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“Plantação” de Igrejas e Crescimento de Igrejas

No documento O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer (páginas 103-108)

C. Peter Wagner chama “plantação” de igrejas de “o método evangelístico mais eficaz abaixo do céu”. Essas denominações cristãs que mais estão crescendo tem sido aquelas que enfatizam a “plantação” de igrejas. Wagner enaltece a Igreja de Nazaré, Assembléia de Deus e a Convenção Batista do Sul pela ênfase em “plantação” de igrejas. Wagner diz:

Não é por acidente que os batistas do sul tem se tornado a maior denominação Protestante da América. Um de seus secredos é que eles constantemente investem recursos substanciais de pessoal e financeiro em “plantação” de igrejas em todos os níveis, da congregação local a associação a convenção estadual a comissão da missão em Atlanta. Apesar disso, eles serão os primeiros a admitir que não fazem o suficiente, a cada ano eles se esforçam para começar igrejas ou missões tipo-igrejas do que no ano anterior. Muito do que aprendi sobre “plantação” de igrejas foi com eles.”

“Plantação” de Igrejas: O impacto no crescimento de igrejas

A “plantação” de igrejas afeta positivamente o crescimento da igreja? A resposta é um desqualificado “sim”. O crescimento total de igrejas, que está muito relacionado com o crescimento do reino, é melhorado. Novas igrejas têm um índice de crescimento mais alto e um índice de conversão mais alto. Um estudo foi conduzido em igrejas de todas as denominações em Santa Clara Valley, na California. A surpreendente conclusão estatística era que as igrejas mais antigas estavam batizando quatro pessoas para cada cem membros, enquanto igrejas mais novas estavam batizando dezesseis pessoas para cada cem membros!

Por que existe essa disparidade de crescimento de conversões entre igrejas novas e antigas? Uma das razões é que as igrejas novas oferecem outra opção aos sem igreja. Sem considerar a localização, uma igreja nova atrai um segmento de pessoas que as igrejas já existentes não consegue alcançar. Wagner coloca dessa maneira:

Alguns planejadores de igreja tem uma aversão por começar uma igreja na mesma região próxima de outra da mesma dominação. Isso pode ser inteligente em áreas rurais e cidades pequenas, mas faz pouco sentido na maioria das areas urbanas atualmente. Na mesma vizinhança, alguém pode encontrar, com frequencia, uma variedade considerável de grupos étnicos, classes sociais e outras redes sociais, cada um desses requer um tipo diferente de igreja. Líderes de igreja que acham que a localização geográfica é mais importante que as redes sociais da média dos que não tem igreja na América, estão vivendo fora da realidade.

Devemos abandonar a mentalidade competitiva que contamina muitas igrejas hoje! Observei uma situação em que uma igreja Batista mudou de um bairro em transição dentro da cidade para o subúrbio da mesma cidade. Pensei que um tumulto fosse acontecer! Os desordeiros foram alguns dos membros e líderes de outras igrejas da área que gritavam que a igreja tinha invadido o gramado deles. Tal mentalidade não é de Cristo e não é de interesse da construção do reino. O pastor daquela igreja tinha levado a igreja em nova localização a um estimulante crescimento, e o antigo prédio estava agora ocupado por uma megaigreja. Devemos abandonar para sempre a mentalidade reduzida de protecionismo religioso.

“Plantação” de igrejas não é apenas benéfico para o crescimento do reino, mas também é bom para a igreja local que é visionária o suficiente para criar uma nova igreja. Uma igreja patrocinadora pode enviar membros e dinheiro para uma nova igreja e essa igreja patrocinadora, inevitavelmente, vê Deus honrar esse compromisso. Esse é um entedimento

104 básico de mordomia: Deus abençoa o que damos. Estímulo é evidendte quando novas igrejas são criadas, e esse estímulo atrai novos membros para a igreja patrocinadora.

Ainda há muitos métodos não precisam que a igreja local desista de membros e dinheiro. Isso é verdade nos modelos satélite e multicampo, os quais examinaremos brevemente. Os dois modelos criam extensões de uma igreja local. Um crescimento adicional em qualquer das localizações da igreja, é um crescimento em todo o sistema.

