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SUMÁRIO

10. Solos relativamente jovens ou com pouco/nenhum desenvolvimento de perfil:

5.2. LEVANTAMENTO DE SEÇÕES ESTRATIGRÁFICAS

5.2.2. Perfil Rebentona

Situado na margem direita do Rio Pardo e sob a estrada homônima, o perfil Rebentona está aproximadamente a 6 km de distância a sudeste da sede municipal de Candelária (perfil 5 – Fig. 37). A seção estratigráfica tem 6,7 m de espessura (Fig. 59) e se encontra a 45 m de altitude, no compartimento da planície de inundação; o leito da Estrada da Rebentona se estende até 35 cm de profundidade.

Figura 59 – Perfil Rebentona (RB): as unidades descritas são designadas por meio de letras e algarismos romanos; fácies, horizontes e unidades aloestratigráficas (U. A.) correspondentes, assim como a variação das principais propriedades químicas, são apresentadas nas colunas ao lado. As posições de amostras datadas são indicadas por asteriscos (*).

5.2.2.1. Descrição macromorfológica

A unidade RB – I apresenta 110 cm de espessura e está na base do perfil; as cores, seca e úmida, equivalem a bruno-forte (7,5YR 5/8 e 4/6, respectivamente). Constituído basicamente por cascalhos levemente cimentados por óxidos de ferro, o material exibe laminação horizontal; diversas partículas mostram imbricação (Fig. 60). Poros intergranulares muito pequenos são abundantes. O manganês ocorre em grandes quantidades.

Figura 60 – Unidade RB – I, constituída por cascalhos levemente cimentados por óxidos de ferro, imbricados e com laminação horizontal (foto do autor).

Sobreposta a limite inferior abrupto e plano, a unidade RB – II tem espessura de 108 cm. Predominam a cor seca bruno-olivácea-clara (2,5Y 5/3) e a cor úmida bruno-olivácea (2,5Y 4/3); secundariamente, também se encontram as cores preta (seca: 5YR 2,5/1; úmida: 10YR 2/1) e bruno-forte (seca: 7,5YR 5/8; úmida: 7,5YR 4/6) (Fig. 61). No topo da unidade, ocorre faixa com 6 cm de espessura, de cor bruno-forte (Fig. 62). A textura é classificada como lama siltosa arenosa. A estrutura

pedológica se caracteriza por grandes blocos angulares, fortemente desenvolvidos. Comuns e de tamanhos muito pequenos, os poros exibem morfologias tubulares e tubulares dendríticas. O material é muito duro quando seco e extremamente firme quando úmido; além disso, é plástico e ligeiramente pegajoso. O teor de manganês se mantém constante em relação à unidade subjacente.

Figura 61 – Detalhe da unidade RB – II, caracterizada por padrão de cores variegado e pela presença de estrutura pedológica em blocos angulares, fortemente desenvolvidos (foto do autor).

Figura 62 – Detalhe de faixa de cor bruno-forte no topo da unidade RB – II, com aproximadamente 6 cm de espessura (foto do autor).

A unidade RB – III mede 77 cm de espessura e apresenta transição clara e plana para a unidade abaixo. A cor seca é cinzento- clara (10YR 7/2) e a cor úmida, bruno-olivácea-clara (2,5Y 5/3); secundariamente, ocorrem a cor preta (seca/úmida: 2,5/N) e a cor bruno- forte (seca: 7,5YR 5/8; úmida: 7,5YR 4/6), porém em menores quantidades do que na unidade RB – II (Fig. 63). A textura e a estrutura pedológica preservam as características descritas anteriormente. Poros tubulares e tubulares dendríticos, de dimensões muito pequenas, são abundantes. De consistência seca extremamente dura e consistência úmida extremamente firme, o material é muito plástico e pegajoso. O conteúdo de manganês permanece elevado.

Figura 63 – Detalhe da unidade RB – III, a qual apresenta igualmente padrão de cores variegado e estrutura pedológica em blocos angulares, fortemente desenvolvidos (foto do autor).

