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DECLARAÇÃO DOS jOVENS

tana. Esse jovem é o Patrick e vai oferecer agora à Dr.ª Catalina Pestana, fundadora do PEETI, a sua t-shirt.

Tivemos também um atelier dedicado à educação. A educação é fundamental. Chamámos-lhe «educação, uma alavanca de mu- dança».

Perguntámos aos jovens o que é que eles mais gostavam nas turmas PIEF, e também depois de algum debate, eles elegeram os principais aspectos. O 1º que tem que ser louvado que eles elegeram, foi a relação com os professores e monitores. O 2º, o método de ensino. Também o facto de fazerem novos amigos e a amizade nos grupos foi muito salientado. As disciplinas que eles têm, e por ultimo, mas não menos importante, e se calhar também muito estruturante no processo educativo de cada um, o acom- panhamento individual que o PIEF faz a cada jovem.

E por fim, perguntamos a cada um porque é que o PIEF tinha sido importante para si, e eles responderam:

«Fez-me interessar por aprender.»

«Melhorei o meu comportamento e a minha atenção.» «Fez-me ter sucesso na escola.»

Falaram também que há uma ligação e um reforço à família - e isto é fundamental. Eles diziam, que antigamente só ligavam para casa para dizer mal, mas agora falam com os pais e reforçam os pontos positivos. Por último falou-se dos estágios profissionais também extremamente importantes na ligação ao mercado de trabalho e também nas acções de voluntariado que os fazem ter uma consciência cívica muito importante.

Vamos agora passar ao momento talvez mais solene desta ses- são que é a declaração dos jovens.

Eu só vou dizer duas coisas, porque a voz é a deles. A 1ª delas é que num grupo de 10 jovens é sempre muito cómodo, para qual- quer pessoa que coordena estas coisas, escolher 2 ou 3. Aqueles que lêem melhor, aqueles que nós sabemos que vão fa- zer um sucesso retumbante. Contudo não é essa a nossa lógica. A lógica da sociedade inclusive e da sociedade participada é que todos tenham lugar nela.

Por isso, todos os alunos que estiveram a trabalhar connosco, participaram e vão ler a declaração, inclusive tirando o facto de uns lerem melhor e outros lerem pior, mas esta sociedade tem lugar para todos. Em 2º lugar queria só dizer que esta declaração tem algumas palavras difíceis, mas também foi nosso objectivo que os jovens saíssem daqui com outro tipo de linguagem, a de- bater e estruturar os conceitos certos, nos contextos certos. Embora as palavras sejam difíceis, eles têm consciência daquilo que vão dizer, e sabem aquilo que vão dizer. A declaração é com- posta por três momentos, o momento do problemas, em que eles vão dizer que não concordam, o momento da visão, em que eles vão dizer somos a favor. E por ultimo, o momento do caminho. Do caminho para a inclusão, em que eles vão dar, deixar aqui algumas medidas. E vão deixar aqui uma mensagem para toda a sociedade. Ouçamos os jovens: Vanda (de Faro), Olga (de Santa Maria da Feira), Alexia (de Leiria), Sílvia (de Aveiro), Ruben (do Alentejo), Maria (do Algarve), Jorge (de Valença), Auriel (de Alma- da), Jorge (de Gouveia), Jorge (do Seixal).

DECLARAÇÃO DOS jOVENS

Nós os jovens representantes das turmas PIEF de todo o país, reunidos em Santa Maria da Feira, nos dias 2 e 3 de Julho de 2008, com objectivo de em conjunto reflectir sobre as diferentes formas de exclusão, que ainda subsistem na sociedade portugue- sa do séc. XXI,apresentar o nosso ideal de sociedade inclusiva e delinear algumas pistas de intervenção futura rumo à inclusão:

Declaramos que somos contra todas as formas de exclusão. •

Somos contra uma sociedade que ainda não conseguiu ga- •

rantir a todas as crianças e jovens, as condições necessárias para o seu desenvolvimento físico, intelectual, social, ético e espiritual. Para todas as crianças saúde, educação, igualdade e protecção.

Somos contra uma sociedade que ainda não vê nas crianças o •

espelho da sua ambição e do seu futuro. Muitas famílias consi- deram o seu emprego mais importante do que a educação dos filhos. O nosso trabalho é a escola.

Somos contra uma sociedade que não reconhece que nada •

substitui o papel dos pais no desenvolvimento infantil. A crian- ça é muito mais do que um futuro adulto, por isso existem os direitos da criança.

Somos contra uma sociedade na qual muitas vezes os pais, •

mesmo querendo, não conseguem conciliar o tempo de traba- lho com a educação dos seus filhos.

Somos contra uma sociedade onde o abandono e o insucesso •

escolar sejam ano após ano uma preocupação a combater. O estado de desenvolvimento vê-se pelo nível de educação do seu povo.

Somos contra uma sociedade onde há crianças que continuam •

a ser maltratas, exploradas, abusadas e negligenciadas perante a indiferença de quem poderia fazer a diferença.

