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Sinais e Prodígios e Crescimento de Igrejas

No documento O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer (páginas 148-155)

Uma história semelhante tem sido contada muitas vezes pelos entusiastas dos sinais-e- prodígios. Essa história em particular aconteceu no início dos anos 80 na Cidade do México. Os pais de um garoto de doze anos pediram ao evangelista e plantador de igrejas Ausencio Gonzalez para ir com eles ao hospital para orar pelo filho deles. O garoto estava paralizado, surdo e mudo. Os funcionários do hospital não permitiram que Gonzalez orasse no hospital porque, mais cedo, outros pentecostais tinham perturbado alguns pacientes. O evangelista decidiu que a criança deveria ser colocada em uma cadeira de rodas e levada para o lado de fora do hospital.

Uma multidão se juntou na movimentada estação de metrô, quando Gonzalez proclamou que Deus iria curar o garoto. O evangelista orou. Silenciosamente, ele disse ao garoto, “Levante-se”. O pai lembrou Gonzalez que a criança estava surda e não poderia ouvir sua admoestação para levantar. Para o choque da multidão, o garoto se levantou da cadeira de rodas e começou a andar. Depois, a criança falou: “Mama, Papa”; então, ele começou a cantar, “Cristo viene muy pronto.”

Imediatamente, na presença da grande multidão, muitos dos espectadores receberam a Cristo como Senhor e Salvador. Outros correram para o hospital para trazer seus parentes e amigos doentes. Muitos outros foram curados. A cada cura, a multidão comemorava. E muitos outros entregaram sua vida a Cristo.

Esse evento e muitos outros testemunhos como esse descrevem o que agora é chamado “evangelismo sinais-e-prodígios” ou “evangelismo de poder.” Curas, exorcimos ou outros milagres são demonstrados com crédito e glórias dados a Jesus Cristo. Consequentemente, muitas pessoas, diretamente afetados pelos milagres ou apenas espectadores, receberam a Cristo nesse momento.

Essas cenas são freqüentemente descritas como semelhantes ao Pentecostes, em Atos 2, ou outros eventos da igreja primitiva. Pedro e João oraram por esses milagres: “Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra; Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus,” (Atos 4:29-30). Em Atos 5:12, “muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos.” O resultado? “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” (Atos 5:14).

No capítulo 6 desse livro, vimos a peregrinação de Wagner nos sinais-e-maravilhas e a influência que a mudança de seu paradigma teve no Movimento de Crescimento de Igrejas. Agora, olharemos além de Wagner para determinar por que alguns líderes de crescimento de igrejas vêem o evangelismo de poder como o método ungido por Deus para alcançar mais pessoas para Cristo neste século e no próximo.

O fenômeno Latino-americano

“Nunca antes na história da humanidade um movimento cresceu tão rapidamente como o crsitianismo está crescendo nos dias de hoje. Sem auxílio de forças polícas ou militares, a mensagem do reino de Deus está rompendo fronteiras em vastas áreas da Ásia, África e América Latina com um crescimento de igreja em seguida ... Entre os pentecostais, o crescimento mais rápido tem acontecido na Améria Latina.” Esse fenômeno não escapou do olhar do Movimento de Crescimento de Igrejas. Muito tempo e esforço tem sido colocado em estudos sobre o crescimento de igreja na América Latina.

149 As estatísticas de crescimento da igreja na América Latina revelam que esse movimento temv visto mais novo crescimento que em qualquer movimento similar na história da igreja. O crescimento começou lentamente no início do século vinte, mas sua força tem sido fenomenal:

Número de protestantes na América Latina

1900...50.000 1930...1.000.000 1950...5.000.000 1960...10.000.000 1970...20.000.000 1980...50.000.000 2000 (estimado)...137.000.000 A maior parte do crescimento vem dos pentecostais. Na virada do século, não havia pentecostais na América Latina. Em 1950, cerca de vinte e cinco por cento, dos cinquenta milhões de protestantes, eram pentecostais. Hoje, com a população protestante chegando a cem milhões, setenta e cinco por cento são pentecostais. No Chile, essa proporção está acima dos noventa por cento.

