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2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA

4 Prof 39 Masc Graduação em Letras

2.7 INSTRUMENTOS DE GERAÇÃO DE DADOS E PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE

2.7.1 Questionário

O MP não chega aos professores sem que alguém o escreva. Conhecer o Manual sob a ótica de quem o escreve certamente traz contribuições significativas à compreensão desse gênero. Nesse sentido, sentimos a necessidade de obter informações sobre o processo de produção dos Manuais e depreender a percepção do autor em relação a seu leitor potencial, dentre outros aspectos referentes à feitura do MP.

Para atendermos a essa demanda, considerando a localização geográfica e a facilidade de obtenção de dados, optamos por elaborar um questionário com perguntas abertas e enviá-lo a nosso entrevistado mediante e-mail. De acordo com Gil (1999) e Silva e Menezes (2005), o questionário – que deve ser objetivo e limitado em extensão – é uma técnica de investigação com questões escritas que são apresentadas aos entrevistados com a finalidade de conhecer suas opiniões, crenças, interesses e expectativas.

Para atendermos a essa demanda, decidimos enviar, no início do mês de agosto/2013, e-mail às editoras Ática, Saraiva/Atual e Moderna, solicitando a viabilização de contato com os autores dos Manuais que se constituem como corpus de nossa pesquisa.

A editora Saraiva/Atual nos informou que o autor de sua CD responsável por responder a entrevistas sobre material didático estava viajando e que encaminharia a nossa solicitação assim que chegasse. Porém, até o momento de finalização deste trabalho acadêmico, não recebemos novo contato. As outras duas editoras disponibilizaram e-mail de um dos autores de suas coletâneas, com a devida autorização destes. Entramos em contato, através de e-mail, com a autora da CD da editora Moderna, apresentando o objeto e os objetivos de nossa pesquisa e solicitando a sua participação, respondendo a um questionário mas também não recebemos retorno até o presente momento. Antes de enviarmos a solicitação ao autor disponibilizado pela editora Ática, recebemos um e-mail deste autor, informando-nos de que havia tomado conhecimento de nossa solicitação e estava se colocando a disposição para contribuir com a pesquisa sobre o MP.

O questionário enviado a este autor (no caso, coautor da CD Língua Portuguesa: linguagens e interação, já que essa coletânea foi escrita por 3 autores) está composto por 3 partes, cada uma delas com breve explicação. Como alertam Silva e Menezes (2005), é preciso apresentar, no questionário, alguns esclarecimentos a respeito do que se pretende com esse instrumento de pesquisa já que o participante da pesquisa não terá a companhia do entrevistador para elucidar possíveis dúvidas.

Na primeira seção, “Sobre a pesquisa...”, justificamos a necessidade e a importância da entrevista para a nossa pesquisa, ao apresentar nosso objeto de estudo e nosso objetivo central. Nessa oportunidade, explicamos que a verificação da situação de uso dos Manuais, de seu ambiente sociorretórico e das percepções de seus usuários (JOHNS et al., 2006) é parte constitutiva da análise de nossa pesquisa e que responder a esse questionário implica autorização para divulgar os dados gerados nessa entrevista em nossa tese doutoral.

Na segunda, “Sobre o participante da pesquisa...”, solicitamos a identificação do entrevistado, formação, vínculo empregatício e denominação da Coletânea Didática em que se constitui (co)autor.

Em seguida, “Sobre as perguntas deste questionário...”. Nessa seção, especificamos que o questionário está organizado em 10 (dez) perguntas relacionadas à produção do MP e a questões relacionadas ao seu potencial leitor. Intencionalmente, não seguimos, ao elaborar as questões, certa linearidade temática; ora nos dirigimos ao Manual, ora a fatores relacionados ao professor-leitor, ora retornamos aos aspectos do Manual. Isso nos permite estabelecer um paralelo entre aspectos pontuados sob enfoques distintos, mas inter-relacionados e reveladores das percepções do autor do Manual.

Nossa primeira questão está voltada aos autores do MP, no sentido de observarmos se esse gênero é escrito pelos que assinam a autoria da CD ou se eles contam com uma equipe de múltiplos produtores especializados em certos aspectos do Manual, já que algumas coletâneas, encontradas no mercado, apresentam autores apenas como organizadores da coleção. Foi também a oportunidade de identificarmos o momento em que o Manual era escrito: antes, durante ou depois da produção do Livro Didático.

Em seguida, procuramos nos certificar a respeito dos propósitos balizadores do Manual. Apesar de encontrarmos isso bastante claro no MP3, buscamos observar se, na concepção do autor, outros aspectos motivam a produção de um Manual.

Posteriormente, examinamos o perfil de leitor esperado pelo autor do MP, ocasião em que também percebemos a expectativa do autor em relação aos conhecimentos que esse professor leitor deve apresentar sobre área de atuação profissional.

Na sequência, procuramos identificar as situações de inferência do Manual na vida profissional de um professor, isto é, as facilidades e promoções advindas do uso do MP. Interessou-nos saber, nesse ensejo, as reais possibilidades apontadas pelo Manual diante de situações embaraçosas em que o professor venha a se encontrar.

Retomando aspectos da produção do MP, pedimos que o autor discorresse sobre os princípios e os valores essenciais à produção de um Manual. Não pretendemos, nessa questão, especificar o Manual, mas depreender, da visão de um autor, o que pode se constituir em alicerce para a produção de qualquer Manual.

A questão seguinte também visou aos aspectos norteadores da produção de um Manual, segundo a perspectiva de um autor. Ela trata sobre aspectos retóricos e a natureza multimodal da linguagem que fazem de um MP um produto atrativo ao professor, que desperta o interesse do docente, sobretudo, em situações de uso do LD.

Considerando que, no grupo focal, pretendemos saber dos professores se o MP poderia contribuir com a sua formação continuada, elaboramos uma questão para observarmos o que diz o autor sobre a publicação de estudos linguísticos em Manuais.

A pergunta seguinte investiga se, no entendimento do autor, o Manual deve ser consultado pelo professor sempre que planejar a utilização do LD em sala de aula.

Depois, focalizamos a denominação deste gênero. Quando realizamos um estudo piloto sobre os MP, de julho de 2012 a fevereiro de 2013, antes de selecionarmos aqueles que tomamos como corpus de nossa pesquisa, percebemos que algumas editoras denominam de Manual do Professor toda CD endereçada ao professor, ou seja, o conjunto formado pelo LD acrescido do compêndio que traz esclarecimentos sobre o LD – que estamos chamando, nesta pesquisa, de MP. E esse compêndio recebe, dentre outras, uma das seguintes denominações: “Guia do Professor”, “Guia de Recursos”, “Suporte do Professor”. Então, verificamos do autor sua percepção sobre a nomenclatura mais adequada e a razão de sua escolha por Manual do Professor, se se trata de simplesmente seguir a nomenclatura especificada no PNLD 2012.

Finalizando o questionário, pedimos que o autor indicasse um diferencial do MP de sua coletânea e que discorresse sobre esse aspecto.