No fundo, a sensação que eu tinha de que eu, quando diz ah ela é a pequeninha da família, é... É porque a outra morreu né, então, é, era um lugar muito difícil pra mim, sempre foi né, então eu era uma criança, fui uma criança muito triste, eu acho assim, por muito tempo da minha vida eu... Isso me marcou e marca né, marcaria qualquer criança, assim, nessa idade (respira fundo) e talvez pelo fato, é de eu ter me sentido responsável por isso, também porque eu tava eu tava com ela né, quando isso aconteceu e minha mãe tinha ido pra missa, tinha deixado ela com a gente em casa, mas era, nunca ninguém usou essa acusação, mas é uma coisa minha né eu introjetei isso, então, eu fiquei com essa carga da minha infância muito grande assim, era a irmãzinha que eu perdi, uma coisa muito forte.”

J. já adulta buscou entender o que se passava consigo e após a terapia, pensa ser a perda de sua irmã o motivo de alguns dos comportamentos que tem e do seu modo de

89 Este episódio da vida de J. nos remete ao filme sobre a vida de Ray Charles, em passagem onde ele vê

a morte do irmão mais novo afogado em um tacho com água escaldante. Pouco tempo após este fato, o pequeno Ray começa a ficar cego e ao longo de sua vida, desenvolve problemas com álcool e drogas, tendo sempre em sua memória tal fato relacionado à culpa que sentiu por não ter conseguido evitar a morte do irmão.

180 ser atual. É possível que o reconhecimento positivo obtido por meio de sua atuação a tenha ajudado a conquistar seu espaço frente à perda sofrida ou mesmo, na criação e recriação de personagens, afastar-se da menina-tímida-medrosa-da-roça que vivenciara tamanho trauma. Contudo, mais a frente veremos que não é somente com relação ao ocorrido com a irmã, mas também o modo como fora socializada e como buscou lidar com seus personagens que influenciou seu modo de ser na atualidade.

Percebeu-se que desde muito cedo, J. pensa muito em suas ações, procurando observar-se para entender sua forma de estar no mundo.

“Depois, muitos anos depois na terapia, fazendo um trabalho de psicanálise, eu fui entender que assim, muitas coisas do meu comportamento né (pausa) de ser uma pessoa muito responsável, de nunca querer errar porque ai, meu, meu psicanalista me dizia isso, o erro podia ser a morte né? É... qualquer distração pode significar tragédia né, então eu acho que introjetei um pouco isso, eu acho que adquiri um pouco essa personalidade muito, como vou dizer, uma personalidade muito perseverante não é isso, muito, sempre muito alerta, sempre muito ligada nas coisas, assim, sempre muito no controle das coisas assim, no sentido de, como se eu não pudesse abrir minha guarda assim.”

O controle passa a ser algo importante e consciente. Evita que J. erre mantém- na a frente conduzindo seus objetivos.

A morte da irmã pode ser interpretada como perda devido a falta de controle, controle que uma criança de 5 anos deveria ter tido? Sim, J. entendeu desta forma por anos, como um erro seu. A falta de controle fez com que perdesse a irmã mais nova de quem deveria tomar conta. O lugar que J. passa a assumir após tal perda não é, portanto, legítimo.

“(...) já pra dizer que isso também revela e acho que é um dos pontos dessa coisa quando eu falo que o teatro quando eu comecei a fazer teatro, quando eu comecei a fazer uma representação essa aceitação, ser uma pessoa aceita, querida, né é elogiada, é isso me fazia muito bem, porque acho que no fundo preenchia também uma coisa que tinha ligação com essa história do falecimento da minha irmã (pausa) então, quando eu era muito ligada nas minhas amiguinhas da colônia e ai a distância de mim os minhas irmãs mais velhas já era maior, então assim, eu não tive mais uma irmã mais próxima, ela era minha irmã mais próxima (...)

181 O teatro a ajudou, por meio da representação a ser aceita, mas também, a aceitar- se enquanto criava uma nova perspectiva. Por intermédio das personagens surge vida após a morte, como já nos ensinou a Severina desvelada tão bem por Ciampa (2001).

