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PREVENÇÃO DO BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E FINANCIAMENTO DO TERRORISMO

No documento Relatório e Contas 14 (páginas 99-101)

EVOLUÇÃO DA POSIÇÃO CAMBIAL Milhões USD

PREVENÇÃO DO BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E FINANCIAMENTO DO TERRORISMO

A prevenção do branqueamento de capitais e fi nanciamento do terrorismo está garantida no BFA, nomeadamente através de:

Publicação de Ordem de Serviço com as políticas internas sobre branqueamento de capitais e fi nanciamento do terrorismo, visando em síntese:

• Esclarecer conceitos e introduzir procedimentos que permitam exercer um maior e mais rigoroso controlo sobre as actividades económicas desenvolvidas pelo Banco e minimizar o risco de ser instrumentalizado para efeitos de Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo; e

• Contribuir para o pleno cumprimento das obrigações previstas na legislação e regulamentação aplicáveis e, assim, proteger a reputação do Banco, através da prevenção e detecção de operações realizadas por seu intermédio e suspeitas de serem enquadráveis nos crimes de branqueamento de capitais e fi nanciamento do terrorismo.

Defi nição de processos e procedimentos para identifi cação de clientes, procedendo nomeadamente à fi ltragem automática da base de dados de clientes novos ou já existentes, contra listas de Sanções Internacionais, recusando a abertura de conta a qualquer entidade nelas constante e/ou sempre que se justifi que, com especial enfoque na abertura de contas a Entidades sem fi ns lucrativos, relativamente às quais é obrigatória a diligência reforçada e aceitação da abertura de conta dependente de parecer do “Compliance Offi cer”;

Atribuição à Direcção de Compliance da responsabilidade pelo controlo prévio e a posteriori das operações e, de uma forma geral, a fi scalização do cumprimento dos procedimentos adoptados em matéria de prevenção do branqueamento de capitais e fi nanciamento do terrorismo.

centralizado da SWIFT, que verifi ca as mensagens enviadas e recebidas sobre a rede de mensagens FIN (FIN messages – rede de mensagens para transmissão da informação fi nanceira).

III. Análise detalhada de movimentos superiores a 15.000 USD

No âmbito das disposições regulamentares dispostas pelo Governo angolano e pelo Banco Nacional de Angola,

Gestão de Risco 103 o BFA implementou medidas preventivas no âmbito dos

depósitos em numerário de forma a prevenir possíveis acções de branqueamento de capitais e fi nanciamento do terrorismo. Neste sentido, os talões de depósito em numerário foram alterados, passando a conter campos para a recolha obrigatória da identifi cação do respectivo portador e declaração sobre a origem dos fundos, nos casos de depósitos de montante igual ou superior a 15.000 USD (ou de valor equivalente noutra divisa).

Com base na listagem obtida dos depósitos sujeitos a identifi cação do portador e declaração de origem de fundos, é realizada diariamente a análise aos movimentos das contas listadas de forma a avaliar a regularidade/frequência de operações de elevados montantes, relações com outras entidades, antiguidade das contas, tipos de transacções, origem e destino de fundos, tipo de entidade (particular, comerciante em nome individual ou sociedade), histórico do cliente e outras informações recolhidas aquando da notifi cação aos centros de custos dos clientes.

Durante o ano de 2014 foram analisadas mais de 14.000 operações, numa média mínima de 60 operações/dia, das quais resultaram 730 notifi cações aos orgãos comerciais dos clientes, em função do comportamento atípico das respectivas contas, para validação da origem dos fundos e eventuais relações do cliente com outras entidades.

