• Nenhum resultado encontrado

Os Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95) e as penas alternativas (Lei 9.714/98)

CAPÍTULO 3 Juizados Especiais e as penas alternativas sob a ótica da Sociologia

3.4 Os Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95) e as penas alternativas (Lei 9.714/98)

Extrai-se de tudo o que foi dito até aqui, portanto, que o direito, enquanto fato social, deve acompanhar as mudanças da sociedade que o gerou, sob pena de perder sua efetividade. Nesse diapasão, afirmou Peter Berger: “Viver na sociedade moderna significa viver no centro de um caleidoscópio de papéis em constante mutação227”.

Cabe aqui fazermos uma breve digressão sobre a acepção sociológica da expressão mudança social, para situarmos o leitor quanto ao prisma de nossa abordagem.

Turner analisa a mudança social, primeiramente, quanto ao poder da mudança cultural, enquanto são os símbolos culturais que orientam a interação humana e a própria organização social; assim, “a mudança nesses símbolos terá, por sua vez, profundos efeitos nas relações sociais e nas estruturas da sociedade228.” Destacam-se como fontes latentes de mudança social a tecnologia, aqui, nos termos de Lenski, citado por Turner, compreendida como “o conhecimento sobre como transformar o meio ambiente”229; assim, a inovação, enquanto desenvolvimento de novas tecnologias, consubstancia um relevante fator para as mudanças sociais.

Turner acrescenta o que denominou de expectativas, ou seja, o surgimento de novas crenças, em especial as associadas com a religião. Essas mudanças de símbolos culturais dá-se através de dois processos principais: a difusão, que ocorre entre sistemas de símbolos de uma população para outra, e a estrutural, originada do enfrentamento de novos problemas através da organização de novas atividades. Essas alterações podem vir a se cristalizar e, inclusive, a alterar a própria noção de certo e errado.

227

BERGER, Peter. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. 20. ed. Rio de janeiro: Vozes, 1999. p. 60.

228

TURNER, Jonathan. In: Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron Books, 1999. cap. 12, p.189.

229

LENSKI, Gerhardapud TURNER, Jonathan. In: Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron Books, 1999. cap. 12, p.189.

Turner destaca, ainda, que as próprias estruturas sociais podem ser fontes de mudança, sendo uma das suas principais razões a desigualdade, que funciona como uma verdadeira “panela de pressão sociocultural; a tampa pode ser manter firme, pelo menos por um tempo, mas a pressão aumenta e causa a mudança, às vezes gradualmente, mas com freqüência de forma violenta230.” Como conseqüência da desigualdade advém o surgimento da subcultura, que, quando divergente do padrão cultural tradicional, torna inevitável a ocorrência de mudanças.

Cumpre aqui abrir um parêntese para ressaltar que, em tema de violência de gênero intrafamiliar, gerada que é pela desigualdade de gênero, essa violência tende a se mostrar visível em decorrência das mudanças sociais que possibilitaram à mulher ter voz ativa na sociedade e em seu espaço privado; essa violência sempre existiu; todavia, a mulher passa a questionar seu papel de submissa e se nega a se sujeitar à dominação masculina. O homem, por sua vez, não deseja renunciar ao seu domínio, tentando impor-se pela força, o que gera a retroalimentação dessa violência.

É possível, portanto, que as mudanças sociais que conduzem à implementação do princípio da igualdade de gênero ocasionem um aumento no índice de violência de gênero intrafamiliar que não se limite apenas à visibilidade dessa violência em razão de sua denúncia; pode-se formular a hipótese de que haja um aumento real dessa violência; todavia, a cifra negra impede um levantamento estatístico que possibilite a confirmação dessa afirmativa.

