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O mafuá é a tentativa de incluir a criança no conhecimento que ela adquire e produz sem retirar do processo educativo o mal-estar com o mundo que a espera. O mafuá é necessário para que algo que não conhecemos possa surgir como forma de ver e viver em outros mundos possíveis que não podem ser antecipados pelos adultos. Se organizamos a educação de crianças e jovens para um mundo que não lhes pertence e que não nos agrada, a escola está fadada ao fracasso. Faz sentido uma educação que não antecipa o mundo por vir, e que, ao mesmo tempo, se inquieta e se rebela com o atual.

(MIGLIORIN, 2015, p.201).

Não venho aqui definir (no sentido de estabelecer fronteira sobre o que entra e o que sai) o que seria “Mafuá”, no entanto, considero que sua noção seja fundamental para tatear a perspectiva deste trabalho, que oferece pistas das potências da escola para o cinema.

A escola está cheia de materialidades e afetos que se arranjam em coletivo. As potências do coletivo podem desvirtuar a racionalidade técnica do que estava previsto na programação do software e/ou no roteiro para o filme, (re) organizando os modos de ver e de sentir. O Mafuá atuando na escola opera uma montagem, entre múltiplas conexões instáveis, de desvios, de incríveis e inevitáveis atravessamentos, que vão se acoplando a tudo que ali ocorre com alguma abertura. Conexões frescas e experiências que deslocam processos subjetivos, desestabilizam as formas e sugerem pensamento. É o que permite que a escola invente o que não poderia ser antecipado por nenhum poder, como o Estado, e/ou o Capital36. Incentivar este tipo de invenção, não por acaso, é um dos anseios de uma

Ética Hacker37. Dádiva38, compartilhamento, descentralidade, desvio de iniciativas de

controle: movimentos rizomáticos hackers, como observa André Lemos (2002)39.

36Este poder será retomado no capítulo 7.5. 37 Que será abordada nos próximos capítulos.

38 O artigo “Um trabalho a troco de nada? A ação de uma comunidade de hackers à luz da teoria da dádiva” (DE FRANÇA FILHO; DE AGUIAR, 2014) é um dos estudos que relaciona a teoria da dádiva, de Marcel Mauss, com dinâmicas de trabalho encontradas na cultura hacker.

39 No texto “As Estruturas Antropológicas do Cyberespaço”, ele inclui os movimentos dos hackers como parte das estruturas rizomáticas que existem no ciberespaço. Disponível em: <https://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/lemos/estrcy1.html>. Acesso: 05/02/2018.

Esta intervenção na escola tentou propor algumas fissuras, dando passagem a ritmos excêntricos que abrissem espaço para a diferença que circulasse no que ainda não estava organizado, no que ainda nem fizesse parte do quadro/frame; apostando na ideia de que o mínimo de abertura lá, já teria acoplamento. Acoplamentos significam intensidades daquela comunidade - potências da escola quando ela se abre - que políticas homogeneizadoras e desatentas à diversidade, como as que orientam a atual Base Nacional Comum Curricular (questão destacada por nota da ANPEd40), por exemplo, parecem não querer deixar respirar.

Assim, juntos, tecemos um mapa de gestos - descentralizado, open source e (sobretudo) errante - que foi compartilhando e agregando risos, negociações, merendas, arengas, convites, loucuras, chaves de portas e armários, assombros, sonhos, preconceitos, regras, compaixões, ideias mirabolantes da coordenadora pedagógica, da cozinheira, de Tel Amiel41, dos estagiários (bem como de seu

supervisor), etc.

Meu primeiro contato com a Escola Estadual Prof. Francisco Álvares foi em junho de 2015. Enviei um e-mail à Diretora Dulcinéia Ribeiro, sobre tudo que eu já havia feito na área de educação e o que eu pretendia fazer como pesquisa de mestrado, ao qual iria me candidatar em agosto do mesmo ano, para só começar em 2016. Marcamos uma conversa presencial sobre todas as condições da escola que poderiam inviabilizar (!) a realização da minha pesquisa de campo lá. Como, por exemplo, o fato de eu não ter autorização para instalar software nenhum nos computadores da Sala de Informática e, talvez, de nem ter permissão de usar qualquer pen drive neles. Segundo a Diretora, caso a minha proposta não conseguisse se adaptar a essas condições, precisaríamos tentar agendar uma

