• Nenhum resultado encontrado

O setor secundário paranaense e o brasileiro

Embora fosse pequena a participação do setor secundário paranaense em relação ao brasileiro, os dados do IBGE mostram que a produção industrial do Paraná, a partir do inal da década de 1960, teve crescimento proporcionalmente maior que a média em relação à brasileira saindo de 3,76% para 4,84% entre 1969 e 1979, conforme pode ser visto na Tabela 15, a seguir.

Os gráicos 15 e 16 a seguir ilustram a relação entre o crescimento industrial paranaense e o brasileiro entre 1969 e 1979.

Fonte: IPEA, Dez/2010

GRÁFICO 14 PIB SETORIAL POR MESORREGIãO

Apesar do grande esforço realizado pelo Estado, que possibilitou ao Paraná ampliar consideravelmente seu parque industrial, este continuou sendo de pouca expressividade no conjunto do país nos anos de 1970; no inal da década a produção industrial paranaense representava menos de 5% da brasileira.

No período em que o Brasil estava implantando a industrialização pesada – 1955-1961 – o Estado do Paraná tinha na expansão da agricultura sua principal fonte de receita, representando ainda mais de 40% da formação do PIB. Somente após 1960, quando as indústrias pesadas já estavam implantadas, principalmente em São Paulo, algumas plantas – siderurgia e cimento – em Minas Gerais (DINIZ, 1981, 90), e outras no Rio de Janeiro (OLIVEIRA, 2008, p. 94) – siderurgia, químico e naval, notadamente – é que o Paraná empreendeu iniciativa para se inserir no processo de industrialização, encontrando poucas possibilidades para introduzir plantas que fossem signiicativas nacionalmente. Embora

Anos 1969 73.992 2.783 31,9% 54,8% 3,76% 1973 322.593 13.685 336,0% 391,8% 4,24% 1974 533.595 22.150 65,4% 61,9% 4,15% 1976 1.184.712 48.781 122,0% 120,2% 4,12% 1977 1.763.644 80.765 48,9% 65,6% 4,58% 1978 2.638.842 125.708 49,6% 55,6% 4,76% 1979 4.365.029 211.238 65,4% 68,0% 4,84% Total da produção (x1000) Cresc. % em relação ao ano anterior % Pr/Br no ano Br Pr Br Pr

Fonte: IBGE. Pesquisa Industrial Anual. Baseada na Tabela 2221-Sidra. Organizado por Bergoc, 2008.

Fonte: IBGE. Pesquisa Industrial Anual. Baseada na Tabela 2221-Sidra. Organizado por Bergoc, 2008.

GRÁFICO 15 PERCENTAGEM DA PRODUçãO INDUSTRIAL DO

PARANÁ EM RELAçãO à DO BRASIL, NO PERíODO 1969 A 1979.

TABELA 15 TOTAL DA PRODUçãO E CRESCIMENTO % DO BRASIL E PARANÁ EM RELAçãO AO

tenha optado por estratégias equivocadas inicialmente, como será visto mais à frente, tendo que corrigi-las posteriormente, encontrou um caminho que, aproveitando as matérias-primas que dispunha, permitiu acompanhar de perto a sequência da industrialização brasileira, conforme pode ser observado no gráico 16 a seguir.

O crescimento do setor secundário paranaense, entre 1969 e 1979, icou próximo do brasileiro, sempre ligeiramente acima, com pouca exceção. Também houve mudança no peril das indústrias até então instaladas. Além do crescimento industrial como um todo, Trintin (2005) destacou que:

a) a participação do grupo dos gêneros alimentares caiu de 54,67% em 1975 para 27,56% em 1988 e,

b) o café, que era o principal produto exportador na década de 1970 e ainda o insumo do principal segmento industrial – indústrias alimentares –, perde importância absoluta e relativa. (TRINTIN, 2005, p. 25).

O peril da produção industrial paranaense foi modiicado, e os resultados foram observados neste período, com os incentivos dados pela CODEPAR/BADEP. Analisando a evolução da participação das indústrias paranaenses, por gênero, em relação à brasileira (Tabela 16) veriica-se que o gênero mais signiicativo de indústria do Paraná é o da madeira. Esta participava com 32,87% em 1969 e teve queda no período, passando para 27,53%, em 1979, permanecendo ainda a de maior participação proporcional.

