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Descrever os caminhos da pesquisa constitui-se, também, em produzir um exercício de memória sobre os arquivos visitados, as fontes encontradas, relembrar a satisfação ao abrir pacotes, contudo, ter experimentado alguns incômodos dos vestígios que não foi possível localizar.

É nesta viagem ao tempo que reunimos condições de refazer o caminho, e nele encontrar algumas respostas capazes de legitimar a ousadia do plano inicial de pesquisa e admitir que lacunas sempre irão existir, porque os cortes têm de ser efetuados por meio dos silêncios, da ausência de fontes desejadas. No encontro e desencontro das fontes, há, a cada passo dado, caminhos que se cruzarão para o bem e para o mal, porém, definidores de novos horizontes que tornam possível o delineamento dos elementos constituidores do plano de estudo, bem como o aprofundamento do tema desejado no processo investigativo.

Assim, posso dizer que fazer este percurso é ter a chance de acalentar o sonho conquistado, por meio da junção dos pedaços do quebra-cabeça inerente ao trabalho do pesquisador. Contudo, em alguns momentos, a visão do abismo causa certo tremor, convertido, mais tarde, em energia e linha do equilíbrio, necessário ao entendimento de que numa pesquisa histórica sempre haverá algo para trás, algo que não foi explicado e que não conseguimos alcançar.

Assim, para percorrer a trajetória da pesquisa, tentei seguir certa cronologia, passando, necessariamente, pelo projeto de pesquisa inicial até chegar àquele possível, diante das circunstâncias do andar da carruagem.

Destaquei, para tanto, a relevância das fontes documentais e das fontes orais, que desde os primeiros rascunhos faziam-se necessárias para o alcance de algumas respostas, intrínsecas aos objetivos traçados.

Duas cidades foram foco da pesquisa: Aracaju e Rio de Janeiro. Aracaju, por ser o centro de instituições que subsidiaram o início das investigações sobre Carvalho Neto. Por meio das visitas virtuais ou in loco, realizei o percurso às fontes.

Devido aos recursos das tecnologias mais recentes, foi possível proceder àquela viagem já circunscrita na historiografia de Chartier (1999), quando o autor nos auxilia no entendimento sobre as diversas práticas de leitura, ao produzir reflexão significativa sobre os limites da cada “revolução” no mundo da leitura. Chartier também nos mostra as facilidades e a riqueza de oportunidades trazidas pela chamada “revolução da era Gutenberg” na era Moderna, até as mais recentes, como a possibilidade de navegar em vários mundos ao mesmo

tempo. O autor problematiza bem o fato de termos a sensação de dispormos do mundo aos nossos pés, embora provoque o cuidado de não nos encantarmos diante de tantas aparentes facilidades. É preciso, no meio da amplitude, o cuidado para não se perder. É preciso voltar, a todo instante, para os desígnios dos olhos de Clio.

Em Aracaju, privilegiamos, para os limites desta pesquisa, algumas instituições. A escolha para a busca de fontes ocorreu após termos feito o primeiro planejamento de estudo, em 1912. Com objetivos, em certa medida, traçados, as instituições foram escolhidas e visitadas.

O Instituto Tobias Barreto de Educação e Cultura (ITBEC), localizado na Universidade Tiradentes, constituiu-se em instituição das mais significativas para garimpagem das fontes desta investigação pelo fato de, no acervo daquela casa, estar parte da biblioteca de Paulo de Carvalho Neto, filho mais novo de Antônio Manoel de Carvalho Neto.

Numa caixa, foram organizadas fontes manuscritas do romance Vidas perdidas, cadernos de anotações sobre diversos estudos do Direito, como: despachos, data e rubrica, trechos de petições e estudos de processos, sob diversos assuntos. Uma das temáticas encontradas nos cadernos de anotações se refere ao Direito Criminal. Esses cadernos são pequenos, de capa dura, com notas sobre alguns conceitos: pronúncia, prisão, fiança, irregularidades processuais, apelação criminal, habeas corpus, delitos contra a honra da mulher e defloramento, conforme o Código Penal da época. Na mesma caixa, encontrei organizadas as fichas de leitura.

