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Modelo Psicográfico de Robert W McIntosh

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SEGMENTAÇÃO DE MERCADO E MERCADO TURÍSTICO

3. Perfil Psicográfico do Turista

3.5. Modelo Psicográfico de Robert W McIntosh

O modelo, desenvolvido pelo pesquisador americano Robert W. McIntosh juntamente com Grupta, em 1989, constitui uma adaptação do modelo desenvolvido por Stanley Plog, de 1972, baseado nas motivações especificas de cada grupo e sub-grupo, identificados anteriormente por Plog e apresentados de forma resumida.

Para Goeldner et al (2003, p. 417) algumas motivações estão presentes numa ampla variedade de turistas (dos alocêntricos aos psicocêntricos), enquanto que outras motivações estão mais relacionadas num espectro dos tipos psicográficos.

Motivações alocêntricas: educação e motivos culturais; estudo de genealogia; busca pelo exótico; satisfações e sentido de poder e liberdade; jogo; fazer novas amizades no exterior; estímulos às perspectivas e férias em segunda residência.

Motivações quase alocêntricas: peregrinações a centros religiosos; participação em eventos e atividades esportivas; viagens exploratórias; viagens de negócios e outros; entretenimento e oportunidades de experimentar um novo estilo de vida.

Motivações meio-cêntricas: relaxamento e prazer; rever amigos e parentes; saúde (tratamento médico); necessidade de mudança por um período de tempo; oportunidade de escapar dos problemas diários; glamour real ou imaginário; apreciar belezas naturais; indulgências sexuais; compras e souvenirs; transportes; expectativa da viagem e questões familiares.

Motivações quase psicocêntricas e psicocêntricas: busca por status; estar socialmente confortável; viagem como norma cultural; visita a parques de diversões e a locais exibidos em noticiários.

No entanto, Giglio (2002, p. 228) faz uma série de críticas aos modelos que analisam as tipologias: a primeira refere-se ao embasamento das leis básicas sobre o fenômeno estudado. Nesse sentido, faz-se necessário identificar qual o objetivo da investigação proposta; o modelo é baseado nos princípios positivistas, isto é, aceita os critérios de regularidades, repetições, previsibilidade e generalização.

Por sua vez, Swarbrooke & Horner (2002, p. 132) apontam que as tipologias de longo alcance fundamentam-se em simplismo e estereótipos, e não abrangem padrões de comportamento mais complexos.

Não permitem, ainda, que consumidores individuais possam mover-se entre os diversos extratos; não reconhecem, também, que a decisão de muitos turistas é resultado de suas articulações junto aos seus pares.

Afirma que, as tipologias apresentadas são antigas e não representam, efetivamente, as mudanças comportamentais dos turistas contemporâneos, pois, as pesquisas psicográficas disponíveis ainda representam um viés americano e europeu; em outras áreas essas pesquisas são incipientes ou inexistentes.

As tipologias apresentadas, muitas vezes, não servem de parâmetro para serem aplicadas em pessoas de qualquer país, pois elas ignoram as características culturais e antropológicas; elas são resultados de amostragens reduzidas, o que para muitos pesquisadores torna questionável o resultado obtido. Ignoram o fato de que os turistas possam amadurecer-se à medida que se tornam viajantes mais experientes

Contudo, os estudos sobre o comportamento do consumidor, com ênfase no perfil psicológico, é uma ferramenta muito utilizada pelo marketing, pois nos permite analisar, mesmo com superficialidade como criticam alguns, o seu comportamento e, conseqüentemente, seu hábito de compra.

Os aspectos aqui abordados determinam também o tipo de propaganda e mensagens de comunicação massiva às quais os consumidores são mais suscetíveis, pois elas devem ser altamente persuasivas.

O receptor das mensagens vinculadas aos anúncios publicitários deve interpretá-las de tal forma, que lhes permitam identificar e decodificar os estímulos recebidos, ou seja, deve sempre atribuir algum significado mesmo que emocional, pois reconhecemos como uma etapa importante do processo de decisão no ato de compra desse consumidor e, assim, abordar as estratégias de comunicação e o uso das ferramentas de marketing mais adequadas para atingir esse público consumidor de um produto efêmero e singular.

Dessa forma, as estratégias de comunicação integrada, propostas por Shimp (2002), no capítulo anterior, são adotadas como princípios norteadores do próximo capítulo, em que se pretende discutir a eficiência da comunicação nas organizações turísticas, verificar, por meio de amostras dos anúncios previamente selecionados em seis categorias de serviços turísticos, se eles atendem aos princípios motivacionais propostos por Stanley Plog, pelo emprego da técnica de Análise de Conteúdo (AC). Esta é definida por Middleton (2002, p.275) como uma abordagem mais qualitativa, que pode avaliar se os comentários foram favoráveis, neutros ou desfavoráveis; observar, ainda, a inclusão de fotos e títulos, posição do material da página (parte superior, meio, inferior, coluna, etc), bem como o tipo de páginas utilizadas (editorial, capa, contra-capa), se o anúncio está centralizado ou localizado no lado direito ou esquerdo da página, pois essas características podem ou não ser identificadas pelo leitor, em função das chamadas zonas mortas da revista.

Os autores Bauer & Gaskell (2002, P. 189) apontam algumas características importantes sobre o uso da técnica de AC. Ela é uma técnica desenvolvida para produzir inferências de um texto focal para seu contexto social, de maneira objetiva; implica, muitas vezes, em um tratamento estatístico das unidades de texto e, quase sempre, emprega uma amostra aleatória para selecionar seus materiais.

Sendo assim, ao rever as tipologias psicográficas dos turistas, desenvolvidas pelos psicólogos e antropólogos americanos e europeus, percebemos que os estudos nessa área ainda são incipientes, principalmente no Brasil, fato esse que corrobora para uma banalização do setor, por parte daqueles que compreendem o turismo como uma simples atividade econômica qualquer. Ela é sim, uma atividade econômica complexa, pois envolve uma extensa cadeia produtiva, além de ser notadamente uma atividade importante para economia de muitos países influenciando, de certo modo, o seu produto interno bruto.

Dessa forma, este trabalho busca chamar a atenção para um importante setor econômico do país, além de contribuir com a sistematização de pesquisas sobre comportamento do turista para a academia tanto quanto para com o mercado.

CAPÍTULO IV

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