Voltemos à mudança da colônia para a cidade grande, importante marco na história de J. vivido como um processo que de certa forma, foi uma vida nova com outros personagens implicados. Mais uma vez morte-vida...

Aos nove anos de idade J., após o falecimento da irmã e suas vivências bem sucedidas com as leituras do português na escola, J. mudou-se com sua família para uma cidade maior, também no Rio Grande do Sul (o nome não será revelado). Retrata com esta mudança o medo da perda do espaço conquistado na colônia, onde era a pequena-notável que lia português e que interpretava. Na nova cidade seria tudo novo, uma nova forma de viver.

“Aí me lembro que quando a gente se mudou eu tinha 9 anos, então foi na metade do ano e bem na metade do ano na escola eu peguei uma turma que já tava habituada né, no meio do ano e eu era uma criança estranha pra essa turma e eu era uma criança estranhíssima pra aquela turma, porque eu não falava português direito né, embora já soubesse tinha um sotaque muito forte e tinha dificuldade com algumas palavras, que eu não sabia dizer (...)”

De pequena-notável J. ganha o posto de criança-estranhíssima o que para uma menina medrosa, era motivo de ainda maior assombro. Novamente J. tem frente a si um desafio, comparado em sua devida proporção, ao desafio de resolver o luto da irmã. Era como lidar com o luto de sua própria personagem.

“(...) então eu era muito medrosa sempre fui uma criança muito medrosa, então tinha medo das coisas, assim, tinha medo de escuro, tinha medo de gente (risos) as minhas irmãs, quando elas me veem e às vezes assim, são perguntadas, assim, até por jornalistas e coisas né, elas falam ela é um fenômeno uma coisa, não imaginamos ela tão solta e desinibida como ela é hoje. Eu era um bicho-do-mato, tinha medo de gente então, quando as pessoas apareciam em casa eu me escondia no quarto e não saía nem pra comer enquanto a pessoa não fosse embora. Tinham que trazer comida no quarto... Eu tinha medo de várias coisas era muito medrosa, tinha medo de gente, de linguiça (risos) porque a linguiça era, depois né tu vai identificando os signos, mas eu imagino que era porque meu pai matava porco e eu tinha pânico do grito do porco, eram umas coisas assim, mais horríveis pra mim, eu me lembro do grito do porco morrendo e esse dia da matança do porco era o dia pra mim assim de morte que eu não queria sair de casa, ficava no quarto, pela história do porco e pela sujeira que dava o cheiro ruim daquilo ali tudo,

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daquela coisa do porco, tudo, que é muito nojento, assim. Quando tudo terminava,

aquele pesadelo chegava ao fim o que que sobrava? As linguiças penduradas... Então eu acho né, identifico assim, as minhas irmãs contam isso melhor, assim eu só me lembro desse medo, mas elas brincam, elas falam que era a maneira de me segurar assim, se eu quisesse ir pra rua, sair, era só botar uma linguiça na porta (risos) e eu recuava (...).

J. fala sobre o medos ao contar sobre a nova cidade. Neste momento faz menção à sua relação com a morte e conta sobre a morte do porco, do terror que a acometia. A morte é algo assustador, como resolver? Talvez transformando a morte em vida mais uma vez, em recomeço criativo. Sigamos; a cidade grande era uma ameaça para uma menina pequena-e-estranhíssima que ali precisaria ainda constituir seu lugar em local novo e com questões totalmente amedrontadoras.

J. descreve este processo:

“(...) aí perdi minhas referências minhas amiguinhas, minha prima e aí eu tinha medo de negros, né isso é também importante porque, não tinham negros, não havia negros no lugar e quando a gente muda pra cidade, assim, e meu pai, que sempre foi racista, é, nunca assumiu claro, mas era, nunca teve um comportamento racista, mas eu digo isso porque ele tinha essa coisa pejorativa com os negros, então qualquer coisa era, ah isso é coisa de negrão, de negro, ou então uma coisa horrível que ele fazia era, se você não fizer tal coisa vou chamar um negro, bem preto, pra te levar, né, vou chamar o negro com saco, vai te botar dentro do saco, então assim, era muito perverso, então eu digo, pra mim, negro era uma coisa assustadora só a palavra e quando eu vi um negro, pela primeira vez, foi um andarilho que passava pelas estradas ali e todo sujo, maltrapilho, um mendigo, praticamente, então eu tinha essa imagem do negro, e então, eu tinha medo, eu lembro quando a gente mudou eu pedia, rezava assim silenciosamente pra não ter um negro na minha sala de aula, porque tinha medo.”

