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a) Procura externa12

Entre 1990 e 2001 a entrada geral de estrangeiros em Portugal aumentou gradualmente. No entanto, em 2002 verificou-se uma ligeira descida tanto a nível de turistas como de excursionistas (ver Figura 3), provavelmente devido ao efeito de 11 de Setembro, verificado a nível do turismo internacional. A partir de 2002 verificou-se uma retoma no crecimento. 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000

Figura 3: Entrada de estrangeiros em Portugal

Turistas 8019,9 8884,1 9132,4 10172,4 11295 11632 12096,7 12167,2 15388,8 11707,2 Excursionistas 10179,8 11634,9 12385,2 13841,6 5029,9 15119,6 15691 15813,9 15388,8 15535,6

1990 1992 1994 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte DGT, 2000, 2001, 2002d,2004

Turismo internacional

No domínio da entrada de turistas, as dormidas na hotelaria mostram que Espanha, o Reino Unido, Alemanha, França e Holanda são os principais mercados emissores, verificando-se que Portugal apresenta uma forte dependência em relação a estes países (ver Figura 4). De salientar que num estudo desenvolvido pela MINTEL (2003) o Reino Unido, a França, Alemanha e Holanda são os principais mercados de turismo de aventura soft13.

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 E spanh a Re in o Un id o A lemanh a F ranç a H ol and a Ir land a Bé lg ic a Itá lia C anad á S uéc ia Ou tr os

Figura 4: Dormidas na hotelaria por nacionalidades (2003)

Fonte: DGT, 2004

Quanto à permanência média geral dos turistas no país, verifica-se uma média de 10,8, destancando-se alguns países que se posicionam acima deste valor, nomeadamente, a Noruega, com maior período de permanência média (perto dos 17 dias), seguindo-se a Holanda e a Suécia (ver Figura 5). Os espanhóis apesar de serem um mercado emissor muito importante possuem o período de permanência média mais baixo, (explicável pelo facto deste ser o principal mercado excursionista em Portugal e de também visitarem o país, pela sua proximidade, somente para curtas estadias de fim-de-semana.

13 A MINTEL (2003) define aventura soft como sendo uma forma de turismo activo que envolve actividades em que o risco percebido é superior ao efectivo. Os consumidores para desenvolverem actividades deste âmbito não necessitam de preparação prévia, como fazer uma caminhada por um trilho pedestre com um grau de dificuldade pequena ou média.

16,8 14,8 14,1 11,6 11,2 9,5 9,2 7,8 6,7 6 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias Noruega Holanda Suecia Suíça Alemanha R.U. França Belgica E.U.A Japão P aíses

Figura 5: Permanecia média geral-2002

Fonte: DGT, 2002d

A nível das dormidas de estrangeiros em alojamento pago (ver Figura 5), verifica-se que o Algarve e Lisboa e Vale do Tejo foram os destinos do Continente, mais procurados em 2002, com uma percentagem superior a 70% em relação ao restante território nacional. A forte incidência na área de Lisboa e Vale do Tejo centra-se no facto de o destino Lisboa (cidade) apresentar um elevado número de estabelecimentos hoteleiros e de ser um destino bastante procurado.

0 2000000 4000000 6000000 8000000 10000000 12000000

Alentejo Região Autónoma dos Açores Porto-cidade Centro Norte a) Lisboa e Vale do Tejo b) Lisboa- cidade Região Autónoma da Madeira Algarve

NU

TS

Figura 6: Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos e apartamentos turísticos por NUTS (2001-2002)

2001 2002

Fonte: DGT/ INE, 2003

Em termos globais o Algarve, a região autónoma da Madeira e Lisboa aglutinam a maior percentagem de dormidas em Portugal (quase 90%). É de ressaltar que em 2002 se verificou uma descida nas dormidas na Região do Algarve.

Sazonalidade

A sazonalidade foi analisada com base nas dormidas na hotelaria (ver Figura 7). É possível verificar que Portugal é dominado por um padrão sazonal. A forte incidência de procura de alojamento hoteleiro na época estival evidencia uma procura do produto “sol e praia”.

Figura 7: Dormidas na Hotelaria Tradicional (2002) 0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 3000000 3500000 4000000 4500000 5000000 Janeir o Feve

reiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setem bro Outub ro Nove mbro Deze mbro Fonte: DGT, 2003 b) Procura Interna14 Índice de gozo de férias

Segundo os dados que têm vindo a ser divulgados pela DGT, nos últimos anos verificou-se um crescimento do número de portugueses que gozam férias fora de casa. No entanto, em 2001 verificou-se uma pequena descida que se tem mantido com 71% da população a gozar férias em 2000, até aos 66% verificados em 2003.O decréscimo verificado pode estar ligado com a crise económica que atinge o país e que levou as pessoas a serem mais prudentes em relação aos gastos em férias (ver Figura 8).

14A análise efectuada à procura interna, tanto a nível de gozo de férias como ao gozo de fins-de-semana fora

Figura 8: Índice de gozo de férias dos portugueses (1997-2003) 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

No estrangeiro Em Portugal Total da população que gozou férias

Fonte: DGT/2004c

Caracterização sócio-económica

Grandes partes dos portugueses que goza férias fora de casa são residentes da Grande Lisboa e do Grande Porto. Em Portugal existe uma maior percentagem de homens a gozar férias fora de casa e verifica-se um maior índice nos estratos sócio-económicos mais elevados diminuindo nos estratos mais baixos. Salienta-se que tanto os estratos alto e médio-alto como o estrato baixo evidenciam um aumento do índice de férias, tendo passado, respectivamente de 93% em 2000 para 96% em 2001 e de 28% em 2000 para 31% em 2001. As pessoas que exercem funções ligadas a quadros médios e superiores, empregados do comércio, da indústria e dos serviços e os operários assalariados apresentam os maiores índices de gozo de férias.