40 Esta nota (lançada em abril de 2017) da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), sobre a entrega da terceira versão da Base Nacional Comum Curricular ao Conselho Nacional de Educação (CNE), afirma a compreensão de que “Educação é compromisso com o público, com o bem comum, com a diversidade e respeito às práticas e processos educativos que se encontram em curso nas escolas brasileiras - aspectos pouco considerados pelo documento entregue pelo MEC ao CNE”. Disponível em:

<www.anped.org.br/sites/default/files/nota_da_anped_sobre_a_entrega_da_terceira_versao_da_base _nacional_comum_curricular_abril_2017.pdf>. Acesso: 25/12/2017. Já a versão final da BNCC foi aprovada em 15 de dezembro de 2017.

41 Pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Unicamp que esteve desenvolvendo na mesma escola um outro projeto relacionado à tecnologia (será retomado posteriormente). Atualmente, é professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.

reunião para discutir essas questões com o técnico responsável da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), quando houvesse oportunidade.

Foi maravilhoso, pois ela estava visivelmente interessada em me mostrar - com a maior transparência possível - todos os mecanismos, possibilidades e limites que ela tinha, como gestora, de atuar naquele espaço público, bem como os recursos dos quais este dispunha. Para tentar acolher o projeto, fomos buscando soluções ali mesmo, junto a uma professora de português que ouviu toda a reunião por acaso (por estar resolvendo outra coisa na mesa ao lado). Esta última me perguntou umas 3 vezes “– Como que baixa e instala esse programa 3D?”, se “– Vendo tutorial no YouTube dá para fazer qualquer tipo de história com ele mesmo?”, e “– Mas tem certeza que não paga para usar? Não brinca comigo, menina...”. Eu disse que a parte do Blender 3D ser “grátis” era ótima, mas nem era a mais interessante disso tudo, e sim, o fato dele ser livre. Não sei se ela entendeu.

Situada na Vila Holândia (Estrada da Rhodia Km 15 – S/N – Vila Holândia, Barão Geraldo – Campinas – SP – CEP – 13.085.850), numa área meio urbana meio rural, a escola atende muitos alunos que não moram no entorno. Assim, me foi sugerido que as minhas oficinas fossem oferecidas no contraturno, para acolher interessados de várias idades, com disponibilidades diversas. E para não precisarem estar vinculadas ao conteúdo de uma matéria específica, já que os exercícios tinham propósito de experimentação estética, não de abordagem curricular, e que poderiam conversar com qualquer uma das disciplinas. A Diretora alertou sobre os possíveis entraves burocráticos relacionados ao uso da Sala de Informática perante as regras da FDE. Por exemplo, a escola não dispunha mais de um funcionário/monitor que realizasse a manutenção das condições técnicas da Sala, quanto ao bom funcionamento dos computadores, da estrutura da rede e do acesso à internet, do cadastro e entrada dos usuários no sistema do Programa Acessa Escola, etc. O espaço costumava ser utilizado somente quando um professor de disciplina ou de atividade de reforço precisava abordar algum conteúdo com o auxílio dos computadores. Não havia um horário de uso dos recursos do laboratório reservado para as escolhas dos estudantes, nem um esquema através do qual eles mesmos poderiam assumir a gestão de quem usa, o quê, quando, como, etc.

Sem um responsável pela Sala, seria difícil ter autorização para realizar uma atividade de caráter continuado que demandasse salvarmos os projetos 3D de cada participante para serem usados por outros estudantes durante a semana, por exemplo, que é bem diferente do uso “somente para navegação”, esporádico, cujos dados são apagados a cada log out42. Para nós, seria interessante que um estudante X pudesse salvar seu projeto 3D em quaisquer um dos computadores da sala para editá-lo posteriormente. E que esse seu projeto pudesse ser acessado também por outros estudantes (com outros perfis de usuário, tipo Y, Z, etc), que logassem não só no mesmo computador que foi usado por ele mas em qualquer outro da sala. Neste último caso, seria preciso que esses computadores compartilhassem seus arquivos através de uma rede interna.