IV. Aprofundamento dos procedimentos de diligência reforçada de clientes

A Lei n.º 34/11 e o Aviso n.º 22/12 do BNA, levaram a que fosse necessário o estabelecimento e publicação de novos procedimentos internos, na sua essência de diligência reforçada, para entidades de alto risco, aquando da abertura de conta e nas suas movimentações subsequentes. Neste sentido, foram reforçados os procedimentos de diligência para a abertura de contas, já totalmente implementado para Entidades Sem Fins Lucrativos e já em fase de implementação para Sociedades Financeiras não bancárias e para Actividades e Profi ssões não fi nanceiras designadas. À luz dos novos procedimentos estabelecidos, a abertura e alteração de contas tituladas por Entidades sem fi ns

lucrativos passa a requerer o parecer de duas das Direcções do Banco (Direcção Jurídica e Direcção de Compliance). Como forma de cumprir com os deveres de conhecimento do cliente e de diligência reforçada, prevenindo o seu envolvimento em situações de Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo dispostos pelas instituições competentes, o BFA defi niu novas regras de movimentação de contas em numerário, assegurando desta forma um maior controlo na validação da legitimidade das instruções neste tipo de operações e maior facilidade na identifi cação de operações atípicas e que indiciem situações suspeitas de fraude. Neste sentido foram criados e actualizados diversos normativos internos com vista a melhorar os processos de controlo e mitigação do risco de fraude e branqueamento de capitais.

Conformidade com a legislação FATCA

O FATCA (Foreign Account Tax Compliance Act) é uma legislação Americana que tem como objectivo a prevenção da evasão fi scal de entidades (particulares e empresas), sujeitas a tributação nos Estados Unidos da América (US Persons), em relação aos rendimentos obtidos fora daquele país. De forma a garantir a conformidade com o FATCA, o governo Angolano estabeleceu a 30 de Novembro de 2014 um acordo intergovernamental (Intergovernamental Agreement – IGA) com o IRS dos EUA. No âmbito deste acordo, as entidades fi nanceiras angolanas comprometem-se, de forma resumida, a: Identifi car os clientes que sejam US Persons;

Reportar dados e património desses clientes.

Em Maio de 2014 foi feito o correspondente registo e aprovada a adesão do BFA ao FATCA, com entrada em vigor a 01 de Julho de 2014, o que permitiu ao BFA integrar a primeira lista de instituições FATCA.

As regras do FATCA impõem às instituições fi nanceiras participantes a obrigação de procederem à identifi cação de todas as contas detidas por clientes identifi cados como US Persons, isto é, pessoas sujeitas a impostos nos EUA, bem como o correspondente reporte anual, às Autoridades Fiscais Americanas, em conformidade com o disposto na legislação.

104 Banco de Fomento Angola | Relatório e Contas 2014

A fi m de o BFA poder cumprir com as respectivas obrigações de participante no FATCA, foram alterados os procedimentos de abertura de contas e alteração de dados de entidades, com relevância para:

I. Rede comercial

No processo de abertura e alteração de dados de uma entidade foram criados novos campos para permitir identifi car se o cliente é ou não “US Person”, com características específi cas para clientes particulares e clientes empresas.

II. Direcção de Compliance

Para clientes com indícios de serem “US Person” mas que não o reconhecem, a Direcção de Compliance recebe um alerta automático com os dados do processo de forma a desencadear as diligências que permitam a sua correcta classifi cação, mantendo-se a correspondente conta bloqueada até que esta Direcção conclua as devidas diligências e atribua a classifi cação “US Person” ou “Non US Person” ao cliente. Além de um módulo sobre responsabilidade e actividades da função de Compliance, os conteúdos da formação foram divididos em três níveis (avançado, intermédio e básico), tendo sido abordados os seguintes temas:

■ Enquadramento e principais conceitos da política de

Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo;

■ Objectivos e fases da implementação das políticas de

Branqueamento de Capitais;

■ Enquadramento regulamentar;

■ Procedimentos de conhecimento do cliente/ contraparte

(KYC);

■ Procedimentos de conhecimento das transacções (KYT); ■ Procedimentos de conhecimento dos processos (KYP); ■ Sanções aplicáveis ao incumprimento da lei.

REESTRUTURAÇÃO DA DIRECÇÃO JURÍDICA

No documento Relatório e Contas 14 (páginas 99-101)