O exame dos cadernos de anotações, bem como das fichas de leitura, foi fundamental para uma aproximação ao processo formativo de Carvalho Neto, ao estilo de escrita, à metodologia utilizada por aquele intelectual nos estudos do Direito. Foi importante conferir que em vários estudos do Direito ou citações políticas, Carvalho Neto mantinha o padrão da utilização dos exemplos da realidade de outros países, com vistas à fundamentação dos temas abordados.

No caderno de notas sobre o Direito Criminal, Carvalho Neto produzira incursão sobre o Direito Criminal Brasileiro e comparara o Código Penal Brasileiro com os de países como Espanha, Argentina e Paraguai. Nos cadernos de anotações, Carvalho Neto deixara registrados conceitos de Direito advindos de pensadores que cita nas obras analisadas nesta tese, como Edmond Picard, Ihering, Rui Barbosa, Locke, Montesquieu, Pascal e outros. Em diversos comentários, a França figurara como um dos países nos quais se “ proclamou mais alto o princípio da igualdade perante a lei”. (CARVALHO NETO, caderno de anotações, s.n).

A análise das fichas de leitura, por sua vez, foi significativa para que eu fizesse comparações e triangulações com os achados nos cadernos de anotações, os manuscritos do livro Vidas perdidas (1948), Advogados (1946) e as citações dos discursos parlamentares sobre a Legislação do trabalho, publicados em 1926. A triangulação dessas fontes teve importância fundamental na construção do perfil intelectual de Carvalho Neto, encetado nos limites desta investigação.

Além das fontes do ITBEC, foi preciso procurar em outros acervos indícios capazes de me aproximar do processo formativo do intelectual Carvalho Neto, um dos objetivos que mais centralizaram o processo de minha pesquisa.

Assim, as revistas digitalizadas da Academia Sergipana de Letras, cedidas a esta pesquisa por Anderson Nascimento, ex-presidente daquele sodalício, tiveram um papel relevante, pois elas indicaram que Carvalho Neto fora presidente daquela Casa por mais de uma década, entre 1931, data na qual ingressou como presidente daquele sodalício e os anos de 1940. Aliadas à revista, outros trabalhos como os de Machado (1998), Magalhães Carneiro (1940), Cajueiro (1956) e Dantas (2012) trouxeram, aos poucos, indícios significativos de que Carvalho Neto fora um intelectual com expressividade na sociedade sergipana da primeira metade do século XX no Brasil.

A imprensa, pois, uniu-se aos escritos de Carvalho Neto e sobre aquele jurista. Desta forma, o acervo digitalizado dos jornais Diário da Manhã (1946) foi de grande vulto, na revisão de traços da trajetória de Carvalho Neto, como um jurista e intelectual engajado nas diversas reflexões de seu tempo e espaço social, como o Direito Trabalhista, Direito Constitucional, Criminal, Educação dos Anormais, Religião, República, entre outros.

A profusão de fontes encontradas nos acervos sergipanos não satisfez, porém, a vontade de saber mais sobre a trajetória de Carvalho Neto. A vida de estudante de Direito de Carvalho Neto, na Faculdade Livre de Direito, atual Faculdade Nacional de Direito, entre os anos de 1905 e 1910, interessava-me. Seria importante, por isso, viajar ao Rio de Janeiro.

Desta forma, entre abril e maio de 2014, o Arquivo Nacional, a Biblioteca Prof. Carvalho de Mendonça da Faculdade Nacional de Direito, a Biblioteca Nacional, O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, foram as instituições nas quais, durante um mês, procurei encontrar rastros sobre a vivência do jovem Carvalho Neto na cidade do Rio de Janeiro do início do século XX. Ao entrar naquelas instituições, procurei viajar no tempo e vislumbrar imagens do jovem Carvalho Neto nas bancadas da faculdade, nos cafés da Belle Époque.

