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O CONTEXTO SOCIAL E A PROTEÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA

CAPÍTULO X – MIGRAÇÃO DOS PLANOS DE BENEFÍCIOS

10.6 O CONTEXTO SOCIAL E A PROTEÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA

Os planos de benefícios previdenciários privados foram criados com a finalidade de garantir segurança e manutenção do padrão de vida aos seus participantes nos períodos de insegurança oriundos da concretização de contingências sociais legalmente protegidas, assegurando-lhes condições de prover o seu próprio sustento.

A sociedade cobra o aumento da cobertura previdenciária sem atentar para a evidente, e crescente, mutação da realidade demográfica mundial. Os riscos futuros tornam-se presentes a cada dia, gerando dificuldades novas e complexas

327 COSTA, Eliane Romeiro. Previdência Complementar - tipos de planos. Revista de Previdência

que deveriam ser consideradas principalmente nas questões de proteção previdenciária.

Historicamente, é importante a análise do contexto social que gerou o atual estágio de proteção social. A Revolução Francesa trouxe consigo o liberalismo econômico e político, que resultou em significativo impacto social, uma vez que destruiu o equilíbrio econômico e social até então existentes.

No final do século XVIII e início do século XIX, a população abandonou a estrutura familiar estável presente na vida rural em busca de sonhos vinculados à urbanização e à industrialização. Nesse processo, a busca incessante pelos lucros e a exploração da mão de obra desprotegiam cada vez mais o trabalhador e sua família, que eram oprimidos pela economia. Surgiram então as primeiras reivindicações inerentes às relações trabalhistas, principalmente vinculadas à jornada de trabalho e sua remuneração, bem como à exploração do trabalho da mulher e da criança.

A legislação trabalhista incipiente almejava melhorar a situação dos trabalhadores, ao passo que a segurança previdenciária se diluía juntamente com as estruturas e vínculos familiares no processo de urbanização e industrialização no fim do século XIX, oportunidade em que crescia o aparato estatal. Nesse contexto, houve o enfraquecimento das relações sociais tradicionais, gerando a necessidade de constituição de outras formas de solidariedade entre os membros da sociedade328.

Antes dessa alteração social, as famílias e os pequenos agrupamentos sociais uniam-se reciprocamente com a finalidade de amparar aqueles indivíduos que se encontravam em estado de necessidade social, provendo-lhes a subsistência enquanto perdurasse tal condição. Na nova conjuntura, começaram a ser constituídos grupos mais amplos que buscavam a proteção de seus integrantes.

328 Vide: SILVEIRA, Silvio Renato Rangel. Previdência social na sociedade de risco: o desafio da

O desenvolvimento da sociedade, conjugado com os processos de urbanização e industrialização, tornou imprescindível a intervenção estatal voltada ao amparo dos necessitados, de forma geral. Era o Estado garantindo a proteção da coletividade. O papel do Estado evoluiu em relação à proteção previdenciária, de forma que passou a responsabilizar-se pelo mínimo necessário à sobrevivência do cidadão, cabendo a cada indivíduo a busca de algo acima desse patamar.

Em meados do século XIX, nasceu o Estado de Bem-Estar, sem caráter assistencial. A seguridade social apresentava-se como uma instituição formada a partir do processo de industrialização e da formação das classes trabalhadoras, que introduziam novos riscos sociais a serem protegidos pelo Estado, como, por exemplo, o desemprego e os acidentes de trabalho.

Como já referido, o sistema de proteção foi estruturado primeiramente por trabalhadores, universalizando-se posteriormente com a finalidade de garantir segurança em face dos fatos que impossibilitam a obtenção do sustento do trabalhador e de sua família por meio do trabalho. Tratava-se de precário sistema de seguro privado. As necessidades sociais cada vez mais prementes determinaram a evolução do Sistema de Seguridade Social em todos os seus aspectos.

Os regimes previdenciários, em seu todo considerado, estão diretamente relacionados com o desenvolvimento econômico e social do país. Em franca evolução, a proteção previdenciária foi diversificada, de forma que, além do amparo básico e obrigatório, estruturou-se para atuar como importante instrumento de política de recursos humanos na retenção de talentos, bem como para servir de fonte de financiamento do desenvolvimento econômico e social.

Nesse contexto se disseminaram os planos de benefício definido do regime de previdência privada. O patrocinador contratava o plano privado com a finalidade de reter a mão de obra qualificada. Os referidos planos eram mutualistas e solidários, fundados em regime financeiro de repartição, sendo custeados, se não integralmente, em grande parte pelos patrocinadores. Nesses planos de benefícios não há relação direta entre as contribuições vertidas ao plano pelo participante e os benefícios que ele receberá no futuro.