Situada acima de contato inferior claro e plano, a unidade RB – IV tem 128 cm de espessura. Apresenta cor seca amarelo-clara- acinzentada (2,5Y 7/3) e cor úmida bruno-olivácea-clara (2,5Y 5/3); a cor seca amarelo-brunada (10YR 6/6) e a cor úmida bruno-amarelada (10YR 5/6) são secundárias (Fig. 64). A textura corresponde a lama siltosa levemente arenosa, e a estrutura pedológica é análoga à descrita na unidade subjacente. A porosidade é constituída por poros tubulares muito pequenos, de ocorrência comum. O material, que exibe consistência seca extremamente dura e consistência úmida firme, mostra-se plástico e ligeiramente pegajoso.

Figura 64 – Detalhe da unidade RB – IV, com padrão de cores variegado e estrutura pedológica em blocos angulares, fortemente desenvolvidos (foto do autor).

De espessura igual a 52 cm, a unidade RB – V apresenta limite inferior difuso e plano. A cor seca é bruno-escura (7,5YR 3/2) e a cor úmida, bruna muito escura (7,5YR 2,5/2). A textura é de lama argilosa levemente arenosa. Blocos angulares, grandes e com forte desenvolvimento, constituem a estrutura pedológica (Fig. 65). Comumente se encontram poros tubulares e tubulares dendríticos muito pequenos. A superfície dos agregados é revestida por poucas películas de argila, distintas, de cor bruna muito escura (seca/úmida: 7,5YR 2,5/2). A consistência seca e a úmida não são alteradas em relação à unidade situada abaixo. O material é muito plástico e ligeiramente pegajoso.

Figura 65 – Detalhe da unidade RB – V, caracterizada pela presença de estrutura pedológica em blocos angulares, com forte desenvolvimento (foto do autor).

A unidade RB – VI atinge 30 cm de espessura, com transição abrupta e plana na base. Exibe cor seca cinzento-clara (10YR 7/2) e cor úmida bruno-acinzentada-escura (10YR 4/2); é abundante a ocorrência de mosqueado, de tamanho pequeno, cor seca bruno-amarelada (10YR 5/8) e cor úmida bruno-forte (7,5YR 4/6). A textura equivale a lama arenosa levemente cascalhosa. Maciça, essa unidade é dominada por poros vesiculares muito pequenos e pequenos. O material, de consistência dura quando seco e extremamente firme quando úmido, tem comportamento plástico e ligeiramente pegajoso. Comumente são encontrados pequenos nódulos de ferro e manganês, macios, esféricos, com cor seca vermelha muito escura acinzentada (2,5YR 2,5/2) e cor úmida preta (5YR 2,5/1) (Fig. 66); porém, o restante do material apresenta concentrações muito baixas de manganês, reveladas pela efervescência muito ligeira na presença de peróxido de hidrogênio (H2O2). Ao longo do afloramento dessa unidade, foram coletados

numerosos artefatos líticos pré-históricos – pontas de projéteis, seixos quebrados e lascados, lascas e outros – pertencentes à tradição Umbu (Fig. 67).

Figura 66 – Detalhe da unidade RB – VI, na qual se observam padrão de cores mosqueado e pequenos nódulos ferro-manganíferos (setas pretas) (foto do autor).

Figura 67 – Artefatos líticos da tradição Umbu, constituídos essencialmente por arenito silicificado e basalto, encontrados nas unidades RB – VI e VII (foto do autor; 28/10/2009).

A unidade RB – VII mede 37 cm de espessura e está sobreposta a contato inferior claro e plano. De cor seca bruna (7,5YR 5/4) e cor úmida bruno-amarelada-escura (10YR 4/4), é constituída por lama siltosa levemente arenosa. A estrutura pedológica se apresenta em blocos subangulares, grandes e com desenvolvimento moderado (Fig. 68). Abundantes, os poros tubulares e tubulares dendríticos são muito pequenos e pequenos. Na superfície dos agregados ocorrem raras películas de argila, de contraste distinto e cor bruno-amarelada-escura (seca/úmida: 10YR 3/4). O material tem consistência seca dura e consistência úmida friável; além disso, é plástico e ligeiramente pegajoso. Em vários pontos do afloramento dessa unidade também foram encontrados artefatos líticos pré-históricos atribuídos à tradição Umbu (Fig. 67).

