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Posições ocupadas pelos pronomes oblíquos átonos

No documento Portugues (páginas 120-123)

ƒ Proclítica (ou em próclise): antes do verbo.

ƒ Mesoclítica (ou em mesóclise): entre o radical e as desinências do verbo.

ƒ Enclítica (ou em ênclise): após o verbo.

Fatores de ocorrência para a próclise na norma-padrão

ƒ Advérbio, pronome relativo, pronome substantivo ou conjunção antes do verbo: Sempre me

pergunto quando isso acabará; Uma pesquisa qualitativa é o que se propõe aqui.

ƒ Frases exclamativas e interrogativas diretas: Quem nos ajudará?

ƒ Formas verbais proparoxítonas: Nós a esperávamos para o jantar.

ƒ Verbos no futuro com sujeito expresso na frase: Eles se ressentirão dessa escolha.

Fator de ocorrência para a mesóclise na norma-padrão

ƒ Verbo no futuro do presente ou do pretérito iniciando a oração: Fá-lo-ei sem problemas; Acon-

selhar-lhe-ia se pudesse.

Fator de ocorrência para a ênclise na norma-padrão

ƒ Verbo iniciando a oração (exceto no futuro do presente ou do pretérito): Deixaram-no decidir.

ƒ Verbo no imperativo: Lembre-se do que eu lhe disse!

ƒ Orações reduzidas de infinitivo e gerúndio: Iniciei enviando-lhe a correspondência; Decidi

enviar-lhe a correspondência.

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Questões

Todas as questões f

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te.

1. (Ufac) Assinale a alternativa correta, segundo as regras da norma culta do

português, quanto à concordância verbal: a) 90% dos entrevistados aprovam a resolução. b) 2% do eleitorado não sabem em quem votar. c) 1% dos alunos faltou ao exame.

d) 32% quer a retirada dos barracos já. e) 1% conhecem a região profundamente. (FGV-SP) Texto para as questões 2 e 3.

Sua excelência

[O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de senti- mentos atinentes a si mesmo que quase lhe falavam a um tempo na consciência: orgulho, força, valor, satisfação própria etc. etc.

Não havia um negativo, não havia nele uma dúvida; todo ele esta- va embriagado de certeza de seu valor intrínseco, das suas qualidades extraordinárias e excepcionais de condutor dos povos. A respeitosa ati- tude de todos e a deferência universal que o cercavam, reafirmadas tão eloquentemente naquele banquete, eram nada mais, nada menos que o sinal da convicção dos povos de ser ele o resumo do país, vendo nele o solucionador das suas dificuldades presentes e o agente eficaz do seu futuro e constante progresso.

Na sua ação repousavam as pequenas esperanças dos humildes e as desmarcadas ambições dos ricos.

Era tal o seu inebriamento que chegou a esquecer as coisas feias do seu ofício... Ele se julgava, e só o que lhe parecia grande entrava nesse julgamento.

As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no erguido até ali, e mais alto levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e unica- mente, seria capaz de fazer o país chegar ao destino que os anteceden- tes dele impunham.

Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998. p. 15-6.

2. Assinale a alternativa em que a nova redação dada à frase “Não havia um

negativo, não havia nele uma dúvida [...]”– apresenta concordância verbal de acordo com a norma-padrão do português escrito.

a) Não haviam nele sentimentos negativos nem dúvidas... b) Não se encontrava nele sentimentos negativos nem dúvidas... c) Não deviam haver nele sentimentos negativos nem dúvidas... d) Não podiam existir nele sentimentos negativos nem dúvidas... e) Não se via nele sentimentos negativos nem dúvidas...

3. Assinale a alternativa em que a nova posição dos pronomes átonos, na frase

reescrita, está de acordo com a norma-padrão do português escrito. a) A respeitosa atitude de todos e a deferência universal que cercavam-no... b) As obscuras determinações das coisas acertadamente o haviam erguido

até ali.

c) Ele julgava-se e só o que parecia-lhe grande entrava nesse julgamento. d) ... uma chusma de sentimentos atinentes a si mesmo que quase fala-

vam-lhe.

e) As obscuras determinações das coisas, acertadamente, mais alto leva- riam-no.

1. Resposta: a

A concordância com porcentagens segue duas regras: 1. O verbo concorda com o numeral quando este não está especificado, portanto, o certo seria “32% querem a retirada dos bar- racos já” e “1% conhece a região profunda- mente”; 2. O verbo concorda com o substanti- vo que especifica a porcentagem, portanto, o certo seria “2% do eleitorado não sabe em quem votar” e “1% dos alunos faltaram ao exame”. A única construção correta é “90% dos entrevistados aprovam a resolução”, em que o verbo “aprovar” concorda com o especi- ficador “entrevistados”.

2. Resposta: d

A – ERRADA – O verbo “haver” com o sentido de “existir” é impessoal e, portanto, flexiona sem- pre na terceira pessoa do singular. “Sentimentos negativos” e “dúvidas” não são sujeitos da oração; são objetos diretos. A oração apresen- ta sujeito inexistente.

B – ERRADA – A oração está na voz passiva sin- tética e tem “sentimentos negativos” e “dúvi- das” como sujeitos. Equivale a “nem sentimen- tos negativos nem dúvidas eram encontrados nele”. O verbo deve flexionar no plural para concordar com o sujeito: “Não se encontravam nele sentimentos negativos nem dúvidas”. C – ERRADA - O verbo “haver” com o sentido de “existir” é impessoal e, portanto, seus au- xiliares devem permanecer no singular. O cor- reto é “Não devia haver nele sentimentos ne- gativos nem dúvidas...”