Os gêneros que mais aumentaram a participação proporcional foram: química, de 1,80% em 1969 para 9,34% em 1979 e fumo, de 1,97% para 6,50%, para os respectivos anos. Os demais gêneros que apresentaram aumento na participação proporcional foram: indústria de transformação, de 3,79% para 4,91%; minerais não metálicos, de 3,24% para 6,09%;

Fonte: IBGE. Pesquisa Industrial Anual. Baseada na Tabela 2221-Sidra. Organizado por Bergoc, 2008.

GRÁFICO 16 CRESCIMENTO DA PRODUçãO INDUSTRIAL NO

Variável = % do Paraná / Brasil 1969 3,76% 2,07% 3,79% 2,07% 3,24% 0,82% 0,74% 0,74% 0,15% 32,87% 6,59% 8,38% 0,43% 4,30% 1,80% 0,22% 0,49% 1,76% 4,90% 0,57% 7,52% 3,71% 1,97% 2,15% 0,86% - - 1973 4,24% 0,81% 4,29% 0,81% 3,83% 0,75% 1,43% 0,35% 0,36% 32,14% 7,26% 8,06% 1,31% 2,59% 5,76% - 0,70% 2,52% 3,37% 0,63% 7,99% 3,40% - 2,58% 1,59% - - 1974 4,15% 0,61% 4,20% 0,61% 4,77% 0,81% 1,90% 0,69% 0,50% 30,90% 7,75% 8,43% 1,30% 2,91% 4,80% - 0,83% 3,04% 3,56% 0,82% 8,14% 3,44% - 2,45% 1,64% - - 1976 4,12% 0,83% 4,17% 0,83% 5,61% 0,92% 1,98% 1,88% 0,59% 28,17% 8,08% 8,65% 1,31% 2,88% 5,20% - 0,96% 3,14% 3,06% 1,16% 8,22% 4,16% - 2,44% 1,28% 1,46% - 1977 4,58% 0,75% 4,64% 0,75% 6,76% 0,89% 2,66% 1,49% 0,61% 26,41% 7,90% 9,01% 1,36% 2,67% 8,44% 0,23% 1,03% 3,47% 3,80% 1,09% 7,14% 3,83% 5,31% 2,53% 1,56% 1,91% - 1978 4,76% 0,74% 4,83% 0,74% 6,50% 0,90% 2,68% 1,68% 0,52% 26,28% 8,21% 8,70% 1,34% 3,55% 8,99% 0,23% 1,05% 3,54% 2,93% 1,06% 8,27% 3,98% 5,02% 2,57% 1,67% 1,89% - 1979 4,84% 0,89% 4,91% 0,89% 6,09% 1,02% 2,83% 2,17% 0,71% 27,53% 8,32% 8,30% 1,29% 4,49% 9,34% 0,31% 0,95% 3,68% 3,72% 1,09% 7,31% 3,57% 6,50% 2,49% 1,48% 2,06% -

Classes e gêneros de indústria Total

Indústrias extrativas e de produtos minerais Indústria de transformação

Produtos minerais Minerais não-metálicos Metalúrgica

Mecânica

Material elétrico e material de comunicações Material de transporte

Madeira Mobiliário Papel e papelão Borracha

Couros e peles e produtos similares Química

Produtos farmacêuticos e medicinais Produtos de perfumaria, sabões e velas Produtos de matérias plásticas Têxtil

Vestuário, calçados e artefatos de tecidos Produtos alimentares

Bebidas Fumo

Editorial e gráica Diversas

Atividades de apoio e de serviços de caráter industrial Atividades administrativas

Brasil e U.F.

