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Julgados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região

REDUÇÃO EM FAVOR DO APELANTE TADEU MAZUREK JUNIOR EM VIRTUDE DE PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA APELO PARCIALMENTE PROVIDO EM

4.3. Julgados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Boa parte dos processos que chegam ao TRF4 para serem analisados em relação à participação de menor importância tem esta alegação considerada improcedente em razão de diversas causas. Considerando a quantidade de julgados encontrados tomou-se a liberdade de em cada julgado, a ser citado na seqüência, transcrever-se apenas a parte relacionada com o instituto sob estudo.

Na Apelação Criminal 2002.04.01.006782-3/RS, o Relator menciona que: “...4. Descabe a redução da pena, em face da participação de menor importância (art. 29, §1º, do CP), do co-autor do crime...”.292

No mesmo sentido é a Apelação Criminal 2003.70.04.002242-3/PR, cujo Relator ensina que: “...4. Se o apelante era o responsável para conduzir os demais à saída da cidade, tendo contribuído com a fuga e se aproveitado da violência por todos perpetrada para também evadir-se do cárcere, responde efetivamente na condição de co-autor do delito, não se afigurando participação de menor importância”. 293

Na Apelação Criminal 2002.70.08.000545-6/PR, sobre o instituto da participação se afirma que: “...5. Não há falar em participação de menor importância deste último agente, primeiramente, porque é co-autor e não partícipe do crime e, depois, por sua conduta ter sido de fundamental relevância na prática delitiva.”294

A Apelação Criminal 2003.72.00.007661-9/SC é fundamentada em: “...7. Não há falar em participação de menor importância, uma vez que a ré foi contratada para receber a substância daqueles que a trouxeram do Paraguai e levar até ao outro co-réu

292

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2002.04.01.006782- 3/RS. Relator Paulo Afonso Brum Vaz. 07.11.2007. DE 21/11/2007. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

293

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2003.70.04.002242- 3/PR. Relator Élcio Pinheiro de Castro. 26.10.2005. DJ 09.11.2005, pg. 374. Disponível em: http://www. trf4.jus.br/trf4/jurisjud/resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

294 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2002.70.08.000545-6 – PR. Relatora Maria de Fátima Freitas Labarrère e relator para Acórdão Tadaaqui Hirose. 28.06.2005. DJ 13/07/2005, p. 670. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

que a contratou, circunstâncias que a colocam como co-autora do tráfico e não partícipe.”295

Na Apelação Criminal 2002.71.02.0077773-8/RS está escrito que: “...5. Sendo o agente autor da conduta delituosa, mostra-se inaplicável a causa de diminuição de pena prevista no artigo 29, § 1º, do CP.”296

Na Apelação Criminal 1999.04.01.115593-7 /RS, o Relator considerou que: “...10. A diminuição da pena em decorrência da participação de menor importância é aplicável apenas aos partícipes, e não aos autores, como é o caso dos réus.”297

Na Apelação Criminal 2003.71.12.000932-2/RS considerado-se que: “...16. Constatado que os réus OILDA e LAURO são co-autores do tráfico ilícito, não cabe discussão acerca de participação de menor importância, minorante aplicável apenas a partícipes.” 298

Posicionamento similar é encontrado na Apelação Criminal 2003.72.01.002921-3/SC.299

Na Apelação Criminal 2004.04.01.044223-0 o Relator, assim fundamenta sua decisão: “... 10. É autor do delito aquele que controla o desenrolar da ação típica, tal qual procederam esses réus na hipótese, não havendo falar em participação de menor importância, pois suas condutas foram determinantes para a consumação do delito.”300

295

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2003.72.00.007661- 9/SC. Relator Maria de Fátima Freitas Labarrère, Relator para Acórdão Tadaaqui Hirose. 14.12.2004. DJ em 02.03.2005, p.551. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

296 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2002.71.02.0077773- 8/RS. Relator Élcio Pinheiro de Castro. 08.06.2005. DJ 22.06.2005, p.1010. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

297

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 1999.04.01.115593-7 /RS. Relator Fábio Bittencourt da Rosa. 09.04.2002. DJ em 24.04.2002, p.1158. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

