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A amostra apresenta uma proporção aproximadamente igual entre homens e mulheres (ver Tabela 5). Grande parte dos inquiridos situa-se numa faixa etária que se estende entre os 25 e os 54 anos (69,7%). Na amostra existem poucos inquiridos com mais de 55 anos. Mais de metade dos inquiridos (54.3%) frequentou o ensino superior, ou o ensino secundário (41.3%). Este facto reflecte-se a nível das profissões, em que se verifica que muitos dos inquiridos exercem funções a nível de quadros superiores e médios (29.3%). No entanto, também existem muitos estudantes (19.6%) e empregados do comércio e indústria (17.6%) na amostra.

Se compararmos pedestrianistas e não pedestrianistas verifica-se que a idade dos inquiridos está relacionada com o facto de praticar ou não pedestrianismo (Q2 =15455; α=0,00046). Os pedestrianistas apresentam uma forte tendência para se situarem nas faixas etárias dos jovens e de meia-idade (ver Tabela 6). Talvez por o pedestrianismo ser uma actividade que implica algum esforço físico, verificamos que o grupo dos mais idosos (inquiridos com mais de 55 anos) tendem a praticar esta actividade menos do que era de esperar. Entre os pedestrianistas de nacionalidade portuguesa e estrangeira não se verificam diferenças significativas a nível da idade.

46 Em todas as tabelas cruzadas que apresentam a comparação entre dois grupos, efectcuada com o teste do Q2, os resultados estão apresentados da seguinte forma: frequência, frequência esperada entre parêntesis e, em baixo, o respectivo valor residual standardizado. Os respectivos outputs do SPSS encontram-se no Anexo II, pag. 238-254.

Tabela 5: Dados sócio-demográficos

Frequência % Sexo Feminino 149 49.7 Masculino 151 50.3 Idade 15-24 anos 58 19.3 25-34 anos 102 34.0 35-44 anos 69 23.0 45-54 anos 38 12.7 55-64 anos 19 6.3 Mais de 64 anos 14 4.7 Nível de instrução

Escola primária e ensino preparatório 11 3.6

Ensino secundário/ Técnico profissional 115 38.3

Ensino superior 163 54.3

Não respondeu 11 3..6

Profissão

Quadros superiores e médios 88 29.3

Empregados do comércio e indústria 53 17.6

Patrões e proprietários agrícolas 5 1.6

Operários assalariados 20 6.6

Serviços e outras profissões 35 11.6

Estudantes 59 19.6

Domésticas 5 1.6

Reformados 14 4.6

Tabela 6: Idade dos inquiridos (pedestrianistas/ não pedestrianistas)47

Pedestrianistas Não pedestrianistas Jovens 42(38.7) 16(19.3) 1 -1 Meia idade 146(139.3) 63(69.7) 1.8 -1.8 Mais idosos 12(22.0) 21(11.0) -3.9 3.9

Também o nível de instrução mostra uma relação com a prática de pedestrianismo (Q2=16925; α =0.000). Para se efectuar este teste foi necessário retirar o item “Escola primária” porque muito poucos inquiridos responderam a este item. Segundo a Tabela 7 verifica-se que os pedestrianistas possuem um nível de instrução mais elevado. Entre os pedestrianistas de nacionalidade portuguesa e estrangeira não se verificam diferenças significativas a nível da escolaridade.

Tabela 7: Nível de instrução (pedestrianistas/ não pedestrianistas)

Pedestrianistas

Não Pedestrianistas Ensino primário e preparatório 5(7.4) 6(3.6

-1.6 1.6 Ensino secundário/ profissional 64(76.6) 51(37.4) -3.5 3.5 Ensino Superior 126(110.0) 38(53.0) 4.1 -4.1

Também a profissão dos inquiridos está relacionada com a prática do pedestrianismo (Q2 = 26147; α = 0,000). Para se efectuar o cruzamento das variáveis retiraram-se as categorias

47Para a utilização desta técnica tomou-se como pressupostos que o grau de significância seria de <0,05 e

que não mais de 20% dos valores da frequência esperada assumiram valores inferiores a 5 e nenhum assumiria valores inferiores a 1.

“Patrões e proprietários agrícolas” e “Domésticas” por apresentarem um número de frequências bastante reduzido. Verificou-se que existe uma maior incidência de pedestrianistas com profissões ligadas a “Quadros superiores e médios”. Os não pedestrianistas exercem tendencialmente profissões mais ligadas ao comércio e à indústria (ver Tabela 8). Houve ainda uma maior incidência no grupo dos reformados, como era de esperar, considerando a relação entre idade e pedestrianistas, anteriormente referida.