Obstáculos a serem superados

Sem dúvida, a igreja visionária e seu líder encontrarão oposição ao tentar plantar novas igrejas. Grande parte dessa oposição vem de problemas de atitute.

Desistindo de membros. Existe uma dor ao ver membros de igreja deixando-a por uma nova igreja. Os membros que decidem plantar uma nova igreja são, normalmente, os mais devotos e os melhores mordomos. A igreja patrocinadora está realmente dando o seu melhor. Muita da resistência em começar novas igrejas vem de dor antecipada da separação. Os membros da igreja devem captar uma visão da mentalidade de missão. O foco deve ser o crescimento do reino ao invés de uma pequena perda que a igreja possa experimentar.

Perda de fundos. Quando uma igreja visionária tem visão suficiente para enviar um pouco de seu povo para começar uma nova igreja, também está ciente de que está entregando o dízimo. Isso diminui o orçamento e o fluxo de dinheiro da igreja patrocinadora. Deus, porém, honra o compromisso de cuidar da igreja. Wagner observou um estudo em que uma igreja patrocinadora normalmente repoe as pessoas, que foram enviadas para a nova igreja, em no máximo seis meses. O mesmo acontece com as finanças. Ele também descobriu que esse padrão depende muito da atitude da igreja, principalmente do pastor. “Se o pastor tem um atitude negativa para com o processo de “plantação” de igrejas, isso pode afetar de maneira negativa o crescimento subsequente da igreja mãe.

Custo inicial. Algumas igrejas gastam o equivalente a $500.000 para começar uma igreja. Se tais gastos fossem uma regra, o argumento, de que altos custos iniciais tornam a “plantação” de igrejas proibitivo, teria validade. Na Igreja Batista de Green Valley, porém, conseguimos começar nossa primeiro campo satélite por, aproximadamente, $9.000. Já que tínhamos recebido um presente de um trabalho de igreja por mais ou menos o mesmo valor, a igreja não teve que tirar nenhum dinheiro de seu orçamento! Wagner descobriu que um distrito da Asembléia de Deus na Carolina do Norte havia plantado 85 igrejas nos anos 70 por um custo de $2.500 cada! Lyle Schaller tem dito, há muito tempo, subsídios financeiros atrasam novas igrejas. O dinheiro necessário para pagar pessoal, terreno, construção e gastos com despesas gerais poderia vir do crescimento da igreja ao invés da localização inicial.

Machucando outras igrejas. Muitos temem que igrejas já estabelecidas serão machucadas se uma nova igreja for iniciada em uma área onde já existem igrejas. Já que devemos amar outros irmãos e irmãs em Cristo, talvez a “plantação” de igrejas em uma área de igrejas já existentes não deveria acontecer. Tal abordagem apresenta um problema já que quase todos os lugares em áreas metropolitanas dos Estados Unidos têm muitas igrejas. A maioria dos estudos, porém, tem identificado progressos em toda a comunidade cristã quando novas igrejas são plantadas.

Wagner está certo quando diz que, não obstante a aprovação de outras igrejas, a tarefa de “plantação” de igrejas não deve ser atrasada. Estou muito ciente, por minha experiência em plantar novas igrejas, que os caprichos de todas as igrejas na área nunca serão satisfeitos. Como então deveríamos responder? Wagner diz que devemos ama-los e plantar a igreja mesmo assim:

105 Acredito que seja importante e benéfico aproveitar a aprovação das igrejas já existentes

quando uma nova igreja é plantada. Mas, enquando uma aprovação é um plus, não deveria ser um pré-requisito. Assim como a parábola do pastor indica, as necessidades dos perdidos estão em mais alta consideração do que as necessidades dos que estão seguros na igreja. Ao aprendermos com a moderna teoria de propaganda do shopping, duas igrejas, mesmo em grande proximidade uma da outra, alcançarão mais pessoas que qualquer uma delas poderia esperar alcançar sozinha.