298

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2003.71.12.000932- 2/RS. Maria de Fátima Freitas Labarrère e relator para Acórdão Tadaaqui Hirose. 17.12.2003. DJ em 03.03.2004, p.517. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

299

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2003.72.01.002921- 3/SC. Relator Élcio Pinheiro de Castro. 22.08.2007. DE em 29/08/2007. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

300 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2004.04.01.044223-0 – PR. Relator Relator Tadaaqui Hirose. 08.05.2007. DE 16/-5/2007. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/ trf4/jurisjud/resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

Na Apelação Criminal 2003.04.01.050842-0/PR, o Relator afirma que: 301 ...3. Verificando-se que o terceiro era titular da conta para a qual era desviado o dinheiro e que participou diretamente da negociação ilegal do imóvel descrita na denúncia, não há falar em participação de menor importância, uma vez que contribuiu de forma decisiva para a consumação do delito.

De modo similar é a decisão na Apelação Criminal 2001.72.06.000520-7 – SC302, pois o Relator explica que: “... 3. Não incide a minorante do artigo 29, § 1º, do CP quando a atuação do agente foi de fundamental relevância para a prática delituosa” e a decisão nos Embargos de Declaração na Apelação Criminal 2004.04.01.034828- 6/PR303, na qual o Relator afirma que: “...2. Reconhecida a co-autoria dos embargantes no delito de gestão fraudulenta, na medida em que todos os réus praticaram a ação típica, não há que se perquirir sobre participação de menor importância, já que todas as condutas foram determinantes para a consumação do delito, especialmente porque também foram condenados no crime de quadrilha...”.

Na Apelação Criminal 2002.71.08.012306-6/RS, o Relator ensina que: “...5. Pela teoria do domínio do fato, é autor aquele que controla o desenrolar da ação típica. Assim, sendo a conduta perpetrada pelos réus foi determinante para a consumação do delito, não há falar em participação de menor importância. Precedentes.”304

De maneira similar é o julgamento na Apelação Criminal 96.04.51840-2/PR.305 Na Apelação Criminal 2002.71.08.012592-0, o Relator comenta: “...5. Se o agente executa o verbo nuclear do tipo penal não há falar em participação de menor importância.”306

301 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. - Apelação Criminal 2003.04.01.050842- 0/PR. Relator Néfi Cordeiro. 08.05.2007. DE 23.05.2007. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

302 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Embargos de Declaração na Apelação Criminal 2004.04.01.034828-6/PR. Relator Néfi Cordeiro. 28.08.2007. DE em 19/09/2007. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

303 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2002.04.01.006782- 3/RS. Relator Paulo Afonso Brum Vaz. 07.11.2007. DE 21/11/2007. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

304

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2002.71.08.012306- 6/RS. Relator Tadaaqui Hirose. 28.11.2006. DE 10.01.2007. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

305 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 2ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 96.04.51840-2/PR. Relator Tadaaqui Hirose. 14.05.1998. DJ em 24.06.1998, p. 535. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

Apresentando igual fundamento têm-se as Apelações Criminais 2000.70.01.009626-9/PR307 e 2002.71.07.013605-2.308

Na Apelação Criminal 2000.70.00.008139-7/PR, o Relator afirma não se cogitar a aplicação do instituto em casos de crimes onde as tarefas são fracionadas. Segue a parte deste julgado onde se encontra tal afirmação: 309

“... Consistindo tipo de ação múltipla, o delito de moeda falsa (art. 289 do CP) se consuma com a simples guarda ou aquisição da moeda, independente desta ter sido introduzida em circulação. Não há se cogitar de participação de menor importância nos crimes praticados em quadrilha, onde a realização de cada tarefa fracionada é indispensável e fundamental para a consecução do resultado do delito. Havendo a comunhão de desígnios entre os participantes da quadrilha formada para a falsificação de moeda, todos respondem pelo mesmo tipo legal (art. 289, caput, do CP), pouco importando que, na individualização das tarefas, a alguns coubesse apenas colocar em circulação as moedas, não participando diretamente na sua fabricação.”