Em um primeiro momento, eram poucos os assistidos desses planos de benefícios e muitos os participantes ativos, de forma que suas prestações tornavam- se mais generosas e as contribuições, mais modestas. Posteriormente, mormente em razão das alterações demográficas e das restrições econômicas latentes, a tendência ao desequilíbrio financeiro e atuarial dos planos de benefícios levou ao questionamento do regime.

Nos planos de benefício definido, a geração atual tinha o poder de impor obrigações para a geração futura, atribuindo-lhe a responsabilidade de tornar tais deveres exequíveis. Em caso de a geração atual não possuir capacidade contributiva para tanto, caberia ao patrocinador arcar com os custos decorrentes do desequilíbrio financeiro, tornando o plano inviável ante a imprecisão do valor futuro devido, principalmente se considerados o aumento da expectativa de vida e a melhoria do padrão de consumo da população em geral.

Não podemos deixar de sopesar que os planos previdenciários são marcados por incertezas, pois se fundam em dados estatísticos que podem se alterar no correr do tempo. Os contratos previdenciários têm vigência indeterminada no momento da adesão e são contratos de longuíssimo prazo.

O patrocinador, quando decide pela cisão ou pela extinção de um plano de benefício definido, manifesta-se, ainda que indiretamente, para afirmar que não dispõe de fonte ilimitada de recursos. A intenção do patrocinador nessas circunstâncias não é meramente descumprir o contrato previdenciário anteriormente firmado, uma vez que disponibiliza outro plano de benefícios329 para os participantes que tiverem intenção de migrar na situação de cisão do plano originário, ou cumpre com todas as suas obrigações assumidas no caso da declaração de extinção do plano de benefícios original.

A contratação de um plano de contribuição definida ou de contribuição variável fundado em regime financeiro de capitalização também garante a proteção previdenciária de seus participantes, além de possibilitar maior estabilidade

329 Plano de benefícios que pode receber aportes normais ou extraordinários do patrocinador,

institucional do regime de previdência privada. Como já referido neste estudo, nos planos de contribuição definida ou de contribuição variável o valor dos benefícios está atrelado especificamente às reservas individuais de cada participante, que não necessariamente cobrirão satisfatoriamente as necessidades do assistido de forma vitalícia a partir do momento da concretização do risco social. O valor do benefício do participante nessa situação poderá ser maior ou menor que o previsto inicialmente, dependendo do montante das contribuições vertidas pelo participante e/ou pelo patrocinador durante a fase de acumulação de recursos, bem como dos resultados oriundos da aplicação desses valores no mercado financeiro.

Apesar de os planos de benefício definido traduzirem efetivamente o que se espera de um plano de aposentadoria previdenciária (solidário, mutualista, com concessão de benefício que garanta vitaliciamente a manutenção do padrão de vida do participante), podemos afirmar que os planos de contribuição definida ou de contribuição variável cumprem com o seu papel de proteção previdenciária se utilizados conforme as premissas que lhes foram impostas, pois possibilitam o usufruto de benefício no momento da aposentadoria do participante.

Na situação de migração de participantes de um plano de benefício definido para um plano de contribuição definida, é possível afirmar se mantém a proteção previdenciária privada do grupo protegido, ainda que diferente dos parâmetros originalmente contratados, somente se:

1. For possível a individualização dos exatos direitos de cada participante do plano de benefício definido, de modo que nenhum seja prejudicado ou beneficiado em face do grupo em seu todo considerado.

2. Restar garantida a migração integral dos direitos acumulados ou da reserva matemática individual (o que for mais favorável) de cada participante do plano de benefício definido para o plano de contribuição definida ou variável. 3. O patrocinador continuar vertendo contribuições ao novo plano de

benefícios, nos mesmos moldes apresentados no plano originário ou a maior.

4. Permitido ao participante que verta contribuições ao novo plano de benefícios, sem estabelecimento de teto contributivo, de modo que,

assumindo o risco da proteção previdenciária, o participante individualmente considerado possa acumular recursos que serão transformados em benefícios no futuro, conforme suas necessidades.

5. A assunção dos riscos pelo participante no processo de migração entre planos de benefícios deve ser compensada com vantagens oferecidas pelo patrocinador no novo plano de benefícios (e não apenas pelo afastamento do risco de insolvência do plano de benefícios em razão da impossibilidade de aporte extraordinário de recursos pelo patrocinador), como, por exemplo, a) disponibilização de incentivo financeiro com o intuito de majorar os recursos acumulados até então em nome do participante individualmente considerado; b) disponibilização de novos benefícios previdenciários para cobertura de outros riscos sociais, aumentando a proteção individual dos participantes; c) possibilidade de outras formas de contribuição que permitam a majoração do valor acumulado individualmente por cada participante; d) extensão da proteção previdenciária aos dependentes (beneficiários) do participante, que poderão ser titulares de benefícios como pensão por morte ou poderão receber o valor remanescente existente na conta individualizada do participante quando do seu falecimento.

