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Planejar, Definir Alvos e Crescimento de Igrejas

No documento O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer (páginas 133-136)

Planejar e definir alvos atrapalham a soberania de Deus e a liderança do Espírito Santo? As igrejas estão se apoiando na força humana ao invés do poder de Deus, quando elas fazem palnejamento? Essas questões são importantes já que evidências estatísticas apoiam a tese do crescimento de igrejas de que planejamento e definição de alvos contribuem para o crescimento da igreja. Hadaway observa que igrejas que fazem planos para o crescimento, normalmente experimentam crescimento. Das igrejas estudadas, 69% das igrejas em crescimento eram igrejas que faziam planejamento, comparado com os 32% apenas de igrejas em platô. Alguns escritores do crescimento de igrejas repetem o clichê: “Falhar ao planejar é planejar falhar.” Vamos ver algumas das razões pelas quais os líderes estão encorajando as igrejas a planejarem para o crescimento.

Planejando para o crescimento

C. Peter Wagner cita pelo menos seis vantagens do planejamento:

1. Aumenta a eficiência. Os recursos de Deus de tempo, energia e dinheiro são usados de maneira melhor para a boa mordomia.

2. Permite correções no meio do percurso.

3. Une o grupo com plano e visão únicos. Cada membro do grupo entende seu papel na visão.

4. Ajuda a medir a efetividade. O progresso é medido de acordo com os planos. 5. Torna a responsábilidade natural.

6. Pode tornar um modelo para ajudar outros.

Ter um plano, somente, naturalmente, produz crescimento? A resposta é um “sim” qualificado. É possível que o planejamento possa ser contraprodutivo porque muito da energia e entusiasmo pode ser usado no processo de planejamento. Esse é o porquê, urge Bill Sullivan, a ação precisa se seguir rapidamente depois que o plano tenha sido estabelecido.

O planejamento possui vários elementos. O elemento chave é visão. No capítulo 19 examinamos o fator mais principal da liderança e como a liderança deve articular uma visão. Dessa visão é saem os alvos, subprodutos da visão. Veremos os alvos em detalhes na próxima seção. Depois vem as estratégias, que são os meios específicos pelos quais esses alvos serão alcançados. Uma vez que uma estratégia específica tem sido articuladas, esse plano tem que ser comunicado e pentercer a igreja. Torna-se “nosso plano” ao invés do plano do pastor ou dos grupos. Finalmente, o plano deve ser avaliado e reajustado regularmente, pelo menos uma vez por ano.

Tal processo de planejamento realmente contribui para o crescimento? Aparentemente, a resposta é “sim.” A pesquisa de Hadaway novamente afirma o valor pragmático dessa abordagem: “O resultado das pesquisas mostram que 85% das igrejas que tem saído do platô têm reavaliado seus programas e prioridades durante os últimos cinco anos, comparando aos 59% de igrejas que permaneceram no platô. Similarmente, 40% de igrejas em início de crescimento criaram planos de longo alcance, comparado com os apenas 18% de igrejas que continuaram no platô.”

Embora haja uma forte e positiva correlação entre planejamento e crescimento, a correlação é ainda maior com a definição de alvos. Definir alvos motiva a igreja a colocar o plano em ação.

134 Defindo alvos

Relacionado ao método de estratégia de planejamento de crescimento de igrejas tem sua ênfase na definição de alvos. Wagner chama de “o maravilhoso poder de definir alvos.” Ele iguala definir alvos com fé: “o esmagador consenso de indivíduos que Deus tem abençoado com grandes, crescentes igrejas é que nada poderia ser feito sem a fé necessária para definir os alvos. Concordo com Arthur Adams que disse, „Fé é a qualificação mais importante de um líder. Um compromisso com algo tão forte que molda a vida do líder é contagioso.‟”

Wagner percebe que esses alvos, para contribuir com o crescimento da igreja, não pode ser arbitrário. Sua idéia de “bons alvos” inclui cinco características.

Primeiro, alvos devem ser relevantes. Eles devem estar realcionados com as necessidades da igreja e da comunidade. Uma igreja que define alvos tem consciência de suas forças, fraquezas e ministérios.

Segundo, alvos devem ser mensuráveis. Um alvo vago, que não pode ser medido em uma estrutura específica de tempo é inútil. Além disso, Wagner acredita que um sistema de responsabilidade de ser construido em um processo de definição de alvos.

Terceiro, o alvo deve ser significante. “Evite alvos magros e aprenda a confiar em Deus para as grandes coisas.” Muitas igrejas carecem da fé necessária para um crescimento significante.

Quarto, o alvo deve ser controlável. “Fazer castelos no ar e definir alvos ridículos é contraprodutivo e produz tanta frustração que algumas pessoas desistem de praticar a definição de alvos.” Ainda assim, Wagner acredita que é melhor definir um alvo ambicioso e falhar, do que tentar nada e ser bem sucedido.

Finalmente, alvos devem ser relacionados ao pastor e as pessoas da igreja local. As pessoas devem demonstrar compromisso com os alvos, com seu tempo, dinheiro e energia.

Por que a definição de alvos é uma ferramenta tão importante para o crescimento de igrejas? Como a definição de alvos levam as igrejas a crescer? Talvez, mais que qualquer outro fator, ela dá direção a visão da igreja. Poucas igrejas tem planos, mas ainda menos igrejas definem alvos para cumprir seus planos.

