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CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.2 O CAMPO DA PESQUISA E OS SUJEITOS INVESTIGADOS

3.3.1 Os instrumentos da pesquisa

3.3.1.1 Observação

Diante da necessidade da obtenção de dados para ampliarmos a análise da prática pedagógica na EI sobre o corpo em movimento, realizamos as observações das aulas, a fim de nos aproximar da realidade. Para Triviños (1987, p. 153) “observar, naturalmente, não é só olhar”. Observar é destacar de um conjunto (objetos, pessoas, animais etc.) algo especificamente, prestando atenção em suas características.

A observação deve ser sistematizada antecipadamente, o pesquisador deve planejar com cuidado o que e como observar, definindo assim o foco nas

suas observações, conseguindo decidir sobre os pressupostos de sua investigação, fica mais evidente quais aspectos do problema serão enfatizados nas observações e qual a melhor forma de captá-los (LÜDKE; ANDRÉ, 1986).

Durante as observações priorizamos os aspectos relacionados à rotina das aulas, e as práticas relacionadas ao corpo em movimento. Para Triviños (1987, p. 157) o investigador deve estar em permanente estado de “alerta intelectual”. Ao surgir alguma ideia motivada por qualquer detalhe daquilo que observa, essa inquietação deve ficar imediatamente registrada.

Depois de cada observação, os acontecimentos das aulas foram registrados na ficha de observação (APÊNDICE V) formulada pela pesquisadora e nas notas de campo, que para Triviños (1987) é o relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experencia e pensa no decurso da coleta, refletindo assim sobre os dados do estudo.

A ficha de observação (APÊNDICE V) foi estruturada antes de iniciarmos a pesquisa de campo. Para a sua organização foi criado um roteiro preliminar de observação (APÊNDICE IV) da prática pedagógica na EI a fim de direcionar a investigação e obter dados relevantes para a análise e posterior discussão sobre o contexto escolar observado, focando na prática pedagógica da EI sobre o corpo em movimento.

A ficha de observação (APÊNDICE V) contém os dados de identificação dos professores e da turma de alunos, titulação dos professores, tempo de formação e tempo de atuação na EI e na Rede Municipal de Ensino de Ponta Grossa/PR. Outros fatores foram considerados, como: rotina das crianças na escola, descrição dos conhecimentos teóricos abordados, análise das atividades que contemplam o corpo em movimento; atividades relacionadas ao conhecimento que contemplam o corpo em movimento. (relação teoria e prática); aspectos sobre o comportamento; interesse e participação das crianças nos momentos das aulas que trabalham o corpo em movimento; relação professor/aluno; relação aluno/aluno; encaminhamento metodológico dado às atividades que trabalham o corpo em movimento; implicações/atitudes observadas nas crianças durante as práticas corporais; dificuldades do professor (a) ao desenvolver atividades relacionadas ao corpo em movimento na prática pedagógica; concepção/tendência observada na prática pedagógica do professor. As observações foram realizadas nas três (3) escolas participantes da pesquisa (ER, ED, EE).

3.3.2.1 Questionário

Com o intuito de ampliarmos os dados da pesquisa elaboramos o questionário (APÊNDICE VII), o qual foi estruturado de acordo com a necessidade de um maior entendimento sobre as questões relacionadas a prática pedagógica na EI sobre o corpo em movimento.

O questionário requer um razoável conhecimento por parte do pesquisador sobre o tema proposto para o desenvolvimento da pesquisa. Pádua (2003) enfatiza que na elaboração do questionário devem ser consideradas as questões de maior relevância, relacionadas à proposição que o estudo quer demonstrar, provar ou verificar.

Consideramos que a aplicação do questionário pode oferecer elementos de confiabilidade para ampliarmos a análise dos dados da pesquisa. As respostas dos professores da EI obtidas por meio do questionário, visam contribuir para melhor apreensão sobre as questões que permeiam a pesquisa, agregando dados para o desvelamento da prática pedagógica na EI sobre o corpo em movimento, possibilitando um maior entendimento sobre como a mesma é efetivada na escola.

