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3.4.1 Resultados do Diagnóstico do Território do Concelho de Vila Real

O Diagnóstico Analítico das Dependências do Concelho de Vila Real, tal com já foi referido teve com o objetivo a identificação da problemática relacionada com os consumos de substâncias psicoativas e incide nas 3 freguesias urbanas da cidade.

Todo o trabalho desenvolvido teve incidência nos contextos de consumo de substâncias psicoativas e a definição de espaços de intervenção necessários neste território. Toda a de recolha de informação consistiu num processo participado a partir do preenchimento das grelhas constantes no Guião para o Diagnóstico do território, que nos permitiu conhecer com maior detalhe a problemática dos consumos, a identificação de problemas relacionados com os consumos, os recursos disponíveis e também perceber as potencialidades para a mudança e implementação de PRI neste concelho.

De acordo com os dados fornecidos pelo INE (2011), no concelho de Vila Real residiam 51.850 pessoas dos quais 24.575 do sexo masculino e 27.120 do sexo feminino, a distribuição da população apresenta-se representada no quadro 23.

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Quadro 23- População residente no concelho de Vila Real por sexo e por grupo etário

Sexo Faixa Etária 0-9 10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 >80 Homens 2513 2875 2869 3762 3862 3388 2606 1823 877 Mulheres 2316 2689 3020 4086 4299 3657 2980 2347 1726 Total 4829 5564 5889 7848 8161 7045 5586 4170 2603 Fonte: (INE, 2011)

Pela análise do quadro 24 verifica-se que em termos de dinâmicas sociodemográficas, a tendência é para que a população ativa viva mais tempo, o que potencia um aumento da esperança média de vida à nascença e também da população em idade de reforma, verifica-se que a taxa de natalidade neste concelho tem demonstrado uma diminuição, como já citado. (PORI, 2012)

Quanto à população estrageira com estatuto legal de residência neste concelho no ano de 2010 existiam 716 indivíduos, sendo 13 naturais do Reino Unido, 135 da Ucrânia, 167 de outros Países Europeus, 15 de Angola, 31 de Cabo Verde, e da Guiné Bissau, 25 de outros Países Africanos, e 2 289 do Brasil (INE, 2011).

De acordo com a mesma fonte verificou-se um aumento de 20,26% aproximadamente do número de famílias neste concelho. No período de 2001 e 2011 qe corresponde a (16,825) e (21,100) respetivamente, o que poderá apontar para uma maior capacidade de fixação de famílias neste concelho, aumento que parece estar associado a uma diminuição nos outros concelhos ou ao aumento de estrangeiros com estatuto legal de residência. (PORI, 2012)

Em termos de envelhecimento populacional como já foi referido verifica-se um aumento. Em 2011 e de acordo o (INE, 2011) existiam no concelho de Vila Real 12.264 pensionistas 3.813 reformados e 1.452 desempregados com subsídio de desemprego deferido. (PORI, 201)

Quanto ao tipo de família, a predominante neste concelho é a nuclear com filhos, foram, ainda, identificadas, famílias em situação de vulnerabilidade psicossocial, nomeadamente famílias oriundas de contextos familiares disfuncionais, desestruturadas com

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Vila Real Nossa Senhora da Conceição

São Pedro São Dinis 10,56 11,51 9,94 10,42 13,23 12,11 10,47 10,65

Taxa de desemprego (%) em 2011

Homens Mulheres

baixo nível cultural e em exclusão social, provocados por situações de desemprego ou vínculos laborais precários.

A relação entre o desemprego e consumo embora os dados sejam de 2011, com certeza a gravidade da situação com consequências ainda por apurar relativamente ao perfil qualitativo e quantitativo do consumo de droga, seja ela lícita ou ilícita. As duas variáveis mais importantes correlacionadas com o consumo (ou alterações de consumo) da droga são as condições económicas nas quais as pessoas vivem (pobreza relativa suscitada pelo desemprego, com resultados sociais e psicológicos); e o nível de escolaridade (em geral) e o grau de conhecimento de impacto e de risco. Em termos de desemprego, no concelho de Vila Real o gráfico 1 apresenta a situação do concelho no ano de 2011.

Gráfico 1- Taxa de desemprego no concelho de Vila Real e respetivas freguesias no ano de 2011.

Fonte: (INE, 2011)

Podemos desta forma concluir, pela análise deste gráfico, que em termos de desemprego no concelho de Vila Real, se verifica que as mulheres apresentam um valor mais elevado (11,51%). Embora o panorama de desemprego nas freguesias acompanhe a tendência do concelho, ou seja, ser mais elevado nas mulheres, na freguesia de S. Pedro este valor é mais elevado nos homens (13,23%).