Já que queríamos articular um ambiente de criação (em vez de somente ministrar um curso de animação 3D, o que é bem diferente!), com arquivos elaborados/consultados/gestionados pelos estudantes, numa sala de informática que sempre foi usada somente para navegação e que estava sem funcionário da FDE para encaminhar essas adaptações, várias questões estavam em pauta e havia um instigante desafio pela frente. Para “temperar”, pairava a dúvida (mais nas pessoas da escola do que em mim, na verdade) sobre se os computadores de uma escola pública seriam capazes de suportar a computação gráfica envolvida na composição de animações 3D com edição de vídeo e de áudio. Anexei a carta de interesse da escola ao meu projeto de candidatura ao mestrado e voltamos a nos falar meses depois, após a aprovação.

2016 ou 2017?

No primeiro semestre de 2016, pretendia trabalhar nas adaptações técnicas envolvidas e realizar reuniões prévias de apresentação do projeto aos professores e funcionários da escola. Isso para que, no segundo semestre, encaminhássemos uma chamada de divulgação e realização das oficinas. Que, na verdade, seriam um

42 Log in, neste caso, é o registro de um usuário para usar determinado sistema ou serviço informático, também refere-se ao nome e senha escolhidos por ele para fazer a autenticação de entrada. Já para se "iniciar sessão", geralmente usa-se a expressão “log on”, embora a “log in” também seja usada. Para "encerrar sessão", há quem use “log out” ou “log off”.

pretexto de encontro semanal para que tentássemos construir juntos um laboratório de criação digital com software livre.

No entanto, naquele ano, além de cumprir todos os créditos de disciplinas do mestrado, precisei participar da disciplina EP506A - Pedagogia da Imagem (graduação), ministrada pelo meu orientador, em que experimentamos vários exercícios com dispositivos de criação de imagens entre alunos da graduação em pedagogia e de licenciaturas. Além disso, para ir maturando e problematizando o uso de dispositivos na minha proposta de intervenção, foi fundamental participar de várias reuniões de grupo de pesquisa, tanto individuais (eu e meu orientador), quanto entre colegas (outros orientandos do meu orientador) e com outros pesquisadores (junto ao grupo de estudos GEO Imagens), pois estávamos todos bastante envolvidos na proposição, na realização e no acompanhamento das atividades do Programa de Cinema & Educação: A Experiência do Cinema na Escola de Educação Básica Municipal, em parceria com Secretaria Municipal de Educação de Campinas. Foi através desse movimento que surgiu a proposta de trabalharmos com fragmentos de filmes, bem como de pensar a potência da criação de cineclubes em escolas no sentido não só de ver e de conversar sobre filmes, mas de produzi- los (tudo junto).

Também precisei encaminhar toda a burocracia relacionada à obtenção da bolsa CAPES e à adaptação do meu projeto à Resolução No 510, do Conselho

Nacional de Saúde para pesquisas científicas envolvendo seres humanos nas Ciências Humanas e Sociais, publicada em abril daquele mesmo ano. A submissão do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e toda documentação relacionada é trabalhosa e demorou 3 meses para ser aprovada, eu só poderia atuar na escola após isso.

Uma versão da minha proposta de oficina integrou (junto a várias outras) o “catálogo-cardápio” oferecido às escolas municipais do Programa de Cinema & Educação, e outra versão seria aplicada entre os participantes da disciplina EP506A - Pedagogia da Imagem, para ir testando o que funcionava, antes de atuar na (escola) Francisco Álvares. Porém, no primeiro semestre de 2016 vivemos uma greve na Unicamp que mobilizou alunos (graduação e pós), professores e funcionários, e que ocupou as horas dessa disciplina com outras atividades

importantes, como: seminários, debates e assembleias sobre cotas, bolsas de auxílio à pesquisa, políticas de permanência, inclusão, transparência, diálogo, etc.

