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metodologia e epistemologia frase

enquadramento teórico

Capítulo 2 Design Studies

E, mais à frente:

3.2 estudos sobre as mulheres, estudos de género e estudos feministas 1 uma questão de terminologia?

3.3.2 metodologia e epistemologia frase

Deixando para o final a questão da “da autonomia das relações sociais de sexo no quadro dos sistemas sociais” ou seja, “da internalização das diferenças sexuais através da socialização”62 uma vez que é aí que se joga hoje, pelo menos em parte, o futuro do movimento (significará o fim do género, o fim da luta das mulheres?) – passaremos agora à questão das epistemologias.

Nas décadas de 60 e 70, as mulheres começaram expressar o sentimento de que as ciências sociais examinavam o mundo duma perspectiva masculina, tendendo a concentrar-se na esfera pública – mundo da política e do trabalho - e ignorando a experiência das mulheres na esfera privada do lar e das relações domésticas. As divisões entre esfera pública e a esfera privada, e entre papéis masculinos e

femininos, era vista como natural, i.e. como tendo uma base biológica. A sociologia e outras ciências não viam qualquer necessidade de inquirir da razão das divisões de género, nem a variável género era tido em conta nas explicações universalizantes dessas disciplinas.

As feministas, em contrapartida, argumentavam que teorias e pesquisa que ignoravam as experiências de metade da população só podiam ser inadequadas. Numa primeira abordagem, há três respostas possíveis à ciência tradicional malestream:63

a) integração

Segundo esta posição (que corresponde, grosso modo, ao feminismo liberal) o objectivo primordial é remover os preconceitos sexistas existentes na ciência

malestream reformando as ideias e práticas existentes, e.g. introduzindo as mulheres na amostragem de dados. O problema principal com esta aproximação é que é provável que as mulheres continuem marginalizadas, tornando-se a contribuição feminista um mero acrescento ao programa: incorporar as mulheres nas amostragens deixa a base da disciplina intacta.

b) separatismo

esta posição (defendida por certas correntes do feminismo radical) advoga a

necessidade de um saber produzido por mulheres e para mulheres. O objectivo não é mudar a ciência existente, mas desenvolver um conhecimento autónomo,

especificamente de e sobre as mulheres: as percepções e experiências das mulheres são diferentes das dos homens.

O problema desta aproximação é que, também ela, perpetua (se bem que, desta vez, de uma forma assumida) a marginalidade das mulheres. A própria tendência em considerar que todas as mulheres compartilham uma experiência comum porque todas elas são exploradas e dominadas pelos homens tem sido, como vimos atrás, alvo de

62 Virginia Ferreira, “Estudos sobre as Mulheres em Portugal...", p.12.

63

críticas. Mulheres diferentes têm experiências diferentes da realidade; se todas as mulheres partilham duma mesma posição subordinada em sociedade, nem todas a experimentam da mesma maneira. Finalmente, ignorar os homens é ignorar aspectos importantes de realidade social das mulheres; qualquer análise da opressão das mulheres deve inevitavelmente analisar o papel aí desempenhado pelos homens.

c) reconceptualização

Esta posição reconhece a necessidade da pesquisa feita por mulheres e para mulheres, mas considera que é necessário desenvolver investigação sobre o todo social, incluindo os homens. Reconhece também que as teorias e descobertas do malestream /ciência tradicional podem influir nas epistemologias feministas e vice- versa. Rejeita porém a visão empiricista e “integracionista” da teoria feminista na teoria dominante; não defende a reforma mas a reconceptualização das ciências. O problema está nas diferentes formas de entender reconceptualização. O que significa reconceptualização? A questão complica-se nos anos 80, com a divisão entre o standpoint feminism e as pós-modernistas.

3.3.2.1 standpoint feminism

Os três tipos de posicionamento que acabamos de descrever configuram três correntes epistemológicas diferentes: empirismo, standpoint feminism, e pós- modernismo.

