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CAPÍTULO 3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.2 O CAMPO DA PESQUISA E OS SUJEITOS INVESTIGADOS

3.2.2 Os professores da Educação Infantil

O convite para participar da pesquisa inicialmente foi para dezenove (19) professores de Educação Infantil, mas apenas dezessete (17) professores aceitaram participar como sujeitos desta pesquisa, sendo os professores de Educação Infantil (EI) de três (3) Complexos Educacionais da Rede Municipal de Ensino de Ponta Grossa/PR. A pesquisa portanto, contou com a participação de dezessete (17) professores, com idade entre vinte e seis (26) e cinquenta (50) anos que atuam nas três (3) Instituições pesquisadas com turmas na faixa etária de 4 e 5 anos em período integral. Este grupo inclui tanto as professoras regentes das turmas, como as professoras co-regentes e os professores de Educação Física.

Buscamos obter dados da pesquisa pertinentes em relação a dezenove (19) professores sujeitos do estudo para um maior entendimento da prática pedagógica. Os quadros 1 e 2 permitem a visualização dos dados referentes ao perfil dos professores (as) que participaram da pesquisa.

Quadro 3: Idade dos professores (as).

IDADE Número de professores

26 a 30 anos 5 31 a 35 anos 6 36 a 40 anos 2 41 a 45 anos 1 46 a 50 anos 3 Fonte: Autora.

Em relação aos sujeitos da pesquisa, apenas dois (2) professores são do gênero masculino, e as outras quinze (15) são do gênero feminino. Tal dado se justifica, devido ao histórico da EI no Brasil, em que os profissionais dessa etapa educacional eram identificados principalmente pela função que foi desempenhada por eles durante muito tempo, a de cuidar de crianças, função está atribuída às mulheres. Arce (2001, p. 170) afirma que:

[...] a constituição histórica da imagem do profissional de educação infantil tem estado fortemente impregnada do mito da maternidade, da mulher como rainha do lar, educadora nata, cujo papel educativo associa-se necessariamente ao ambiente doméstico, sendo, assim, particularmente importante nos primeiros anos da infância.

Compreender o professor como um profissional, demanda romper com estereótipos que foram sendo colocados ao longo do tempo. Apesar de a legislação estabelecer para os profissionais de EI, uma formação mínima em nível médio, todos os professores pesquisados possuem como titulação mínima a graduação. Dos respondentes, treze (13) professores possuem graduação em Pedagogia, três (3) tem graduação em Educação Física, e apenas uma possui formação em nível superior em outra área de conhecimento, Ciências Biológicas. Dos dezessete (17) professores, oito (8) tem Curso de Especialização em áreas correlatas da Educação (Dança Educacional, Educação Física Escolar, Ludopedagogia e Psicomotricidade, Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Contação de Histórias; Arte e Educação).

Quadro 4: Formação profissional dos professores (as).

Titulação Número de professores

Licenciatura em Pedagogia 13

Licenciatura em Educação Física 3

Graduação em outra área 1

Pós- graduação em áreas correlatas da Educação

8 Fonte: Autora.

O tempo de atuação profissional da maioria dos professores na EI, não ultrapassa dez (10) anos, tendo apenas uma professora que atua há vinte (20) anos na EI, porém essa professora está na Rede Municipal de Ponta Grossa/PR há menos de dez (10) anos. Podemos perceber que de acordo com o tempo de formação, muitos professores ingressaram na docência mesmo antes de terem concluído seus estudos.

Quadro 5: Tempo de formação e de atuação profissional. Tempo de formação acadêmica Tempo de atuação profissional na Educação Infantil Tempo de atuação profissional na Rede Municipal de Ponta Grossa/PR Até 3 anos 1 2 4 03 a 05 anos 5 6 5 06 a 10 anos 8 8 8 11 a 15 anos 2 0 0 16 a 20 anos 1 1 0 Fonte: Autora.

Podemos perceber que de acordo com o tempo de formação, muitos professores ingressaram na docência mesmo antes de terem concluído seus estudos na formação inicial.

