As orações subordinadas substantivas subjetivas, objetivas diretas e indiretas, comple-
tivas nominais e predicativas não devem ser separadas por vírgula da oração principal. Já
a oração apositiva é separada por vírgula, travessão ou dois-pontos. Exemplo: Só esperava
aquilo – que tudo se resolvesse.
As orações subordinadas adjetivas restritivas não devem ser separadas da oração principal.
Exemplo: A blusa que usei ontem está furada. Já as orações subordinadas adjetivas explica-
tivas devem ser grafadas entre vírgulas. Exemplo: Quero continuar minhas aulas de canto, que
são uma verdadeira terapia.
A pontuação das orações subordinadas adverbiais segue os princípios da pontuação do ad-
junto adverbial no período simples: elas são destacadas por vírgulas quando estão no início
ou no meio do período. Exemplo: Desde tempos imemoriais, o ser humano registrou seu coti-
diano por meio de imagens. Se essas orações estão no final do período, a vírgula pode ser usa-
da como recurso expressivo. Exemplo: As imagens sempre fizeram parte da expressão humana,
desde tempos imemoriais.
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Questões
Todas as questões f
oram reproduz
idas das pro
vas or
iginais de que fazem par
te.
Texto para a questão 1.
Lembrar-se
Escrever é tantas vezes lembrar-se do que nunca existiu. Como conseguirei saber do que nem ao menos sei? assim: como se me lembrasse. Com um esforço de “memória”, como se eu nunca tivesse nascido. Nunca nasci, nunca vivi: mas eu me lembro, e a lembrança é em carne viva.
Lispector, Clarice. Os melhores contos.
1. (UFTM-MG) Observe o período extraído do texto: “Nunca nasci, nunca vivi:
mas eu me lembro, e a lembrança é em carne viva”. O trecho destacado contém
orações:
a) subordinadas, sendo correto o emprego da vírgula antes de “e”, já que a última oração tem sentido explicativo.
b) justapostas, sendo incorreto o emprego da vírgula antes de “e”, já que as duas orações têm o mesmo sujeito.
c) coordenadas, sendo correto o emprego da vírgula antes de “e”, já que a úl- tima oração tem sentido de retificação.
d) justapostas, sendo incorreto o emprego da vírgula antes de “e”, já que as duas orações têm sujeitos diferentes.
e) coordenadas, sendo correto o emprego da vírgula antes de “e”, já que as orações têm sujeitos diferentes.
2. (UFTM-MG) Leia a manchete.
Massacre no Realengo
Justiça autoriza, e Google deve passar dados de atirador do Rio Disponível em: <www.uol.com.br>.
Na manchete, tem-se um período composto, no qual a segunda oração, introduzida pela conjunção “e”, coordena-se à anterior, expressando sen- tido de:
a) consequência, já que “passar dados” decorre da ação de “autorizar”. b) oposição, já que “Justiça” e “Google” se opõem contextualmente. c) causa, já que a informação “passar dados” é motivo de “autorizar”. d) explicação, já que se justifica o que o Google fez em função da Justiça. e) alternância, já que as ações se alternam para a Justiça e para o Google.
3. (Insper-SP) Considere os versos deste poema:
O mundo é grande
O mundo é grande e (I) cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e (II) cabe
na cama e (III) no colchão de amar. O amor é grande e (IV) cabe no breve espaço de beijar.
AndrAde, Carlos Drummond de. Amar se aprende amando. Rio de Janeiro: Record.
A conjunção “e” foi empregada pelo poeta com valor aditivo: a) em todas as ocorrências. b) apenas em I e IV. c) apenas em II. d) apenas em III. e) apenas em II e III. 1. Resposta: e
As orações em destaque são coordenadas, pois apresentam independência sintática: “mas eu me lembro” é uma oração coordena- da sindética adversativa e “e a lembrança é em carne viva” é uma oração coordenada sindética aditiva. Como apresentam sujeitos diferentes, “eu” e “a lembrança”, respectivamente, devem ser separadas por vírgula.
2. Resposta: a
A interpretação da manchete evidencia que a divulgação de dados pela Google é uma conse- quência da autorização concedida pela Justiça.
3. Resposta: d
Apenas em “III”, a conjunção tem valor aditi- vo. Em “I”, “II” e “IV”, a conjunção “e” tem valor adversativo e equivale a “porém”.
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O período c
ompo
st
o
Texto para a questão 4.