O rápido crescimento do pentecostalismo na América Latina é citado por causa da maneira como o movimento está crescendo. Com algumas exceções, o grande número está vindo a Cristo por causa do evangelismo de poder. Testemunhos de curas, exorcismos e milagres são abundantes. Como resultado, muitos aceitaram a Cristo.

Donald McGravan acreditava que o mais cético dos cristãos poderia ser convencido da realidade do evangelismo de poder na América Latina e em outras partes do mundo:

Alguns cristãos realistas, que normalmente seriam muito céticos sobre a cura divina, tem gradualmente aceitado campanhas de cura ao verem o grande número de pessoas jogarem fora muletas, além dos que são curados da surdez e cegueira e curados de problemas de coração. Eles têm visto um grande número de recentes incrédulos regozijarem no poder de Cristo, cantando Seus louvores, ouvindo Sua palavra e orando a Ele. Esses fatos impressionam os realistas. Finalmente, alguns cristãos acreditam que Deus os chamou para se engajarem ativamente nas curas aos doentes, exorcisar espíritos maus e multiplicar igrejas. Eles, deliberadamente, usaram a vigorosa fé em Deus é abundante na campanha da cura para multiplicar fortes igrejas de cristãos responsáveis. Todos os cristãos deveriam pensar nesse assunto e perceber que esse é um poder que muitos de nós não usado suficientemente.

As palavras de McGravan seriam proféticas. Não apenas o evangelismo de sinais-e- prodígios cresceu em outros países, está se tornando cada vez mais ativo e aceito nos Estados Unidos. Um dos marcos que chamou atenção para o evangelismo de poder nos Estados Unidos aconteceu na escola onde McGravan era reitor, Seminário Teológico Fuller em Pasadena, California.

O legado da MC510

“Conheço apenas dois cursos de seminários que ficaram famosos,‟ disse Robert Mege, reitor do Seminário Fuller Escola de Teologia, em um encontro do corpo docente. „Um foi o curso sobre dogmáticos, oferecido na Basel por Karl Barth e o outro é o MC510 ensinado John Wimber, aqui na Fuller.‟”

No capítulo 6, vimos um curso chamado “Sinais, Prodígios e Crescimento de Igrejas” - MC510, que se tornou a aula mais controversa e publicada na história. A revista Vida Cristã

150 dedicou sua edição de outubro inteira para falar da aula; isso logo ficou conhecido como “a edição esgotada.” O livro de Wagner Signs and Wonders Today (Sinais e Prodígios Hoje) foi escrito sobre essa aula. A publicidade que armou causou muita preocupação de que a Fuller tinha “se tornado carismática.” Alguns membros do corpo docente de Fuller discordavam publicamente do conteúdo do curso, acrescentando a montanha de controvérsias. Como consequência, MC510 foi descontinuada depois de quatro anos. Alguns meses depois, um novo curso apareceu no catálogo para substituir o MC510. O novo curso se chamava “O ministério da cura e evangelização mundial.”

MC510 era ensinada por Wagner e seu amigo, John Wimber, um professor adjunto no programa de crescimento de igrejas. A aula acontecia por dez noites de segundas-feiras consecutivas por um bimestre. Wimber dava aula por três horas relatando o fenômeno do evangelismo de poder aos seus alunos. Wimber também vívidas ilustrações de sua própria experiência.

A fonte primordial de controvérsia acontecia depois das aulas. Wimber chamava de “momento de ministério voluntário”. Os alunos podiam ficar ou sair. Poucos saiam. De fato, o momento de ministério geralmente atraía outros que não estavam matriculados no curso. Durante esse tempo, Wimber diria “palavras de sabedoria.” Algumas vezes, os alunos que precisassem de cura física, emocional ou espiritual, iriam para frente da classe e Wimber orava por eles. Em outras ocasiões, pequenos grupos de oração se formariam espontaneamente, em diferentes partes da classe.

A grande publicidade da aula, especialmente do momento de oração, fez com que muitos membros do corpo docente recebessem telefonemas e cartas de preocupação. Patrocinadores do Seminário Fuller começaram a questionar a direção da escola. As pressões aumentaram durante esse preríodo de quatro anos em que o curso aconteceu. Aqueles que tinham conhecimento da MC510 apenas por ouvir falar imaginavam que a aula tinha se degenerado a algo como um programa de televisão de curas pela fé.

