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4 ESTUDO DOS GÊNEROS NA CONCEPÇÃO SOCIORRETÓRICA

4.1 ESCOLA BRITÂNICA

4.1.1 John Swales

Considerado um dos mais fecundos desta abordagem, Swales apresenta contribuições teórico-metodológicas ao estudo dos gêneros textuais em contextos acadêmicos e profissionais, sobretudo no que diz respeito ao ensino de inglês para fins específicos, com o

objetivo de proporcionar aos aprendizes o desenvolvimento da capacidade de produzir textos mais eficientes. No desenvolvimento de seus trabalhos, procurou definir conceitos que considerou essenciais ao estudo do gênero, como o próprio conceito de gênero – desvinculado da ideia de mero uso de fórmulas –, de comunidade discursiva e de propósito comunicativo, os quais passaram por mudanças após a aplicação do modelo de análise de gênero, desenvolvido por ele, denominado de Create a research space – modelo CARS.

Ele partiu da análise do próprio termo “gênero”, inicialmente vinculado ao contexto da literatura, que passou a estar relacionado também a uma categoria particular de discurso de qualquer tipo – seja falado ou escrito, seja com ou sem fins literários. Mesmo tendo rompido as fronteiras da literatura, essa concepção genérica não dava conta do que realmente representava e, para piorar, referia-se simplesmente à construção de determinados textos. Essa visão limitada de gênero apenas como mecanismo não valorizava o fato de que “a língua é, afinal, uma questão de escolha” (SWALES, 1990, p. 33).

Para desenvolver a noção de gênero textual e ensino, principalmente no sentido de entender o gênero em seu contexto de uso, Swales (1990) recorre a contribuições de diferentes campos de estudo, a saber: folclore, literatura, linguística e retórica.

Os estudiosos de folclore indicaram a importância de se estabelecer uma classificação de gêneros, possibilitando uma ferramenta de pesquisa capaz de arquivar textos relacionados a gêneros distintos. Swales (1990) verificou que eles, ao estabelecerem uma classificação, assumiam, como referência, “textos ideais” e não textos reais. A abordagem dos gêneros de folclore leva em conta as formas que são permanentes, mas permitem mudanças no seu uso na sociedade, ressaltando o valor sociocultural dos gêneros, na medida em que atende a necessidades sociais e espirituais dos grupos sociais. Para Swales, isso requer do analista de gêneros o reconhecimento de como a comunidade compreende – e com que propósito – os gêneros que usa.

Os estudos de literatura incidiram significativamente sobre a definição de gêneros textuais. Diferente dos folcloristas, que priorizavam a permanência da forma, críticos e teóricos literários – que primavam pela instabilidade – cultivaram o transgredir a norma para alcançar a originalidade da obra. A esse respeito, Hemais e Biasi-Rodrigues (2005, p.111) dizem: “O fato de um texto se desviar de convenções ou transgredir as formas, significa que existem ‘regulamentos’ que estão sofrendo a transgressão. Além disso, o que mantém as normas visíveis é a própria ação de transgressão”. Essas considerações, no aporte teórico de

Swales (1990), colaboraram expressivamente para a evolução dos gêneros, as variações nos exemplares de gêneros e o papel do autor e da sociedade que estabelece as mudanças.

Do terceiro campo de estudos, o da linguística, Swales (1990) percebe a relutância de vários linguistas quanto ao uso do termo “gênero”, por relacionarem-no aos estudos literários. Como consequência disso, tradicionalmente os estudos linguísticos repousavam sobre o nível da frase, e não do texto. Desse campo, ele aproveitou conhecimentos de base etnográfica e da linha sistêmico-funcional.

Os trabalhos de base etnográfica entendem que “o gênero textual é um tipo de evento comunicativo” (SAVILLE-TROIKE, 1982, apud HEMAIS e BIASI-RODRIGUES, 2005, p.112), forma de comportamento verbal salientes pela comunidade, do ponto de vista sociolinguístico. Os trabalhos da linguística sistêmico-funcional, “representada por Halliday, apoiam-se no conceito de registro, entendido como variação no uso da linguagem e definido por três variáveis: campo, relação e modo” (BIASI-RODRIGUES; HEMAIS; ARAÚJO, 2009, p. 20).