Perto demais para dormirmos sossegados
Um grupo de astrônomos americanos anunciou na semana pas- sada ter dado mais um passo para desvendar os mecanismos de uma das mais imprevisíveis ameaças à vida na Terra – a queda de grandes asteroides. Em 1908, um desses pedregulhos que viajam pelo espaço, e têm a sua rota alterada pela gravidade do Sol e dos planetas, explo- diu a 5 quilômetros do solo sobre uma área inóspita da Sibéria. Seus fragmentos aniquilaram 80 milhões de árvores e devastaram uma área de 2 150 quilômetros quadrados, o dobro do tamanho da cidade de Nova York. O mundo não está livre de que desastres como esse se repitam. Caso um asteroide como o da Sibéria, com 60 metros de diâmetro, caia sobre uma cidade grande, o resultado será uma tragé- dia de proporções incalculáveis. O feito dos astrônomos americanos, ligados à Nasa, foi realizar um recenseamento de 90% dos asteroides localizados numa região que se estende a 195 milhões de quilômetros da Terra, e que potencialmente poderiam um dia se chocar com o nosso planeta.
ViLicic, Felipe. Espaço. Veja, p. 142-143, 12 out. 2011.
4. (UenP-PR) Em: “O mundo não está livre de que desastres como esse se repi-
tam”, a expressão grifada:
a) complementa o adjetivo “livre”, por isso é uma oração subordinada subs- tantiva completiva nominal.
b) complementa o verbo da oração anterior por meio de uma preposição, por isso é uma oração subordinada objetiva indireta.
c) atua como oração principal, por subordinar a 1a oração.
d) restringe o sentido do adjetivo “livre”, por isso é uma oração subordinada adjetiva restritiva.
e) funciona como adjetivo da principal, por isso é um adjunto adnominal.
5. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que a oração em destaque tem a mesma
função sintática da destacada no período – Acho que já sei qual será o novo toque do meu celular.
a) Marcaram a reunião, mas ainda não informaram o local.
b) O contrato será assinado, a menos que o texto contenha erros. c) Atenda bem ao cliente, que ele voltará sempre.
d) É necessário que tenham confiança na empresa e no produto. e) Ainda não decidimos se haverá a tal reunião.
6. (FGV-SP) Leia o texto para responder à questão.
A última nota solta
A habilidade dos governantes da Bruzundanga é tal, e com tanto e acendrado carinho velam pelos interesses da população, que lhes fo- ram confiados, (I) que os produtos mais normais à Bruzundanga,
mais de acordo com a sua natureza, são comprados pelos estran- geiros por menos da metade do preço (II) pelo qual os seus nacio- nais os adquirem.
LimA BArreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998. p. 213.
As duas orações subordinadas em destaque no texto têm sentido de: a) (I) consequência e (II) restrição.
b) (I) explicação e (II) consequência. c) (I) causa e (II) tempo.
d) (I) finalidade e (II) restrição. e) (I) causa e (II) finalidade.
4. Resposta: a
A oração subordinada substantiva completiva nominal desempenha a função de complemento de um nome transitivo da oração principal. No caso, a oração “de que desastres como esse se repitam” completa o sentido do adjetivo “livre”, a que se liga por meio da preposição “de”.
5. Resposta: e
A – ERRADA – Trata-se de oração coordenada sindética adversativa. A oração introduzida por “mas” apresenta informação que contras- ta com a ação apresentada na primeira oração. B – ERRADA – É uma oração subordinada ad- verbial condicional: a presença de erros (con- dição) impedirá a assinatura do contrato. C – ERRADA – Trata-se de oração coordenada sindética explicativa. A oração “que ele volta- rá sempre” explica ou justifica o conselho da- do na primeira oração.
D – ERRADA – É uma oração subordinada subs- tantiva subjetiva. “Que tenham confiança na empresa e no produto” é o sujeito do predica- do nominal “é necessário”.
E – CERTA – A oração “se haverá a tal da reu- nião” completa o verbo transitivo “decidir” sem a presença de uma preposição. Trata-se de uma oração subordinada objetiva direta, as- sim como a oração em destaque no enunciado. Ali “qual será o novo toque do meu celular” completa o verbo “saber”.
6. Resposta: a
A oração (I), de caráter irônico, expressa no- ção de consequência: a habilidade dos gover- nantes é tal que os produtos são comprados pelos estrangeiros por menos da metade do preço. A oração (II) expressa restrição, deter- minando o sentido do nome “preço”: trata-se do preço pago pelos habitantes da Bruzundanga.
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