Segundo os dados do PORI, o desemprego neste concelho representa um grande peso nas dificuldades sociais e económicas das famílias, podendo este estar associado à baixa escolaridade e qualificação profissional. Foi possível constatar a existência de beneficiários do RSI, dependentes dos apoios sociais e uma “cultura de subsidiodependência” sem grandes projetos de mudança de vida em alguns bairros sociais deste concelho. (PORI, 2012:28)

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Segundo dados do INE pode, ainda, averiguar-se a situação da população deste concelho em termos de desemprego e das pessoas à procura do primeiro emprego, conforme é apresentado no gráfico 2.

Gráfico 2 - A população do concelho de Vila Real que se encontra desempregada e à procura do primeiro emprego.

Fonte: (INE,2011)

Pela análise do gráfico 2, verifica-se que no concelho de Vila Real o número de mulheres à procura do 1º emprego é superior tanto no concelho como na freguesia de S. Pedro, salienta-se que na freguesia de Nossa Senhora da Conceição este número é igual (52), em ambos os sexos, no entanto, este panorama é diferente na freguesia de S. Dinis em que o número dos homens é superior ao das mulheres (30).

De acordo com o INE, também foi possível apurar que em termos de pessoas desempregadas e que se encontram à procura de novo emprego na população deste concelho, recorreu-se ao gráfico 3 para apresentar esta situação.

Vila Real Nossa Senhora da Conceição

São Pedro São Dinis 246 52 25 30 343 52 33 25 Procura do 1º emprego Homens Mulheres

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Gráfico 3- A população do concelho de Vila Real que se encontra desempregada e à procura de novo emprego.

Fonte: (INE,2011)

Desta forma, conclui-se que em termos de população desempregada e à procura de um novo emprego neste concelho, existe em maior número de homens (1046); situação idêntica se verifica na freguesia de S. Pedro (201), já o mesmo não acontece nas outras duas freguesias em que o número de mulheres é superior.

Sendo baixa a escolaridade como já foi referido, correlacionada em termos gerais, com o consumo de determinados tipos de droga, valerá apenas dizer que de acordo com o INE, os níveis de escolaridade do concelho de Vila Real são apresentados no quadro 24, o que vem justificar baixa escolaridade, salientando-se, ainda, uma a alta taxa de analfabetismo. Quadro 24- População do concelho de Vila Real segundo o nível de escolaridade.

Nível de Ensino Sexo Vila Real Nossa Senhora da

Conceição São Pedro São Dinis Nenhum nível de escolaridade Masculino/Feminino 4177 517 309 217 Masculino 1670 229 119 93 Ensino pré- escolar Masculino/Feminino 1288 276 131 83 Masculino 678 141 67 52 En sin o b ásic o 1º Ciclo Masculino/Feminino 14756 1570 1109 697 Masculino 6894 707 485 298 2º Ciclo Masculino/Feminino 4531 645 360 245 Masculino 2486 371 176 127 3º Ciclo Masculino/Feminino 7344 1226 677 367 Masculino 4000 655 611 301

Ensino secundário Masculino/Feminino 8719 1701 842 790

Masculino 4372 888 398 414

Ensino Superior Masculino/Feminino 10744 2891 1305 1265

Masculino 4442 1204 562 557 Analfabetos com 10 ou mais anos Masculino/Feminino 2594 144 140 79 Masculino 821 28 37 19 Taxa de analfabetismo 5.53 1.83 3.23 2.21 Fonte: (INE, 2011)

Vila Real Nossa Senhora da

Conceição

São Pedro São Dinis 1046

169 125 69

1026

201 119 83

procura de novo emprego

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Podemos salientar, pela análise deste quadro e tal como apurado no diagnóstico, neste concelho existem muitas pessoas com baixos níveis de escolaridade, atrevemo-nos, assim, a dizer que esta pode ser a causa para o elevado número de pessoas sem emprego.

Foi ainda apurado que, neste concelho existem grupos com comportamentos desviantes e comportamentos sexuais de risco que, para além do já mencionado desemprego/desocupação e ausência de projetos alternativos de vida leva a que estas pessoas tentem adquirir rendimentos em atividades ilegais como por exemplo o tráfico de drogas.

A suscetibilidade ligada à pressão de pares poderá estar associada à falta de competências parentais e pessoais e a atração pelo risco e transgressão. Esta poderá, também, estar associada à disponibilidade de substâncias e à quase ausência de normas para o seu uso.

