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Trecho I Avaliador 13 Avaliador 16 Avaliador 20 Manutenção de

3.21 Participante U: Ugarte – Grupo Experimental/Piano

Ugarte era aluno do segundo semestre no curso de Bacharelado em Música com habilitação em Composição Musical no momento da realização da pesquisa.

Informou no questionário que há 10 anos toca algum instrumento musical, sendo que faz aula com professor de música há 6. Seu instrumento principal é o piano e o secundário, guitarra. Todavia, informou que toca também trompete, violino e bateria.

Considera sua LMPV regular, sendo que lê à primeira vista pelo menos uma vez por semana. Praticou LMPV com professor por cerca de dois anos, com a periodicidade de uma vez por semana. Pratica LMPV como forma de estudo pelo menos duas vezes por semana, lendo músicas e exercícios novos de maneira lenta e regular.

Referente às suas dificuldades em LMPV informou ser difícil realizar a leitura em duas claves e tocar várias linhas melódicas simultaneamente. A tarefa de ler à primeira vista ao trompete é mais fácil, segundo seu relato, visto ser um instrumento melódico. Informou também que ao trompete consegue realizar leitura antecipada da música, lendo dois ou três compassos à frente, ação que não consegue efetuar ao piano, no qual lê cada material musical de cada vez. Segundo ele, isto ocorre por não ter tanta experiência em leitura ao piano: “Se tivesse mais experiência com piano eu supriria esse problema”, informou, “isso acaba levando a vários erros, o fato de não conseguir ler, ter uma coisa que às vezes atrasa. A execução não fica regular” (Entrevista com Participante Ugarte).

Iniciou seu estudo musical sem partitura, tanto no teclado quanto na guitarra, realizando posteriormente o estudo de partitura de maneira autodidata: “Não lia, né, só tocava teclado e tal. Eu comecei a estudar partituras mesmo, lendo, faz acho que uns seis ou sete anos. Mas estudar leitura mesmo faz pouco tempo. Acho que faz uns três anos que estudo, assim, não muito regularmente” (Entrevista com Participante Ugarte).

Em sua tarefa como compositor considera fundamental o domínio da leitura e escrita musical, principalmente para desenvolver uma visão mais profunda de análise e compreensão musical. O uso da LMPV, todavia, é empregado na rotina musical de Ugarte quando pretende aprender uma peça ou exercício novos.

Na sua autoavaliação dos trechos, referente ao Trecho I, considerou que foi bem em algumas passagens e noutras mal. Sua maior dificuldade foi em ler acordes

e demais notas juntas. Concernente ao segundo trecho, em função das intervenções dos GPADEs, Ugarte considerou mais claro de visualizar os elementos musicais do trecho:

No segundo trecho tu interviu. Senti que ficou muito mais claro observar essas coisas em vez de tudo numa vez, com dedilhado e tal, observar o ritmo, as vozes e tal. Ficou tudo muito mais claro, mas acho que na execução [do Trecho II] tentei observar demais essas coisas e acabei me confundindo um pouco, mas ajudou. Senti que dá uma nova perspectiva da coisa (Entrevista com Participante Ugarte).

No Trecho III tentou utilizar as ideias sublinhadas no GPADEs do segundo trecho, adaptando-as aos materiais do Trecho III. Considerou que essas informações colaboraram para uma interpretação mais satisfatória neste último trecho.

Relativo ao seu desempenho na interpretação dos trechos, informou que percebeu uma crescente de melhora nas interpretações ao longo dos três trechos.

Segundo Ugarte, esta melhora se deu por dois motivos: o primeiro, por estar familiarizado com a linguagem musical dos trechos, com o tema das peças, considerando-os similares, e o segundo, por observar os pontos chave dos trechos, fornecidos pelos GPADEs.

No momento de leitura visual do Trecho I, informou que observou o ritmo, o dedilhado, as alturas e as conexões das frases e vozes. Já referente aos GPADEs, considera que foram muitas informações fornecidas e que os guias foram mais úteis no momento de leitura visual do Trecho III:

Acho que naquele momento [de leitura visual], como foi muita informação, acabou atrapalhando. Mas eu gostei muito da ideia [dos guias]. Acho que eu gostaria de usar mais num momento de estudo. Com certeza vou usar isso aí num momento futuro. Eu sinto que foi bom. Eu usaria [novamente]

(Entrevista com Participante Ugarte).

3.21.1 As interpretações de Ugarte

A média de andamento de Ugarte no Trecho I, segundo a análise MIDI, foi de semínima igual a 115. Todavia, o software utilizado na análise considerou como mínimas as notas que seriam semínimas, de acordo com a partitura. Desse modo, concluiu-se que Ugarte interpretou o Trecho I com o andamento de semínima igual a 58, aproximadamente.