A tensão aumentou quando a escola de teologia decidiu parar de dar créditos aos alunos pela MC510, apesar do material ser oferecido pela escola de Missão Mundial. Como uma maneira de difundir a tensão, o superintendente da Fuller criou uma força tarefa para estudar a MC510 e dar uma recomendação. O reitor da Escola de Missão Mundial retirou o curso do ano acadêmico de 1985-56, enquanto a força tarefa trabalhava.

Os doze professores que se comprometeram na força tarefa eram das três escolas de Fuller: Teologia, Missão Mundial e Psicologia. Depois de oito meses, o grupo apresentou um documento de oitenta e duas páginas que afirmavam os milagres; afirmaram que todos os dons espirituais operam no corpo de Cristo hoje; e claramente afirmaram que o Seminário Fuller não era anti-carismático. O novo curso começou e a controvérsia chegou ao fim.

A MC510 foi significativa no fato de que um seminário evangélico estava oferecendo uma aula que defendia a evangelização do mundo através do evangelismo de poder. Não apenas muitos alunos foram influenciados por essa tese, observadores de fora também foram influenciados pela MC510. O evangelismo Sinais-e-prodígios ganhou credibilidade em muitos círculos evangélicos. De fato, a aceitação do evangelismo de poder por muitos evangélicos é outro exemplo de ganhos que o movimento conseguiu. Aqueles evangélicos que aceitam as doutrinas do evangelismo de poder são agora chamados de “a terceira onda.”

O cenário Americano: A terceira onda

A “primeira onda” de aceitação do evangelismo de poder nos Estados Unidos ficou conhecida como o movimento pentecostal. Por muitos anos, o cristianismo evangélico olhou o pentecostalismo como um movimento na extremidade da fé. Alguns evangélicos declararam

151 que o movimento era uma heresia. No início do século vinte, livros evangélicos geralmente incluiam pentecostalismo em sua lista de seitas, junto com os mormons, as testemunhas de Jeová e os cientistas cristãos.

Os excessos emocionais do pentecostalismo eram tão difíceis de aceitar como os batismos pelo Espírito Santo, falar em línguas, cura dos doentes e expulsão de demônios. Os pentecostais eram rotulados como “santos roladores,” e as manifestações pentecostais eram, às vezes, atribuidas ao diabo.

A “segunda onda” de sinais e prodígios é chamada de movimento carismático. Já que os pentecostais tinham, na maioria das vezes, suas próprias igrejas e denominações, os carismáticos levaram as crenças para dentro das grandes denominações. O movimento fez avanços significativos dentro da igreja católica, assim como nas denominações episcopal, luterana, presbiteriana e metodista. Os evangélicos ainda têm dificuldade em aceitar a ênfase do movimento do batismo do Espírito Santo e falar em línguas. Infelizmente, uma presença carismática em algumas igrejas evangélicas resultou em purgação e divisão da igreja.

Em 1980, a terminologia da “terceira onda” começou a pegar em alguns evangélicos que eram abertos a manifestação de todos os dons do Espírito. O ponto de partida para esses evangélicos das duas primeiras “ondas” era sobre o batismo do Espírito Santo e dons de línguas como sinal de autenticação. Os evangélicos da “terceira onda” acreditam que o batismo do Espírito Santo é um evento único que acontece na salvação, quando o crente é incorporado no corpo de Cristo (1 Cor. 12:13). Evangélicos da terceira onda não rejeitam as manifestações de línguas na conclusão da era apostólica. Eles são diferentes dos pentecostais e dos carismáticos que dizem que o dom de línguas é necessária evidência da salvação ou do batismo do Espírito Santo.

Por essas razões, essencialmente, os evangélicos da terceira onda se recusam a ser rotulados como pentecostais ou carismáticos. Wagner representa esse sentimento: “Eu, por exemplo, prefiro que as pessoas não me chamem de carismático. Não me considero carismático. Sou simplesmente um evangélico congregacionalista que está aberto ao trabalho do Espírito Santo através de mim e minha igreja em qualquer lugar que Ele escolher.