Figura 68 – Detalhe da unidade RB – VII, com estrutura pedológica em blocos subangulares, moderadamente desenvolvidos (foto do autor).

Separada da unidade subjacente por limite inferior claro e plano, a unidade RB – VIII apresenta 22 cm de espessura. Tem cor seca bruno- amarelada-escura (10YR 4/4) e cor úmida bruna (7,5YR 4/4). A textura corresponde a areia siltosa. A estrutura pedológica é constituída por grandes blocos subangulares, fraca a moderadamente desenvolvidos (Fig. 69). Os poros, de ocorrência frequente, exibem morfologias intergranulares, tubulares e tubulares dendríticas, de dimensões muito pequenas e pequenas. De consistência seca dura e consistência úmida muito friável, o material não é plástico nem pegajoso. O teor de manganês é muito baixo.

Figura 69 – Detalhe das unidades RB – VIII e IX, separadas por contato claro. A primeira apresenta estrutura pedológica em blocos subangulares, fraca a moderadamente desenvolvidos; a segunda é maciça e mostra diminuição da quantidade de poros em direção ao topo (foto do autor).

A unidade RB – IX, com 71 cm de espessura, tem transição clara e plana para a unidade inferior. A cor seca é bruno-clara (7,5YR 6/4) e a cor úmida, bruna (7,5YR 4/4). Maciço, o material apresenta textura de lama muito siltosa arenosa. Os poros tubulares e tubulares dendríticos, muito pequenos a médios, são abundantes. Em termos de quantidade, a porosidade diminui gradativamente em direção ao topo da unidade, provavelmente devido à compactação acarretada pelo tráfego de veículos pesados na rodovia situada logo acima do perfil (Fig. 69). O conteúdo de manganês permanece muito baixo.

5.2.2.2. Análise granulométrica e morfométrica

O perfil Rebentona apresenta duas tendências distintas de variação textural: a primeira é granodecrescente, caracterizada pela redução gradual do tamanho de grão ao longo das unidades RB – I, II, III, IV e V; a segunda consiste na alternância de níveis grossos e finos, que se estende pelas unidades RB – VI, VII, VIII e IX. A sequência inferior se subdivide em três tipos de materiais: cascalho, lama arenosa e lama levemente arenosa (Fig. 70). A primeira categoria equivale à unidade RB – I e é constituída por clastos rudáceos bimodais (Fig. 71), com proporções similares de blocos (64 mm) e seixos (32 mm). As unidades RB – II e III também são bimodais – a moda principal é silte (0,004 mm), e a moda secundária, argila (< 0,004 mm) – e representam o segundo grupo textural. A última classe abrange a unidade RB – IV, bimodal, dominada por silte (0,004 mm) e argila (< 0,004 mm), e a unidade RB – V, igualmente bimodal, porém com ambas as modas invertidas (Fig. 71). Na sequência superior se identificam três tipos de materiais: areia lamosa, lama arenosa e lama levemente arenosa (Fig. 70). O primeiro se caracteriza pela bimodalidade – areia muito fina (0,125 mm) e silte (0,004 mm) – e está associado à unidade RB – VIII. A lama arenosa tem como única moda silte (0,004 mm) e compreende as unidades RB – VI e IX; a unidade RB – VI foi incluída nessa categoria por conveniência, visto que a quantidade de grânulos (2 mm) é desprezível (Fig. 71). O terceiro grupo se refere à unidade RB – VII, também unimodal e com predomínio de silte (0,004 mm).

Figura 71 – Distribuição granulométrica de cada unidade do perfil Rebentona. 0 10 20 30 40 50 60 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - IX 0 10 20 30 40 50 1 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - VIII 0 10 20 30 40 50 60 70 1 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - VII 0 10 20 30 40 50 60 2 1 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - VI

Figura 71 (continuação) – Distribuição granulométrica de cada unidade do perfil Rebentona. 0 10 20 30 40 50 60 1 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - V 0 10 20 30 40 50 1 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - IV 0 10 20 30 40 50 2 1 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - III 0 10 20 30 40 50 1 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - II

Figura 71 (continuação) – Distribuição granulométrica de cada unidade do perfil Rebentona.