A baixa perceção de risco dos consumos, proporcionada por uma representação social positiva entre os pares, assim, como a facilidade de acesso, poderá estar associada à proximidade de bares, e das normas favoráveis ao seu uso.

A escassez de modelos de identificação positivos, poderão estar associados à baixa resistência, frustração e inexistência de adequada vinculação social. (PORI, 2013)

Pela equipa do RSI de Vila Real foi possível apurar que até julho de 2012, no âmbito das ações do Programa de Inserção, foram acompanhados 462 agregados familiares, o que englobou um total de 833 beneficiários.

Quanto aos problemas de saúde identificados neste concelho e de acordo Plano Local de Saúde 2011-2016 do ACES Marão e Douro Norte, foram: doenças de fígado e do aparelho digestivo, alcoolismo crónico, a toxicodependência, depressão, alterações do comportamento e humor que estão diretamente associados aos problemas de consumo de substâncias lícitas e ilícitas. (PORI, 2012)

No que se refere aos contextos de consumo, e como já foi referido, a noite em Vila Real tem início na Zona do Pioledo, é aqui que se verifica a afluência de população maioritariamente jovem e jovens adultos de ambos os sexos integrados socialmente ou, ainda, a estudar ou já a trabalhar. No início da noite este espaço é frequentado por indivíduos jovens (12-25 anos) a meio da noite pelos mais velhos (26-45 anos), neste grupo de frequentadores encontraram-se pessoas com consumos elevados de cerveja e de bebidas brancas. Neste concelho e de uma forma geral foram, ainda, identificados outros contextos de consumos citando-se os contextos académicos (semana do caloiro e académica) as festas e romarias (da cidade) e festivais de música, com as suas especificidades próprias de consumos. (PORI, 2012)

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Os adolescentes integrados nos sistemas de ensino deste concelho, com as idades compreendidas entre 12 e 18 anos verificou-se, a existência de problemas de comportamento, manifestado por indisciplina relacionados com o absentismo, insucesso e risco de abandono escolar, défice de atenção e dificuldade em cumprir regras e orientações. Verificou-se ainda que nesta população os consumos de tabaco e charros é frequente, e são utilizados os espaços das imediações das escolas tal como já referido os como locais privilegiados para o consumo. (PORI, 2012)

Em julho de 2012, encontravam-se em acompanhamento pela equipa do CRI que engloba Vila Real e Chaves, 676 indivíduos consumidores de substâncias psicoativas e 464 estavam em tratamento só no CRI do concelho de Vila Real. Tivemos a oportunidade de verificar, que este grupo de utentes é constituído maioritariamente por indivíduos do sexo masculino, e que apresentam percursos geralmente longos de consumo e sucessivas tentativas de tratamento, sendo na sua maioria dependentes de opiáceos, cocaína, álcool e psicofármacos, existindo também uma percentagem significativa de situação de poli- consumo. (PORI, 2012)

Relativamente aos PLA neste concelho, foi possível apurar que estão a aumentar gradualmente e, em 2012 com problemas de abuso crónico de álcool estavam inscritos, 549 pessoas, quanto aos problemas causados pelo tabaco, no mesmo ano estavam inscritos 3801 pessoas (PORI, 2013)

Conseguiu-se, ainda, perceber que os dependentes de substâncias ilícitas procuram o tratamento por iniciativa própria, mas, o mesmo não sucedo com os com consumidores das substâncias licitas, nomeadamente por PLA, a quem é imposto o tratamento, uma vez que, o consumo destas substâncias não é reconhecido como problemático31.

A equipa de tratamento de Vila Real, referenciou para o Centro Regional de Segurança Social de Vila Real, 15 casos que se incluíam no perfil identificado na Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-abrigo. (PORI, 2012)

Quanto ao concelho de Vila Real, o número de utentes inscritos no CRI de acordo com cada freguesia são apresentados no gráfico 4.

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Durante o estágio efetuado pela mestranda no Centro de Saúde de Santa Marta de Penaguião foi possível constatar que a maioria das pessoas que tinham PLA não o assumiram, porque o álcool ainda está muito enraizado na cultura desta região, tendo sido salientado por algumas das pessoas “se trabalhamos nele também temos de o beber”. No entanto foi percecionado que o reconhecimento de PLA só é aceite pelos consumidores quando surgem problemas de saúde graves ou em situações de problemas com a justiça.

96 Total N. Srª da Conceição S. Pedro S. Dinis 131 33 30 15

Número de utentes inscritos

Gráfico 4 - Número de utentes inscritos no CRI de Vila Real por freguesia.

