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1 PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES COM A SALA DE AULA: EXPECTATIVAS E DESAFIOS

Sob a Coordenação de Área da Professora Dra. Danielle Piontkovsky, o Programa teve início no mês de agosto de 2018, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) “São Marcos”, localizada no bairro Novo Horizonte, em Colatina-ES. Atualmente, a escola possui 333 alunos matriculados na Educação Infantil, Ensino Fundamental I e Ensino Fundamental II, com atendimento nos turnos matutino e vespertino.

A instituição é dividida em dois blocos, sendo um prédio destinado à Educação Infantil, com quatro salas e um pátio central. A outra parte da escola é destinada ao Ensino Fundamental, contendo várias salas de aulas, sala de TV, biblioteca, laboratório de informática, cantina, refeitório, quadra de lazer e um amplo pátio para as diversas atividades escolares.

No início das atividades do Programa, foi realizada uma reunião entre a direção da escola, o Professor Supervisor, José Paulo de Araújo Silva, e as alunas participantes do Pibid para apresentar o Regimento da escola e discutir as atribuições de cada integrante no âmbito escolar. Observe, na foto 1, as bolsistas acompanhadas pelo Supervisor do Pibid, a professora da turma do 1º B, Mircelene Basto da Silva Ronchetti, e a pedagoga da escola, Ângela Maria Sales Marins.

O Programa iniciou suas atividades na escola com oito integrantes, no período vespertino, todas acadêmicas do curso de Licenciatura em Pedagogia. A carga horária das alunas foi definida em oito horas semanais e estas compareciam à escola duas vezes por semana, em dias diferentes, sendo um dia destinado ao planejamento e o outro para realização das atividades planejadas em suas respectivas turmas.

As discentes foram divididas em duplas, visando a interação com as turmas e a colaboração nas tarefas realizada ao longo do Programa. Cada dupla ficou responsável por acompanhar uma turma, auxiliando o professor em suas atividades em sala de aula e aproximando-se das experiências da docência. Os trabalhos pedagógicos executados pelas bolsistas eram propostos pelo professor regente e os planejamentos eram desenvolvidos de acordo com a realidade de cada turma. No quadro 1, abaixo, podem ser observadas as turmas de atuação das pibidianas.

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Figura 1

Fonte: acervo das autoras

Quadro 1

EMEF São Marcos

Supervisor José Paulo de Araújo Silva

Bolsistas Turma de

acompanhamento

Jordana Negri 3º A e 4º A

Deise M. de Oliveira / Michele B. Chele 1º A Larissa Simonassi / Thays A. Ventura 1º B Luciana De Souza Carvalho / Monise da Silva Martinelli 3º B

Adryenny Rocha 5º B

Fonte: autoras

Diante de muitas expectativas, nosso primeiro encontro foi marcado pela preocupação de como levar o Programa para dentro da sala de aula. De acordo com os professores Adão Caron Cambraia e Pasqueline Dantas Scaico, o primeiro contato com a sala de aula configura-se num desafio.

Para maioria dos alunos bolsistas, o Pibid trata-se da primeira experiência como docente, o que é um desafio. A insegurança com os conteúdos, medo de falar em público

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PIONTKOVSKY, Danielle | SILVA, José | SIMONASSI, Larissa CARVALHO, Luciana | MARTINELLI, Monise | VENTURA, Thays

são algumas dificuldades que esses jovens encontram ao chegar à escola. Por isso, ao iniciar o ano letivo, permanecem um tempo acompanhando as atividades: conversam com docentes e combinam futuros projetos, observam as aulas dos professores, entrevistam alunos e organizam uma proposta de trabalho (CAMBRAIA; SCAICO, 2013, p. 4).

É natural que esses anseios ocorram com os licenciandos num primeiro contato com a sala de aula, pois trata-se de uma nova experiência tanto para o professor, os alunos e os próprios bolsistas. No entanto, há uma enorme expectativa por parte dos acadêmicos no sentido de se aproximarem das práticas cotidianas das escolas, ampliando os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de formação. Daí a importância de encontrar, na instituição escolar, espaço e apoio para o acompanhamento e realização de novas práticas pedagógicas por parte dos alunos bolsistas.

Vale destacar que o Pibid busca integrar as instituições formadoras de professores e a realidade existente nas escolas públicas de educação básica, reafirmando a indissociabilidade entre teoria e prática, contribuindo de forma significativa no processo de formação docente.

[...] o PIBID apresenta novas possibilidades para a organização da formação docente, pois visa a superação de antigas práticas dicotômicas marcadas entre teoria e prática, pesquisa e ensino, escola e universi- dade. Ao possibilitar aos licenciandos uma imersão mais contínua e prolongada nas diversas dimensões e contextos do campo de trabalho docente: a escola. A formação docente, o PIBID, contribui para o reco- nhecimento da complexidade que envolve a constituição do sujeito professor (BURGGREVER; MORMUL, 2017, p. 106).

Assim, recebemos todo o apoio necessário para a nossa inserção no contexto escolar. Apesar de nossas ansiedades, fomos acolhidas e orientadas pelos professores regentes das turmas que acompanhávamos. Foi-nos concedida total liberdade nas dependências das salas de aula, a fim de contribuir com a aproximação entre as bolsistas e os alunos, permitindo-nos orientar os discentes que possuíam alguma especificidade no processo de ensino-aprendizagem e trocar experiências diversas.

Durante os momentos iniciais nas salas de aula foi possível conhecer um pouco mais os alunos, observar e aprender as atividades realizadas pelos professores em sala. Notamos ainda que o corpo docente juntamente com a equipe pedagógica executa um trabalho diferenciado com os alunos, proporcionando-lhes atividades extraclasse, visitas e organizando projetos voltados para o aprimoramento da leitura de cada estudante, contribuindo assim para a formação do sujeito enquanto cidadão. Ou seja, compreendendo que “a escola não transforma a realidade, mas pode ajudar a formar pessoas capazes de fazer a transformação, não apenas da sociedade e do mundo, mas de si mesmos” (FREIRE, 1997, p. 87), percebemos que o acolhimento feito aos estudantes na escola em que o Pibid está sendo desenvolvido vai ao encontro dessas ideias do autor.

Vale destacar ainda que o Pibid nos abre um leque de aprendizagens, interesses, possibilidades e experiências que nos fazem crescer como profissionais da educação e como pessoas. Estar numa sala de aula é uma grande responsabilidade, encharcada de surpresas e desafios. Um dos maiores desafios encontrados durante a permanência em

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sala de aula foi o medo de falar em público e a insegurança diante da classe e do próprio professor regente. Havia um grande desejo de executar os ensinamentos adquiridos no curso de Licenciatura em Pedagogia, porém, por insegurança e falta de experiência como docentes, nossas atividades se limitaram à observação, orientação e acompanhamentos dos alunos nos primeiros dias do Programa.

No segundo mês, adquirimos confiança e maior habilidade para trabalhar com os alunos, o corpo docente e a equipe da gestão escolar. Foi uma fase de vivências únicas e marcantes para todos os envolvidos no Pibid. Depois do período de adaptação, além das atividades diárias de sala de aula, participamos da Feira de Ciências, juntamente com os professores regentes, auxiliando os alunos a confeccionarem e executarem seus experimentos. Logo após, o Professor Supervisor José Paulo propôs a elaboração de um projeto voltado para o “Dia da Consciência Negra” em que o planejamento e a realização seria de total responsabilidade das pibidianas. Os detalhes da execução do projeto serão discutidos ao longo do desenvolvimento deste texto.

2 EXPANDINDO EXPERIÊNCIAS: OUTRAS ATIVIDADES

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