Ressaltamos que não houve distinção de sexo, etnia, nível socioeconômico para a participação no estudo. Como critério de exclusão, foram desconsiderados os sujeitos que por livre e espontânea vontade não aceitaram participar do estudo.

Com a intenção de preservar a identidade dos sujeitos participantes, utilizamos a letra maiúscula PR (professor regente) e PEF (professor de Educação Física), seguida das letras que identificam as escolas (ED, ER, EE).

3.3 PROCEDIMENTOS ÉTICOS E METODOLÓGICOS DA PESQUISA

Neste tópico, explicitaremos os procedimentos éticos e metodológicos da pesquisa, buscando dar viabilidade ao estudo proposto. Primeiramente o projeto de pesquisa foi protocolado para a análise e avaliação da Comissão Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PLATAFORMA BRASIL/CEP-UEPG). Seguindo as determinações do Conselho Nacional de Saúde, a aprovação do projeto se deu sob o Parecer nº 2.364.384 (ANEXO II).

Ressaltamos que a coleta de dados foi realizada no segundo semestre do ano letivo de 2017, iniciamos com as observações das aulas, a fim de obter uma maior aproximação com os (as) professores (as) e também analisar como a prática pedagógica é desenvolvida na EI sobre o corpo em movimento.

A inserção no campo de pesquisa e a aproximação com os professores foi um momento delicado. Para Trivinõs (1987) os primeiros dias representam a primeira fase do trabalho de campo. A sensação de desconforto e de não pertencer àquele mundo, que caracteriza esta fase, geralmente acaba com uma indicação clara de aceitação por parte dos sujeitos.

Visando uma maior aproximação com os professores, buscamos estabelecer uma relação de confiança, visto que uma situação como esta gera inseguranças, e a presença da pesquisadora em sala gera uma sensação de vigilância e controle. A experiência profissional e o posicionamento da pesquisadora perante a realidade da EI corroboraram para uma melhor aproximação e entendimento da importância da realização da pesquisa. As conversas informais, relatos e trocas de experiências com os professores foram essenciais para um maior envolvimento com a situação a ser pesquisada e a coleta de dados. Os professores (as) receberam e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para participarem da pesquisa (APÊNDICE VIII).

O processo de coleta de dados ocorreu na Escola Rubi (ER), Escola Diamante (ED) e Escola Esmeralda (EE) entre os meses de outubro e novembro de 2017, sendo concretizado um total de trinta (30) horas de observações em cada Instituição, totalizando noventa (90) horas de observações nas três (3) Escolas. Para que pudéssemos presenciar diferentes momentos em relação a prática pedagógica dos professores, as observações

foram realizadas semanalmente em diferentes períodos (manhã, tarde, período integral) de forma aleatória, seguindo um cronograma proposto pela pesquisadora para possibilitar a realização das observações em todas as turmas (4 a 5 anos) de cada escola.

O questionário foi aplicado como estudo piloto (APÊNDICE III), em agosto/2017 para um grupo de sete (7) professores que atuam na EI de uma rede privada de ensino da cidade de Ponta Grossa/PR. Após a retomada dos dados, verificamos a necessidade de revisar o instrumento do questionário, no qual incluímos uma questão. No mês de outubro/2017 o questionário em sua versão final (APÊNDICE VII) foi aplicado para dezenove (19) professores das escolas participantes da pesquisa (ER, ED, EE), sendo devolvidos dezessete (17) questionários.

No mês de novembro/2017 foram realizadas as entrevistas com doze (12) professores, os demais optaram por não participar. A aplicação do questionário e a realização da entrevista buscaram: identificar os pressupostos teóricos metodológicos utilizados pelos professores que atuam na EI, assim como as concepções de criança, infância e corpo em movimento; compreender a prática pedagógica na EI sobre o corpo em movimento e os aspectos relacionados ao trabalho docente, as dificuldades enfrentadas no contexto escolar e a formação inicial e continuada dos professores; verificar o espaço que o corpo em movimento ocupa na EI, dando ênfase ao papel do brincar, das brincadeiras, do lúdico, das práticas corporais e das aulas de Educação Física.