Os clastos rudáceos da unidade RB – I são predominantemente basálticos (92%) e tendem a apresentar forma laminar (31%). A esfericidade tem variabilidade significativa (Fig. 72): as principais classes correspondem aos intervalos de 0,5 a 0,6 (34%) e 0,6 a 0,7 (24%); porém, há percentuais relativamente elevados de partículas pertencentes às categorias de 0,7 a 0,8 (18%) e 0,4 a 0,5 (17%). O arredondamento dos clastos situa-se frequentemente entre 0,6 (35%) e 0,7 (30%) (Fig. 73). 0 10 20 30 40 128 64 32 16 8 4 2 1 0, 5 0, 25 0, 125 0, 062 0, 004 < 0, 004 F re q u ên ci a (%) Tamanho de grão (mm) RB - I

Figura 72 – Diagrama de forma-esfericidade de cascalhos da unidade RB – I.

Figura 73 – Arredondamento de cascalhos da unidade RB – I.

5.2.2.3. Descrição micromorfológica

A unidade RB – II apresenta distribuição relativa porfírica, com 5% de poros, 45% de esqueleto e 50% de plasma (Fig. 74a). Predominam macroporos muito finos (40%) e mesoporos (35%), cujas morfologias correspondem principalmente a juntas (40%) e ortocavidades (35%). Pobremente selecionado, o esqueleto é constituído por silte (40%) e areia fina (25%). Grãos transparentes totalizam 90% do esqueleto e são essencialmente quartzosos (95%). Partículas subangulares (40%) e angulares (30%) são abundantes e tendem a exibir superfícies ferruginizadas (40%) e rugosas (30%). O plasma tem cor variegada sob luz natural: cinzento-olivácea-escura (5Y 3/2), cinzento- olivácea (5Y 4/2), oliva (5Y 4/3 e 5/3), oliva-clara-acinzentada (5Y 6/3 e 6/4), amarelo-olivácea (5Y 6/6) e amarela (5Y 7/8 e 8/8). Em áreas marcadas por concentração de ferro, as cores são: bruno-escura (7,5YR 3/2), bruna (7,5YR 4/3 e 4/4), bruno-forte (7,5YR 5/6), amarelo- avermelhada (7,5YR 6/8) e amarela (10YR 7/8 e 8/8); nas estruturas plásmicas, as cores variam de bruno-amarelada (10YR 5/6) a amarelo- brunada (10YR 6/6 e 6/8), amarela (10YR 7/6 e 7/8), bruna muito clara

0 5 10 15 20 25 30 35 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 F re q u ên ci a ( % ) Arredondamento RB - I

acinzentada (10YR 8/4), amarela-olivácea (2,5Y 6/6), amarela (2,5Y 7/6) e amarelo-clara-acinzentada (2,5Y 7/3 e 7/4). Sob luz polarizada, o plasma mostra cor amarelo-clara e cinza-clara a cinza-escura e preta; as estruturas plásmicas têm cor amarelo-clara a vermelha e marrom-clara, e algumas lâminas ou domínios de cor verde-clara a verde-esmeralda (Fig. 76c). A orientação relativa do plasma é predominantemente argilassépica e silassépica e, em alguns locais, isótica por opacidade; pontualmente, encontra-se plasma vossépico e massépico (Fig. 74b). Cutãs de difusão e neocutãs (neoestriãs) são comuns (5%), com espessura entre 20 e 260 µm, contraste distinto a fraco, aderência moderada a forte, fábrica interna microlaminada plano-paralela a maciça e orientação difusa (Fig. 74c, d). Há muito poucas glébulas (2%), que são diferenciadas em halos glebulares (65%) e nódulos ferro- manganíferos (35%), com dimensões entre 120 e 200 µm, morfologias irregulares e esféricas com contornos irregulares e fábrica interna fraca a moderadamente impregnada (Fig. 74e).