Paraná / Brasil

TABELA 16 DADOS GERAIS DAS INDúSTRIAS EXTRATIVAS E DE TRANSFORMAçãO SEGUNDO CLASSES E GêNEROS DE INDúSTRIA

Nota: 1- A categoria Produtos minerais, entre 1973 e 1984, era chamada de Extração de minerais. 2 - A categoria Minerais não-metálicos, entre 1973 e 1975, era chamada de Produtos de minerais não- metálicos. Entre 1976 e 1984 era chamada Transformação de produtos de minerais não-metálicos. 3 - A categoria Couros e peles e produtos similares, a partir de 1982, passou a ser chamada de Couros e peles e produtos similares e artefatos de selaria e correaria, para viagem e uso pessoal - exclusive calçados e artigos de vestuário. 4 - A categoria Produtos de perfumaria, sabões e velas, a partir de 1973, passou a ser chamada de Perfumaria, sabões e velas. 5 - A categoria Atividades de apoio e de serviços de caráter industrial inexistia entre 1966 e 1972 e a partir de 1986. Entre 1982 e 1985 era chamada Unidades auxiliares de apoio (utilidades) e de serviços de natureza industrial. 6 - A categoria Atividades administrativas inexistia entre 1966 e 1972 e a partir de 1986. Entre 1982 e 1985 era chamada Unidades auxiliares de apoio (utilidades) e de serviços de natureza industrial. Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual acessado em 08/11/2008.

metalúrgica, de 0,82% para 1,02%; mecânica, de 0,74% para 2,83%; material elétrico e material de comunicações, de 0,74% para 2,17%; material de transporte, de 0,15% para 0,71%, mobiliário, de 6,59% para 8,32%; borracha, de 0,43% para 1,29%; couros e peles e produtos similares, de 4,30% para 4,49%; produtos farmacêuticos e medicinais, de 0,22% para 0,31%; produtos de perfumaria, sabões e velas, de 0,49% para 0,95%; produtos de matérias plásticas, de 1,76% para 3,68%; vestuário, calçados e artefatos de tecidos, 0,57% para 1,09%; diversas, de 0,86% para 1,48% e de atividades de apoio e de serviços de caráter industrial, que não existia em 1969 e em 1979 apresentou uma proporção de 2,06% em relação à brasileira. Os gêneros de bebidas e editorial e gráica praticamente mantiveram suas participações que em 1979 eram de 3,57% e 2,49% respectivamente, assim como a de papel e papelão, com 8,30% em 1979; a de couros e peles e produtos similares, com 4,49%. O de produtos farmacêuticos e medicinais, apesar de ter aumentado em quase 50% sua participação relativa entre 1969 e 1979, é praticamente inexpressiva em relação à indústria brasileira do mesmo gênero, que é de apenas 0,31% para 1979.

A indústria têxtil teve diminuição relativa, com comportamento bem instável no período, saindo em 1969 de 4,90%, para 2,93% em 1978, recuperando um pouco em 1979, chegando a 3,72% de participação relativa.

O aumento signiicativo da indústria química está diretamente relacionado à implantação da reinaria de derivados de petróleo em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, e a de fumo, com o término da implantação da planta industrial de uma multinacional de cigarros na CIC, onde se instalaram também as montadoras de trator e caminhões pesados, explicando o aumento no gênero da indústria

mecânica. é nesse período, que se observa o início da alteração do peril industrial paranaense, com a concentração industrial na Capital e região.

Os dados demonstram a inlexão da política de colonização e apoio à agricultura de exportação, que vinha sendo implementada pela elite até então, para a política de industrialização. As condições internas propícias – quanto à infraestrutura implantada no Paraná – e “a agressiva política do BADEP, possibilitaram o extraordinário crescimento industrial do Estado, que atinge a taxa de 23,04% ao ano, entre 1970 e 1975”. (IPARDES, 2006, p. 32).

A infraestrutura foi implantada para facilitar esse novo caminho, sem perder de vista a importância que a agricultura tinha para a economia paranaense. A construção da rodovia interligando a principal região produtora ao Porto de Paranaguá atendia tanto aos interesses da Capital, quanto dos fazendeiros, que tinham mais uma opção para escoar a safra, além dos empreeiteiros da construção civil. Mesmo com todo investimento feito no Porto de Paranaguá, Padis (1981, p. 129) mostra que ele acabou funcionando como uma espécie de “subsidiária” do Porto de Santos, porque as principais companhias exportadoras tinham nesse as suas matrizes e dali controlavam as exportações. Entretanto, essa alteração permitiu maior controle da elite estadual sobre o que estava sendo produzido no Estado.