Igrejas que se consideram parte da terceira onda não são monolíticas na maneira que praticam suas crenças. Em 1987, Wagenr publicou um livro chamado How to Have a Healing Ministry Without Making your Church Sick (Como ter um ministério de cura sem fazer sua igreja adoecer). O tema do livro era a implementação das crenças da terceira onda, sem dividir a igreja. Wagner cobriu uma variedade de assuntos, mas seu impulso principal foi o ministério da cura. Realmente, a maioria das igrejas da terceira onda possui um ministério de cura de algum tipo. Pode estar dentro do culto, acompanhado de uma efusão emocional. Ou o ministério da cura acontece silenciosamente em uma sala dos fundos no final do culto. Algumas igrejas têm equipes de ministério de cura ou anciãos que vão aos aflitos, oram por eles e possivelmente ungi-los com óleo (Tiago 5:14).

O crescimento de igrejas por sinais e prodígios é bíblico? O evangelismo de poder é uma abordagem ungida por Deus para alcançar pessoas para Cristo? Na seção final desse capítulo examinaremos o que para muitos se tornou uma questão emocional.

Avaliação

Devemos entender, seriamente, o evangelismo de poder e seu acompanhante crescimento de igrejas. Porque milhões de pessoas estão aceitando a Cristo através desse movimento, ele não pode ser ignorado. Alguns afirmam ser uma efusão do poder do Espírito Santo, um dos grandes desenvolvimentos da história. Outros o vêem como herege, seita, um movimento que leva milhares de pessoas vuneráveis a se desgarrarem.

152 Um grupo de evangélicos, geralmente identificado com os dispensionalismo, acredita que os dons de sinais (línguas, interpretação, profecia, etc) cessaram no final da era apostólica, ou no início dos séculos da igreja cristã. Esses evangélicos acreditam que 1 Coríntios 13:8-10 se refere ao fim da manifestação desses dons: “O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado” Esses evangélicos ensinam que “perfeição” se refere a conlusão, fechamento do Novo Testamento. O “imperfeito” então, se refere aos dons de sinais que “desapareceram” ou cessaram. Essa hermenêutica, então, não permite nenhum dos elementos do evangelismo de poder.

Uma segunda perspecitiva, vê 1 Coríntios 13:8-10 de maneira diferente, mas ainda acredita que evidências teológicas e históricas para o evangelismo de poder são fracas. John McArthur admite que o “perfeito” deve ser algo diferente da conclusão do Novo Testamento: “Mas parece que a coisa perfeita que Paulo tinha em mente deve ser o estado eterno – „face a face‟ no verso 12 pode ser melhor explicado como estar com Deus no novo céu e nova terra. É apenas na glória que saberemos como somos conhecidos (v.12).”

McArthur, porém, encontra vários problemas com o evangelismo de poder. Sinais, prodígios e milagres são para uma época diferente, quando a autenticação era necessária. Agora, temos a revelação das Escrituras. “Nada nas Escrituras,” ele diz, “indica que os milagres da era apostólica deveriam continuar nas eras subsequentes.” Os apóstolos eram autenticados por sinais miraculosos, mas os apóstolos eram únicos. Eles foram testemunhas oculares da ressurreição, pessoalmente escolhidos por Cristo. Evangelismo de poder “não é evangelismo nenhum.” Ele acrescenta: “A metodologia da terceira onda entorpece, seriamente, a força do evangelho. Muitos da terceira onda estão até mesmo culpados por omitir ou corromper a mensagem da salvação.” Finalmente, ele fala: “A estratégia evangelística da terceira onda enfraquece a mensagem do evangelho. A ênfase está nos sinais e prodígios, e não na pregação da Palavra de Deus.”

John Wimber é o porta-voz e defensor da terceira onda. Ele argumenta que a maior parte do mundo ocidental tem uma visão de mundo que se recusa a ver sinais e prodígios. Uma visão do mundo é como se vê a realidade; leva em conta as crenças, experiências e preconceitos. Cristãos, em terras fora do ocidente, não tem problema algum com o evangelismo de poder, que explica o explosivo crescimento da igreja na América Latina, África, China e Coréia do Sul. Wimber diz: “Temos, parece, excluido Deus e Seu poder da teologia e todavia de nossas igrejas. Temendo o que podemos ou não controlar ou entender, jogamos o bebê junto com a água do banho. Dissemos, „Simplesmente não existe.‟ Quando confrontados com as manifestações do poder de Deus, rejeitamos essas coisas com a desculpa de que elas são divisoras demais!”