Figura 74 – Fotomicrografias da unidade RB – II: A) visão geral de área com distribuição relativa porfírica (luz natural); B) predomínio de plasma com orientação relativa argilassépica e silassépica a isótica por opacidade além de alguns domínios vossépicos e massépicos (luz polarizada); C) e D) cutã de difusão, com microlaminação plano-paralela (luz natural e polarizada, respectivamente).

Figura 74 (continuação) – Fotomicrografias da unidade RB – II: E) nódulo ferro-manganífero (luz natural) (fotos do autor).

A unidade RB – III, com distribuição relativa porfírica, tem 5% de poros, 40% de esqueleto e 55% de plasma (Fig. 75a). A porosidade é formada essencialmente por microporos (70%) e, secundariamente, macroporos muito finos (25%); as formas mais comuns são juntas (70%) e ortocavidades (30%). Pobremente selecionado, o esqueleto é constituído principalmente por silte (55%) e areia muito fina (25%). Os grãos transparentes representam 95% do total e consistem basicamente em quartzo (98%). Partículas subangulares (40%) são dominantes, com proporções menores de angulares (25%) e subarredondadas (25%). Os grãos geralmente se apresentam com superfícies ferruginizadas (46%) e rugosas (30%). Sob luz natural, o plasma mostra cor variegada: bruno- olivácea (2,5Y 4/4), bruno-olivácea-clara (2,5Y 5/4), bruno-amarelada- clara (2,5Y 6/4), amarelo-olivácea (2,5Y 6/6), amarela (2,5Y 7/8), oliva (5Y 4/4 e 5/4), oliva-clara-acinzentada (5Y 6/4), amarelo-olivácea (5Y 6/6) e amarela (5Y 7/6); nas áreas com concentração de ferro, as principais cores são: bruno-escura (7,5YR 3/2) a bruna (7,5YR e 4/4), bruno-forte (7,5YR 4/6, 5/6 e 5/8) e amarelo-avermelhada (7,5YR 6/8). Sob luz polarizada, a cor do plasma é amarelo-clara ou cinza-clara a cinza-escura ou preta. O plasma exibe orientação relativa silassépica e argilassépica, com alguns domínios isóticos por opacidade; plasma do tipo massépico é encontrado pontualmente (Fig. 75b). Nódulos ferro- manganíferos são considerados comuns (15%), com dimensões entre 80 e 500 µm, morfologias irregulares e fábrica interna fraca a moderadamente impregnada (Fig. 75c).

Figura 75 – Fotomicrografias da unidade RB – III: A) visão geral de área com distribuição relativa porfírica (luz natural); B) plasma com orientação relativa silassépica e argilassépica a isótica por opacidade (luz polarizada); C) nódulo ferro-manganífero (luz natural) (fotos do autor).

A unidade RB – IV tem distribuição relativa porfírica, com 20% de poros, 25% de esqueleto e 55% de plasma (Fig. 76a). Predominam macroporos muito finos (40%) e microporos (35%), que se dividem em juntas (45%) e canais (45%); os poros apresentam distribuição de base linear (ortogonal). O esqueleto se constitui principalmente de silte (60%), areia muito fina (15%) e areia fina (15%), de seleção pobre. O conteúdo de grãos transparentes é ligeiramente maior (98%) do que na unidade abaixo, mas o teor de quartzo se mantém igual (98%). O esqueleto exibe distribuição de base linear, paralela à base da lâmina delgada (Fig. 76a). Partículas subangulares (40%) e subarredondadas (30%) são dominantes, comumente com superfícies ferruginizadas (50%) e rugosas (30%). A cor do plasma é variegada sob luz natural: cinzento-olivácea-escura (5Y 3/2), oliva (5Y 4/3, 4/4, 5/4 e 5/6), amarelo-olivácea (5Y 6/6) e amarela (5Y 7/6, 8/6 e 8/8). As áreas com concentração de ferro se caracterizam por cores bruna (7,5YR 4/4), bruno-forte (7,5YR 4/6 e 5/6), bruno-amarelada (10YR 5/8) e amarelo- brunada (10YR 6/8); nas estruturas plásmicas, as cores variam de bruna