Para Parigot de Souza, a principal característica do Governo estadual no início dos anos 70, foi a política de incentivos de grande porte no setor industrial, principalmente mediante o Banco de Desenvolvimento do Paraná (BADEP), que atuou de forma decisiva nas áreas de cimento, metalurgia, madeira, carnes e alimentos. Porém, foi por meio do Centro de Promoções Econômicas (que inclusive coordenava o BADEP) que se realizou o maior esforço para acelerar a indústria, “[...] especialmente

nos ramos ligados ao aproveitamento das matérias-primas de origem agropecuária e dos recursos naturais” (PARANÁ, Mensagem, 1973, p.47). (IPARDES, 1987, p. 118).

O discurso sobre a necessidade de aproveitar as matérias- primas procedentes do campo ganha força, procurando mostrar que o interior do estado, principalmente o norte, não foi completamente esquecido. A preocupação com o aumento da industrialização paranaense se relacionava à forma de inserção a divisão de trabalho nacional propiciada pela política de desconcentração industrial proposta nos PNDs e ainda à divisão do trabalho, destinando ao interior o cumprimento de sua “vocação agrícola”. Nesse aspecto, ao interior caberia desenvolver a agroindústria, inclusive usando o recurso do associativismo, através de cooperativas agrícolas, para atingir essa meta.

A análise do processo foi feita pelo IPARDES (1987), considerando o discurso oicial, conforme se observa no excerto a seguir:

Vocação agrícola – unir e somar!

Cabe acrescentar que, além da “vocação agrícola” do Paraná, o discurso do Governo passa a incorporar uma segunda vocação: “unir e somar”. Canet menciona o crescimento da agroindústria como sendo a alternativa adequada para unir a tradicional vocação para o setor primário com a crescente atração que o Paraná exerce sobre indústrias que fogem dos polos congestionados do Centro-Sul: “Com a agroindústria faremos a transição segura e gradual na diversiicação de atividade”. (PARANÁ, Mensagem, 1976, p.VI apud IPARDES, 1987, p. 117).

Continua a análise airmando que “seu discurso enfatiza também o papel do Governo nesse processo de transposição, capaz de unir e somar” (IPARDES, 1987, p. 117):

Foi o crescimento agrícola continuado que possibilitou o desenvolvimento industrial nos anos recentes. Certos desequilíbrios, entretanto, demonstraram a conveniência de o Estado fortalecer sua condição de coordenador do desenvolvimento do setor secundário. Foi este pensamento que inspirou a implantação da Secretaria de Indústria e Comércio, com o objetivo estratégico de tirar partido de uma orientação federal – a de descongestionar os já saturados polos industriais tradicionais do País. A partir do momento em que foram traçadas as diretrizes do II Plano Nacional de Desenvolvimento, em favor da desconcentração industrial, icou claro que icaria mais beneiciado pela nova orientação o Estado que mais rapidamente se preparasse para receber as indústrias em fase de mudança. (PARANÁ, Mensagem, 1979, p.xiii, apud IPARDES, 1987, p. 117).

Novamente o IPARDES (1987) procura mostrar o conteúdo do discurso oicial airmando que

A idéia central desse discurso é a de relevar o papel do Governo que, por meio de diversos órgãos, deve-se colocar à frente das iniciativas, subsidiando o desenvolvimento de um parque industrial local, marcadamente formado por multinacionais. [...] (IPARDES, 1987, p. 117).

A agroindústria foi incentivada no interior do estado, e a estratégia para a deinição dos ramos a serem estimulados foi, em parte, deinida a partir de estudo realizado sobre a situação em que se encontravam em relação à agroindústria brasileira.