Somos contra uma sociedade onde existem crianças que con- •

tinuam a ser descriminadas pela cor, género, religião, condição económica, idade e capacidades.

Somos a favor da edificação de uma sociedade verdadeira- •

mente inclusiva, na qual todos possam participar em plena igualdade de oportunidades.

Somos a favor de uma sociedade que garanta a cada criança •

a possibilidade de ser criança, e na qual as famílias tenham a convicção que a maior herança que podem gozar em vida está nos seus filhos.

Somos a favor de uma sociedade em que a aprendizagem seja •

encarada como motivo de identidade e de orgulho por parte dos jovens e que a escola se torne num local de inclusão para todos os alunos, principalmente para os mais desfavorecidos ou frágeis. As turmas PIEF, são disso um bom exemplo. Somos a favor de uma sociedade em que todos os jovens te- •

nham consciência dos seus direitos, mas também das suas responsabilidades, no seu desenvolvimento dessa mesma so- ciedade.

Somos a favor de uma sociedade que acarinhe, promove o de- •

senvolvimento e proteja todas as crianças. Em especial as que mais necessitam.

Entendemos que, o verdadeiro caminho para a inclusão pas- •

sa pela responsabilização e envolvimento de todos os actores sociais, dos quais salientamos as famílias, a escola, as institui- ções sociais, as empresas, o estado e por último os próprios jovens.

O caminho que propomos fazer em conjunto passa por sensi- •

bilizar e envolver todos os sectores da sociedade em especial as associações juvenis, a escola, as ONGs e as famílias, num debate alargado sobre a juventude e inclusão, onde se discuta a condição juvenil, os valores da cidadania e o papel do jovem na sociedade moderna. Paralelamente em cada escola, clube desportivo ou espaço de permanência dos jovens dever-se-ia também criar momentos de reflexão.

Dar visibilidade mediática às questões da inclusão, educação e •

juventude utilizando os meios de comunicação social, promo- vendo debates e comentários que confiram aos jovens possi- bilidade de expressar os seus pontos de vista numa lógica de uma sociedade participada e plural.

Sensibilizar, envolver e responsabilizar as famílias, principal- •

mente no que respeita à consciencialização do papel insubsti- tuível dos pais na educação. Protecção e desenvolvimento das crianças. Não se pode responsabilizar a escola por tudo. Espe- cialmente por aspectos que são de exclusiva responsabilidade da família.

Dinamizar e promover o trabalho em rede e parceria, localmen- •

te sustentável através da implementação de redes dinâmicas e flexíveis.

Repensar o actual modelo da escola numa perspectiva mais •

flexiva aberta e adaptada às necessidades específicas de cada grupo alvo. As turmas PIEF apresentam-se como um bom con- tributo e uma alavanca a ter em conta na construção da escola inclusiva.

Obrigada por nos terem ouvido. Juntos faremos a diferença.

Muito obrigado por este trabalho e por esta declaração que aca- baram de nos deixar.

Vamos prosseguir com a apresentação de um dos produtos do projecto uma mão contra a exclusão, o qual foi desenvolvido pelo PETI em parceria com a Associação ARISCO, no âmbito do de- senvolvimento do PIEF.

Cada grupo–turma PIEF tinha 3 produtos a construir:

O primeiro foi o cubo candeeiro; todos foram reunidos lá fora na- quela coluna bem agradável, sendo que alguns se encontram na parte da frente do palco.

Um segundo produto desse projecto, este no âmbito do click contra a exclusão, foi um concurso de Fotografia, as quais foram aqui ontem apresentadas

Falta, por fim, o terceiro produto deste projecto, que é um conjun- to de trabalhos realizados em power point e que os 144 grupos- turma PIEF apresentaram.

Esses trabalhos tinham todos grande qualidade, mas de acordo com o regulamento só haveria um 1º prémio.

No entanto, foi uma tarefa extremamente difícil excluir trabalhos com tão boa qualidade, seleccionando um único vencedor. To- mou-se, pois, uma decisão extra regulamento, dentro desta fle- xibilidade que nos caracteriza: a criação de um 2º prémio, e mais uma vez flexibilizando, um 2º prémio ex-æquo. São, portanto, dois 2º prémios

Apresento-vos os 3 Finalistas. Chamo aqui o primeiro desses 2º prémios ex-æquo que é o grupo-turma do PIEF do PIEF de Sintra, Casal de Cambra, da Escola Básica dos 2º e 3º ciclos Professor Agostinho da Silva. Chamo aqui também os jovens e os respec- tivos professores do grupo-turma do PIEF de Lamego da Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de Lamego. E chamo também o 1º apu- rado neste concurso, o grupo-turma do PIEF da Escola Básica de 2º e 3º ciclos de Teixoso.

Vamos visionar estes 3 produtos finais. Muitos parabéns.

Jovem:

Eu queria agradecer em meu nome e em nome dos meus colegas, aos nossos professores, à monitora, à psicóloga da EMM, à esco- la de Teixoso, à escola Quinta da Lageosa e ao PETI. Temos o 9º ano e a certificação profissional. Bem-haja.