A definição de alvos, se é desafiadora e realística, pode produzir motivação e estímulo. Os líderes precisam perceber que a maioria dos membros de nossas igrejas estão famintos por serem parte de uma igreja que faz a diferença. Se esses membros puderem ver uma real evidência que a igreja e sua liderança estão comprometidos com novos e desafiadores rumos, o entusiasmo será natural e espontâneo.

A definição de alvos pode tornar uma igreja direcionada para o futuro, ao invés de ficar atada a tradição. Tradição é saudável. Mantém-nos cientes de nossa herança e passado. Dá- nos uma sensação de gratidão por aqueles que vieram antes de nós, e por seus feitos. Tradicionalismo, porém, não é saudável. Faz do passado o ponto de foco e a fonte de nossa adoração. Tira nossos olhos do que Deus pode fazer, porque escolhemos fazer da maneira que as coisas eram feitas no passado a maneira que Deus irá trabalhar no futuro. Tradicionalismo mata a visão porque não irá se mover do “nunca fizemos desse jeito.” Definição de alvos é a maneira de focar e sonhar novamente.

Avaliação

A sólida evidência sugere que existe uma positiva correlação entre crescimento de igreja, planejamento e definição de alvos. Essa avaliação deve perguntar: Tal metodologia é biblicamente confiável? No capítulo 9, concluimos que esforços humanos para crescer uma igreja não vai contra a teologia que afirma a total soberania de Deus. Ainda assim precisamos

135 perguntar: Esse é um modelo bíblico ou é um modelo de outra fonte, talvez do mundo dos negócios?

Alguns críticos tem argumentado com a defesa bíblica do crescimento de igrejas da intervenção humana sobre a difusão do evangelho. O ponto a ser considerado, porém, é a ênfase no planejamento estratégico. É uma ordem bíblica que “não é ... opcional na vida humana e atividade”? ou a ênfase é o resultado de uma hermenêutica pragmática que leva a estratégia de planejamento, porque tal planejamento resulta em crescimento numérico?

Wagner nos dá alguns exemplos bíblicos de planejamento estratégico, mas sua preocupação é mais pragmática que teológica. Ele sustenta que os cristãos devem, primeiramente, ter uma relação adequada com Deus. Se tal relacionamento existe “estamos livres para planejar estratégia usando os métodos e tecnologias que melhor cumprirão o trabalho de Deus nesse mundo.” Em outras palavras, planejamento e estratégia resultarão em crescimento numérico. Os exemplos bíblicos de planejar estratégia, que Wagner oferece, vem, em grande parte, de Provérbios, que traz conselhos práticos para planejamentos. Ele também diz que Paulo era um planejador pragmático em sua estratégia de alcançar os gentios.

Antes de aceitar a premissa de Wagner de que existe um “padrão bíblico de consagrado pragmatismo [e] ... planejamento de estratégia,” é provavelmente melhor considerar planejamento de estratégia como mais pragmático que bíblico, ao afirmar seu valor no empenho no crescimento de igrejas. quando Wagner fala das vantagens de ter uma estratégia para o crescimento da igreja, seus pontos são muito parecidos com os que ouvimos nos negócios. Seus pontos não são não bíblicos, e estão preocupados com o alvo de ganhar mais pessoas para Cristo. Suas fontes, porém, são de preocupação mais pragmática do que sólida evidência bíblica.

Os defensores do crescimento de igrejas também acreditam que definição de alvos é uma atividade natural para as pessoas. “Pode muito bem ser algo que Deus quis para os seres humanos na criação.” Wagner gosta do pragmatismo da definição de alvos. Seus estudos empíricos concluiram que “projeções de fé” tem um efeito positivo no acelerado crescimento de igrejas. Ele freqüentemente cita a igreja Yoido Full Gospel, em Seul, a maior igreja do mundo. Seu pastor, Paul Yonggi Cho, acredita firmemente em definição de alvos. Wagner lembra de seu primeiro encontro com Cho em 1976, quando a igreja tinha “apenas” 50.000 membros. Em seu primeiro encontro, Cho contou a Wagner que sua igreja tinha um alvo de 500.000 membros até 1984, centenário do protestantismo na Coréia. Instalações inadequadas foram o fator que levou ao fracasso de alcançar o alvo em 1984, mas a igreja excedeu a marca de 500.000 membros em 1985.

Planejamento e definição de alvos podem ser saudáveis para a igreja e seu crescimento. Em nossos esforços entusiamados para planejar para o crescimento da igreja, porém, não devemos nunca tentar iniciar qualquer estágio de planejamento sem antes orarmos intensamente ao buscarmos orientação do Espírito Santo. As ferramentas para o planejamento e a definição de alvos podem ser de tremendo benefício. Eles podem ser passos de fé; mas precisam ser guiados cuidadosamente pelas mãos de Deus. Se tal orientação acontecer, planejamento será um “edifício de ouro, prata, pedras preciosas” se não, o trabalho será “madeira, feno, palha ... pelo fogo será descoberta ... se queimará”(1 Cor. 3:12-15).

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No documento O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer (páginas 133-136)