(10YR 4/3) a bruno-amarelada-escura (10YR 4/4), bruno-amarelada (10YR 5/6 e 5/8), amarelo-brunada (10YR 6/8), amarelo-olivácea (2,5Y 6/6 e 6/8) e amarela (2,5Y 7/8). Sob luz polarizada, o plasma mostra cor amarelo-clara ou cinza-clara a cinza-escura ou preta; as estruturas plásmicas apresentam cor amarelo-clara a marrom-escura ou preta. Predomina plasma com orientação relativa silassépica e argilassépica a isótica por opacidade; também se encontram domínios vossépicos e, pontualmente, insépicos (Fig. 76b). Cutãs de iluviação e de difusão, além de neocutãs (neomatrãs), são comuns (15%), com espessura de 20 a 140 µm, contraste proeminente a distinto, aderência moderada a fraca, fábrica interna maciça a microlaminada – plano-paralela, convoluta e cruzada – e orientação difusa a nítida (Fig. 76c, d). Há raros nódulos ferro-manganíferos (2%), com dimensões entre 180 e 320 µm, formas irregulares e fábrica interna moderadamente impregnada (Fig. 76e).

Figura 76 – Fotomicrografias da unidade RB – IV: A) visão geral de área com distribuição relativa porfírica (luz natural); B) predominância de plasma com orientação relativa silassépica e argilassépica a isótica por opacidade, além de alguns domínios vossépicos e, pontualmente, insépicos (luz polarizada); C) e D) cutã de iluviação, caracterizado por fábrica interna microlaminada plano-paralela a maciça (luz natural e polarizada, respectivamente).

Figura 76 (continuação) – Fotomicrografias da unidade RB – IV: E) nódulo ferro-manganífero (luz natural) (fotos do autor).

De distribuição relativa porfírica, a unidade RB – V exibe 15% de poros, 20% de esqueleto e 65% de plasma (Fig. 77a). Microporos (78%) são dominantes, com proporção menor de macroporos muito finos (12%). Morfologicamente, predominam rachaduras (45%) e juntas (40%). O esqueleto é constituído fundamentalmente por silte (80%) e, secundariamente, areia muito fina (10%) e fina (10%), com grau de seleção moderado. O percentual de grãos transparentes equivale a 90%, com 95% de quartzo. Partículas subangulares (40%) e angulares (30%) são abundantes, e frequentemente mostram superfícies ferruginizadas (40%) e rugosas (30%). Sob luz natural, o plasma tem cor variegada: amarelo-brunada (10YR 6/8), bruno-olivácea-clara (2,5Y 5/6), amarelo- olivácea (2,5Y 6/6 e 6/8), amarela (2,5Y 7/8, 8/6 e 8/8) e amarelo-clara- acinzentada (2,5Y 8/4). Sob luz polarizada, a cor do plasma varia de amarelo-clara à cinza-escura ou marrom-escura. A orientação relativa do plasma é silassépica e bimassépica – nas direções NO-SE e SE-NO; em alguns pontos, encontra-se plasma vossépico e esquelsépico (Fig. 77b). É possível encontrar alguns neocutãs (neoestriãs) (5%), com espessura de 10 a 40 µm, contraste fraco a distinto, aderência forte, fábrica interna maciça e orientação difusa (Fig. 77c, d). Também ocorrem alguns nódulos ferro-manganíferos (10%), com dimensões entre 120 e 940 µm, formas amidaloides e esféricas e fábrica interna fortemente impregnada (Fig. 77e).

Figura 77 – Fotomicrografias da unidade RB – V: A) visão geral de área com distribuição relativa porfírica (luz natural); B) predominância de plasma com orientação relativa silassépica e bimassépica, e alguns domínios vossépicos e esquelsépicos (luz polarizada); C) e D) setor com ocorrência de neoestriãs (luz natural e polarizada, respectivamente); E) nódulos ferro-manganíferos (luz natural) (fotos do autor).