A nova cidade lhe trazia elementos desconhecidos e o entorno amedrontador. Algo que era de certa maneira, reforçado por seu pai.

J. vai se acostumando e à medida que interage, busca vencer seus medos frente ao novo elemento que encontra - o estigma.

“E aí com o tempo fui me acostumando, fui vendo que negros eram pessoas e pessoas legais tal, tanto que não tenho nenhuma, isso passou, já tive namorado negro, meu parceiro hoje é mulato né, não tenho essa, felizmente, mas era uma questão forte da minha infância. Então, quando a gente se mudou eu tinha muitas coisas adversas nesse sentido, eu tava num lugar que eu não queria estar, que era ao lado do lugar que eu gostava muito, que eu não queria ir embora de lá (colônia) é, cheguei numa escola que de certa maneira, crianças são muito cruéis

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né, elas debochavam de mim, pelo jeito que eu falava elas me chamavam de alemoa batata e alemoa batata é pejorativo (...). Essa visão que essa visão de que ah é bacana ser alemão, esse status não, não tinha nada disso, era o contrário, falar, ser de origem alemã significava ser da roça, ser colono naquela região e ser colono era uma coisa pejorativa, não era uma coisa positiva, o jeito que eu falava denotava isso, que eu era da colônia então era negativo, não era bacana.”

A menina pequena-notável passa a ser estigmatizada, vira a alemoa-batata- colona.

J. começa a ir mal na escola, seu rendimento não era mais o mesmo e as crianças zombavam dela. Definitivamente tinha perdido seu lugar como pequena-notável. Precisaria criar um novo personagem.

Preocupada com o rendimento escolar e com o sofrimento da filha, sua mãe lhe faz a promessa de que caso passe de ano na escola, poderia voltar a morar na colônia. J acredita na promessa da mãe, se esforça e consegue passar de ano.

“(...) quando terminou o ano eu fui pedir pra minha mãe e ela disse: mas tu acreditou nessa bobagem que eu te falei? E... eu me lembro que chorei muito, fiquei muito triste com minha mãe por ter feito isso e claro que, minha mãe era uma pessoa boníssima, querida, adorável, eu tinha uma relação assim, é, incrível com ela, era assim, ela falou aquilo por falar, não tinha dimensão né, do que isso pudesse, do que pudesse acontecer comigo(...)”

Pode-se entender que o mecanismo do medo de J. tem razão de ser. Para além das experiências que lha causaram medo de fato, promessas feitas por pessoas significativas não são cumpridas. Logo, desenvolve-se algo novo. J. começa a ser independente. Desta forma as promessas não precisarão mais ser cumpridas, a própria J. poderá construir seu caminho sozinha.

J. em sua experiência de independência relata sobre viagens que fazia sozinha à colônia aos 9 anos de idade, para passar os finais de semana com a prima “como uma

forma de conseguir retornar à escola na Segunda-Feira” refere certa surpresa por sua

mãe deixá-la com tão pouca idade, viajar sozinha de ônibus.

J. teve muita dificuldade em se adaptar à nova cidade e queria ir todos os finais de semana visitar sua prima na colônia. Algo que aparentemente era ruim, lhe possibilitou vivenciar experiências de independência:

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“(...) pra mim era uma grande viagem que eu fazia aos finais de semana, sozinha (ênfase) pela vontade de tar com minha prima eu acho que isso começou também assim a talvez essa coisa que eu tive da independência assim, tive desde cedo assim muito é, é decidida a fazer as coisas que eu quero assim, talvez isso tenha a

ver com isso já, assim que desde pequena eu já me virava (...).”

Aliado a isto, refere o papel do avô em sua vida, a quem mais a frente agregará o início da tomada de consciência de suas ações independentes e também do sentimento de vergonha.