D – CERTA – O verbo “existir” deve ser flexio- nado em concordância com o sujeito. Assim, seu auxiliar aparece no plural (“podiam”) para concordar com “sentimentos negativos” e “dúvidas”.

E – ERRADA - A oração está na voz passiva sin- tética e tem “sentimentos negativos” e “dúvi- das” como sujeitos. Equivale a “sentimentos negativos nem dúvidas eram vistos nele”. O verbo deve aparecer no plural para concordar com o sujeito: “Não se viam nele sentimentos negativos nem dúvidas”.

3. Resposta: b

A – ERRADA – O pronome relativo “que” exerce atração sobre o pronome oblíquo, colocando-o antes do verbo: que o cercavam.

B – CERTA – O advérbio “acertadamente” de- termina a próclise.

C – ERRADA – O pronome relativo “que” deter- mina a próclise: e só o que lhe parecia. D – ERRADA – O advérbio “quase” exige o uso do pronome antes do verbo: que quase lhe falavam. E – ERRADA – O verbo conjugado no futuro do pretérito do indicativo exige mesóclise na norma-padrão ou próclise: mais alto o leva- riam/mais alto levá-lo-iam.

121 R egência, c onc or dância e c oloc ação pr onominal

4. (FGV-SP) Leia os quadrinhos para responder à questão.

Diário da Região, 15 out. 2011.

Assinale a alternativa que completa o enunciado, expressando com corre- ção gramatical a fala, em discurso indireto. A garota:

a) agradeceu o pai ter levado ela ao baile. b) agradeceu ao pai tê-la levado ao baile. c) agradeceu pelo pai ter levado-a ao baile.

d) disse obrigado para o pai, por ter levado ela ao baile. e) disse obrigado, pai, de tê-la levado ao baile.

5. (FGV-SP)

Disponível em: <www.chargeonline.com>.

I. Em discurso direto, quanto à concordância, a primeira fala da charge estaria corretamente redigida da seguinte forma: Depois dizem: “Os brasileiros não

têm incentivo ao esporte.”

II. Na primeira fala, a expressão ao esporte poderia ser substituída por à

práticas esportivas.

III. Na segunda fala, a forma verbal está no plural concordando com o sujeito

200 toneladas.

Está correto o que se afirma em: a) I apenas. b) III apenas. c) I e II apenas. d) II e III apenas. e) I, II e III. 4. Resposta: b

A – ERRADA – Em lugar de “ela”, deveria estar o pronome oblíquo átono: tê-la levado. O verbo “agradecer” é transitivo direto e indireto e, no caso, há dois complementos diretos. B – CERTA – A construção segue a regência do verbo “agradecer” na norma culta, usando um complemento direto (“tê-la levado ao baile”) e outro indireto (“ao pai”). O pronome oblíquo átono está corretamente empregado como complemento do verbo “ter”.

C – ERRADA – O verbo “agradecer” pode reger a preposição “por”, mas esta deve introduzir o adjunto adverbial de causa. Nesse caso, a frase ficaria “agradeceu ao pai por tê-la levado ao baile”. Além disso, usa-se próclise com particí- pios (“tê-la levado” e não “ter levado-a”). D – ERRADA - Em lugar de “ela”, deveria estar o pronome oblíquo átono: tê-la levado. A vírgula não deve separar o adjunto adverbial de causa. E – ERRADA – O vocativo “pai” não deveria apa- recer na reconstrução em discurso indireto.

5. Resposta: a

I – CERTA – Ao trocar a referência à primeira pessoa por uma à terceira pessoa (sujeito desi- nencial [nós] por “os brasileiros”), tornou-se necessária a flexão do verbo na terceira pessoa do plural, o que foi corretamente executado. II – ERRADA – Assim como “esporte” está an- tecedido por artigo, também a expressão “práticas esportivas” deveria estar. Por con- sequência, deveria ocorrer a contração da pre- posição “a”, exigida pelo nome “incentivo”, com o artigo “as”, resultando em “às práticas esportivas”. Outra possibilidade seria optar pela generalização e, nesse caso, manter ape- nas a preposição “a”, sem o artigo “as”, caso em que não ocorreria a contração: “a práticas esportivas”.

III – ERRADA – A forma verbal “conseguem” concorda com o sujeito “vocês”, e não com o objeto direto “200 toneladas”.

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 Ortografia

Em sua modalidade falada, a língua portuguesa abrange enorme gama de variações, apresentando grande diversidade na realização dos fonemas pelos falantes. Na escrita, no entanto, a língua traz um conjunto de regras fixas para a grafia das palavras, que deve ser seguido por todos os usuários. Trata-se da norma ou convenção ortográfica.

Desde janeiro de 2009, está em vigor um acordo internacional que unificou a ortografia da língua portuguesa entre os países lusófonos. Diferentemente do que se pode pensar, a mudança ortográfica não implica nenhuma alteração na língua falada – a maneira de pronunciar as palavras continua compor- tando as variações resultantes dos diferentes perfis dos falantes, seja em função de critérios geográficos, sociais ou situacionais.

No documento Portugues (páginas 120-123)