Cooperativismo agrícola no Paraná nos anos de 1970 As Cooperativas agrícolas, formas associativas de agricultores para enfrentar juntos problemas comuns, foram formadas inicialmente na região norte, pelos japoneses em Assaí, e cafeicultores em Ibiporã, em 1939 e 1947. Na década de 1960, com apoio do Instituto Brasileiro

do Café (IBC) foram formadas várias outras no Estado, conforme visto. Na década de 1970, instituições federais e estaduais conduziram um processo de fusão e regionalização das cooperativas, conforme se depreende do relato a seguir:

A Coordenadoria Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, o Departamento de Assistência ao Cooperativismo do Paraná, DAC, a Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná – Acarpa, interessados diretamente no movimento cooperativista do Estado, resolveram realizar estudos para a organização e a implantação de um plano integrado das três entidades que possibilitasse a união dos esforços dentro de uma mesma sistemática de atuação, com vistas ao melhor atendimento possível das necessidades do cooperativismo. (SETTI, 2006, p. 64).

Em 1970, o Paraná possuía 142 cooperativas, com 61.428 associados – média de 432 por cooperativa – e o valor bruto da produção chegou a R$ 872,1 milhões, em valor atualizado para março de 2006 pelo IGP-DI (FGV). A grande maioria das cooperativas tinha uma pequena área de abrangência, sendo que algumas, como as dos imigrantes holandeses e alemães, funcionavam praticamente dentro de suas comunidades. A exceção era a Cotia Norte, com sede em Londrina, que atuava em 215 municípios.

Setti (2006), Fajardo (2006), Aoki (2003), Marandola e Lugnani (2001), entre outros, estudaram e descreveram o processo de transformação das Cooperativas de entidades localizadas, para grandes organizações agroindustriais com ampla atuação no mercado nacional e internacional que ocorreu principalmente a partir da década de 1970.

Segundo Aoki (2003, p. 58), após 1975 os complexos industriais passam a ditar a dinâmica da agricultura brasileira, em razão do capital inserido na atividade agrícola, que se transforma num ramo

de produção semelhante a uma indústria. A preparação para os agricultores atuarem como empresários passou pela reorganização dessas entidades.

Conforme relatado pela OCEPAR71 (1997, p. 5 apud FAJARDO,

2006, p. 31), “em 1969 tem início no Paraná as primeiras discussões em torno da implantação dos projetos de integração” das cooperativas existentes. Foi uma ação coordenada entre os vários órgãos que tinham atuação junto às cooperativas e tinham o propósito de rediscutir a forma de atuação delas.

Tratava-se de uma reordenação estratégica, era preciso que a atuação das cooperativas fosse pensada e organizada de modo que prevalecesse a harmonia do conjunto das cooperativas evitando a concorrência entre as mesmas (pela delimitação das áreas de atuação de cada cooperativa). (FAJARDO, 2006, p. 31).

A reestruturação das cooperativas teve início com a instalação dos Projetos de Integração Cooperativista a partir de 1971, dividindo o Paraná em três grandes áreas (igura 43). PIC, NORCOOP e SULCOOP foram, respectivamente, o Projeto Iguaçu de Cooperativismo, com abrangência no oeste e sudoeste; o Projeto Norte de Cooperativismo, compreendendo todo o norte e parte do centro do Estado e o Projeto Sul de Cooperativismo, englobando a região centro-sul, e os dois primeiros projetos tiveram início em 1974 e o terceiro em 1976. A própria Organização das Cooperativas do Paraná (OCEPAR)nasceu nesse período constituindo-se na entidade representativa dos

71.Ocepar = Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, atual Sindicato e Organização das Cooperativas do

Paraná, órgão criado em abril de 1971, logo após a criação da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), conforme determinações de decreto-lei federal.

interesses das cooperativas paranaenses e apoiando a execução dos projetos. (FAJARDO, 2006, p. 31-32). A concentração das pequenas cooperativas em organizações maiores, de abrangência regional, tinha entre seus pressupostos a busca da articulação das organizações

viáveis, proporcionando atuação em áreas predeterminadas, evitando a concorrência entre elas e potencializando sua atuação tanto junto aos agricultores quanto no mercado, relacionado aos interesses das atividades de seus associados.

Fonte: Moro, 1991, apud Fajardo, 2006, p. 32. Org. Bergoc. G.J.