Não foi possível encontrar o que se desejou, porém, a pesquisa no Rio de Janeiro me fez retornar a Aracaju com fontes relevantes para dirimir algumas dúvidas da pesquisa em

foco, elucidar partes do caminho, por meio de uma leitura mais ampla, bem como reunir acervo que servirá, certamente, para futuras investigações. Esta é uma das riquezas que o pesquisador ganha, quando se arvora a acompanhar olhares diversificados, que não o de sua própria lente. As fontes encontradas no Rio de Janeiro provocaram-me o sonho e a frustração. Sonhar, porque conhecer o conjunto arquitetônico do Rio de Janeiro fez-me passear pelas ruas por onde Carvalho Neto deve ter pisado, sob outra paisagem; sentar, talvez, bem perto de qualquer mesinha que ele tivesse sentado, na Confeitaria Colombo. Ao entrar pela primeira vez na Biblioteca Carvalho de Mendonça, pensei deslumbrada: “em qual bancada Carvalho Neto estudava?”. Esta é a magia da pesquisa. Sonhar o impossível e capturar do sonho as possibilidades de escrever “uma realidade”. Desta feita, sonhei durante um mês com as perspectivas da pesquisa nos acervos do Rio de Janeiro.

A pesquisa nas instituições da cidade do Rio de Janeiro se constituiu na localização, mapeamento e exploração de fontes que fornecessem informações sobre o tempo social no qual Carvalho Neto estudou na Faculdade Livre de Direito, por meio de documentos, como: anais, atas, boletins, jornais, revistas, livros, fotografias, monografias, dissertações, teses e outros registros necessários ao desenvolvimento desta tese. Nem todas foram encontradas.

As fontes almejadas foram garimpadas em acervos de instituições que possuem o direito de salvaguardar tais documentos: Arquivo Nacional, Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, precisamente a Biblioteca Professor Carvalho de Mendonça, Biblioteca Nacional e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Para organizar a pesquisa, procurei me guiar pela lista de fontes as quais categorizei como impressos e iconografia. Nesta categorização, elenquei os tipos de fontes que estavam no interesse da pesquisa, como: anais, atas, boletins, jornais, revistas, livros, monografias, dissertações, teses e outros registros para levantamento das informações a serem adquiridas e analisadas no percurso da investigação sobre as propostas de educação na produção intelectual do jurista sergipano Antônio Manoel de Carvalho Neto.

A pesquisa teve início no dia 16 de abril de 2014, na Faculdade Nacional de Direito e no Arquivo Nacional. Na primeira instituição, conversei com a bibliotecária Luciana de Souza dos Santos, que me indicou a existência das revistas A Épocha e Jurídica. Na segunda instituição, dialoguei com a funcionária Rosane Coutinho, que me auxiliou com a indicação do fundo “Educação Superior”. Nesta segunda instituição, tive também o atendimento do estagiário Danilo e da funcionária Sônia Maria Abreu.

Na Faculdade Nacional de Direito, auxiliada pela bibliotecária Luciana de Souza dos Santos, localizei duas revistas28: Revista Jurídica, órgão cultural da Faculdade Nacional de Direito, da Universidade do Brasil, fundada em 1891 e a Revista A Época, com a ficha técnica de “Revista Literária e Scientífica da Faculdade Livre de Sciencias Jurídicas e Sociaes do Rio de Janeiro”, fundada em 1906.

As revistas não foram lidas obedecendo à numeração dos exemplares existentes, mas sim dos que foram colocados à disposição. Realizei a leitura dessas fontes, a partir do índice, em que privilegiei assuntos e temas que estivessem relacionados ao período estudado na tese, as informações sobre o pensamento educacional discutido na formação jurídica dos alunos da Faculdade Livre de Direito e Faculdade de Sciencias Jurídicas e Sociaes do Rio de Janeiro, as duas faculdades que deram origem à Faculdade Nacional de Direito, conforme as informações recebidas pela bibliotecária e pelas fontes já encontradas, como o livro História da Faculdade Nacional de Direito (1891 – 1920), de Pedro Calmon, composto e impresso nas oficinas da Companhia Brasileira de Artes Gráficas do Rio de Janeiro, no ano de 1945 (CALMON, 1945). Pedro Calmon Moniz de Bittencourt foi professor catedrático de Teoria Geral do Direito e diretor da Faculdade Nacional de Direito.