Por epistemologia entende-se habitualmente o ramo da filosofia que reflecte sobre a

produção do conhecimento.64 Mas esta epistemologia feminista, que inclui conceitos

como “women’s experience” e “counsciousness-raising”, afasta-se um pouco daquilo que são os temas e preocupações da filosofia tradicional. Assim, as feministas ocuparam-se, por exemplo, da forma como o sexo-género dos produtores de ciência (conhecimento legitimado) interferia com a produção desse mesmo conhecimento. Numa primeira fase, aquilo a que depois se chamou “feminismo empirista” tentou eliminar os enviesamentos masculinos através de uma escrupulosa atenção às regras do método científico e objectividade. Esta corrente de pensamento considera possível “corrigir” o desvio sexista da ciência tradicional, e advoga basicamente uma maior imparcialidade na interpretação de dados - que não deverá ser feita, nem a partir de

uma perspectiva exclusivamente masculina, nem exclusivamente feminina. 65

A perspectiva empirista encara o/a investigador/a como um técnico, objectivo e neutro. A partir dos anos 70-80, outras feministas argumentaram, contudo, que o

aparentemente desprendido, racional e objectivo ponto de vista em que as ciências naturais e humanas assentavam a sua legitimidade, não passava, na realidade, de um ponto de vista masculino que negava a sua própria especificidade afirmando-se

universal. Das várias tentativas para legitimar um conhecimento feminino, formado a partir de uma perspectiva das mulheres e inspirado no engajamento político, originou- se o Standpoint feminism.

A partir de certa altura, porém, tornou-se difícil continuar a privilegiar uma ciência ou “modo de saber” especificamente femininos, pelo que isso poderia implicar de

64 A partir de Descartes e, sobretudo, de Kant, filosofia e epistemologia torna-se quase sinónimos. A tese de R. Rorty

(A Filosofia e o Espelho da Natureza, Lisboa: Publicações D. Quixote, 1988, pp.110 e s.) é que com Kant se dá a separação definitiva entre filosofia e ciências, sendo que a primeira, agora reduzida a uma quase "teoria do

conhecimento", se distingue por constituir o fundamento das segundas. Cf. também Linda Nicholson (ed.), Feminism/

Postmodernism, Nova Iorque e Londres: Routledge, 1990, em especial a Parte I.

65

excessivamente uniformizador e essencialista. Assim sendo, algumas standpoint feminists tentaram reformar a sua teoria dando uma maior atenção às diferenças entre

mulheres.66 Estas tentativas em breve foram postas em causa pelas feministas pós-

modernistas (e pós-estruturalistas) que rejeitavam qualquer possibilidade de estabelecer uma base fundacional para o conhecimento, por muito matizada ou contingente que fosse.

A questão principal - já que a maioria das feministas rejeita hoje a visão empirista do/a investigador/a objectivo e neutro - joga-se em torno da divisão entre stanpoint e pós- modernistas, e do problema da “subjectividade” da investigação feminista. Se esta for considerada subjectiva, então dificilmente se poderá argumentar que as conclusões feministas são, de alguma forma, melhores do que as alcançadas por quaisquer outros, e.g. pelos investigadores malestream. As feministas de standpoint, muitas

delas académicas que pretendem o reconhecimento institucional 67 para os seus

métodos de pesquisa, recusam a ideia de que conhecimento algum possa ser neutro, sem todavia caírem no relativismo. Embora parcial (como toda a investigação) a investigação feminina/feminista é menos parcial e enviesada que a investigação

tradicional masculina. Um pouco à semelhança do que sucede no conceito marxista de "consciência de classe", para estas feministas os oprimidos desfrutarão sempre de uma visão mais completa ou menos distorcida da realidade social: o conhecimento que nasce da luta contra os opressores.