Por fim, do campo da retórica, Swales (1990) fez uso da classificação de diversos tipos de discurso nas categorias expressivo, persuasivo, literário e referencial, assumindo uma perspectiva analítica que estuda fatores retóricos a partir de amostras de gêneros.

Segundo Silva (2005), ao pesquisar contribuições sobre gênero em diferentes enfoques, Swales compreendeu que havia pontos em comum no modo como cada campo entendia o conceito, sobretudo no que diz respeito a: (i) desconfiança em relação à classificação dos gêneros e a uma postura prescritiva na sua definição – ao reconhecer os gêneros como entidades dinâmicas, que podem sofrer alterações conforme as condições sociais e históricas em que são produzidos, é possível também entender que eles não atendem a classificações fáceis ou a estudos meramente prescritivos; (ii) percepção de que os gêneros são importantes para integrar o passado e o presente – sendo construções históricas, eles mantêm determinada estabilidade e seguem evoluindo, ao mesmo tempo, para corresponder às necessidades de uma sociedade em permanente mudanças; (iii) reconhecimento de que os gêneros se situam no âmbito de comunidades discursivas, nas quais são importantes as práticas e crenças de seus membros – os gêneros são importantes em cada comunidade segundo os objetivos particulares de cada uma delas; (iv) ênfase no propósito comunicativo e na ação social – o gênero, situado num contexto sócio-histórico mais abrangente, constituem- se como meio para realização e identificação de propósitos comunicativos.

Diante dessas considerações e, sobretudo, baseando-se nos subsídios teóricos da Etnografia da Fala e da Análise do Discurso anglo-saxã, Swales define gêneros numa perspectiva integrada que envolve os participantes da comunidade discursiva, os eventos comunicativos e as convenções sócio culturais:

Um gênero compreende uma classe de eventos comunicativos, cujos exemplares compartilham os mesmos propósitos comunicativos. Tais propósitos são reconhecidos pelos membros especialistas da comunidade discursiva de origem e, portanto, constituem o conjunto de razões (rationale) para o gênero. Essas razões moldam a estrutura esquemática do discurso e influenciam e impõem limites à escolha de conteúdo e de estilo. [...] Os gêneros têm nomes herdados e produzidos pelas comunidades discursivas e importados por outras comunidades. (SWALES, 1990, p. 58)

Desse modo, Swales sinaliza o principal aspecto que define o gênero: o propósito comunicativo compartilhado pelos membros da comunidade em que o gênero é praticado. Apesar de que outros aspectos – como convenções, estilo, canal, vocabulário etc. – são também importantes, será o propósito comunicativo que definirá a natureza e a construção do gênero, isto é, os gêneros se realizam para a consecução de determinados fins. Para Swales (1990, p.46), ao evento comunicativo em que eles se realizam corresponde “não somente o discurso e seus participantes, mas também o papel desse discurso e o ambiente de sua produção e recepção, incluindo suas associações históricas e culturais”. Isso implica dizer que uma mudança substancial no propósito comunicativo resultará possivelmente também na mudança de gênero.

Ainda na definição de Swales sobre gênero, podemos destacar outro conceito-chave no construto swaleseano: comunidade discursiva, que compreende os que trabalham usualmente ou profissionalmente com um determinado gênero e que, por isso, são intimamente conhecedores de suas convenções (SWALES, 1990, p. 54). Os participantes dessas comunidades sociorretóricas dominam razoavelmente os gêneros que por eles utilizados e as convenções comunicativas e pragmáticas de suas comunidades. A esse respeito, Bonini (2001) recorda que o conhecimento do padrão linguístico de determinado grupo de indivíduos – que agem comunicativamente a partir de propósitos compartilhados – é conditio sine qua non para a adesão à comunidade discursiva e para a ascensão em sua estrutura hierárquica de participação.

