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caracterização do território e

TRADICIONAL NORTE SUDOESTE

Ao longo do trabalho será feita menção ao litoral e aos planaltos do Paraná, como forma de localização dos diversos elementos que serão estudados. Para tanto, é apresentada a seguir sua formação isiográica com a localização das principais cidades de cada planalto.

O território paranaense é subdividido em quatro grandes áreas isiográicas: a) litoral; b) primeiro planalto ou planalto de Curitiba; c) segundo planalto ou planalto dos Campos Gerais, ou ainda planalto de Ponta Grossa; d) terceiro planalto ou planalto de Guarapuava. A igura 03 ilustra essa subdivisão.

figura 03

SUBDIVISãO FISIOGRáFICA DO PARANá

Fonte: Dicionário histórico e geográico dos Campos Gerais. In http://www.uepg.br/ dicion/campos_gerais.htm acessado em 21/07/2010. SEMA, 2010. Org. Bergoc, G.J.

A hipsometria do território é a base dessa subdivisão, e o ponto mais alto do Paraná encontra-se na Serra do Mar, afastada aproximadamente 100 quilômetros do litoral. Embora existam áreas no interior com maiores altitudes, não formam a barreira que a Serra do Mar faz com o interior, pois o desnível do primeiro planalto com o litoral chega a mais de 1.000 metros de forma abrupta em alguns

pontos, enquanto as regiões interioranas se elevam progressivamente. O mapa da igura 04 mostra mais claramente a hipsometria, e o peril geológico; a igura 05 mostra que, após a elevação da Serra do Mar, no extremo leste, a inclinação geral do território é no sentido oeste, chegando a predominância de altitudes em torno de apenas 200 metros acima do nível do mar ao longo do Rio Paraná, no extremo oeste, e nas calhas dos rios que nele desembocam.

figura 04

HIPSOMETRIA DO PARANá

figura 05 - PERFIL GEOLóGICO E ALTIMéTRICO COM EXAGERO VERTICAL Fonte: Mineropar.

Peril geológico simpliicado, com exagero vertical

Cobertura sedimentar mesozóica

Magmatismo mesozóico Cobertura sedimentar paleozóica

Escudo do Paraná Sedimentos cenozóicos

deságuam no rio Paraná, direta ou indiretamente. Diretamente são os rios Ivaí, Piquiri e Iguaçu. Indiretamente são os rios Tibagi, das Cinzas, Itararé e Pirapó que têm foz no Paranapanema, que por sua vez desemboca no rio Paraná, no extremo oeste do estado. Existem ainda as pequenas sub-bacias do Paranapanema e do Paraná. Os principais rios e respectivas bacias também poderão ser citados como referências espaciais ao longo do trabalho. O mapa 06, a seguir, mostra esses rios e as respectivas bacias e sub-bacias de contribuição.

Os planaltos, conforme apresentados, serão utilizados como referenciais para as descrições que serão realizadas neste trabalho.

Os principais rios e respectivas bacias que formam a rede hidrográica do Paraná também poderão ser utilizados como referência. O Paraná é separado em duas grandes bacias: do Atlântico e do Paraná que são subdivididas em 20 sub-bacias, conforme pode ser visto no mapa 06. Na primeira, os rios desembocam no Oceano Atlântico, a leste da Serra do Mar. Na segunda, os rios contribuintes

figura 06 - HIDROGRAFIA DO PARANá

Mesorregião e Microrregião

Também serão utilizadas as referências às mesorregiões e microrregiões geográicas, conforme deinido pelo IBGE. Não é foco deste trabalho discutir os conceitos de região e as inalidades para as quais são utilizados esses conceitos. No entanto, é necessário considerar que o conceito de região sofre alterações no tempo, correspondendo aos interesses políticos e econômicos de nações hegemônicas que procuram, através do conceito, legitimar seu domínio ao longo da história. Também a classe dominante, a elite, utiliza o conceito com ins de marcar seu domínio sobre determinada área, pois é necessário, ao poder, delimitar a região, deinir quem tem poder sobre as parcelas do território. Para Oliveira (1977 apud SCHIFFER, 1992, p. 11),

a especiicidade de cada “região” completa-se num quadro de referência que inclua outras regiões, com níveis distintos de reprodução do capital e relações de produção, a nível da (sic) acumulação nacional, falar em “região” signiica remeter as diferenças na divisão regional do trabalho, que se transformam segundo os estágios da acumulação.

Sobre a utilização do termo “região norte do Paraná”, ou somente “norte do Paraná”, com viés ideológico, adota-se a crítica de Tomazi (1991) esclarecendo que quando o termo estiver sendo empregado é apenas no sentido de localizar a região situada ao norte do estado do Paraná diferentemente da construção discursiva “Norte do Paraná, que traz em sua enunciação um conjunto de idéias/imagens que expressam uma determinada visão de mundo e de história [...]”. (TOMAZI, 1997, p. 112-118).

Mesorregião geográica é a subdivisão dos estados brasileiros congregando diversos municípios de uma área geográica com continuidade físico-espacial com características econômicas e sociais similares e que são subdivididas em microrregiões geográicas, também agrupando municípios limítrofes. A ig. 07 ilustra as mesorregiões do Paraná.

Fonte: : IBGE/Ipardes, 2010.

Fonte: : IBGE/Ipardes, 2010.

As microrregiões também podem ser instituídas pelos Estados, “para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum” (BRASIL, 1988, § 3º art. 25), entretanto, o Estado do Paraná não instituiu nenhuma dessas unidades territoriais.

No trabalho em tela o termo se refere às microrregiões geográicas como unidades deinidas pelo IBGE, para ins de coleta e análise de dados físico-espaciais e temporais. A igura 08 é a subdivisão do Paraná em microrregiões.

Visando facilitar tanto a referência das descrições como a agregação e desagregação de dados utilizados neste trabalho, a região norte será equivalente às mesorregiões Norte Pioneiro, Norte Central, Noroeste e Centro Ocidental, com as respectivas microrregiões.

Encontram-se no material pesquisado referências ao norte, norte velho, norte novo, norte novíssimo, oeste, sudoeste e sul do Paraná. Essas denominações surgiram nas análises dos processos de

ocupação ocorridas a partir da década de 1930, podendo se remeter inclusive a processos anteriores, como a região “norte pioneiro” ou “norte velho”. Esses termos poderão ser empregados na análise, pois são muito utilizados por alguns autores como Cancian (1977), Padis (1981) e Lopes (1982) e estão demonstrados na igura 09, para assegurar a compreensão espacial dos termos.

figura 09 MAPA NORTE VELHO, NOVO E NOVÍSSIMO, SUDOESTE E TRADICIONAL

Fonte: IBGE (Demograia). Org. Bergoc, G.J.

regiões Metropolitanas

Em 1973, foi criada a Região Metropolitana de Curitiba e, em 1998, as de Londrina e Maringá. Em 2007, foi proposta pelo governo do Estado a criação da Região Metropolitana de Cascavel, ainda não aprovada pela Assembleia Legislativa. A igura 10 a seguir mostra as

Regiões Metropolitanas existentes, com as atuais conigurações, das quais também foram encontradas referências nas pesquisas realizadas.

Uma vez deinidas as referências espaciais, serão vistos os aspectos da formação do norte do Paraná, sendo necessário mostrar o contexto em que ocorre esse processo, que é tratado no capítulo seguinte.

figura 10

REGIõES

METROPOLITANAS DO PARANá

Fonte: DER-PR apud Peberline e Araújo, 2008, p.187. Org. Bergoc, G.J.

a formação do