Como eu pretendia abrir 4 grupos de oficinas semanais na escola (para que estudantes de qualquer uma de suas 14 turmas pudesse se inscrever) e me adaptar às suas disponibilidades de agenda, percebi que encaminhar uma intervenção deste tamanho provocaria muitos choques de horário com minhas disciplinas acadêmicas e com todas as reuniões de pesquisa em que eu precisava estar. Então, optei por solucionar as questões técnicas e me reunir com os professores e gestão da escola no segundo semestre de 2016, para começar as atividades no primeiro semestre 2017.

Foram realizadas duas reuniões prévias com a Diretora Dulcinéia Ribeiro, mais duas outras com os professores e a orientadora pedagógica. Conversamos sobre como o projeto poderia se integrar à comunidade escolar: como deveria ser sua divulgação/chamada para as inscrições, como ele poderia incentivar a criação estética dentro das matérias da escola (bem como de outras atividades da instituição), quantas vagas seriam abertas, que formato (de que horas a que horas, quantas vezes por semana, etc) que espaços e equipamentos da escola poderíamos usar, como os professores e funcionários poderiam participar, etc.

No período da manhã, a escola atende alunos do Ensino Médio, sendo 2 turmas por ano, mais o 9º “A”. Já o 9º “B”, estuda à tarde com as turmas do Ensino Fundamental 2.

Ofereceríamos 8 vagas para cada grupo, que era a quantidade de computadores funcionando e de cadeiras disponíveis na sala. Seria esse esquema:

• Grupo 1 – terça-feira de manhã. 8 alunos do Ensino Fundamental • Grupo 2 - terça-feira à tarde. 8 alunos do Ensino Médio

• Grupo 3 – quinta-feita de manhã. 8 alunos do Ensino Fundamental • Grupo 4 – quinta-feita à tarde. 8 alunos do Ensino Médio

O critério de inscrição seria por ordem, os primeiros de cada turma da escola. Por exemplo, se já tivéssemos uma inscrição de alguém do 6º “B”, a próxima pessoa teria que ser de outro ano/turma e após essa primeira “rodada”, poderíamos incluir mais gente do 6º “B”.

Em dezembro/2016 e janeiro/2017 preparei o plano de atividades de todos os encontros que faríamos durante os 4 meses de intervenção e todo material de comunicação relacionado ao que se pretendia oferecer àquela comunidade escolar: a identidade visual do cartaz de chamada às inscrições, o blog (e sua conta/perfil na plataforma pública CulturaDigital.Br), uma conta de e-mail do projeto, uma de

Dropbox43, o release e logo para divulgação pelo jornal da escola - o “Chicão Notícias”! - a elaboração, impressão e distribuição das fichas de inscrição e a preparação de uma apresentação de convite, que será descrita posteriormente. Também esbocei um plano de como coletaria e organizaria os projetos criados por cada participante, além das fotos, vídeos e áudios gravados a cada encontro. Caso os arquivos dos projetos não pudessem ser salvos nos computadores da escola para acesso posterior, precisaríamos arranjar pen drives dedicados exclusivamente a esse armazenamento e que fossem facilmente compartilhados entre todos, além de pensar também um esquema de como organizá-los para uso comum.

2017: Climão de volta às aulas!

Na primeira semana de aula, no comecinho de fevereiro, eu estava lá: para colar os cartazes de divulgação, articular com a secretaria como encaminhar inscrições junto aos pais dos alunos, e com as funcionárias da cozinha e da limpeza sobre o uso do pátio (que também é o refeitório) para a tal “apresentação do projeto para a escola inteira”, que seria no dia 14 de fevereiro.

Lindo, né?

Mas foi neste mesmo dia que percebi que o projetor da escola estava quebrado e que ninguém estava conseguindo usar os computadores da Sala de Informática, pois a interface do Acessa Escola não estava permitindo fazer log on, indicando problema de contato com um servidor. O Acessa Escola é um programa do Governo do Estado de São Paulo, desenvolvido pelas Secretarias de Estado da Educação e de Gestão Pública, sob a coordenação da FDE. Tem por objetivo promover a inclusão digital e social dos alunos, professores e funcionários das escolas da rede pública estadual, estimulando o uso das tecnologias como recurso

43 Serviço para armazenamento e partilha de arquivos, baseado no conceito de "computação em nuvem" ("cloud computing"), que, por sua vez, refere-se à utilização da memória e da capacidade de armazenamento e cálculo de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da Internet. Mais informações em: <https://www.dropbox.com/>.

pedagógico, para que sejam desenvolvidas as habilidades e as competências previstas no currículo escolar. Segundo o site do programa44, ele atua em 71.299 mil

computadores, distribuídos nas 4.234 salas das escolas de Ensino Fundamental e Médio de todo o Estado.