Merece destaque a decisão tomada pela 7ª Turma do TRF da 4ª Região na Apelação Criminal 2004.71.00.041631-7–RS, pois neste julgado foi aplicada a causa de diminuição da pena ora sob estudo. Parcela da ementa desta decisão é apresenta abaixo:310

6. O partícipe atuou como "batedor" e transportador dos demais traficantes, os quais iriam receber a droga e descarregá-la do caminhão. Embora tenha contribuído para o crime, sua cooperação foi de menor importância, uma vez que o delito teria se consumado independentemente de sua atuação.

306 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2002.71.08.012592-

0/RS. Relator Paulo Afonso Brum Vaz. 03.05.2006. DJ 10.05.2006, pg. 986. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

307 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2000.70.01.009626- 9/PR. Relator Paulo Afonso Brum Vaz. 27.04.2005. DJ em 11.05.2005, p.684. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

308 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2002.71.07.013605- 2/RS. Relator Paulo Afonso Brum Vaz. 30.06.2004. DJ em 21.07.2004, p.833. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

309

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2000.70.00.008139- 7/PR. Relator Manoel Lauro Volkmer de Castilho. 25.11.2002. DJ em 04.12.2002, p.721. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

310 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2004.71.00.041631-7– RS. Relator Desembargadora Salise Monteiro Sanchotene. DJ em 15/03/2006, pg. 747. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

A ementa da decisão tomada na Apelação Criminal 2003.70.02.004143-6/PR é abaixo integralmente transcrita por apresentar um caso de aplicação da participação de menor importância:311

PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PROVAS. INTERNACIONALIDADE. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. MENOR PARTICIPAÇÃO NOS FATOS. ART. 29,§ 1º, DO CP.

1) Deve ser mantida a condenação do réu, acusado de organizar uma mega-operação de tráfico de entorpecentes (mais de uma tonelada), se todas as circunstâncias indiciárias e provas testemunhais apontam para sua participação no delito, ainda que sua prisão tenha ocorrido em momento posterior à apreensão do entorpecente.

2) Deve ser reconhecida a atenuante prevista no art. 65, 'd', do CP, se a espontânea confissão do co-réu auxiliou, efetivamente, para o esclarecimento dos fatos.

3) Ao agente que apenas auxilia no carregamento da droga em território nacional, sem ter conhecimento de sua origem, tampouco que este seria o real motivo de sua contratação, não se aplica a causa especial de aumento prevista no art. 18, I, da lei de drogas (internacionalidade). Participação de menor importância reconhecida. Aplicação da minorante do art. 29,§ 1º, do CP.

Também foi reconhecida a causa de diminuição da pena na Apelação Criminal 2002.04.01.0155542-6/RS, na qual se afirma que: “4. O auxílio da denunciada, limitado a funções secundárias como a assinatura de cheques, não passou de mera cumplicidade, configurando-se a participação de menor importância prevista no art. 29, § 1º, do CP.”312

Similar ocorre na Apelação Criminal 2000.71.13.000264-5/RS, tendo o Relator comentado que: “1- O juiz "a quo" acertadamente concluiu ser a ré partícipe do crime em tela, já que ela também atendia as pessoas (tanto as que emprestavam dinheiro, como as que faziam empréstimo), além de emitir cheques de sua conta em garantia das dívidas, reduzindo a sua pena com base no art. 29, § 1º, do CP (participação de menor importância).”313

Finalizando os exemplos de aplicação da participação de menor importância no Tribunal Regional da 4ª Região tem-se a Apelação Criminal 96.04.27699-9/RS, que assim expõe: “4. Sendo a contribuição do co-réu menos expressiva para o evento

311 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2003.70.02.004143- 6/PR. Relator Paulo Afonso Brum Vaz. 04.05.2005. DJ em 11.05.2005, p.686. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

312

BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 8ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2002.04.01.0155542- 6/RS. Relator Élcio Pinheiro de Castro. 12.11.2003. DJ em 26.11.2003, p.755. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/ resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

313 BRASIL, RIO GRANDE DO SUL. 7ª Turma do TRF4. Apelação Criminal 2000.71.13.000264- 5/RS. Relator Fábio Bittencourt Rosa. 29.10.2002. DJ em 04.12.2002, p. 711. Disponível em: http://www.trf4.jus.br/trf4/jurisjud/resultado_pesquisa.php. Acesso em: 20.out.2008.

criminoso, é de se reconhecer sua participação de menor importância, prevista no ART-29, §1º do CP.” 314