Ademais, a manutenção da contribuição do patrocinador em favor dos participantes no novo plano de benefícios implica socialização do capital da empresa patrocinadora, situação que pode ser entendida como a realização do princípio da solidariedade na busca do bem-estar e da justiça sociais.

CONCLUSÕES

Os impactos do contexto da migração entre planos de benefícios privados estão intrinsecamente vinculados às finalidades da seguridade social e à proteção do indivíduo e de sua família.

Muitos segurados do regime geral de previdência social têm se socorrido da previdência privada para complementar seu benefício no momento da aposentadoria, entendendo que o benefício estatal não lhes permitirá gozar de condições mínimas de bem-estar social, obrigando-os a buscar outras fontes de renda provenientes de trabalho remunerado após a aposentadoria, muitas vezes obstado pela idade avançada, por doenças e/ou limitações físicas decorrentes da idade, além da assídua concorrência com jovens por escassas vagas disponíveis no mercado de trabalho.

O regime de previdência privada enseja a possibilidade de obtenção de melhor condição financeira no momento da aposentadoria, estando disciplinado no artigo 202 da Constituição Federal de 1988, inserto no Título VIII, Capítulo II, Seção III, que trata especificamente do Sistema de Seguridade Social.

O Sistema de Seguridade Social é sustentado por três pilares, a Assistência Social, a Saúde e a Previdência Social, almejando o atingimento do bem-estar e da justiça sociais, que, alcançados, celebram a realização dos objetivos fundamentais constitucionais do Estado Social (art. 3º, inciso I), uma vez constituída uma sociedade livre, justa e solidária.

O regime de previdência privada encontra-se subordinado ao pilar da Previdência Social, embora seja estruturalmente distinto do regime geral de previdência social. É facultativo, possui caráter complementar e é organizado de forma autônoma em relação ao regime público oficial. O referido regime privado também é baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, sendo regulado e fiscalizado pelo Estado, encontrando-se regulamentado pela Lei Complementar n.º 109/01.

As entidades fechadas integram o regime de previdência privada e têm por função instituir e gerir planos de benefícios destinados exclusivamente aos empregados de uma empresa (ou grupo de empresas) ou a associados de uma pessoa jurídica de caráter profissional, classista ou setorial, respectivamente contratados por patrocinadores ou instituidores.

Especificamente em relação aos planos de benefícios geridos por entidades fechadas, tem-se a aplicação dos princípios do Sistema da Seguridade Social, quais sejam: princípio da universalidade da cobertura e do atendimento (o plano de benefícios deve ser oferecido a todos os empregados ou associados da pessoa jurídica contratante); princípio da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços (o contrato de previdência privada relacionará os riscos cobertos pelo plano, de acordo com as necessidades do grupo protegido); princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios (manutenção do valor do benefício concedido e respeito ao direito adquirido do assistido); princípio da equidade na forma de participação no custeio (as contribuições são instituídas considerando a capacidade financeira das partes contratantes); princípio do caráter democrático e descentralizado da administração (garantia de 1/3 das vagas dos Conselhos Deliberativo e Fiscal a serem preenchidas por representantes dos participantes e assistidos); e regra da contrapartida (princípio da preservação do equilíbrio econômico-financeiro e atuarial dos planos de benefícios).

Também há a incidência de princípios específicos do regime de previdência privada, quais sejam: princípio da contratualidade (a relação previdenciária é formalizada por contrato, regido pela autonomia da vontade); princípio da facultatividade (liberdade de contratar exercida pela pessoa jurídica contratante e pela pessoa física que adere ao plano de benefícios); e princípio da publicidade ou da transparência (pleno acesso dos participantes às informações relativas à gestão dos planos de benefícios).

O objeto da relação previdenciária privada é o cumprimento do plano de benefícios, que deve ser estruturado conforme as normas impostas pelos órgãos regulador e fiscalizador.

Os planos de benefícios devem constituir reservas técnicas que garantam os benefícios contratados e podem ser classificados em três espécies: planos de benefício definido (o valor do benefício é conhecido no momento da contratação do plano e as contribuições variam no período de acumulação de reservas conforme as necessidades do plano); planos de contribuição definida (no momento da contratação do plano de benefícios é determinada a forma de custeio do plano, ao passo que o valor e a forma de pagamento do benefício somente serão conhecidos quando preenchidos seus requisitos de elegibilidade); e planos de contribuição variável (possuem características de planos de contribuição definida na fase de acumulação de reservas e de planos de benefício definido na fase de fruição das prestações).