Fonte: Diagnóstico Analítico das Dependências de Concelho de Vila Real (2012)

A freguesia de Nossa Senhora da Conceição é a que tem o maior número de inscrições no CRI, esta é também a que apresenta maior número populacional, no entanto, a freguesia de S. Pedro, que como já foi referido em número populacional apresenta mais ou menos metade da população da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, apresenta um número muito próximo, de utentes em acompanhamento pelo CRI. Também se sabe que um dos maiores problemas associados a esta freguesia, para além de nela se localizarem três locais sinalizados como contextos associados às praticas de consumo de substancias psicoativas é o aglomerado de população bastante significativo.

Segundo se conseguiu apurar sobre a situação epidemiológica da infeção HIV/SIDA, através do último relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, Portugal é o país da Europa que apresenta a taxa de prevalência mais elevada, tendo sido notificados até 31 de dezembro de 2008, 34.888 casos. Relativamente ao distrito de Vila Real, neste mesmo período foram notificados 17 casos de Complexo Relacionado com SIDA (CRS), 58 pessoas diagnosticadas Portadores Assintomáticos (PA), 42 casos com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA). Conclui-se portanto, salientado que esta epidemia continua a constituir um grave problema e uma preocupação tanto a nível mundial como também neste concelho. (PORI, 2012)

Conseguiu-se apurar que a média de idade dos moradores nos bairros sociais se situa num intervalo entre os 32 e 48 anos, com predominância de famílias nucleares a maioria desta população possui o 1º ciclo do ensino básico, também é registado algum analfabetismo, verificando-se uma taxa de atividade bastante baixa (30%), sendo nestas que estão inseridos bastantes beneficiários do RSI, nesta situação dada enfase ao bairro da Telheira. (PORI, 2012)

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Os contextos de intervenção social na área dos consumos de substancia psicoativas neste concelho, prende-se com a realidade apresentada nestas freguesias que se apresentada no quadro 25

Quadro 25 - Os contextos intervenção no concelho de Vila Real.

Contextos de intervenção População Perfil do utilizador Consumos substâncias Padrões de uso/abuso e dependências Via de consumo  Contextos de rua ou em zonas problemáticas, (Pioledo, imediações da Escola Camilo Castelo Branco e Escola de S- Pedro e zonas habitacionais)

 Bairros sociais (Telheira, Araucária e S. Vicente Paula, Vila Nova, Telheira e Laverqueira).  Famílias de baixo poder económico  Beneficiário s do RSI;  Emigrantes  Consumidores de substâncias psicoativas integrados ou não em programas de tratamento no CRI de Vila Real  Famílias em situação de vulnerabilidade psico-social  Consumidor es de substâncias lícitas e ilícitas e policonsumos  Dependência de substâncias lícitas e ilícitas  Endovenosa  Snifada e fumada  Contextos festivos e Romarias (Nª Senhora da Pena, Sª da Almodena)  Ambientes noturnos (festivais de Verão)  Eventos académicos  Jovens e grupos heterogéneos  Adolescentes e jovens integrados ou não no sistema de ensino  Álcool, cannabis, anfetaminas e consumos regulares de haxixe, tabaco e charros  Uso e abuso  Poli-consumo  Snifada e fumada

Fonte: Adaptado de Diagnóstico Analítico das Dependências de Concelho de Vila Real (2012)

De acordo com o que conseguimos apurar através do ACES Marão e Douro Norte, os problemas de Saúde mais frequentes nesta população estão relacionados com os comportamentos de risco aliados ao consumo de substâncias por via endovenosa e às práticas sexuais desprotegidas, tendo em conta que, no distrito de Vila Real existe um número considerável de indivíduos seropositivos e portadores de Hepatite B e C, a par com as morbilidades orgânicas e psiquiátricas e a debilidade física generalizada associada a poucas condições de saúde, alimentação e higiene. Estes problemas de saúde são considerados de difícil resolução na rede formal de apoio, devido à baixa procura dos serviços de saúde devido a problemas de carácter económico e de acessibilidade, e fraca adesão às propostas terapêuticas. (PORI, 2013)

Foi também possível perceber, que a ausência de retaguarda familiar e bem como o envolvimento de familiares em atividades ilícitas ou mesmo de consumo são potenciadores de a fraca adesão ao processo de tratamento, levando os consumidores a partilhar o material de

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consumo, verificando-se ainda práticas sexuais desprotegidas e uma fraca vinculação aos cuidados de saúde primários. (PORI, 2013)

São ainda salientados por vários stakeholders, como fatores de risco comunitário, a disponibilidade de drogas, as dificuldades económicas e sociais, os maus tratos, comportamentos violentos, as representações negativas sobre os consumidores, a discriminação e os problemas de saúde mental associados. Apresenta-se no quadro 26 o perfil dos consumos no conselho de Vila Real.