Ao que parecia, os computadores estavam funcionando perfeitamente e tinham uma configuração técnica ótima para o que precisaríamos fazer – isso havia sido verificado por mim anteriormente, em outubro de 2016 - impressionante para uma escola pública. Tínhamos em mãos todos os cadastros e senhas disponíveis, que eram baseadas nos RAs (Registro do Aluno), para tentar acessar o sistema. Mas era impossível fazer log on, mesmo através dos perfis de professor e gestão.

O sistema mostrava as frases: "Procurando servidores da BlueLab45 na rede", "Não foi possível encontrar o servidor BlueLab na rede", "Rede sem conectividade, servidor não encontrado". Ninguém sabia informar se o servidor mencionado era o que estava dentro da sala - um computador no qual ninguém mexia, “para não corrermos o risco de afetar todos os outros” (foi o que me disseram) - ou algum outro, externo. Nem dizer se o problema era simplesmente falta de acesso (momentâneo) à internet mesmo.

Passei o dia inteiro fazendo todos os testes possíveis, meu primeiro contato com muitas das pessoas daquele lugar foi tentando solucionar essa questão... e nada. Como o funcionário que cuidava da manutenção do sistema havia sido cortado a um bom tempo, a Diretora se sentia um tanto desamparada, pois não sabia como resolver a questão, nem a quem recorrer. O que ela podia fazer, segundo ela, era garantir que ninguém entrasse na sala, para que não fosse depredada. Mas ela achava uma pena que a escola inteira não pudesse usar esses recursos plenamente por falta de um funcionário.

Me sugeriram ligar para o suporte do Acessa Escola, se passando por uma "funcionária de informática da escola", para averiguar pistas sobre o caso. O que, naquele dia, seria impossível, pois eu precisaria ter a linha de telefone da escola disponível, além de alguém da gestão também disponível (na primeira semana de

44 <http://www.educacao.sp.gov.br/acessa-escola>. Os dados apresentados foram acessados por esta pesquisa em 20 de novembro de 2017. Na ocasião, a atualização mais recente do site havia sido feita em setembro de 2017.

45 Tecnologia educacional adotada pela FDE para atuar na interface (aluno, professor e gestor têm ambientes diferentes) dos computadores das salas de informática da rede estadual de ensino, através do Programa Acessa Escola. Mais informações em <http://blueonline.fde.sp.gov.br/>.

aula?! sem chance!) para ir me passando os números de registro e todas as informações que o suporte requer para comprovar que sou uma pessoa realmente autorizada a lidar com a questão. Percebi que as atividades iriam atrasar e que eu não poderia encaminhar as inscrições até conseguir suporte técnico ou adaptar minha proposta de trabalho para algo que não dependesse nem daqueles computadores, nem de seu acesso à internet (como se relacionar com a comunidade da plataforma Blend Swap, então?). Não poderia simplesmente instalar um sistema operacional livre em todos aqueles computadores - para que alunos e professores passassem a usá-los novamente, pelo menos - porque a própria instituição escolar não poderia se responsabilizar por esse tipo de intervenção em bens públicos. O que era bem compreensível, pois senti que a Gestão parecia estar fazendo tudo que estava a seu alcance.

Outra enxurrada de incógnitas foi com os cabos, no dia seguinte.

Pensando na apresentação do projeto como uma minha primeira tentativa de pensar aquela escola como cineclubista, levei um projetor portátil do Laboratório OLHO para testar no maior espaço disponível: o pátio. Não funcionou, há muita luz

na escola. Vasculhei o lugar inteiro atrás de cabos, extensões (achei uma

engraçadíssima, que pesava uns 15 kg e que precisava de pelo menos 2 pessoas para carregá-la), adaptadores de tomada, senhas de Wi-fi46, telas de projeção,

caixas de som, peças de equipamento que ninguém sabia quem pegou/onde