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Museu de Arqueologia de Itaipu – identificação e acesso

CAPÍTULO 3: POLÍTICAS E PROCESSOS COMUNICACIONAIS – AS

3.2 Museu de Arqueologia de Itaipu – identificação e acesso

Compreendendo o Museu de Arqueologia de Itaipu e seus espaços de comunicação como processos contínuos de relações e interações, faz-se necessário nesse momento um deslocamento do lugar de fala. Nesse sentido, para uma análise inicial das exposições, retomamos uma descrição do MAI, mas partindo do olhar orientado pela perspectiva do público – aqui compreendido como o indivíduo que procura informações para visitar a instituição e construirá suas primeiras impressões dessa relação.

É importante ressaltar ainda que não se trata de considerar o público como um receptor passivo de uma mensagem, mas sim como um sujeito ativo que fará leituras próprias e elaborará discursos únicos a partir das suas experiências de vida e interesses. Por isso, não se trata apenas de atravessar a porta do MAI e entrar na exposição, mas também dos objetivos da visita, da busca por informações, do trajeto e acesso ao Museu.

142 Como afirma Jean Devallon, é a passagem, ou a “descontextualização” que cria a linha divisória entre o mundo cotidiano e o espaço da exposição:

(...) existe sempre uma linha de separação temporal e espacial entre a exposição e o que está em torno dela: sempre separada do mundo cotidiano. Tudo é feito para que sua localização, sua colocação (o lugar onde ela está, o mundo que a cerca) influencie a percepção e o significado que o visitante possa ter dela. Por outro lado, o visitante deixa o mundo cotidiano e “entra” na exposição. Existe todo um sistema de limites de transição que ele deve transpor que, como no teatro, o faz passar do mundo cotidiano para o espaço de exposição. Entrada, portas, plateia, bilheteria, camarins, controles de bilhetes etc. são também etapas para deixar um a aceder a outro, para passar da continuidade do dia a dia ao espaço-tempo organizado, regrado, da visita da exposição. (DEVALLON, 2011, p.25, 26)

O Museu de Arqueologia de Itaipu está localizado na Praça de Itaipu, sem número, no Bairro de Itaipu, Região Oceânica de Niterói. São cerca de 20 km de distância partindo do centro da cidade, que podem ser percorridas em 50 minutos de carro ou em 1 hora e 40 minutos de ônibus. Para quem mora na Vila de Pescadores, a passagem pela frente do MAI é o único caminho possível para entrar e sair da Vila.

No sítio eletrônico do IBRAM é possível encontrar um pequeno histórico sobre a instituição e informações sobre os horários de visitação, telefones e endereço eletrônico para contato. O IBRAM indica ainda o link que remete ao blog do MAI. É importante destacar que no sítio eletrônico do IBRAM, o nome do MAI aparece como “Museu de Arqueologia/Socioambiental de Itaipu”.

É no blog do MAI79 que estão disponíveis informações sobre o histórico da instituição, as ações promovidas pelo Setor de Pesquisa e pelo Setor Educativo, fotos das exposições e do museu, os horários de visitação, valores dos ingressos, telefones e endereço eletrônico para contato e a forma de acesso via ônibus. Fica-se informado de que o Museu se localiza a 50 metros da Praia de Itaipu e de quais linhas de ônibus80 têm a sua parada final próxima ao museu.

Se o visitante procurar por “museu de arqueologia de itaipu” no Google81, a

primeira referência encontrada será a do sítio eletrônico82www.museusdorio.com.br. O projeto Museus do Rio foi patrocinado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e pela Secretaria de Cultura e tem por objetivo pesquisar, documentar e divulgar informações

79 Disponível em: http://maiibram.blogspot.com.br/ . Acesso em: 17 de maio de 2015 80 As linhas de ônibus que param próximas ao MAI são: 38, 38B, 52, 770 e 537. 81 Empresa Multinacional de serviços online e software.

143 sobre os museus do Estado do Rio de Janeiro83. Nesse sítio eletrônico é possível encontrar o maior número de informações sobre o MAI: fotos, vídeos, informações sobre o acervo, textos e referências bibliográficas, além dos horários e telefones para contato.

O visitante pode ainda encontrar um perfil do MAI na rede social Facebook84, onde são publicadas informações sobre eventos, fotos e diversos assuntos relacionados ao Museu: atividades e visitas realizadas, notícias, eventos, editais e programações do IBRAM e do Ministério da Cultura, fotos e comentários sobre a RESEX-Itaipu e o PESET e publicações pessoais dos visitantes e funcionários.