Trabalho duro. Uma preocupação de algumas pessoas das igrejas já existentes não dita, mas muito real, é que o crescimento (ou até a manutenção) de suas igrejas seja mais difícil com um nova igreja na área. Acredito que uma nova igreja pode levantar consciência expandida por uma área. Mais esforço pode ser necessário para a expansão, mas assim é a obediência a Grande Comissão (Mat.28:19).

Opções para “plantação” de igrejas

A “plantação” de igrejas será com certeza um método para o crescimento de igrejas que irá tirar muitas pessoas de sua zona de conforto; mas o cristianismo nunca deveria ser uma fé de negócios como sempre. A igreja primitiva estava sempre na vanguarda de alcançar pessoas para Cristo. Até mesmo quando a perseguição veio atrás da igreja, os cristãos se espalharam pela Judéia e Samaria. Eles compartilhavam sua fé começavam igrejas enquanto fugiam (Atos 8:1-4).

Então, como começamos as igrejas? Como um batista do sul, eu não estava familiarizado com as muitas opções de “plantação” de igrejas que estavam disponíveis. Meu histórico havia me exposto apenas ao tradicional método de “plantação” de igrejas. Agora, em minha denominação, e em outras, muitas novas opções para “plantação” de igrejas sobejam. De fato, Russel Chandler, jornalista ganhador do prêmios e escritor religioso para o Los Angeles Times, escreveu que os batistas do sul e outros agora estão na vanguarda das novas formas de “plantação” de igrejas: “Os Batistas do sul falam de igrejas „satélites‟. Elmer Towns, presidente do Instituto de Crescimento de Igrejas em Lynchburg, Virginia, chama o conceito de „a expansão geográfica da igreja distrital‟. Outros se referem a ele como a igreja do „perímetro‟. Qualquer que seja o nome damos a essa idéia, as igrejas que estão praticando estão ritmando os ministérios na vanguarda do milênio vindouro.” Vamos examinar algumas dessas opções abertas para começarmos novas igrejas ao nos aproximarmos do século XXI.

Tradicional. No modelo tradicional de “plantação” de igrejas, uma igreja patrocinadora envia um núcleo de membros para começar uma nova igreja em uma área geográfica. A nova igreja é, normalmente, localizada a uma distância pequena da igreja patrocinadora. O alvo para essa nova igreja é ela se tornar totalmente autônoma o mais rápido possível. O índice de sucesso dessas novas igrejas é muito alto. Membros do núcleo são, normalmente, dedicados doadores e trabalhadores. Por causa da boa base, as chances de sobrevivência são excelentes. A desvantagem, especialmente em igrejas governadas congregacionalmente, é que o sistema não tem nenhum mecanismo de responsabilidade para que a nova igreja se torne uma igreja mãe. Por exemplo,minha igreja, batista de Green Valley, foi iniciada pela igreja Batista Filadélfia em Birminham. Vinte e sete anos se passaram antes que a igreja de Green Valley começasse uma nova igreja. Por que? Uma das razões primordiais é que a igreja não era responável por nenhum grupo. Uma igreja autônoma tem suas vantagens, mas carece de responsabilidades, o que é uma desvantagem definitiva.

Colonização. A colonização é idêntica ao modelo tradicional, com uma importante diferença. O núcleo de membros enviados pela igreja mãe vão para uma área geográfica diferente. Esses membros devem vender suas casas, encontrar novos empregos e mandar seus

106 filhos para novas escolas. Um nível radical de comprometimento para com a Grande Comissão é um requisito.

Adoção. Uma igreja Batista do sul no Texas ouviu falar que três igrejas na área tinham decidido fechar suas portas. O pastor da igreja que estava prosperando fez o compromisso de providenciar as pessoas, os fundos e a liderança para manter as igrejas abertas. Mesmo não tendo plantado novas igrejas, três igrejas foram mantidas vivas e o impacto foi semelhante. Mesmo sendo mais fácil ter bêbes do que ressucitar os mortos, Deus precisa de líderes com mentes missionárias para retornarem a vida a igrejas que estão morrendo.