Importa-nos, sobremaneira, a abordagem de Turner relativa às instituições e mudança. As estruturas institucionais, tais como economia, democracia política, educação, ciência, medicina, direito, religião e família se autotransformam. Quanto ao direito, especificamente, tem-se que o mesmo “geralmente tenta reinterpretar suas leis ou estendê-las

230

a novas arenas.231” . Além da diuturna autotransformação das estruturas institucionais, tem-se que, em razão de estarem todas inter-relacionadas, “a mudança em uma provoca mudanças nas outras232.”

É nessa perspectiva que Turner nos alerta:

Assim, uma vez que as instituições revelam uma rápida capacidade de transformação, suas inter-relações fazem nossas vidas parecerem, às vezes, bastante obscuras no meio de tanta transformação. Isso é a vida moderna; todos nós devemos nos acostumar com isso, ou encontrar algum lugar para nos escondermos.233

Dalmo de Abreu Dallari234 traça toda a trajetória histórica da formação do Estado brasileiro e, paralela e simultaneamente, da formação do direito e da sociedade brasileiros; de sua acurada análise, conclui que Estado, direito e sociedade estão em descompasso desde sua origem, pois desde a época da colonização encontram-se as marcas da desigualdade: privilegiam-se as elites, onerando-se e marginalizando-se o povo; os interesses privados predominam em face do interesse público e, para isso, corrompem-se as autoridades; o sistema jurídico perde-se num mar de ambigüidades, refletindo-se esse descompasso em total desarmonia entre os direitos fundamentais e os direitos econômicos, de forma a impossibilitar a correção das desigualdades sociais. Agrava ainda mais esse quadro a formação jurídica que peca pelos excessos do legalismo e formalismo, o que caracteriza um Poder Judiciário extremamente conservador.

Análise semelhante é feita por Keith Rosenn235 que, além de examinar o aspecto histórico da formação do direito e sociedade brasileiros, aponta o jeito como sendo uma verdadeira instituição nacional, integrante da cultura brasileira como um todo e nela inserido

231

TURNER, op. cit., p.201

232

Ibid.

233

Ibid.

234

DALLARI, Dalmo de Abreu. Sociedade, estado e direito: caminhada brasileira rumo ao século XXI. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira. São Paulo: SENAC, 2000.

235

de tal forma, que mesmo em se tratando da cultura jurídica individualmente considerada, nela está presente, de forma indissociável.

O jeito é o que poderíamos chamar de “válvula de escape” para as pressões sociais internas, advindas das já mencionadas desigualdades sociais, aonde a sociedade vai se adaptando aos seus problemas, retroalimentando-os, ao invés de resolvê-los.

Ambos os autores ressaltam a crescente transformação da sociedade e, paralelamente, a necessidade de uma efetiva transformação do direito para a ela se adequar; Dallari cita o aparecimento de “comunidades de base”, no nível interno, as quais tiveram o condão de “despertar a consciência de grande parte da população para o valor moral da ação comunitária236” , além da multiplicação de associações civis, as quais atribui a função de preparar o povo “para o exercício da cidadania237”.

Em se tratando de questões de gênero, por exemplo, pode-se afirmar que as associações de mulheres em muito colaboram para a eliminação de desigualdades, empreendendo esforços para, junto ao poder público, possibilitar às mulheres a implementação de seus direitos fundamentais, tal como capacitação para o trabalho, criação de creches, atendimento médico para a mulher, em especial para a gestante e lactante, elaboração de leis que visem garantir às mulheres seus direitos humanos, em consonância com a legislação internacional protetiva etc.

Rosenn238 enfatiza a globalização, enquanto processo de integração e interação mundial, hábil a ensejar mudanças na sociedade, vindas de fora para dentro, que exigem um posicionamento congruente de cada Estado e, conseqüentemente, que o direito acompanhe, de forma harmônica e equilibrada, todas essas transformações.

236

DALLARI, op. cit., p. 475.

237

Ibid.