Essa concepção de comunidade recebeu diversas críticas pela dificuldade de reconhecer uma comunidade e, ainda, pelos critérios utilizados em sua identificação. “É difícil saber se ela será identificada, por exemplo, pelo objetivo das pesquisas da comunidade, pela metodologia de pesquisa, pela frequência de comunicação, ou, ainda, pelas convenções discursivas compartilhadas” (HEMAIS; BIASI-RODRIGUES, 2005, p. 115).

O próprio Swales (2009, p. 21) listou alguns problemas no conceito de comunidade discursiva. Para ilustrar, em relação à abrangência do conceito: a que se deve aplicar a noção de comunidade discursiva – universidade, faculdade, departamento ou grupo específico de um departamento? E ainda, em relação à circularidade: o discurso é definido pela comunidade ou a comunidade é definida pelo discurso? Para Swales (2009, p. 198), nem todas as comunidades devem ser consideradas comunidades discursivas e nem todos os discursos se prestam a uma determinada comunidade. Até uma comunidade supostamente unida a partir de um único tópico de interesse – como uma sociedade internacional de estudos bakhtinianos – pode não ser identificada como uma comunidade discursiva se tiver propósitos e perspectivas diferente de seus participantes (SILVA, 2005).

Assim como defendida em 1990, Swales afirma que a concepção de comunidade discursiva também não contempla a de “comunidade virtual”, oriunda dos gêneros emergentes relacionados às novas tecnologias digitais. Como pontua Marcuschi (2004), em alguns gêneros virtuais, como chats, os indivíduos são comumente anônimos, efêmeros e superficiais nas interações.

Swales, então, retomou os seis critérios enumerados para definir comunidade discursiva, reformulando cinco deles. Ele reconheceu que o conceito apresentado em 1990 serviu para legitimar grupos já existentes, no entanto não se prestava para analisar o processo de formação de grupos.

Recomendou que esses critérios fossem claros a ponto de serem aceitos ou rejeitados por pesquisadores e reviu essa questão, iniciando pela discussão sobre o conceito de comunidade discursiva, se corresponderia a um construto social forte ou, como ele mesmo diz, se seria “uma conveniente e abrangente metáfora, ou pior, uma visão ilusória que nos oferece a duvidosa facilidade de tentar generalizações a respeito do mundo e de suas palavras?” (SWALES, 2009, p. 204). Ele visita a teoria da estruturação (GIDDENS, 1979) e a de comunidade como construto teórico (MILLER, 1992), dentre outras que lhe possibilitaram

entender uma comunidade retórica não por associação nem coletividade, mas por instanciação e envolvimento.

Assim, desenvolve o que chamou de “teoria de comunidade discursiva”, fundamentado na proposição de que “repensar a comunidade discursiva pode nos ajudar a repensar os gêneros” (SWALES, 2009, p. 213). Para esse autor, é preciso distinguir entre comunidade de fala e comunidade discursiva. Esta corresponde a um grupo sociorretórico e heterogêneo, formado a partir do compartilhamento de objetivos e interesses comunicativos; e aquela, a um grupo de pessoas que compartilham a posição geográfica, existindo entre elas um backgroud.

Outro conceito também reformulado por Swales foi o de propósito comunicativo. Com Askehave, em 2001, ele revê a centralidade do propósito comunicativo que, desde a década de 80, era considerado um dos principais critérios de conceituação e categorização dos gêneros textuais. Recentemente também Martin e Rose (2003, p. 07) refirmaram essa perspectiva, definindo gênero como um processo social orientado por objetivos a serem alcançados: “usamos os gêneros para conseguir coisas”.