Divisão de igrejas. Quando uma igreja se divide, o resultado, normalmente, é dor e divergência para os dois lados. Deus, definitivamente, não aprova a divisão no corpo de Cristo. Ainda assim, Deus tornar uma situação ruim em boa. Wagner trata a situação desagradável de forma positiva:

O que podemos dizer sobre esse fenômeno? Estou certo de que Deus não aprova a divisão de igrejas ou as causas delas citadas por McGravan e Hunter. Nem eu recordaria de algum defensor da metodologia de divisão de igrejas como “plantação” de igrejas. É muito melhor orar e planejar e ministrar em harmonia. Todavia, quando a poeira baixar, tenho que acreditar que Deus amas as igrejas resultantes e as aceita como noivas de Cristo ... Ele pode ser glorificado através do fruto de parentesco acidental.”

Satélite. Para muitos, o modelo satélite é a criação mais estimulante na “plantação” de igrejas. John Vaughan descreve esse método em The Large Church (A Igreja Grande): “Igrejas grandes com grupos satélites combinam o melhor de duas estratégias de crescimento ... Apesar de muitas dessas igrejas estarem comprometidas em montar uma grande igreja central, a maioria está da mesma maneira comprometida a penetrar e alcançar a cidade através de pequenos grupos totalmente coordenados, na maioria dos casos, pela congregação mãe.” O modelo satélite é semelhante ao modelo secular de branch banking. Cada nova localidade possui um alto grau de independência, mas ainda faz parte da mesma igreja. Em outras palavras, é uma igreja com muitas localizações. Esse método pode ser o caminho do futuro das igrejas americanas. A nova igreja pode alcançar uma nova área, mas ainda tem todos os recursos combinados com a igreja mãe e as outras igrejas satélite. Esse modelo também gera responsabilidade. Cada uma das localidades cuida das outras para que comecem outras igrejas. Essa responsabilidade mútua pela visão da “plantação” de igrejas é, provavelmente, a maior força do modelo satélite.

Multicongregacional. O modelo multicongregacional de “plantação” de igreja permite a “plantação” de uma nova igreja nas instalações de uma igreja já existente. Esse modelo funciona melhor em uma área multiétnica. Uma igreja de língua inglesa, por exemplo, compartilha suas instalações com igrejas chinesa e coreana. Cada igreja usa o prédio em horários diferentes. Os diferentes grupos podem escolher ser autônomos ou eles podem decidir ser subgrupos de uma só igreja, maior.

Multicampo. Esse modelo é um pouco diferente da abordagem satélite. O multicampo se refere a uma igreja em mais de uma localidade. Diferente do modelo satélite, a igreja multicampo tem rol de membros, um orçamento e um staff. Os dois exemplos mais conhecidos desse modelo são a Igreja de Deus Mt Paran, em Atlanta, pastor Paul Walker; e A Igreja no Caminho, em Van Nuys, California, pastor Jack Hayford.

Modelo de associação. Nos modelos de “plantação” de igrejas descritos previamente, a instituição que plantava novas igrejas era a igreja local. No modelo de associação de “plantação” de igrejas alguma outra agência além da igreja local começa uma nova igreja. Essa

107 agência pode ser denominacional, uma organização paraigreja ou pode se referir ao início de uma igreja por indivíduos.

Avaliação

No início desse capítulo, C. Peter Wager foi citado ao descrever a “plantação”de igrejas como o método evangelístico mais eficaz abaixo do céu. Para pastores e líderes verdadeiramente comprometidos com o crescimento de igrejas da ordem da Grande Comissão, “plantação” de igrejas não é uma opcional.

Examine o rápido crescimento da igreja primitiva no livro de Atos; o papel da “plantação” de igrejas para o sucesso evangelístico é fundamental. O trabalho começou com líderes como Paulo e Barnabé, que seguiram a liderança do Espírito Santo para começarem novas igrejas em localidades múltiplas (cf. Atos 13:2-3). A igreja de Cristo de hoje precisa de mais líderes e seguidores que queiram deixar o conforto de suas igrejas locais e fazer algo para Deus. Deus está chamando igrejas bem estabelecidas para serem bons mordomos do que Deus deu a eles. Lembre-se da essência da Grande Comissão não é “venha para minha igreja”. É “então vão”. Devemos ir com obediência.

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No documento O Livro de Crescimento de Igreja - Thom Rainer (páginas 103-108)