238

É dentro dessa perspectiva que Dallari afirma:

[...] E o Poder Judiciário, muito preso ao formalismo abstrato dos textos legais e submisso a sistemas processuais excessivamente minuciosos, propícios à discussão e rediscussão de pormenores técnico-jurídicos, age com grande lentidão e se preocupa mais com a legalidade formal do que com a justiça. Daí o distanciamento entre o direito formal e o real.

Existe hoje no Brasil um forte movimento no sentido do estabelecimento de um sistema jurídico que tenha raízes numa realidade social democraticamente estabelecida.239

Rosenn240 menciona a criação dos Juizados Especiais como um fator de facilitação do acesso à justiça a muitos brasileiros, o que tem demonstrado ser uma resposta positiva aos reclamos sociais.

O êxito dos Juizados Especiais – já reconhecido não apenas no meio jurídico, mas em toda a sociedade – deve-se precipuamente aos seguintes fatores:

1º) a redação da Lei 9.099/95 é clara, objetiva, sucinta; é criado um novo universo processual, onde as mazelas, obstáculos e dificuldades encontrados nas varas comuns, sejam elas cíveis ou criminais, foram devidamente eliminados, aproveitando-se dos diplomas processuais respectivos somente os dispositivos que em nada ferissem os princípios da Lei 9.099/95; ou seja, retirou-se do micro-universo dos Juizados Especiais tudo o que não deu certo na experiência do direito processual comum e que gerou todas as críticas que se faz ao Poder Judiciário, no afã de se resgatar a efetividade da Justiça como um todo, e conseqüentemente, buscar a credibilidade da sociedade naquele Poder;

2º) seus princípios norteadores (oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade), embora já previstos no Código de Processo Civil, são vistos sob uma outra lente: a de sua aplicação irrestrita pelo magistrado, mediante instrumentos processuais disponíveis na própria Lei 9.099/95; um exemplo claro é a gravação dos depoimentos das

239

DALLARI, op. cit., p. 482.

240

partes e de suas testemunhas, sem necessidade de redução a termo, o que economiza tempo e garante a mais irrestrita fidelidade ao que foi dito pelos depoentes; assim, o magistrado, nos Juizados Especiais, pode marcar um número maior de audiências de instrução em um único dia do que o faria em uma vara comum, onde os depoimentos são necessariamente reduzidos a termo; daí segue-se que os feitos levam menos tempo para serem julgados, pois há disponibilidade de pauta para o abreviamento do prazo de espera;

3º) a ênfase na conciliação, enquanto meio alternativo de solução de conflitos, embora também inserta no Código de Processo Civil, passa a ser o objetivo principal da prestação jurisdicional, tomando o lugar das longas instruções e da subseqüente prolação de sentenças, onde não raras vezes tanto autor como réu saíam insatisfeitos; mais que isso: o processo de mediação estende-se também ao campo criminal, possibilitando o ressarcimento do prejuízo experimentado pela vítima do fato criminoso ou até mesmo, nos casos de violência de gênero intrafamiliar, a reconciliação entre autor do fato e vítima;

4º) a descentralização do trabalho do juiz se dá ante o auxílio dos Conciliadores, que são estudantes ou bacharéis em Direito, que recebem treinamento especial para atuar nas audiências de conciliação; dessa forma, várias audiências são realizadas simultaneamente, cabendo ao juiz togado supervisionar o trabalho dos conciliadores, orientando-os e, ao final, obtido êxito no acordo, homologá-lo, para que assim tenha força de título executivo judicial; este é um fator de notória relevância, especialmente se verificada a grande e crescente demanda, sendo absolutamente impossível que um único juiz pudesse atuar em tantos processos, se não contasse com o precioso auxílio dos Conciliadores;