A unidade RB – VI apresenta distribuição relativa porfírica e tem 10% de poros, 35% de esqueleto e 55% de plasma (Fig. 78a). A porosidade é representada por macroporos muito finos (50%) e microporos (40%); de acordo com a morfologia, os poros são divididos em juntas (40%) e metacavidades (40%). Moderadamente selecionado, o esqueleto é constituído por silte (70%) e areia muito fina (15%). Há

90% de partículas transparentes, das quais 98% correspondem a quartzo. Em relação ao arredondamento, predominam grãos subangulares (35%) e angulares (35%), os quais geralmente se caracterizam por superfícies ferruginizadas (40%) e rugosas (25%). Sob luz natural, o plasma tem cor variegada: bruno-escura (7,5YR 3/2), bruna (7,5YR 4/3 e 4/4), bruno- forte (7,5YR 4/6, 5/6 e 5/8), amarelo-avermelhada (7,5YR 6/8 e 7/8), cinzento-escura (10YR 4/1), bruno-acinzentada-escura (10YR 4/2), cinzenta (10YR 5/1), bruno-acinzentada (10YR 5/2), bruna (10YR 5/3), bruno-amarelada (10YR 5/4, 5/6 e 5/8), amarelo-brunada (10YR 6/8) e amarela (10YR 7/8 e 8/8); nas áreas de estruturas plásmicas, predominam as cores bruno-forte (7,5YR 4/6, 5/6 e 5/8), bruno- amarelada (10YR 5/8) e amarelo-brunada (10YR 6/8). Sob luz polarizada, o plasma exibe cor marrom-escura ou cinza-escura a preta; nas áreas de estruturas plásmicas, a cor varia de amarelo-escura ou laranja a marrom-escura ou preta. A orientação relativa dominante do plasma é silassépica e argilassépica a isótica por opacidade; em alguns domínios, ocorre plasma vossépico (Fig. 78b). Há muito poucos cutãs de difusão (2%), com espessura entre 20 e 120 µm, contraste distinto, aderência forte a moderada, fábrica interna maciça a microlaminada plano-paralela e orientação difusa. Existem muitas glébulas (30%), classificadas em halos glebulares (65%) e nódulos ferro-manganíferos (35%), com dimensões entre 130 e 920 µm, morfologias irregulares, elípticas e esféricas com contornos irregulares e fábrica interna fraca a moderadamente impregnada (Fig. 78a).

Figura 78 – Fotomicrografias da unidade RB – VI: A) visão geral de área com distribuição relativa porfírica, caracterizada pela presença de diversas glébulas (luz natural); B) predominância de plasma com orientação relativa silassépica e argilassépica a isótica por opacidade, com alguns domínios vossépicos (luz polarizada) (fotos do autor).

Na unidade RB – VII, a distribuição relativa é porfírica, com 2% de poros, 53% de esqueleto e 45% de plasma (Fig. 79a). Mesoporos e macroporos muito finos ocorrem em quantidades idênticas (50%), e são classificados como ortocavidades. Dominado por silte (60%), com proporções menores de areia muito fina (20%) e areia fina (20%), o esqueleto é pobremente selecionado. Embora o percentual de grãos transparentes se mantenha constante, há redução no teor 90% de quartzo. Predominam partículas subangulares (35%) e angulares (30%), cujas superfícies são ferruginizadas (38%) e rugosas (30%). Sob luz natural, o plasma apresenta cor variegada: bruno-escura (7,5YR 3/2), bruna (7,5YR 4/3 e 4/4), bruno-forte (7,5YR 4/6, 5/6 e 5/8), amarelo- avermelhada (7,5YR 6/8), bruno-amarelada (10YR 5/6 e 5/8), amarelo- brunada (10YR 6/8) e amarela (10YR 7/8; 2,5Y 7/8 e 8/8); nas áreas de estruturas plásmicas, a cor varia de bruno-forte (7,5YR 5/6 e 5/8) a amarelo-avermelhada (7,5YR 6/8), bruno-amarelada (10YR 5/8) e amarelo-brunada (10YR 6/8). Sob luz polarizada, o plasma tem cor marrom-clara a preta, e amarelo-escura ou laranja a marrom-escura ou preta nas estruturas plásmicas. A orientação relativa do plasma é argilassépica e silassépica a isótica por opacidade, com alguns setores vossépicos e insépicos (Fig. 79b). Ocorrem alguns cutãs de difusão, de iluviação e de tensão/contração (10%), com espessura entre 20 e 130 µm, contraste distinto a proeminente, aderência moderada a forte, fábrica interna maciça a microlaminada plano-paralela e orientação difusa a nítida (Fig. 79c, d). Também se encontram algumas glébulas (10%), diferenciadas em halos glebulares (60%) e nódulos ferro- manganíferos (40%), com diâmetros entre 80 e 340 µm, morfologias irregulares e esféricas com contornos irregulares e fábrica interna fraca a fortemente impregnada (Fig. 79e).