As críticas a esta posição denunciam sobretudo a tendência para o essencialismo que lhe está subjacente, i.e. a assunção implícita de que existe uma perspectiva feminina, universal e única. Por outro lado, uma certa confusão ou equivalência entre

“experiência feminina” e consciência feminista (nem sempre a primeira redunda

obrigatoriamente na segunda, por exemplo). Em parte como reacção a estas críticas, o standpoint feminism (com algumas excepções, mais próximas das feministas

francesas, que defendem a existência de um saber feminino absolutamente outro)68

tenderá a considerar que o standpoint (ponto de vista, tomada de posição) é sobretudo relacional e já não algo que resulta inelutavelmente da experiência das mulheres – a qual se reconhece agora ser extremamente diversa:

“not something which arises ineluctably and inevitably from the experience of women, …but rather a consciously chosen political and social location, a range of possible vantage points available to men as well as women” 69

Em contrapartida, a oposição aos feminismos pós-modernista e pós-estruturalista determinou que se tenha invertido a tendência, visível desde o início em certas correntes da standpoint epistemology, para o relativismo (i.e., considerar que todo o conhecimento está situado), e algumas autoras encaram -na agora como a tendência realista no feminismo. 70 Aliás, há hoje quem defenda que a divisão entre standpoint

66

Por exemplo Sandra Harding, em “Rethinking standpoint epistemology: what is strong objectivity?” (in L. Alcoff e E. Potter [ed.], Feminist Epistemologies, Nova Iorque e Londres: Routledge,1993, pp. 49-82). Virgínia Ferreira (“O Feminismo na Pós-Modernidade...", p.96) traça o contraste entre o feminismo da diferença homem/mulher, e um feminismo das “diferenças”. De um lado as autoras francesas (Cixous, Irigaray) e o chamado feminismo cultural norte- americano, que celebram as virtudes e valores da mulher, a sua afectividade e a solidariedade, num contraste supostamente absoluto com a racionalidade e competitividade do mundo dos homens; do outro, o tema pós-moderno “da diferença entre as mulheres, da fragmentaridade das suas identidades e do fraccionamento dos seus movimentos”.

67 Abbott e Wallace, op.cit., p.210.

68 O tema da Mulher como o Outro do homem, foi desenvolvido por Simone de Beauvoir (op. cit., vol. 1, pp.13 e ss.), ao

considerar que na cultura patriarcal “a mulher determina-se e diferencia-se em relação ao homem, e não este em relação a ela”. Nos anos 70 e 80, Hélène Cixous e Luce Irigaray retomam o tema da “outridade” a partir da psicanálise lacaniana, que utilizam “como meio privilegiado de reconstrução de uma identidade própria exclusivamente feminina” (Álvarez, op.cit., p.53). Esta corrente tende a recusar o feminismo dito “igualitário” que, segundo elas, pretenderia “assimilar as mulheres aos homens”.

69 Cf. Andermahr et al., op.cit., p.259, entrada “Standopint epistemologies”.

70

Cf. Abbott e Wallace, op.cit., p.211; outras entendem, porém, que se trata de uma forma de “relativismo” (Andermahr

et al., op.cit., p.259). Segundo Sandra Harding (op.cit., p.50), “critics of standpoint writing have tended to refuse… the idea of real knowledge that is socially situated. Instead they have assimilated standpoint claims either to objectivism

feminism e feminismo pós-modernista substituiu as anteriores divisões entre

feminismo liberal, socialista e radical, tal como o feminismo “institucional” substitui o feminismo de base.71

Reconhecendo embora a existência de uma ligação estreita entre conhecimento e género, a verdade é que a abordagem standpoint, tal qual o feminismo empirista, acreditava na necessidade de um conhecimento universalmente generalizável. Como refere Christine Di Stefano,

“Minimally, such knowledge should be universal for the group ‘women’. Maximally, it should be able to subsume the partial and perverse understandings of masculine inquiry within its horizon of explanation and interpretation.”72