Na primeira parte do questionário as questões foram formuladas visando a identificação do entrevistado, onde consta: um nome fictício e outras informações como gênero, faixa etária, função/vínculo, titulação, tempo de formação, tempo de atuação na EI e tempo de atuação na Rede Municipal de Ensino de Ponta Grossa/PR. Tais questões são consideradas importantes para este estudo. Tendo em vista, os princípios éticos que norteiam a pesquisa científica, optamos pela exclusão de alguns itens de identificação. A identificação dos professores respondentes foi realizada por meio da letra P (professor) seguida da numeração sequenciada ascendente e da denominação da escola (ER, ED, EE).

Após a identificação dos sujeitos, foram colocadas as questões relacionadas a temática da pesquisa. As questões foram elaboradas de forma clara e objetiva, para evitar interpretações errôneas e não serem invasivas.

O questionário organizado em sua primeira versão (APÊNDICE III) foi estruturado com 12 questões. Para validarmos o instrumento, o mesmo foi aplicado como estudo piloto, em agosto/2017, para um grupo de sete (7) professores que atuam na EI de uma rede privada de ensino, dentre eles: cinco

(5) professoras regentes de turma, uma professora auxiliar e um professor de Educação Física. Com a obtenção dos dados, verificamos a necessidade de revisar as questões do referido instrumento, no qual incluímos a seguinte questão: Qual a abordagem pedagógica proposta pela Rede Municipal de Ensino de Ponta Grossa/PR para a Educação Infantil? Qual o Referencial teórico metodológico da proposta?

A versão definitiva do questionário (APÊNDICE VII) ficou com treze (13) questões, sendo uma objetiva e as demais questões do tipo abertas. As principais questões do questionário são: Qual o papel do brincar e das brincadeiras na Educação Infantil; Como o brincar, as brincadeiras/ou atividades lúdicas estão presentes em sua prática pedagógica e qual a sua contribuição para o desenvolvimento infantil; Referencial teórico metodológico utilizado para fundamentar a prática pedagógica; Documentos curriculares utilizados para nortear a prática pedagógica; Abordagem pedagógica e referencial teórico metodológico proposta pela Rede Municipal de Ensino de Ponta Grossa para a Educação Infantil.

O questionário foi aplicado em novembro/2017, para dezenove (19) professores das escolas participantes da pesquisa (ER, ED, EE), dos quais dezessete (17) foram devolvidos, num prazo que variou de quinze (15) a vinte (20) dias para a devolução.

3.3.1.2 Entrevista

Em relação a entrevista, Bogdan e Biklen (1994) enfatizam que a tal instrumento é utilizado para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo. Os referidos autores ainda ressaltam que, poderão existir conflitos de valores em relação aos pontos de vista que os entrevistados ouviram, mas o que realmente se pretende é encorajar os mesmos a expressarem aquilo que sentem.

Utilizamos a entrevista (APÊNDICE VI) do tipo semiestruturada. Todos os professores que atuam nas turmas de pré-escola da EI foram convidados a participar da entrevista. Porém, a mesma foi realizada com doze (12) professores das três (3) escolas pesquisadas (ER, ED, EE), que aceitaram e se prontificaram a participar. Contamos com a participação de quatro (4)

professores de cada escola (ER, ED, EE), dentre eles os (3) professores de Educação Física, uma professora co-regente e oito (8) professoras regentes de turma.

A entrevista semiestruturada parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, em seguida oferecem um amplo campo de interrogativas com novas hipóteses que vão aparecendo à medida que recebemos as respostas do informante. Assim, o informante seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa. (TRIVIÑOS, 2008).

Para a realização da entrevista, utilizamos um aplicativo “Gravador de voz – Splend Apps” baixado pelo celular do modelo Motorola MotoPlay, tendo como tempo de gravação total 140 minutos. Cada entrevista teve a duração de dez (10) a quinze (15) minutos aproximadamente, sendo que levamos cerca de uma hora e meia para transcrever cada entrevista e obter os dados necessários à pesquisa.

Os dados foram gravados com a autorização dos professores participantes, sendo também descritos de maneira cursiva utilizando-se das notas de campo, que além de serem fundamentais para a observação são também suplemento importante na coleta dos dados. Visto que o gravador não capta a visão, os cheiros, as impressões e os comentários extra, ditos antes e depois da entrevista.

A questão desencadeadora da entrevista teve como objetivo obter dados para ampliar a analise da prática pedagógica na EI sobre o corpo em movimento, bem como verificar o espaço que o corpo em movimento ocupa nos Complexos Educacionais na EI da Rede Municipal de Ensino de Ponta Grossa/PR.