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Receptividade e Crescimento de Igrejas

No documento O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer (páginas 125-127)

Os dois capítulos anteriores lidaram com levar pessoas à igreja, o que é normalmente chamado de “abrir a porta de entrada.” Esse capítulo seria algo como um anexo desse tema. Estamos olhando, especificamente, a dois princípios do “abrindo a porta de entrada” que tem trazido mais discussão debate. Deve ficar entendido que esses princípios, especialmente o princípio da unidade homogênea, não são, necessariamente, princípios primordiais do crescimento de igrejas. Tenho ouvido muitas críticas de que o Movimento de Crescimento de Igrejas iguala o princípio da unidade homogênea com a totalidade do crescimento da igreja. Pelo contrário, vejo pouca coisa sobre homogeneidade na literatura de crescimento de igrejas atualmente.

Um livro sobre crescimento de igrejas, porém, seria incompleto se não tivesse alguma discussão desses princípios. O leitor pode notar uma abordagem mais técnica nesse capítulo comparado com os capítulos sobre princípios. Essa abordagem é necessária porque os críticos devem ser ouvidos, respondidos e explicados apropriadamente.

O princípio da receptividade

Focar nas pessoas receptivas tem sido visto como uma grande contribuição para o crescimento de igrejas. George G. Hunter III chamou a consciência e evangelização de pessoas receptivas do crescimento de igrejas de “a maior contribuição do Movimento de Crescimento de Igrejas para evangelização mundial dessa geração.” C. Peter Wagner acredita que “em um dado momento certos grupos de pessoas, famílas, e indivíduos serão mais receptivos à mensagem do evangelho que outros.” Essa perpectiva é chamada de “teoria da resistência- receptividade.”

O pragmatismo de Wagner se torna evidente aqui. A teoria postula que os recurso de tempo, pessoal e dinheiro deveria ser canalizado para onde há uma maior receptividade ao evangelho. “Apesar de Deus poder intervir e indicar de maneira diferente, só faz sentido dirigir o montante de recursos disponíveis para áreas onde há um grande número de pessoas com maior probabilidade de se tornarem discípulos de Cristo.” Wagner não defende negligenciar áreas resitentes, mas essas áreas deveriam receber menos recursos que as áreas receptivas.

Wagner encontra justificativas bíblicas para o princípio da receptividade no que ele entitula de “o princípio da colheita” da Bíblia: o princípio fundamental do cultivo é a colheita. É a visão do fruto. O alvo do fazendeiro é fazer uma colheita daquilo que plantou. Jesus admite isso quando falou aos discípulos sobre a colheita: “Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a colheita” (João 4:35). Ele mencionou que em alguns casos uma pessoa semeiam, enquanto outros colhem o fruto, mas eles se alegram juntos porque a combinação de seu trabalho resultou na colheita (João 4:36-37).

Wagner cita a parábola de Jesus sobre o semeador que as sementes caíram em quatro lugares (Mat.13:1-23). Apenas um dos quatro lugares era uma lugar fértil para a semente. A semente (a palavra de Deus) que caiu em solo bom produziu fruto em grande quantidade (Lucas 8:11). O “solo,” de acordo com essa interpretação, é “a pessoa que foi tão preparada que eles ouvem a palavra e entendem.”

Wagner concluiu que estratégias eficazes de evangelismo tentam identificar as pessoas mais receptivas. “Teste de solo” deveria ser usado também para avaliar a localização dos recursos e das metodologias. Se os resultados forem bons, (por exemplo, se um crescimento numérico for evidente) a localização significativa dos recurso deve continuar. “Se eles não

126 forem, ligações emocionais não devem evitar a inutilização de qualquer metodologia que não estiver funcionando.”

Wagner cita o próprio ministério de Jesus. Jesus disse: “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara” (Mat. 9:37-38). Wagner vê esse pronunciamento como uma clara indicação de que Jesus ordenou a necessidade de grandes números quando a seara estiver madura. Jesus estabeleceu uma estratégia de evangelismo para os discípulos. Em Mateus 10:11-14, Ele instruiu os discípulos a testarem a receptividade de uma cidade. Se os discípulos não fossem bem recebidos pelas pessoas, deveriam deixar a cidade e tirar o pó de seus pés. “Tirar o pó dos pés era um sinal de protesto, culturalmente reconhecido, nesse caso contra o resistência do evangelho.”

Wagner não poder ser um teológo sem também ser um ativista. Sua abordagem pragmática ao crescimento de igrejas impede a magnificência de apenas teologizar. Ele precisa agir sobre sua teologia. Como alguém implementa uma estratégia evangelística baseada no princípio da receptividade?

Wagner dá crédito a Edward R. Dayton por produzir a mais usada “áxis da resistência- receptividade.” Essa áxis já é usada pelo Grupo de Estratégia de Trabalho do Comitê de Lausanne para Evangelização Mundial.

Escala Resitência/Receptividade

Uma estratégia de crescimento de igrejas é descobrir onde as pessoas receptivas estão localizadas, especialmente aqueles do extremo lado direito da escala. A pesquisa de Wagner e outros produziram três áreas onde as pessoas mais receptivas ao evangelho estão, provavelmente, localizada.

127 Receptividade deveria ser esperada, primeiro, onde as igrejas já estão crescendo. Apesar de tal área poder até ter um certo número de igrejas, é provável que um grande número de pessoas que continuam fora da igreja, mas receptivas ao evangelho.

Uma segunda área provável de receptividade está onde as pessoas estão encontrando mudanças significativas: mudança social, mudança política, mudança econômica ou mudança psicológica. Mais que outros grupos, essas pessoas estão sucetíveis a se tornarem discípulos de Cristo durante períodos de mundança e transição.

O terceiro maior grupo de pessoas receptivas são as massas, os trabalhadores comuns e os pobres. Wagner disse que “a religião, normalmente, entra na sociedade pelas massas e se desenvolve.” Excessões específicas a essa regra, porém, devem ser reconhecidas. Nos Estados Unidos, a receptividade ao evangelho ultrapassa as linhas de classe, mas na Inglaterra, a classe trabalhadora é mais resistente.

A estratégia de crescimento de igrejas, então, tenta canalizar os recursos para as áreas mais receptivas. Wagner é duro ao dizer que até mesmo os campos resitentes devem receber recursos de pessoal, tempo e dinheiro, embora um recurso menor que as áreas receptivas.

Nenhum defensor de crescimento de igrejas que conheço sugeriu que evitássemos os resistentes. A Grande Comissão diz que devemos pregar o evangelho a toda a criatura. Donald McGravan, desde o princípio, ensinou que deveríamos “ocupar os campos de pouca receptividade de maneira leve.” Em muitos casos, os trabalhadores cristãos não podem fazer nada além do que estabelecer uma presença amigável e silenciosamente semearmos. Deus continua chamando muitos dos Seus servos para fazer apenas isso, e eu sou um dos que apoia e encoraja isso.

No documento O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer (páginas 125-127)