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CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.2 O CAMPO DA PESQUISA E OS SUJEITOS INVESTIGADOS

3.3.2 A organização dos dados

Para a organização e análise dos dados da pesquisa, utilizamos os pressupostos teóricos metodológicos da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016). Tal escolha justifica-se pela possibilidade de analisar os dados da pesquisa de acordo com os três (3) polos cronológicos indicados pela referida técnica, sendo: a pré-análise; a exploração do material; o tratamento dos resultados,

através da inferência e interpretação. Tal encaminhamento metodológico possibilita à pesquisadora a compreensão da realidade.

Para Strauss e Corbin (2008, p. 24) os componentes principais da pesquisa qualitativa são os dados, os procedimentos e os relatórios.

Primeiro há os dados, que podem vir de várias fontes, tais como entrevistas, observações, documentos, registros e filmes. Segundo, há os procedimentos, que os pesquisadores podem usar para interpretar e organizar os dados. Eles geralmente consistem de conceituar e reduzir os dados, elaborar categorias em termos de suas propriedades e dimensões, e relacioná-los por meio de uma série de declarações preposicionais. Conceitualizar, reduzir, elaborar e relacionar sempre, são referidos como codificação. Outros procedimentos são parte do processo analítico e incluem amostragem não estatística, a redação dos memorandos e a diagramação. Relatórios escritos e verbais são o terceiro componente. Eles podem ser apresentados como artigos em jornais científicos, em palestras ou em livros.

Tendo como base os escritos de Strauss e Corbin (2008) destacamos que este tipo de procedimento permite que os dados falem por si próprios, revelando a realidade estudada. Dessa forma, as categorias emergiram dos dados das observações realizadas nas escolas e das notas de campo, das respostas dos professores obtidas por meio dos questionários e das entrevistas. A observação no campo da pesquisa evidencia a preocupação com as especificidades e os diferentes contextos no qual cada escola está inserida, sendo assim, as ações podem ser melhor compreendidas quando são observadas em seu ambiente habitual (STRAUSS; CORBIN, 2008).

Os dados são analisados cuidadosamente, respeitando-se a forma como foram registrados, sendo transcritos fidedignamente, buscando assim, estabelecer uma compreensão mais esclarecedora em relação ao objeto desta pesquisa. “Fazer pesquisa é um trabalho duro. Também é divertido e excitante. Na verdade, nada se compara ao prazer da descoberta” (STRAUSS; CORBIN, 2008, p. 26).

3.3.2.1 A Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016)

A Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016) procura trazer ao mundo da pesquisa científica um método de investigação concreto e operacional. A sua utilização não é uma prática recente. Triviños (1987) destaca que esta prática é utilizada desde as primeiras interpretações dos livros sagrados. Ao longo dos

anos, sofreu reformulações desde os preceitos da Análise de Conteúdo Clássica até os dias atuais, com uma análise mais contemporânea, já de acordo com preceitos metodológicos influenciados pelo uso de computadores.

A Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016, p. 44) é entendida como “um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”. A partir dessa definição, Bardin (2016) caracteriza a Análise de Conteúdo com algumas peculiaridades essenciais, uma delas é o de ser um meio para estudar as comunicações entre os homens, colocando ênfase no conteúdo das mensagens.

O intuito da aplicação desta metodologia é a possibilidade de conhecimento e interpretação por trás das palavras. A intenção da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016, p. 44) é “a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou, eventualmente de recepção), inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não)”.

Bardin (2016) assinala três etapas básicas no trabalho com a Análise de Conteúdo: pré-análise, descrição analítica e interpretação referencial. A pré- análise consiste na fase de organização propriamente dita, a partir da leitura fluente, para o contato e conhecimento do material a ser analisado; esta fase apresenta três missões: a escolha dos documentos a serem submetidos à análise, a formulação das hipóteses e dos objetivos e a elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação final. A descrição analítica é a segunda fase do método de análise e consiste essencialmente em operações de codificação, classificação e categorização dos dados obtidos. A fase de interpretação referencial consiste no processo de articulação dos dados com os demais materiais, estabelecendo relações com a fundamentação teórica do estudo (BARDIN, 2016).

Sendo a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016) uma metodologia de pesquisa utilizada para descrever e interpretar o conteúdos dos documentos, a mesma nos conduz a uma reinterpretação das mensagens, possibilitando assim, uma melhor compreensão dos seus significados.

3.3.2.1.1 As categorias de análise

O processo de categorização é um elemento relevante na pesquisa qualitativa, cronologicamente é a mais antiga e na prática é a mais utilizada. Com vistas a responder o problema e os objetivos desta pesquisa, os dados coletados foram analisados por meio da análise categorial.

Para Bardin (2016, p. 147) a categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, em seguida, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos. Sendo assim, as categorias têm como objetivo fornecer por meio da condensação, uma forma simplificada da representação dos dados brutos.

Lüdke e André (1986, p. 48) enfatizam que para essa análise, o primeiro passo é a construção de um conjunto de categorias descritivas. O referencial teórico de estudo fornece geralmente a base inicial de conceitos a partir dos quais é feita a primeira classificação dos dados. Em alguns casos pode ser que estas categorias iniciais sejam suficientes, pois sua amplitude e flexibilidade permitem abranger a maior parte dos dados.

Entendemos que o pesquisador deve cercar-se de estratégias que permitam triangular informações, de forma que as inferências que surgirem do processo investigatório estejam revestidas de uma maior grau de confiabilidade. Sendo assim, os critérios utilizados para elaboração das categorias consistem em elementos fundamentais para a compreensão dos professsores envolvidos na pesquisa, acerca da temática apresentada. O quadro 4 a seguir, apresenta os elementos a serem discutidos em cada uma das categorias (3) e subcategorias (10).

Quadro 6: Organização dos dados da pesquisa em categorias

Fonte: A autora.

A composição das categorias se deu por meio da exploração do material

de forma minuciosa, com o objetivo de extrair dados relevantes para o estudo,

os quais serão analisados e discutidos a fim de buscarmos os resultados da pesquisa.

CATEGORIA 1: Pressupostos teóricos metodológicos dos

professores da Educação Infantil

CATEGORIA 2: A prática pedagógica na Educação Infantil sobre o

corpo em movimento CATEGORIA 3: O espaço do corpo em movimento na Educação Infantil Subcategorias 1.1 Concepções de infância, criança e corpo em movimento. 1.2 Os documentos oficiais como referência. 1.3 Encaminhamento metodológico e a produção de conhecimento na Educação Infantil. Subcategorias 2.1 Aspectos trabalhados na Educação Infantil.

2.2 Trabalho docente: professor regente; professor de Educação Física.

2.3 Formação inicial e continuada dos professores.

Subcategorias 3.1 O brincar e as brincadeiras. 3.2 A Educação Física e as práticas corporais.