5º) são dois os principais objetivos dos Juizados Especiais Criminais: primeiramente, proporcionar à vítima, nos crimes de ação penal privada ou pública condicionada à representação, a possibilidade de obter, de forma imediata e totalmente desburocratizada, a indenização pelos danos morais e materiais que tenha sofrido em decorrência do delito que a

vitimou, o que a Lei 9.099/95 denomina “composição civil dos danos”; em um segundo plano, uma vez impossibilitado tal acordo, objetiva-se a aplicação de pena alternativa, evitando-se tanto quanto seja possível a aplicação de pena privativa de liberdade – o que a doutrina denomina “descarcerização”;

6º) as partes, muitas vezes desacompanhadas de advogados, têm a oportunidade de estar mais próximas do juiz; a adequada aplicação dos princípios da informalidade e da oralidade propiciam audiências mais simples, onde as partes ficam mais à vontade para falarem de seus problemas, oportunidade em que o juiz pode descobrir, juntamente com as partes, qual a verdadeira causa do problema que levaram para ser resolvido na Justiça; não raras vezes, descobre-se que o problema não é jurídico, ou não é apenas jurídico, mas implica em questões ligadas à assistência social, à psicologia, à medicina, à educação; esse é um momento muito importante das audiências de conciliação (na área cível) e das audiências preliminares (na área criminal), onde o juiz, por intermédio de parcerias e convênios com órgãos governamentais e não-governamentais, escolas e hospitais, pode encaminhar as partes para uma solução prática e efetiva de seus verdadeiros problemas;

7º) os Juizados Especiais operam uma mudança de mentalidade nas pessoas, no sentido de que começam a descobrir que o Direito não possui, por si só, a resposta para todos os problemas; descobrem, ainda, que a pena privativa de liberdade também não resolve, muitas vezes, o problema; essa possibilidade de criação uma nova cultura jurídica não apenas pelos operadores do Direito mas também por toda a sociedade é um trabalho que surtirá efeitos a longo prazo; por isso, é essencial que os juízes, promotores, defensores público, advogados, serventuários da justiça, estagiários e conciliadores primem por desenvolver um trabalho de qualidade, zelando pela correta aplicação dos princípios que norteiam os Juizados Especiais, pelo atendimento personalizado dado às partes, pela preocupação com a efetividade da justiça, pela ênfase à conciliação e à pacificação social;

8º) há um trabalho de equipe, onde o juiz, o promotor de justiça e o defensor público trabalham em sintonia, balizados não apenas nos princípios que norteiam os Juizados Especiais, mas também nos princípios constitucionais de igualdade, dignidade da pessoa humana e liberdade, objetivando antes de mais nada o bem-estar da comunidade.

As considerações de índole sociológica tecidas anteriormente, aliadas ao que foi dito acima, autoriza-nos a especificarmos a questão em tela sob a ótica do sistema penal brasileiro.

Nesse diapasão, o jurista Damásio Evangelista de Jesus, ao discorrer sobre o panorama do sistema criminal brasileiro, comenta que mesmo as modificações feitas na Parte Geral do Código Penal, em 1977, mostraram-se “insuficientes para acompanhar a nova realidade social241”, destacando aí o descrédito popular nas instituições penais, o crescimento assustador da criminalidade, alterações legislativas excessivamente liberais, o que enfraqueceu a tutela penal dos interesses sociais e, conseqüentemente, o descrédito na justiça: “formava-se uma dupla inconciliável: justiça morosa e direito penal excessivamente liberal. Resultado: impunidade242”.

O Direito Penal brasileiro tradicional “sempre apresentou uma feição clássica: tutelar, fragmentária e de intervenção mínima243”, mas sua insuficiência e a incontroversa falência da pena privativa de liberdade reclamam mudanças em todo o sistema penal.

É com este novo Direito Penal que os operadores do Direito que atuam nos Juizados Especiais Criminais devem se identificar; é um “conjunto de normas de atuação primária e imediata244”, impondo-se reconhecer que o sistema penitenciário de há muito também não mais corresponde às necessidades sociais; tendo em vista a imperiosidade da manutenção de

241

JESUS, Damásio de. Penas alternativas. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 2- 3.