Desta forma, transcrevi algumas informações julgadas importantes para auxiliar na condução da pesquisa, tendo como objetivo adquirir o maior número possível de dados que me levasse a produzir uma imagem do corpo que desejava formar, em meio ao corpus documental localizado e selecionado.

Alguns autores citados nas revistas me forneceram pistas sobre aspectos relevantes da formação teórica acerca da História do Direito, como Rudolf Von Ihering, visto nas páginas 122 e 335 do número I da Revista Jurídica. Este autor foi umas das bases do pensamento histórico do Direito, citado nas argumentações jurídicas e científicas do intelectual Carvalho Neto, quando abordou em seu livro Advogados: como aprendemos, como sofremos, como vivemos (1946), como se constituía a formação e a prática do advogado, tendo como critérios estabelecidos, entre outros, o aprofundamento nos estudos científicos do campo jurídico, a disciplina para aquisição da ética, da moral, visando à produção de um habitus identificador do corpus da cultura jurídica pensada por intelectuais que estabelecessem, com os fundamentos abordados, princípios norteadores da prática jurídica brasileira, submetendo-as aos preceitos do Direito internacional. Tais ensinamentos seriam a linha de conduta para a

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28 Conferir Apêndice sobre a Revista A Época, produzida pelos alunos da Faculdade Livre de Direito, e a Revista

formação de uma carreira jurídica bem sucedida, séria e comprometida com seus códigos sociais e políticos.

Nas notas sobre a Revista A Épocha, fundada em 1906, encontrei notas sobre Silvio Romero, bem como estudos daquele autor, professor e jurista sergipano, que figura entre os nomes dos professores que lecionavam na antiga Faculdade Livre de Direito, que se fundiu com a Faculdade de Sciencias Sociaes e Jurídicas do Rio de Janeiro, da antiga Universidade do Brasil, para a criação da Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Localizei algumas informações sobre os procedimentos de avaliação dos alunos, como os conceitos atribuídos: óptimo, aprovado com distinção, prêmio de alunos notáveis, os exames, as lições e as sabatinas. Os procedimentos dos alunos se constituíam na principal condição do julgamento dos exames, que eram realizados por meio de provas escritas e orais. Os exames eram feitos em 1ª e 2ª época. Foram localizados registros de falta de alunos e indicação de que os exames eram aplicados em voz alta, publicamente.

Há inúmeros registros localizados, em forma de requerimentos ao Ministério da Justiça e Negócio de Interiores, no acervo do Arquivo Nacional, nas primeiras décadas do século XX, nos quais os alunos solicitavam realizar exames de 2ª época, transferência das Faculdades de Direito da Bahia, Recife e São Paulo para a Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro e para a Faculdade de Sciencias Sociaes e Jurídicas do Rio de Janeiro.

Na Revista A Épocha, “Revista dos alumnos da Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro”, encontramos temas como o “Trato e cultivo das letras jurídicas”. Procurei alguns textos que fizessem referência a Carvalho Neto, ou escrito por ele, fosse nos exemplares da revista no período no qual ele estudou ou depois de formado, como jurista, porém, não os localizei nos textos lidos. Pelo que observei nos textos, os alunos que escreviam para a revista, em algumas colunas e temas, sempre eram os mesmos.

Nesta revista de junho de 1925, n. 124, há um artigo intitulado O hábito como ‘teoria da aprendizagem, cujo texto diz o seguinte:

[...] um dos objetivos fundamentais da educação é formar bons hábitos, isto é, certo tipo de conduta, mais ou menos fixa, mais ou menos uniforme, certos modos constantes de reação a estímulos, num sentido de adaptação cada vez mais perfeita a condições cósmico-sociais. Ora, si um dos objetivos é formar hábitos, de logo se conclui, a importância que isso tem para qualquer teoria da aprendizagem. Para mudar os hábitos, mudem-se as condições. Não podemos transformar os hábitos diretamente, mas podemos fazer pela modificação das condições, através uma seleção e ponderação

inteligente das coisas que merecem nossa atenção e que podem conduzir-nos à realização de nossos desejos. (A Épocha, 1925, p. 29-31).