As informações relativas a horário, em todos os informativos, estão desatualizadas. Atualmente, o Museu abre de terça a domingo das 10h às 17h e aos sábados, domingos e feriados, das 09h às 16h.

A atualização das informações junto às redes sociais ou no blog é feita pelos próprios funcionários e não existe setor responsável, mas, normalmente, é uma tarefa executada pelo Setor Educativo. Até o momento, inexistem regras institucionais quanto à linguagem e à identidade visual dos e-mails, cartazes e convites. É também a própria equipe do MAI que cria a arte dos seus cartazes, exceto nas semanas comemorativas e eventos promovidos pelo IBRAM, como a Semana de Museus e a Primavera de Museus.

Se o visitante optar por chegar ao Museu de ônibus ou de carro, vindo do centro de Niterói ou do Rio de Janeiro, ele verá ao longo do trajeto três placas de sinalização turística indicando o MAI, mas somente depois de chegar à Região Oceânica. Constantemente, os visitantes reclamam da falta de informação sobre o Museu nos locais de embarque; nos terminais, no ponto final do ônibus ou procurando informação junto aos motoristas e cobradores das linhas de ônibus, o visitante não saberá como chegar ao Museu.

Ao chegar à Praia de Itaipu, no ponto final dos ônibus ou de carro, ao final da Estrada Francisco da Cruz Nunes, que dá acesso à Praia, o visitante não verá o MAI e

83 Disponível em:

www.museusdorio.com.br/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=22&Itemid=22

Acesso em: 26 de novembro de 2013

84Disponível em: https://www.facebook.com/mai.ibram?fref=ts Acesso em: 26 de novembro de 2013

144 nenhuma placa indicativa. É preciso entrar à esquerda, na praça que dá acesso à Vila de Pescadores, para se deparar com as muralhas em pedra da Ruína do Recolhimento de Santa Teresa. Na porta de entrada, junto aos dois seguranças fardados e armados, existe uma placa indicando que ali dentro é o Museu de Arqueologia de Itaipu.

Ao chegar à entrada do MAI o visitante é convidado pelos seguranças a se direcionar à recepção. Ali ele será atendido por uma recepcionista e receberá informações sobre a cobrança de ingressos, agendamento de visitas acompanhadas e onde está localizada a exposição de longa duração. Nesse momento, ele é convidado a assinar o livro de presença e a deixar seu endereço eletrônico caso queira receber informações sobre o MAI.

A cobrança de ingressos no Museu é feita hoje da seguinte forma: Inteira: R$2,00

Meia: R$1,00

Quarta-feira: entrada gratuita.

Todos os estudantes pagam meia entrada.

Escolas públicas com visitas agendadas, crianças até 7 anos de idade, adultos com mais de 65 anos de idade e moradores da Vila de Pescadores não pagam.

As recepcionistas informam ao visitante que dentro do espaço do Museu é permitido filmar, fotografar, beber e comer, mas não é permitido fumar. Dentro da sala de exposição não é permitido beber e comer. No balcão o visitante poderá retirar folhetos informativos sobre a exposição “Percursos do Tempo – Revelando Itaipu”em português, inglês ou espanhol e sobre o Setor Educativo. No caso de grupos escolares ou se o visitante desejar, as recepcionistas se encarregam de armazenar bolsas e pertences no guarda-volumes.

Ser recebido por seguranças uniformizados e armados na entrada do Museu não é acolhedor; embora a educação e a prestatividade sejam características desse grupo particular de seguranças; o perfil profissional e suas responsabilidades impõem que eles priorizem a observação e controle dos visitantes no MAI. As recepcionistas estão separadas dos visitantes por um balcão e dificilmente abandonam esse posto, o que estabelece uma distância física e relacional.

Apesar desse relativo afastamento dos funcionários, o MAI oferece ao visitante uma ampla área verde, sombras de árvores frutíferas e bancos para sentar. O ambiente

145 no Museu é silencioso e, devido à proximidade com a praia, é possível ouvir o barulho das ondas e as rodas de conversa na Vila de Pescadores. A presença e a altura das ruínas em pedra oferece também uma sensação de conforto e segurança que podem ser desfrutados ao caminhar por entre os pátios. No interior do Museu, o visitante encontrará banheiros e um bebedouro.

3.3 Política comunicacional: atividades comunicacionais desenvolvidas entre 1977 e