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3.2 O Plano Operacional de respostas Integradas: níveis de análise, processo e abordagem

O PORI é considerado uma medida estruturante de âmbito nacional da responsabilidade do IDT,IP e promove uma intervenção integrada na área dos consumos de substâncias psicoativas dando privilegio à existência de diagnósticos rigorosos que venham a promover uma intervenção em territórios identificados como prioritários. Estes diagnósticos assumem um papel fundamental a dois níveis: ao nível nacional (fase 1 e 2 identificação e seleção os territórios, para a elaboração de diagnósticos locais); ao nível do território (conhecer com maior profundidade a realidade local por forma a implementar PRI adequados). Além disso, também é considerado um processo participado, porque promove o envolvimento de várias entidades públicas e privadas, e outras entidades consideradas importantes no território para que com maior facilidade se pudessem identificar os problemas, e os recursos disponíveis nesses mesmos territórios. Assim, envolveu vários agentes da comunidade local com o objetivo de encontrar áreas lacunares nos territórios e

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potencialidades para a mudança e para o desenvolvimento de uma intervenção integrada no âmbito das quatro áreas de missão. Para isso, e de acordo com o objetivo traçado pelo IDT procedeu-se a uma análise do território a diferentes níveis: estrutural, comunitário e individual, focalizando a análise na identificação de grupos sociais com problemas associados ao consumo de substâncias psicoativas, e na identificação dos respetivos contextos. (PORI, 2008)

Segundo a mesma fonte, estes três níveis de análise comportamentos, consumos e contextos são considerados fundamentais, porque para efetuar qualquer intervenção relacionada com esta problemática é necessário promover uma promoção e uma mudança dos comportamentos, tanto a nível individual, como comunitário e, também, estrutural (PORI, 2008). A figura 5 explicita os níveis de análise a ter em conta no âmbito da problemática dos consumos.

Figura 5 - Os níveis de análise da intervenção no âmbito dos consumos de substâncias psicoativas.

Fonte: Guião para o Diagnóstico do Território (PORI, 2008)

A nível individual são consideradas as mudanças dos comportamentos, e crenças das pessoas. Ao nível comunitário consideram-se as mudanças junto dos grupos de pares e do contexto social onde estão inseridos. Quanto ao nível estrutural este tem a ver com as políticas e com as mudanças produzidas ao nível das respostas institucionais disponíveis nos territórios. Contextos Nível Comunitário Comportamentos Nível Individual Território Nível Estrutural Grupos

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Assim, para a elaboração dos diagnósticos nos territórios foram envolvidas entidades do território, públicas e privadas, com conhecimento privilegiado da problemática, tendo-se constituído em parceiros para mobilizar as pessoas da comunidade local a colaborar. (PORI, 2008).

Na elaboração deste diagnóstico foram envolvidas entidades públicas e privadas, cuja tipologia se apresenta no quadro 19.

Quadro 19 – Tipo de entidades envolvidas no diagnóstico Nacional.

Entidades Públicas e Privadas

Autarquias 218 Educação 90 Rede Social 88 Saúde 77 Segurança Social 38 Privadas 171 CPCJ 52 IEFP 13 Segurança 66 IRS 32 Governo Civil 5 DGS/EP 5 Outros 41 Total 896

Fonte: Elaborado pelo autor segundo Relatório Anual IDT, 2010

Pela análise deste quadro verifica-se que foram envolvidas no diagnóstico nacional 896 entidades públicas e privadas, porém, as que mais se destacaram foram as Autarquias (218) com um peso importante dos núcleos territoriais que incluem as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia, seguido das Instituições Privadas (171). (IDT, 2010)

Destacam-se, ainda, as entidades na área da Segurança Social (38), que incluem os Centros Distritais do Instituto de Seguranças Social, as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e a Rede Social. Na área da Saúde estiveram envolvidas 77 entidades, que englobam os Centros de Saúde, Administração Regional de Saúde e Unidades Locais de Saúde. No âmbito do Emprego, o IEFP, I.P. foi representado por 13 entidades, onde constam os Centros de Emprego e Centros de Formação Profissional. As Forças de Segurança (66), também estiveram envolvidas nomeadamente a Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional Republicana (IDT, 2010).

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A nível da Educação 134 entidades estiveram envolvidas, desde Escolas do Ensino Básico e Secundário, Agrupamentos e Universidades. (IDT, 2010).

Os grupos sociais são constituídos por um conjunto de pessoas que partilham algumas características comuns e estas poderão afetar os seus comportamentos, segundo o IDT as características das pessoas podem ser de natureza ocupacional por exemplo a atividade profissional ou podem estar relacionadas com preferência e identidade sexual, ou relacionadas com o estatuto social específico que identifica o grupo (cultural, étnico, religioso, etc.). (PORI, 2008)

Desta forma, se pode dizer que a identificação dos grupos está diretamente relacionada com os contextos onde estes se inserem uma vez que utilizam determinados espaços com um objetivo comum. Assim, também o PORI pretende fazer a identificação dos contextos e conhecer com maior profundidade os grupos aí existentes. Porém só após a sua identificação é possível fazer uma caraterização desses mesmos contextos sendo esta etapa de elevava importância na medida em que, para além de facilitar o conhecimento permite perceber melhor as condições e experiencias desses grupos sociais, podendo estes vir a ser escolhidos para o desenvolvimento de ações e intervenções com esses grupos, nos territórios. (PORI, 2008)

O contexto social é considerado um espaço partilhado por várias pessoas podem, ainda, estar associado a determinados comportamentos de risco e estar consignado a uma área geográfica especifica (bairro com elevado tráfico de drogas), um estabelecimento (uma escola, um bar, uma discoteca, uma prisão) ou mesmo um espaço público (uma rua ou um jardim usado como local privilegiado para consumos). (PORI, 2008)

3.3- Processo e Abordagem utilizada na elaboração do Diagnóstico