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Os Métodos da Psicologia Contemporânea

Os estudantes de psicologia hoje são conduzidos, usualmente ainda cedo durante sua formação, a um conjunto de procedimentos que sustenta um > ^critério para sua comunidade científica avaliar os resultados de pesquisa. A í ” ^ comunidade exige adesão a uma lógica rigorosa e treina gerações sucessivas de ^ r

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psicólogos de acordo com essa lógica.

^ ^ Por exemplo, os estudantes devem se familiarizar com as justificativas

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^ para o uso do mesmo grupo ou de diferentes grupos de sujeitos em condições

experimentais (delineamentos entre-sujeitos, intra-sujeitos ou sujeitos empa- Af/9 relhados). A lógica do uso de um grupo experimental e um grupo de controle, em algumãJsituações dè~Téste^a^èfetivicíade_çlf .11ma-áni

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variável, também f ^ se torna uma parte básica do entendimento do estudante sobre os métodos 4a de pesquisa. A classificação cíoFcTados em escalas paramétricas e não paramé-

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^tricas, relacftjTTUda" e llácfFelacionãdasT^minal, ordinal, d e intervakre de ^ "rãzáoTsuSienta £"15ase para a escolha do teste~estãtístTcõ~ãpropriadp, ao lado \(j ^ da distinção básica quanto a um projeto de pesquisa procurar diferenças ou

^ ^ correlações entre os escores. 1

^ ^ Os estudantes também aprendem a justificativa para a condução de

x experimentos q ue se adaptam à tradição hip^ético-dedutiva e enfatizam a necessidade de uma hipótese formai. Um texto introdutório típico observa: \ 5j “Em algum ponto um pesquisador desejará testar sua teoria. Para isto, fará t f ? uma predição sobre o tipo de comportamento esperado se a teoria for ver-

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tf dadeira. Uma predição deste tipo é conhecida como hipótese experimentar’

(Green & D’Oliveira, 1982, p. 7).

^ A justificação do teste de hipóteses em psicologia é baseada frouxamen-

te na lógica da falsificação. Em sua forma mais fortê^ela afirma q u e li?ol> servações acumuladas das conseqüências de uma teoria não podem mostrar que elaé correta ou verdadeira, sendo a.falhajaas tentativas repetidas de sua j alsificação o único modo de justificar a confiança numa teoria. Quanto mais uma teoria resiste às tentativas de falsificação, maior a confiança que

$ a comunidade científica deposita nela. Em outras palavras, o experimenta-

dor deve repetidamente estabelecer situações capazes de demonstrar que a rt teoria está errada em algum aspecto: “Para realizar o teste de uma hipótese

jj experimental é, em.princi'pio, necessário ser possível que os efeitos preditos

BEHAVIORISMO RADICAL: A Filosofia e a Ciência Capítulo 3

ocorram ou não ocorram... esta é a regra básica da pesquisa experimental. Se não há possibilidade'alguma de um experimento dar resultados contrários à hipótese experimental, então não há motivo algum para realizá-lo. Em con­ seqüência, uma hipótese experimental é testada contra uma hipótese nula, que declarã7}üT~um experimentadof-Bae-obtenn^msiTTtados experimentais que espera” (Green &: JJ'OTrveTra, 19827 pp. 7-8T

)Ótesé~rftrkis|m psicologia é, essencialmente, uma proposição de que

os resultados de umexperimento ocorrerão por acajfo. Ò'acà5og“um elemento"" ^ .

-adicionado à lógica do falseamento e é atribuído às variações no comporta­ mento entre indivíduos. O acaso constitui a base para a justificação da aná- Use estatística. A noção subjacente implica que qualquer grupo de pessoas é ,j

composto por indivíduos que mostrarão diterenças numa dada medida do ^

comportamento. Desde que é* improvável que os indivíduos de um grupo o

produzlrfo os mesmos escores numa manipulação experimental, a confian­

ça da psicologia contemporânea no significado das diferentes conseqüências

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entre os grupos, ou nas similaridades entre grupos como nos delineamentos ^ correlacionais, se baseia nas leis estatísticas do acaso. É em relaçácTãõ^ãcãsõ' ; que a efetividade de uma variável experimental é medida: “De acordo com a hipótese nula, quaisquer resultados obtidos em um experimento são devidos às flutuações, por acaso, no desempenho das pessoas ao invés de efeitos pre­ ditos" da variável em que o experimentador está interessado testar” (Green & D’Oliveira, 1982, p. 8).

Os psicólogos se voltam para a análise estatística como um meio de verificar se poderiam esperar um resultado ocorrer por acaso na amostra' utilizada e, usualmente, devem apresentar, de início, o nível de probabi- lidade aEaixo do quaTseus resultados serão aceitos como sendo devidos à manipulação experimental e acima do qual são rejeitados. Por exemplo, TTãTavaliação da eficácia de uma nova técnica "de ensino, um grupo de con­

trole seria ensinado do modo normal e faria o mesmo teste que um grupo experimental, ensinado de acordo com a nova técnica. O- experimentador estabelece o nível de probabilidade errfl^ÕT^ou cinco em cadacenfTcfe modo que, após a análise estatística, sencftrobservado que os resultados obtidos podiam ser esperados com probabilidade menor do que 0,05, ou mênõs dõ que cincõ vezes em cada cémTõ experimentador concluiria que a diferença entre os escores do grupo controle e experimental foi uma função da nova técnica de ensino, em vez de um resultado por acaso. Deve ser enfatizado que o nível de probabilidade 0,05 é, nada mais nada menos, uma convenção. Não há justificativa lógica ou científica para escolher este nível de probabilidade; é meramente “a coisa que se faz”.

Me cc a C h ie sa

Capítulo 3 BEHAVIORISMO RADICAL: A Filosofia e a Ciência

Uma grande parte do treino de um estudante de psicologia consiste em aprender e praticar esses métodos. E seguro dizer que o método hipotético/ dedutivo e a análise estatística dos dados constituem a ortodoxia corrente da psicologia experimental. A psicologia contemporânea é caracterizada por um “pacote metodológico” de procedimentos formais incluindo a hipótese experi­ mental, a hipótese nula e os testes de significância estatística. Os resultados em que o nível de probabilidade for maior do que 0,05 (ou algum outro nível ar­ bitrário) impõem a rejeição da hipótese experimental e a aceitação da hipótese nula. Este pacote de procedimentos formais ajuda a comunidade da psicologia científica a avaliar os resultados de pesquisa, permitindo a essa comunidade estabelecer alguns resultados como parte do corpo de conhecimento da psico­ logia e rejeitar outros. Este capítulo extrai o teste de hipóteses do pacote e o analisa em contraste com uma abordagem indutiva menos formal. O capítulo seguinte vai se preocupar com o aspecto estatístico do pacote e considerar algumas das questões científicas e filosóficas envolvidas no tratamento estatís­ tico dos dados comportamentais.