Comportamento que antecede a viagem

O comportamento que antecede a viagem é analisado através da recorrência aos serviços de Agências de Viagens e Turismo (AVT) e reserva de alojamento. Os portugueses que residem no Algarve são os que desfrutam com mais assiduidade dos serviços prestados pelas Agências de Viagens. Em 2003 grande parte dos utilizadores das Agências de Viagens foram as pessoas da faixa etária superior aos 55 anos que recorreram às AVT principalmente para adquirir serviços para os seguintes destinos: Região Autónoma da

Madeira, Região Autónoma dos Açores e estrangeiro. Relativamente ao recurso à Internet, em 2003, verificou-se que dos 38% dos indivíduos com 15 ou mais anos que tiveram acesso, 32% consultaram sites sobre férias. Da população que consultou sites sobre férias, apenas 9% fez reserva.

Motivação

Os portugueses gozam férias com o intuito de repousar. No entanto, também existem outros motivos que merecem destaque como actividades de praia, diversões, apreciação de paisagens e encontro com pessoas de outras regiões.

Comportamento durante a viagem

Os portugueses preferem os meses de Verão para praticar férias, destacando-se o mês de Agosto, seguido pelo mês de Julho e Setembro, apresentando uma forte sazonalidade estival. Os períodos de férias estendem-se entre 8 a 22 dias, verificando-se uma fraca incidência para períodos muito longos (superiores a 22 dias). As férias são, na generalidade, gozadas de uma só vez.

Os portugueses preferem o Algarve e as praias entre o Douro e Tejo para passar férias dentro do território nacional, verificando-se que existe uma forte incidência para os produtos ligados ao “sol e praia”. Para desfrutar umas férias fora de casa, os portugueses preferem um ambiente de praia, o que pode explicar a forte sazonalidade estival e as zonas de férias que estes preferem (litoral). No entanto, também se verifica uma forte atracção por ambientes de cidade e de campo. Os residentes da Região de Lisboa são os que, na generalidade, mais se deslocam para qualquer uma das outras áreas ou sub-áreas promocionais. Os portugueses que optam por sair do país escolhem, na sua maioria, Espanha, França, Itália, Suíça, Alemanha e Inglaterra, destinos situados na Europa e próximos de Portugal.

Os portugueses utilizam bastante o automóvel para se deslocarem aos destinos de férias e mostram uma forte apetência por alojamento não pago, isto é, por casas de familiares e amigos. No entanto, a recorrência à hotelaria, a parques de campismo e casas alugadas (apartamentos e moradias) tem vindo a aumentar nos últimos anos.

Os portugueses afirmam estar satisfeitos com os divertimentos disponíveis nos locais de férias. Aqueles que apresentaram uma opinião contrária indicaram, na sua maioria, um número insuficiente de discotecas, bares/ música ao vivo, ginásios/ piscinas e teatros.

Gozo de fins-de-semana

Durante o ano de 2003 cerca de 35% dos residentes em Portugal continental e maiores de 15 anos, desfrutaram fins-de-semana fora da residência habitual (ver Figura 9). Entre 1997 e 2000 verificou-se uma tendência para esta prática crescer, tendo-se estabilizado em valores próximos de 35% nos últimos anos. Este hábito pode ser significativo para a prática do pedestrianismo no território nacional.

Figura 9: Índice de gozo de fins-de-semana (%)

12 21 24 32 34 33 36 35 0 5 10 15 20 25 30 35 40 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Anos % Fonte: DGT, 2004c

Caracterização sócio-económica

Os portugueses que desfrutam de fins-de-semana fora de casa provêm, na sua maioria, da Grande Lisboa e do Litoral, habitando em locais com uma dimensão que varia entre os 2 000 habitantes e os 100 000. Existe uma distribuição equitativa entre homens e mulheres e situam-se numa faixa etária que varia entre os 15 e os 44 anos. Estes portugueses exercem principalmente profissões ligadas a quadros superiores e médios ou são empregados do Comércio, Indústria e Serviços e estão integrados num estrato social alto, médio alto e médio superior.

Motivação

A principal motivação de viagens está ligada ao descanso e à necessidade de recuperação física e psíquica, mas a visita a familiares e amigos, a distracção e o prazer constituem também um forte apelo para a deslocação aos fins-de-semana. A natureza é um elemento que tem a capacidade para ajudar na recuperação física e psíquica (ver capítulo 1). A pratica de trilhos pedestres na natureza, principalmente no interior do país, poderia ser uma alternativa bastante benéfica para os portugueses que procuram desfrutar de fins-de- semana fora de casa.

Comportamento durante o fim-de-semana

O automóvel é o meio predilecto dos portugueses para se deslocaram aos fins-de-semana, sendo a viatura própria a preferida ou, em alternativa, a viatura de familiares e amigos. Para pernoitar durante os fins-de-semana os portugueses recorrem com bastante frequência a alojamento não pago, nomeadamente, à casa de familiares e amigos e residência secundária. No entanto, os portugueses que recorrem a alojamento pago escolhem a hotelaria tradicional.

O “trilho pedestre” é uma actividade que pode ser desenvolvida durante os fins-de-semana podendo constituir um produto atractivo para os inúmeros portugueses que começam a desfrutar de fins-de-semana fora de casa.