Figura 79 – Fotomicrografias da unidade RB – VII: A) visão geral de área com distribuição relativa porfírica (luz natural); B) predominância de plasma com orientação relativa argilassépica e silassépica a isótica por opacidade, além de alguns domínios vossépicos e, pontualmente, insépicos (luz polarizada); C) e D) cutã de iluviação, cuja fábrica interna é caracterizada por microlaminação plano-paralela (luz natural e polarizada, respectivamente); E) nódulos e halos glebulares ferro-manganíferos (fotos do autor).

A unidade RB – VIII apresenta distribuição relativa porfírica e se constitui de 5% de poros, 60% de esqueleto e 35% de plasma (Fig. 80a). Predominam macroporos muito finos (45%) e, secundariamente, microporos (35%). Em termos morfológicos, os poros se distinguem em

ortocavidades (55%) e juntas (35%). De seleção pobre, o esqueleto é formado principalmente por areia fina (35%) e silte (25%). A quantidade de grãos transparentes não se altera (90%), porém o teor de quartzo diminui para 85%. As partículas do esqueleto têm orientação NO-SE fraca (Fig. 80a). Grãos subangulares (35%) são dominantes, com proporções menores de angulares (25%) e subarredondados (25%), mostrando superfícies ferruginizadas (35%) e rugosas (25%). Sob luz natural, a cor do plasma é variegada: bruna (7,5YR 4/4), bruno-forte (7,5YR 4/6, 5/6 e 5/8) e amarelo-avermelhada (7,5YR 6/8). A cor varia de bruna (7,5YR 4/3 e 4/4) a bruno-forte (7,5YR 5/6), amarelo- avermelhada (7,5YR 6/8), bruno-amarelada (10YR 5/8), amarelo- brunada (10YR 6/8) e amarela (10YR 7/8) nas áreas de estruturas plásmicas. Sob luz polarizada, o plasma exibe cor marrom-clara a preta, e amarelo-escura ou laranja a marrom-escura ou preta nas estruturas plásmicas. O plasma se caracteriza por orientação relativa argilassépica e silassépica a isótica por opacidade, com alguns domínios vossépicos (Fig. 80b). Existem muitos cutãs de difusão e de iluviação (20%), com espessura entre 20 e 450 µm, contraste distinto a proeminente, aderência moderada a fraca, fábrica interna microlaminada plano-paralela a maciça e orientação difusa a nítida (Fig. 80c, d). As glébulas totalizam 15%, e se dividem em halos glebulares (60%) e nódulos ferro- manganíferos (40%), com dimensões entre 80 e 640 µm, morfologias irregulares, reniformes, amidaloides e esféricas com contornos irregulares e fábrica interna fraca a moderadamente impregnada (Fig. 80e).

Figura 80 – Fotomicrografias da unidade RB – VIII: A) visão geral de área com distribuição relativa porfírica (luz natural); B) predomínio de plasma com orientação relativa argilassépica e silassépica a isótica por opacidade, além de alguns domínios vossépicos (luz polarizada).

Figura 80 (continuação) – Fotomicrografias da unidade RB – VIII: C) e D) cutã de iluviação, o qual apresenta microlaminação plano-paralela, com a