“E eu era muito ligada nesse avô, esse avô era tudo pra mim e eu, era o xodozinho do vovô, era o nenê, que ele chamava né, nenê pra cá, pra lá, eu ia junto com ele nas coisas, então meu vô é que me mostrou a cidade, ele ia sempre visitar uma pensão dos irmãos e eu ia com ele, então pegava o ônibus, saia né e conhecia um pouco o mundo assim, com meu avô. Era tudo muito perto, mas era pra mim assim, uma viagem na minha cabeça, então eu era muito ligada assim nesse meu avô. Então quando a gente se mudou pra cidade grande ele veio com a gente e ele não falava português, nunca falou, nunca aprendeu português e ai meu avô não falava, ele morreu com 80 anos e nunca aprendeu o português e quando a gente tava em Novo Hamburgo eu era a intérprete dele nos lugares, tinha que traduzir as coisas do alemão e daí ele falava em alemão em público e isso me dava uma vergonha (ênfase) uma vergonha assim, porque denotava né que era da

colônia, então não bastava eu não falar direito, ainda tinha o avô ali, pra dizer que eu não sabia falar (risos) denotando a coisa do alemão é e aí tem coisas curiosíssimas assim, da primeira vez que ele andou de elevador, que ele nunca tinha andado, ele quis pagar o elevador, eu fiquei morrendo de vergonha.”

Com o avô J. conhecia o mundo enquanto também o ajudava a estar nesse mundo, no entanto, sentia vergonha... Conquistar a independência tinha seus desafios. Os primeiros ainda a serem superados na escola, lembremos.

“E bem aí esse período de adaptação na escola foi muito difícil e eu fiquei assim, cada vez mais introjetada, cada vez mais fui me fechando com essa dificuldade da comunicação, da coisa da língua né até aprender a falar bem tal ai até o 4º ano, quando comecei a ir de novo bem na escola, de novo era a primeira da turma e tal e aí comecei a me sentir melhor.”

Mais uma vez a pequena-notável-inteligente-que-interpreta revive desta vez, na cidade grande. Ressurge porque estava viva em J. provavelmente aguardando o melhor momento para reestrear! E reestrear envolve o teatro, conforme J. segue contando-nos.

“Mas aí me lembro que o teatro, aí entra o teatro, é com 10, 11 anos eu já fazia peças, de novo, fazia todas as horas cívicas da escola, teatrinhos, estava sempre metida nas coisas, inventando coisas e aí me chamaram pra fazer uma peça na

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escola, uma peça que depois saiu, eu tinha uns 11 anos acho e eu me senti muito bem naquele lugar, o teatro era uma libertação pra mim (ênfase na voz), acho que essa coisa da timidez, do jeito que eu era, o teatro tirava tudo isso, o palco era, era o lugar que eu me sentia muito bem. E o aplauso, a valorização das pessoas tal acho que daí vem essa semente assim, da arte na minha vida.”

O teatro é o lugar onde J. se liberta, sente-se bem e é valorizada. No palco não é a menina pequena e medrosa é a pequena-notável-inteligente que interpreta e é reconhecida por seus pontos fortes, ao mesmo tempo em que toma tal experiência para si como fator que agrega e continua a impulsiona-la a buscar mais.

De acordo com Lima (2005, p. 212) “(...) sendo o teatro um ato de comunicação e logo, sujeito às regras do agir comunicativo, sua recepção será sempre a busca de um consenso sobre a validade ou não da apresentação.” Para o autor, apropriar-se de outros personagens faz com que o sujeito possa lidar consigo mesmo “tendo na sua performance reconhecimento e validando assim seu projeto de vida.” (LIMA, 2005, p. 214)

Logo surge um novo elemento à personagem pequena-notável. O mundo do trabalho. Para falar de sua inserção neste, J. fala também do que entende ser a rigidez alemã, pois, mesmo não precisando de ajuda, seu pai julga que se as irmãs foram trabalhar então J. teria que ir também, mesmo que a família não enfrentasse mais dificuldades. Contudo isto se faz possibilidade, J. percebe que pode começar a dar vida à tal independência...

“(...) comecei a trabalhar muito cedo, com 15 anos já trabalhava, porque tinha essa coisa, meu pai era muito rígido e tinha uma coisa muito assim, as filhas em determinada idade tinham que trabalhar (...). Quando eu fiz 15 anos nem acho que

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