Tabela 8: Profissão dos inquiridos (pedestrianistas/ não pedestrianistas)

Pedestrianistas

Não pedestrianistas Quadros superiores e médios 20 (30.1) 68 (57.9)

-2.8 2.8

Empregados do comércio e indústria 27 (18.1) 26 (34.4)

2.9 -2.9

Operários assalariados 4 (6.8) 16 (13.2)

-1.4 1.4

Serviços e outras profissões 12 (12.0) 23 (23.0)

0.0 0.0

Estudantes 18 (20.2) 41 (38.8)

-0.7 0.7

Reformados 11 (4.8) 3 (9.2)

3.8 -3.6

A origem dos inquiridos que não praticam pedestrianismo foi pré-definida no sentido de serem entrevistados 50 indivíduos residentes na cidade do Porto e 50 indivíduos residentes na cidade de Lisboa. Para os pedestrianistas, tanto de nacionalidade portuguesa como estrangeira, não foi definida a origem. A maioria dos pedestrianistas de origem nacional provém de três distritos que se encontram na faixa litoral, nomeadamente, Porto (17%), Aveiro (17%) e Coimbra (17%).

Tabela 9: Distrito de residência dos pedestrianistas de nacionalidade portuguesa

Frequência % NORTE

Porto 17 17.0

Braga 4 4.0

Viana do Castelo 2 2.0

Vila Nova de Gaia 2 2.0

Total 25 25 CENTRO Aveiro 17 17.0 Coimbra 17 17.0 Lisboa 7 7.0 Viseu 6 6.0 Leiria 6 6.0 Castelo Branco 3 3.0 Total 56 56 SUL Évora 5 5.0 Santarém 1 1.0 Setúbal 1 1.0 Total 7 7 FORA DO PAÍS França 12 12.0 Total 12 12

Pode efectivamente verificar-se que a maioria dos distritos referidos na Tabela 9 pertencem à região Centro, esses distritos são: Aveiro, Coimbra, Lisboa, Viseu, Leiria, Castelo Branco e Santarém, que em conjunto perfazem 56%. Como uma grande parte da aplicação dos questionários a pedestrianistas incidiu em trilhos situados na região Centro (Serra da Estrela, Buçaco, Reserva de S. Jacinto, Arouca) (ver Metodologia, Figura 21, pag.137), parece poder concluir-se que o mercado interno apresenta uma preferência para frequentar trilhos pedestres com alguma proximidade de casa. É de salientar que 12% dos inquiridos se encontra a morar fora de Portugal, nomeadamente em França, explicável pelo elevado número de emigrantes portugueses que se encontra a passar férias no país durante os meses de Verão.

Na Tabela 10 pode verificar-se que 98% dos inquiridos de nacionalidade estrangeira provêm da Europa, sendo a única excepção o Brasil (2%). É de salientar que Portugal se encontra bastante dependente de mercados Europeus, nomeadamente, de Espanha, Reino Unido, Alemanha, França e Holanda que constituem 85,2% das entradas no país (ver Capítulo 2). Mais de metade da amostra provém de França (54%), país que tem uma forte tradição na prática desta modalidade (ver Capítulo 3), seguindo-se a Holanda (11%), Alemanha (9%) e Inglaterra (9%). Segundo a ERA (2003) são países que também possuem tradição na prática do pedestrianismo. Estes dados vão de encontro a um estudo desenvolvido pela MINTEL (2003) sobre o mercado do turismo de aventura europeu em que se verifica que os principais mercados deste produto (que inclui o pedestrianismo) são a Alemanha, a França, a Holanda e a Inglaterra. Neste contexto ressalta a falta de pedestrianistas espanhóis na amostra recolhida, o que pode estar relacionado com um menor interesse de turistas desta nacionalidade na prática do pedestrianismo em Portugal.48

Tabela 10: País de residência dos pedestrianistas de nacionalidade estrangeira Frequência % França 54 54 Holanda 11 11 Alemanha 9 9 Inglaterra 9 9 Espanha 8 8 Bélgica 5 5 Brasil 2 2 Dinamarca 2 2

A questão referente ao habitat (ver Tabela 11) só foi colocada aos pedestrianistas (ver Anexo I, pag. 214) visto que os não pedestrianistas foram inquiridos nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Grande parte dos pedestrianistas provém de um ambiente de cidade (58%) e de vila (38%). O número de pedestrianistas que provém do campo é bastante reduzido (3,5%). Este facto pode estar ligado ao facto de cerca de 80% da população europeia (que domina a amostra) viver em cidades (Comissão Europeia

48 Um estudo bastante exaustivo sobre o turismo em áreas rurais no norte de Portugal (N=2280) chegou também à conclusão que o mercado espanhol estava sub-representado numa amostra que foi considerada, pela metodologia da sua recolha, como sendo representativo desse tipo de turismo no Norte de Portugal. Também este dado pode confirmar que se trata de um mercado porventura menos atraído pelo natural e rural quando visita Portugal (Kastenholz, 2002).

1999, citado por Gonçalves, 2003). Não existem diferenças significativas entre pedestrianistas nacionais e estrangeiros neste domínio.

Tabela 11: Habitat dos pedestrianistas

Frequência %

Cidade 117 58.5

Vila 76 38

Campo 7 3.5