No entanto, as teorias do standpoint feminism eram especialmente vulneráveis à dúvida de que o grupo “mulheres" - dadas as diferenças de raça, classe, orientação sexual, cultura e etnia que existiam entre elas - constituísse um sujeito social

suficientemente coerente. Às críticas oriundas do feminismo negro juntaram-se as do pós-modernismo, movimento que, não só contestava a própria ideia de que existisse uma qualquer natureza humana (masculina ou feminina) mas, segundo as suas opositoras, ameaça a própria razão de ser do movimento feminista, na medida em que “it embraces a scepticism regarding generalizable and universal claims of any sort, including those of feminism.”73

3.3.2.2 pós-modernismo

Desde os finais de 60, e até meados de 80, a teoria feminista reflectiu sobretudo o ponto de vista das mulheres da classe-média branca dos países desenvolvidos, e.g.

Europa ocidental e América do Norte. A progressiva substituição dos movimentos de

base pelo chamado feminismo institucional veio contribuir para aumentar ainda mais uma situação paradoxal em que algumas feministas, ao mesmo tempo que criticavam a ciência malestream por universalizar abusivamente a partir de uma perspectiva limitada (=masculina), pareciam incapazes de reconhecer o relativismo da sua própria perspectiva e argumentos, incrustados como estavam em discursos e contextos académicos muito específicos. Como refere Linda Nicholson,

« …not only did feminist scholars replicate the problematic universalizing tendencies of academic scholarship in general but, even more strikingly, …Marxist-feminist

scholarship suffered from the same kinds of faulty universalizations found in

nonfeminist-Marxist scholarship, while feminist developmental psychologists replicated the specific types of universalizing mistakes present in developmental psychology [etc.]. » 74

Desde o aparecimento das ciências naturais no século XVII, que a

filosofia/epistemologia,75 com o seu ideal de uma Razão transcendental, detém uma

posição chave no pensamento ocidental, nomeadamente como princípio regulador e fundador de todo o conhecimento. Mesmo as modernas ciências sociais, emergentes em fins do século XIX-XX, retiveram aspectos de um tal ideal na sua submissão a normas de objectividade e investigação supostamente imune a juízos de valor ou interesses de classe. Nada mais natural portanto do que a academia recorrer ao tema

or… relativism”. Harding recusa também aquilo a que chama “radical feminist arguments that exalt the feminine and essentialize “woman experience” (which they [feminist empiricists] have sometimes attributed to standpoint theorist)...”

(ibid., p.52). “Relativismo” é um termo igualmente utilizado para descrever as pós -modernistas. Para estas, contudo, a chamada "women's experience", as múltiplas estórias, saberes e experiências subjectivas que as diferentes mulheres possuem, são insuficientes como base de uma epistemologia feminista (cf. Chris Weedon, op.cit, pp.71, 148 e s.s, 165).

71

Sonya Andermahr et al., loc. cit.

72 “Dilemmas of Difference: Feminism, Modernity, and Postmodernism”, in L. Nicholson (ed.), op.cit., p.74.

73

Ibid.

74 L. Nicholson, introdução a Feminism/Postmodernism, ed.cit., p.1.

75

da objectividade e universalidade da ciência para denunciar a ideia absurda de que pudessem existir epistemologias “feministas”. As activistas responderam denunciando o próprio conceito de objectividade utilizado pela academia, argumentando que este reflectia interesses de género. Aliás, críticas semelhantes haviam ocorrido, por exemplo, no marxismo, com Althusser a incluir as universidades e instituições afins entre os Aparelhos Ideológicos de Estado.76 Todavia, quer o marxismo quer o standpoint feminism, com o seu conceito de objectividade situada,77 reconheciam alguma forma de “conhecimento verdadeiro”, opondo à falsa objectividade da ciência a sua própria versão de objectividade. Mas com a chegada dos anos 80, os/as pós- modernistas punham em causa aquilo que constituía o próprio fundamento do ideal da academia, i.e. a própria ideia de uma Razão transcendental. As mais radicais

argumentavam até que o critério que servira para opor verdadeiro e falso, ciência e mito, pertencia ao contexto histórico do modernismo e não podia ser validado fora dessa tradição. Assim Chris Weedon, quando afirma que:

«It is in making claims to truth that discourses demonstrate their inevitable

conservatism, their investment in particular versions of meaning and their hostility to change.» 78

Por um lado, existem importantes pontos de contacto entre o pós-modernismo e algumas posições há muito defendidas pelas feministas - também estas haviam afinal questionado a suposta objectividade da academia, argumentando que os ideais de objectividade e Razão reflectiam valores masculinos, relativos a um momento particular da história ocidental. Por outro lado, para feministas como Nancy Fraser e

Linda Nicholson79 o cepticismo pós-modernista a generalizações que transcendam os

limites do local, constitui o antídoto certo à tendência feminista para universalizar a partir de contextos e experiências limitados às mulheres ocidentais da classe-média branca:

“This point is evident in the attempts by many feminist theorists to locate ‘the cause’ of women 's oppression. Such attempts have ranged from Shulamith Firestone' s very early appeal to biological differences between women and men, to the postulation by many influential feminist anthropologists in the 1970s of a cross-cultural

domestic/public separation, to later appeals in the late 1970s and early 1980s to women's labor, to women's sexuality, and to women's primary responsibility for child bearing. In all of these cases, aspects of modern Western culture were postulated as present in all or most of human history." 80

A adequação de uma teoria feminista é medida pela sua utilidade; i.e. pela forma como não se limita a “explicar” a realidade social mas fornece também os meios que

permitem eventualmente transformá-la.81 Ora, como refere Virgínia Ferreira, na pós- modernidade, “o poder desdobrou-se em múltiplos centros e deixamos de acreditar

que a dominação social pode ser explicada em função de um único princípio.”82 Às

acusações de que a atitude pós-moderna conduz a um relativismo e individualismo abstractos, estas autoras respondem que, pelo contrário, o feminismo pós-modernista permite processos de decisão e escolhas teóricas fortes, desde que reconhecendo tais decisões como políticas e fundamentadas num contexto específico:

«T]heorizing which is explicitly historical, that is, which situates its categories within historical frameworks, less easily invites the dangers of false generalizations…Thus,

76

Cf. supra, capítulo 2. As críticas à alegada neutralidade da academia, enquanto instituição burguesa, são um constante do marxismo: Gramsci, Bordieu, o próprio Marx.

77

Como refere Donna Haraway (apud Sandra Harding, “Rethinking Standpoint Epistemology…”, p.49), “feminist

objectivity means quite simply situated knowledge”.

78

Chris Weedon, op. cit., p.127.

79 Nancy Fraser e Linda Nicholson, "Social Criticism without Philosophy”, in L. Nicholson (ed.), op. cit., pp.19-38.

80

Ibid. pp. 5-6; cf. também Virgínia Ferreira, “O Feminismo na Pós-modernidade...”, p.98.

81 Abbott e Wallace, p.203; Chris Weedon, p. 20; Andermahr et al., p.77.

82

our criticisms of writers such as Chodorow are not based on the mere presence of generalizations within their theories as on the fact that the categories that they employ, such as mothering, are not situated within a specific cultural and historical context. »83 Outras autoras permanecem, contudo, extremamente cépticas relativamente ao contributo do pós-modernismo para a luta das mulheres, e defendem que um discurso alicerçado nos valores ocidentais do Iluminismo, progresso histórico e emancipação, é essencial ao feminismo:

“Why is it that just at the moment when so many of us who have been silenced begin to demand the right to name ourselves, to act as subjects rather than objects of history, that just then the concept of subjecthood becomes problematic? Just when we are forming our own theories about the world, uncertainty emerges about whether the world can be theorized. Just when we are talking about the changes we want, ideas of progress and the possibility of systematically and rationally organizing human society become dubious and suspect?" 84

3.3.3 o conceito de género

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