Wimber acredita que testemunhos bíblicos apoiam os sinais e prodígios hoje. “Sinais” é encontrado setenta e sete vezes na Bíblia; e “prodígios” ocorre dezesseis vezes em conexão com “sinais.” O livro de Atos, ele demonstra, está repleto de referências aos sinais e prodígios como línguas (Atos 2:4,41); ressucitar mortos (Atos 9:40-42; 20:7-12); visões (Atos 10:1, 9, 47); milagres (Atos 28:3-10); cura (Atos 9:32-43); e visitas angélicas (Atos 8:26-40).

O testemunho do evangelismo de sinais e prodígios não está limitado ao livro de Atos, diz Wimber. Depois Paulo argumentou de modo persuasivo no Areópago, apenas “poucos homens seguiram Paulo e creram” (Atos 17:34). Em Corinto, a próxima parada, “muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados” (Atos 18:8). Qual foi a diferença entre as duas visitas evangelísticas? A resposta é encontrada na primeira carta de Paulo aos Coríntios: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com

153 sublimidade de palavras ou de sabedoria. ... A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.”(1 Cor. 2:1, 4-5). Todavia, conclui Wimber: “Parece que em Corinto Paulo combinou proclamação com demonstração, como Cristo fez em todo o Seu ministério. A palavra e o trabalho de Deus juntos em uma expressão da vontadade divina de Deus e Sua misericórdia, culminando na conversão tanto de indivíduos como de grupos.”

McArthur é injusto em suas críticas de que a estratégia evangelística da terceira onda enfraquece a mensagem do evangelho e falha na ênfase do pregação da palavra de Deus. Wimber enfatiza que:

sinais e prodígios não salvam; só Jesus salva. O poder da salvação no evangelismo de poder é através apenas do evangelho. “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo,” Paulo escreve em Romanos 1:16, “pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.” A afirmação do evangelho, Paulo escreve em outro lugar, é “que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Cor. 15:3-4).

O papel do evangelismo de poder, afirma Wimber, nunca inclui acrescentar ao evangelho.

No evangelismo de poder, não acrescentamos ao evangelho, nem busca acrescentar poder ao evangelho. Mas, nos voltamos a Terceira Pessoa do Deus triuno em nossos empenhos evangelísticos, conscientemente cooperando com sua unção, dons, e liderança. Pregando e demonstrando o evangelho são mutuamente atividades exclusivas; eles trabalham juntos, reforçam um ao outro.

É difícil se não tolo rejeitar os mais explosivos movimentos da história (as três “ondas”) como algo que “enfraquece a palavra de Deus.” Esse espírito sarcástico pode ser palatável se um claro caso espiritual contra o movimento possa ser feito. Um revisor evangélico de Charismatic Chaos (Caos Carismático), depois de encontrar significativas fraquezas teológicas nos argumentos de McArthur, concluiu que

enquanto McArthur declara diferente, seu estilo não reflete alguém falando a uma audiência, mas apenas para a ala que diz “amém.” Seu espírito nada pacífico e tom de pregação excluirá muitos ouvintes. Ao invés de estimular a integridade teológica que ele tanto espera, seu livro serve para aprofundar ainda mais as divisões já existentes na família evangélica.

Certamente, excessos podem ser encontrados em todas as “ondas”do evangelismo de poder. O aviso de Jesus de que não devemos pedir sinais (Mat. 12:38-39; 16:1-4; Marc. 8:11- 12; Luc. 11:16,29; 23:8-9; João 4:48) deve ter atenção. Ainda assim, uma das fraquezas mais prejudiciais do cristianismo ocidental é nosso ceticismo sobre o sobrenatural. Deus está trabalhando no meio de nós, mas falhamos ao não vermos e, portanto, falhamos em ter

No documento O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer (páginas 148-155)