O propósito comunicativo não deixou de ser um elemento importante no reconhecimento do gênero. Basta analisarmos as principais abordagens da contemporaneidade sobre gêneros textuais para nos certificarmos de que ainda se encontra presente nos principais trabalhos científicos. No entanto, também sofreu profunda reflexão e sua concepção se tornou mais complexa, assim como aconteceu com as teorias de gênero em termos gerais. E muitos estudos contribuíram para isso, a saber: a noção de intertextualidade, de Bakhtin; os estudos sobre aprendizagem e processos cognitivos, de Vygotsky; e estudos sobre as complexas relações entre gênero e poder, de Fairclough (SILVA, 2005).

Askehave e Swales (2001), a partir de análises sobre a maleabilidade dos gêneros, a multiplicidade de possíveis objetivos, as variações transculturias de nomenclatura e considerando que nem sempre os propósitos são claros, perceberam algumas fragilidades no conceito inicial. Entre membros de uma mesma comunidade discursiva é possível encontrar discrepâncias a respeito da identificação de propósitos. Há gêneros com o mesmo propósito, mas diferentes em relação a aspectos formais, à organização textual; além de que há textos idênticos (ou bastante semelhantes) com propósitos comunicativos bastante distintos. Ainda que reconheçamos as convenções de certos gêneros, segundo esses autores, poderemos rever o que se apresenta como tradicional e fazer uso deles com finalidades diversas, como acontece

em texto de humor, e em paródia. Como recorda Silva (2005), isso nos conduz ao conceito de re-accentuation de Bakhtin (em Os gêneros do discurso – 1953/1997), segundo o qual novas versões de nosso repertório podem ser oferecidas para efeitos de humor, ironia e jogos verbais.

Para ilustrar, Askehave e Swales (2001) citam o gênero “lista de supermercado”, em que se evidencia lembrar o que é necessário comprar como propósito aparentemente bastante evidente. Esses autores indicam que há quem faça a lista simplesmente para saber o que não deve comprar, a fim de não alimentar o consumismo, a compra de itens desnecessários. Esse exemplo revela que um mesmo gênero poderá ter propósitos diferentes. Isso não anula a análise do propósito comunicativo; apenas revela que não se constitui no recurso soberano para a identificação do gênero, apesar de contribuir em algumas situações, como em textos inicialmente percebidos – pelo formato – como lista de compras, mas que pode ser um poema. Em síntese, o analista não deve assumir o propósito comunicativo como um recurso básico para a categorização dos gêneros, de modo prático e rápido. Askehave e Swales (2001) sugerem dois procedimentos para a identificação dos gêneros textuais, a saber: um textual/linguístico e um contextual. No procedimento textual, o propósito comunicativo passa por duas etapas de análise, juntamente com a estrutura do gênero, o estilo e o conteúdo. Posteriormente, o propósito se apresenta como fator na revisão, ou ainda redefinição, do gênero (“repurposing the genre). No procedimento contextual, o propósito comunicativo continua como recurso importante na revisão do gênero e as outras etapas desse processo equivalem a identificar a comunidade, seus valores, suas expectativas, seu repertório de gêneros e as especificidades dos gêneros que participam do repertório da comunidade.

A esse respeito, Hemais e Biasi-Rodrigues (2005, p. 119) registram a seguinte ilustração:

Esses dois procedimentos valorizam o dinamismo dos gêneros. Por exemplo, as brochuras de firmas, em tempos passados, apresentavam produtos e serviços, mas hoje destacam a possibilidade que a firma tem de manter contatos com outras firmas, ou, por outro lado, seu papel como protetora do maio ambiente. Caracteriza-se, assim, a redefinição do propósito.

Em muitas situações, segundo Askehave e Swales (2001), o analista investigará o texto em seu contexto, em vez de se limitar apenas à análise textual, baseando-se em metodologia de modalidades múltiplas.

Outro aspecto importante discutido por Swales foi a necessidade de aplicações pedagógicas da definição de gênero. Ele entende, naquele momento, que esquemas formais devem ser ativados e desenvolvidos. Isso não significa que venham a ser como categorias rígidas em que os textos obrigatoriamente devem se enquadrar. Partindo dessas considerações, Swales descreve a introdução de 48 artigos científicos (em seguida, expandido a 110, de 3 áreas distintas), sugerindo, como ferramenta de análise, o que denominou de CARS (creating a research space), cujas categorias fundamentais são chamadas de moves (movimentos) e reúnem subcategorias, de caráter optativo entre si, os steps (passos). As regularidades (moves) na composição dos textos se constituem a base desse modelo.