A maioria dos primeiros planos de benefícios geridos por entidades fechadas foi constituída antes da promulgação da Lei Complementar n.º 109/01, sob a forma de benefício definido, fundados em regime financeiro de repartição, em que o patrocinador assumia o risco decorrente da eventual insuficiência de reservas financeiras para o adimplemento dos benefícios contratados. Era comum que o custeio ordinário desses planos de benefícios fosse efetuado predominantemente pelos patrocinadores. Esses planos de benefícios, no entanto, tornam-se demasiadamente onerosos em razão das alterações sociais, políticas e econômicas que modificam sensivelmente as premissas atuariais fixadas no momento da contratação do plano.

Como anteriormente referido, no final do século XX houve uma profunda modificação na política previdenciária adotada pelos patrocinadores de planos de previdência complementar, em razão do aumento da expectativa de vida da população em geral, da globalização, da inflação, da automação e da informatização dos processos, bem como do acirramento da concorrência no mercado de trabalho e da evolução das relações de trabalho, resultando na aversão ao alto custo e aos riscos pouco previsíveis presentes em planos de benefício definido.

Considerando a alteração constante e crescente do cenário inicial que motivara a criação dos planos de benefício definido, ganhou destaque a instituição de planos de contribuição definida ou variável, em que os participantes assumem os

riscos pela insuficiência dos recursos para os benefícios pretendidos. Nesse cenário, os planos de benefício definido vigentes começaram a ser declarados em extinção, sendo certo que os patrocinadores passaram a oferecer planos de contribuição definida ou variável indistintamente aos seus empregados. Especialmente no plano de contribuição definida, é patente a limitação dos riscos atuariais assumidos pelas partes, uma vez que os benefícios ofertados não apresentam valor futuro predeterminado.

Os assistidos e os participantes que já preencheram as condições de elegibilidade aos benefícios oferecidos pelo plano de benefício definido não podem desvincular-se do plano, pois são titulares de recebimento de benefícios previdenciários privados.

Já os participantes do plano originário, bem como os autopatrocinados e os optantes pelo benefício proporcional diferido, podem migrar dos planos de benefício definido para os planos de contribuição definida ou de contribuição variável. A referida migração normalmente resulta da retirada de patrocínio por parte do patrocinador (e consequente extinção do plano originário) ou da cisão parcial do plano de benefício definido (se mantido vigente o plano original), que resultará na criação de um plano de contribuição definida ou de contribuição variável.

Ocorrendo a retirada de patrocínio, o patrocinador deixa de contribuir para o plano de previdência privada originário, devendo integralizar suas obrigações até a data da retirada de patrocínio ou da extinção do plano de benefícios.

Se a opção do patrocinador for pela cisão do plano de benefício definido, os participantes terão segregadas as suas respectivas reservas matemáticas, podendo optar por mantê-las no plano de benefício definido ou transferi-las para o novo plano de contribuição definida ou contribuição variável, normalmente mediante a oferta de algum atrativo adicional por parte do patrocinador.

A adesão do participante ao processo de migração implica renúncia das condições firmadas em relação ao plano de benefício definido e aceitação de novos direitos e obrigações previstos no regulamento do plano de contribuição definida ou

de contribuição variável. Nessa situação, é evidente a alteração da proteção previdenciária contratada originalmente pelo participante, mormente em razão da alteração do valor do benefício futuro e de sua duração, preservando os interesses do patrocinador, que se afasta dos riscos inerentes ao desequilíbrio financeiro e atuarial de um plano de benefícios que poderia ser fundado em regime de repartição, mutualista e solidário.

O processo de migração protege o patrocinador em relação a eventual aumento de custo financeiro do plano de benefício definido motivado pelo desvio do custo atuarial decorrente de fatores que fogem ao seu controle (muitas vezes exógenos à relação jurídica previdenciária ou trabalhista), como, por exemplo, o aumento da expectativa de vida dos participantes protegidos. Seria irresponsabilidade do patrocinador insistir na manutenção de patrocínio de plano de benefício definido cujos custos fogem ao seu controle.

Importante ressaltar que o patrocinador não age de má-fé na relação jurídica de migração entre planos de benefícios, uma vez que esta deve ser previamente autorizada pelo órgão fiscalizador estatal. Ademais, é comum que o patrocinador mantenha, no novo plano de proteção previdenciária, o aporte de valores aos participantes que optaram pela migração entre planos de benefícios.

Ao assumir o risco da proteção previdenciária no processo de migração, o participante perseguirá outras formas de segurança presentes no novo plano de benefícios, como, por exemplo, a) a majoração de sua reserva matemática em razão do incentivo financeiro disponibilizado pelo patrocinador aos participantes que optaram pela migração; b) o acesso a novos benefícios não previstos no plano originário, aumentando a proteção individual dos participantes; c) a possibilidade de outras formas de contribuição que permitam a majoração do valor acumulado individualmente por cada participante; d) a exclusão de limites de teto para