As informações sobre a “teoria da aprendizagem” na qual John Dewey fora citado trouxeram perspectivas de confirmar uma das hipóteses na pesquisa desenvolvida, o que permite elaborar a relação do pensamento do filósofo norte-americano com as ideias educacionais refletidas no processo formativo dos advogados brasileiros. Esta hipótese encontra-se como uma das proposições a serem confirmadas ou refutadas em nossa tese.

Ao levantar discussões sobre as concepções do hábito, tomando Dewey como teórico, entendo que aquele debate realizado pelos alunos da Faculdade Livre de Direito recaíra, possivelmente, sobre a produção de uma cultura estabelecida na formação da ética, moral e princípios daquela cultura jurídica que se formava. Devemos associar esta reflexão ao fato de que o período histórico ao qual me refiro na investigação caminha pari passu com as inserções do pensamento de John Dewey e da denominada “Escola Nova” nos domínios da escola brasileira. Possivelmente, tal debate estivesse ligado à formação dos advogados.

Desta forma, é possível compreender a aproximação das ideias do pragmatismo presente no discurso de Dewey com a formação da cultura jurídica no Brasil, nas primeiras décadas do século XX. Tal apropriação se configurou no Brasil, não apenas nos acontecimentos que contextualizaram o chamado “escolanovismo” do ensino primário e secundário no Brasil, mas ao período histórico que ficou marcado pelas reformas empreendidas no ensino superior, por Anísio Teixeira, quando comandou a Direção de Instrução Pública no Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

Estabelecer um nexo entre o pensamento, as práticas sociais de Carvalho Neto, sua formação jurídica e o pensamento da Escola Nova no Brasil, no percurso da primeira metade do século XX, fez-me ligar os fundamentos filosóficos de sua formação jurídica com as formas de pensar e agir difundidas largamente no país, por Anísio Teixeira, quando propôs à sociedade que a universidade brasileira deveria estar no contexto do desenvolvimento social.

Entretanto, a discussão aqui refletida toma os textos vinculados à produção intelectual de Carvalho Neto como parte de um locus documental que alicerça os fundamentos filosóficos da educação brasileira a partir dos ideais do escolanovismo. Ao abordar a aproximação daquele pensamento com a formação e práticas sociais dos advogados, afirmo, em certa medida, a existência do debate em foco na história do ensino superior do país, embora o objeto de pesquisa não se debruce no tema. O que focalizei em minha pesquisa é que na produção intelectual do jurista Carvalho Neto há propostas de educação, uma vez que

no conjunto de textos escolhidos para análise, o autor discorre sobre princípios filosóficos, teóricos e sociais que sustentam o processo formativo dos advogados, com vistas a uma prática social e cultural referendada por tais referências.

Portanto, é pertinente lembrar que a afirmação pretendida destaca, na formação jurídica dos jovens daquele tempo social no qual Carvalho Neto se inseria, a formação de uma conduta baseada nos princípios da educação para a vida, aliando a preparação escolar como fio condutor das profissões, na produção de uma ética social, política, econômica e cultural. O Direito, formação de intelectuais como Anísio Teixeira e Carvalho Neto, vigorava como o fio que conduzia o ordenamento jurídico do pensamento educacional brasileiro.

Foram solicitadas cerca de 15 pastas de iconografia, que continham vários tipos de eventos e fatos ocorridos no tempo social próximo ao que Carvalho Neto viveu. Elegi movimentos políticos, eventos em associações estudantis, congressos, reuniões, locais de encontros, acervo que pertencia à Universidade do Brasil, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além das pastas das fotografias elencadas na pesquisa, no último dia da pesquisa ao Arquivo Nacional, fiz uma incursão pelas fotografias já digitalizadas da seleção feita naquele acervo.

No IHGB, durante a pesquisa na sala de consultas, realizei mapeamento das fontes que foi possível encontrar. Fui orientada pelo professor Pedro Tortima, na sala de consultas, com atendimento de Fábio de Souza e Márcio Medeiros. Foram encontrados sete volumes de anais