Quadro 26 – O perfil dos consumos no concelho de Vila Real.

Fatores individuais

- Famílias com baixo poder económico e beneficiários de prestações sociais;

- Indivíduos em situação de internamento em comunidade terapêutica (Projeto Homem e RAN);

- Problemas de saúde relacionados os consumos de substâncias psicoativas; - Elevados consumo e de forma gradual;

- Bairros Sociais do concelho;

- Escolas Secundárias (Camilo Castelo Branco e Escola Secundária de S. Pedro).

Contextos de consumo

- Bairros sociais (S. Vicente de Paulo, Mantas, Telheira, Araucária) - Pioledo (corredor da Morte);

- Contextos recreativos noturnos; - Contextos festivos (romarias de Verão);

- Festas ocasionais (semana do caloiro, semana académica e festivais); - Escolas Secundárias.

Problemática dos consumos

- Poli-consumo relacionado com os ambientes festivos noturnos; - Comportamentos sexuais de risco;

- Perda ou alteração de consciência e risco de acidentes;

- Risco elevado de ocorrência de situações de gravidez indesejada; - Transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.

Fonte: Adaptado do Diagnóstico Analítico das Dependências de Concelho de Vila Real (2012)

Pela análise do quadro 27 podemos perceber a situação do concelho de Vila Real em termos de consumo de substâncias psicoativas, nomeadamente os fatores que levam ao consumo, os contextos e a problemática ligada aos consumos.

Assim, e tal como já foi referido, neste concelho foi possível verificar a existência de famílias com baixo poder económico e beneficiários de prestações sociais, tendo sido identificados 37 indivíduos beneficiários do RSI, o consumo abusivo de álcool faz parte dos hábitos diários. Quanto aos problemas ligados ao álcool e outras substâncias, em julho de

2012 encontravam-se 27 pessoas em acompanhamento pela equipa de tratamento de Vila Real, e 10 estavam em internamento em comunidade terapêutica, segundo dados fornecidos

pelo projeto homem

Porém, neste concelho e de acordo com a equipa do CRI, na faixa etária (26-45

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longo da noite de forma gradual. Ficamos, ainda, a saber que no bairro Social da Telheira existem vários jovens e grupos com consumos regulares de haxixe, e outra problemática associada a este bairro é a prática de sexo para fins comerciais.

Foi possível, ainda, perceber que nas escolas Secundárias Camilo Castelo Branco e Escola Secundária de S. Pedro existe um número considerável de alunos, com idades compreendidas entre (12 e 18 anos) que manifestam problemas relacionados com o insucesso e risco de abandono escolar, problemas de comportamento manifestado por indisciplina, défice de atenção, o absentismo e dificuldade em cumprir regras e orientações, onde os consumos de tabaco e charros são frequentes e utilizados nos espaços contíguos à escola.

A zona de maior frequência de consumo a que os técnicos do CRI chamam de espaço “de eleição” é o Pioledo, este espaço é o ponto de encontro da maioria dos jovens e alunos universitários, ou seja, dos frequentadores da noite de Vila Real é aqui que se “inicia a noite de Vila Real”, sendo possível visualizar a qualquer hora, utilizadores de substâncias psicoativas lícitas (bebidas alcoólicas) e ilícitas (sobretudo “Charros”), sendo este também o local clássico dos traficantes. Neste espaço também existe um local a que a população chama de “corredor da morte”, onde com frequência se juntam os jovens para consumir. (PORI, 2013:23)

Através da equipa da do Projeto Homem da Cáritas Diocesana de Vila Real e de outros atores sociais foi, ainda, possível saber, que existe uma casa abandonada na freguesia

de S. Dinis (Vila Velha), que também serve de abrigo a utentes da equipa de tratamento do CRI, e que este local é frequentado maioritariamente por jovens para o consumo de substâncias psicoativas.

Quanto aos contextos recreativos (festas e romarias) foi possível apurar que os consumos são maioritariamente (cerveja e vinho) e são frequentados por emigrantes de vários países, e que têm hábitos de consumo diferenciados do que é considerado “tradicional” onde, não é menos comum encontrar situações de consumos de outras substâncias psicoativas, tais como a cannabis e ecstasy, e também segundo a equipa do CRI as situações de policonsumo são associadas a ambientes festivos noturnos, ou seja “não só ao fato de as pessoas