242 Ibid. 243 Ibid. 244 Ibid.

uma coação – que no Direito Penal nada mais é senão a pena – há que se trabalhar com novas alternativas, daí a denominação dada pela Lei 9.714/98: penas alternativas.

Afinal, as penas nunca deixarão de existir, pois os crimes, aqui considerados como violação ao direito, também não o farão, ante a inevitabilidade das mudanças sociais. Já que é assim, que as penas sejam não apenas justas, como pretenderam Hegel e Beccaria mas também – e principalmente - eficazes245

Tem-se, aí, a feliz união de dois novos sistemas penais, eficazes, capazes de restabelecer a paz social de uma forma onde todos ganham: a vítima tem a oportunidade de obter a pronta reparação dos prejuízos sofridos; o autor do fato, somente em último caso, será privado de sua liberdade; na maioria das vezes, o autor do fato prestará à comunidade um trabalho ou uma doação, que, quando devidamente indicados, possibilitarão a reeducação do delinqüente sem retirá-lo do seio da comunidade em que vive.

A comunidade será beneficiada pela doação ou pela prestação de serviço, por parte do autor do fato, além de se firmar uma nova visão da aplicação da justiça, educando-se o povo quanto à efetividade da justiça, aplicada de forma rápida e eficaz.

Beneficia-se a justiça, que dispõe de instrumentos processuais céleres e práticos, desafogando-se as delegacias de polícia e as varas criminais comuns para que possam dedicar todo o seu tempo para a apuração mais aprofundada e o julgamento de crimes de maior potencial ofensivo; beneficia-se o juiz, que vê a grandeza de seu trabalho, consistente esta em possibilitar a recuperação das pessoas e das famílias dos delinqüentes, de reparar o mal causado à vítima, de formar em cada cidadão a consciência da necessidade de combate ao crime e à violência, de respeito à nova justiça.

245

HEGEL, Georg Wilheim Friedrich; BECARIA, Cesaria Bonessana apud GOMES, Luiz Flávio; MOLINA, Antonio García-Pablos. Criminologia: introdução a seus fundamentos teóricos: introdução às bases

criminológicas da Lei 9.099/95, Lei dos Juizados Especiais Criminais. 3. ed. rev., atual. e amp. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

Para que se possa garantir o sucesso desse novo sistema penal, é de fundamental importância a adequação da penal alternativa imposta, sob pena de falência do novo sistema.

É fundamental que o crime – entendido como desvio – seja obstado de pronto e, mais do que isso, de uma forma a não criar rótulos, mesmo porque estes consubstanciam verdadeiros instrumentos de manutenção e transmissão do desvio. Assim, por exemplo, as palavras réu, crime e cadeia, não fazem parte do vocabulário dos Juizados Especiais Criminais e são substituídas por outras (respectivamente autor do fato, delito de menor potencial ofensivo e pena restritiva de direitos).

Assim, os Juizados Especiais Criminais proporcionam, respectivamente, ao autor do delito, o benefício de uma conciliação ou de uma transação penal. Ainda relembrando Hegel, “só quem se deixa coagir é que pode ser obrigado a qualquer coisa246”. A rotulação retira do desviante, portanto, a submissão à coação.

Cumpre anotar que uma das principais técnicas de conciliação consiste, exatamente, em propiciar às partes envolvidas a possibilidade de voltar os olhos para o futuro, de tal forma que a pessoa possa compreender seu erro através de uma revisão nas definições de seu próprio comportamento, seus papéis, estereótipos, concepções e suas percepções de oportunidades; feito isto, já convicta de que realmente errou, a pessoa passa a construir hipóteses de como poderá reparar seu erro e, principalmente, sem o rótulo de desviante pesando sob seus ombros, pode vir a adotar novos padrões de comportamento que evitem a reincidência.

3.5 RELEVÂNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS COMO CAMINHO PARA