Os movimentos (moves) e os passos (steps) constituem, portanto, a estrutura retórica do modelo CARS. “Cada uma dessas unidades esquemáticas é considerada retórica uma vez que realiza ou adiciona uma parte da informação dentro da totalidade do texto” (MOTTA- ROTH, 1995, p. 47).

A primeira versão do modelo CARS se constituiu em quatro movimentos que demarcam a estrutura de introduções de Artigo de Pesquisa, doravante AP, em que se estabelece a apresentação, ao leitor, da área na qual a pesquisa do autor se insere (move 1), faz-se referência a pesquisas anteriores, apresentando subsídios de continuidade ou de contestação (move 2), descreve-se, de modo conciso, a pesquisa, apontando objetivos, hipóteses, métodos (move 3) e indica-se a relevância da pesquisa para a área de estudo (move 4).

Considerando que alguns pesquisadores apresentaram dificuldades em separar o movimento 1 do movimento 2, dentre outras questões, Swales (1990, p. 140), apresentou a segunda versão do modelo CARS, reduzindo de quatro para três movimentos e inserindo vários passos (steps) em cada movimento. Para denominar os movimentos, Swales (1990) se utlilizou de uma “analogia ecológica”: (1) estabelecer o território; (2) estabelecer o nicho; e (3) ocupar o nicho. Cada movimento foi estruturado em passos opcionais e obrigatórios, reveladores de informações encontradas em introdução de AP. Para o movimento 1: passo 1, estabelecer a importância da pesquisa; e/ou passo 2, fazer generalização/ões quanto ao tópico; e/ou passo 3, revisitar a literatura (pesquisas prévias). Para o movimento 2: passo 1A, contra-

argumentar; ou passo 1B, indicar lacuna/s no conhecimento; ou passo 1C, provocar questionamento; ou passo 1D, continuar a tradição. Para o movimento 3, passo 1A, delinear os objetivos; ou passo 1B, apresentar a pesquisa; passo 2, apresentar os principais resultados; passo 3, indicar a estrutura do artigo.

Um movimento corresponde, nesse sentido, a um bloco de texto que pode se desenvolver em mais de uma sentença, “realizando uma função comunicativa específica (p. ex., em artigos científicos, estabelecer o território epistemológico da área), conforme Motta- Roth & Hendges (1998). Unindo-se a outros movimentos, constituirá a totalidade da estrutura organizacional que possibilitará o reconhecimento de determinado gênero.

Segundo Hemais e Biasi-Rodrigues (2005, p. 129), “talvez a maior contribuição de Swales aos estudos dos gêneros, e indiretamente à análise do discurso e linguística aplicada, seja o seu modelo de análise de gêneros textuais”. Diversos estudos acadêmicos fizeram e fazem uso do modelo CARS para a análise de gêneros textuais. Apesar de ter como objetivo refletir os movimentos retóricos presentes na introdução de AP, esse modelo se mostrou bastante satisfatório e aplicável a estudos subsequentes de outros gêneros acadêmicos, inclusive de pesquisadores brasileiros, dentre os quais, para ilustrar citamos o estudo com resenhas acadêmicas (MOTTA-ROTH, 1995).

De modo geral, os estudos de Swales nos permitem adquirir a consciência e a consistência dos movimentos que podem ser encontrados em textos, sinalizando, assim, a especificação dos gêneros textuais. O valor do modelo CARS, em termos teóricos, analíticos e pedagógicos, sobretudo, repousa na percepção desses movimentos retóricos. Evidentemente, conforme as convenções próprias de cada cultura, de cada comunidade produtora de gêneros, teremos uma adaptação do modelo acima.