Referente à melodia, o participante realizou uma parada entre os compassos 2 e 3 e compassos 3 e 4. No c.3, tocou a nota lá natural ao invés de láb no início do

compasso. Todavia, logo depois corrigiu para a nota correta. No c.4, tocou duas vezes a nota sol do primeiro tempo. Demorou-se também na transição entre os compassos 4 e 5. No c.5, parou antes da realização do fá do terceiro tempo, tocando-o duas vezes. Nesse momento da peça realizou uma interrupção longa. No c.6, há uma brusca queda no andamento, onde, embora o participante tenha acertado as alturas, não se compreende o ritmo que está executando, visto que as notas estão muito longas e deslocadas. Observa-se novamente uma interrupção de tempo entre os compassos 8 e 9, assim como entre o 9 e o 10. No terceiro tempo do c.10, repetiu três vezes a nota sol. No primeiro tempo do c.11, tocou a nota sol (mesma do compasso anterior), mas corrigiu logo em seguida para a nota correta, o dó. O andamento decaiu novamente no c.11 e houve uma interrupção entre este e o próximo compasso. Observou-se também a repetição da primeira nota do c.13.

Paradas com silêncio foram observadas também entre os compassos 13 e 14 e compassos 15 e 16.

Ao longo do trecho, em alguns momentos, as vozes internas demoraram-se para serem tocadas simultaneamente. No c.2, Ugarte tocou si natural ao invés de dó na voz do tenor, mas em seguida corrigiu o equívoco. No c.10, mesmo repetindo duas vezes, tocou erroneamente as notas ré e sol, no lugar de ré e fá. No compasso seguinte (c.11), tocou mib e sol, ao invés de mib e lá.

Atinente à voz do baixo, no terceiro tempo do c.1, ao invés de tocar sib tocou láb. Errou a primeira nota do c.4, tocando fá ao invés de mib. Posteriormente parou e corrigiu o erro. O c.5 foi interrompido na voz do baixo após o participante ter tocado ré no lugar de mib (segundo tempo do compasso). Entretanto, parou de tocar e retornou tocando as alturas corretas da mão esquerda, todavia, demorando-se na nota ré. Foi observado demora também no fá do terceiro tempo do c.7. No c.10, Ugarte diminuiu o andamento da peça, errou e repetiu, tendo na primeira vez tocado na voz do baixo sib, sol e lá natural, ao invés de sib, fá e sol. Na segunda tentativa de tocar o c.10, omitiu a primeira nota (sib) e tocou corretamente as demais alturas.

No c.11, tocou erroneamente a nota lá natural, ao invés de láb, mas logo corrigiu o equívoco. As demais notas, com exceção às interrupções mencionadas na melodia, foram corretamente realizadas.

Referente ao andamento do Trecho II o software utilizado para análise evidenciou como média de andamento semínima igual a 110. Assim como ocorrido no Trecho I, observou-se que o participante dobrou a duração das notas, tendo

realizado o trecho com média de andamento de semínima igual a 55. Interrupções foram evidenciadas entre os compassos 1 e 11, sendo as interrupções dos compasso 1 para 2, 3 para 4, 9 para 10 e 10 para 11 de maior duração.

No que concerne à melodia, Ugarte interrompeu a música durante o tempo aproximado de uma pausa de semínima, entre os compassos 1 e 2, começando o c.2 com a nota da melodia atrasada em relação às demais. Não realizou o lá da melodia no primeiro tempo do c.4, tocando apenas as vozes internas e o baixo. No c.6, tocou láb, sol e fá, ao invés de dó, sib e láb. Repetiu duas vezes o sol do primeiro tempo do c.7. No início do c.9, errou a primeira nota do compasso, tocando láb. Parou o trecho e recomeçou, tocando desta vez a nota correta (dó). Realizou o sol de colcheia do final do c.10 com duração maior do que a indicada na partitura.

No compasso seguinte (c.11), hesitou antes de tocar as primeiras notas, repetindo duas vezes a nota láb. Por erros cometidos nas vozes internas, repetiu o sol até seguir a melodia. No compasso seguinte (c.13), repetiu duas vezes o dó do primeiro tempo e tocou o lá natural no segundo tempo, ao invés de láb. Corrigiu a nota, mas atrasou o andamento. No primeiro tempo do c.14, Ugarte tocou dó no lugar de sib, mas logo corrigiu a nota. No c.15, repetiu o sol, por erros nas demais vozes, e conclui o compasso. Entretanto, repetiu-o e seguiu para o final do trecho.

No c.4, inseriu sib nas vozes internas, nota que não estava indicada na partitura. As demais notas das vozes internas deste compasso foram corretamente realizadas. No c.6, ao invés de tocar mib e dó, executou dó e mib. No c.9, tocou dó e mib, ao invés de mib e sol, e rearticulou as duas notas no tempo três (notas não escritas na partitura). No c.12, tocou erroneamente mi natural na voz de contralto, repetiu os erros duas vezes e, posteriormente, tocou a nota correta. Repetiu três vezes as notas do c.13, sendo que na primeira tocou mib e sol, ao invés de mib e láb. No c.15, cometeu alguns equívocos nas vozes internas, primeiramente executando a nota réb isolada com o dó do baixo, e posteriormente tocando ré e mi natural, até tocar a combinação correta de notas, dó e mib.

Referente ao baixo, no c.2, tocou réb no lugar de dó. No c.3, tocou primeiramente lá natural, mas logo corrigiu para láb. No início do c.4, tocou sol no lugar de sib, todavia, corrigiu, após interrupção em todas as vozes, para a nota sib.

Reiniciou o c.7 duas vezes. No c.10, realizou as notas fá e sol das colcheias como semínimas. No c.11, muito rapidamente tocou lá natural no primeiro tempo.

Entretanto, parou a execução nas demais vozes e tocou a nota correta (láb). No